31 outubro 2010

Riscos de automedicação são ainda maiores para as crianças, alerta especialista

Muito tem se falado dos riscos da automedicação para a saúde, mas muitas pessoas continuam usando remédios sem recomendação médica. No caso das crianças, isso é ainda mais grave - elas respondem por quatro em cada dez casos de intoxicações farmacológicas, e esse uso sem indicação clínica pode ser fatal. Segundo o último levantamento do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), em 2008, foram intoxicadas pelo uso incorreto de medicamentos 9.956 crianças de até nove anos - o que representa, aproximadamente, 38% dos casos de intoxicações farmacológicas.

De acordo com o médico Edson Liberal, presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, mesmo em doses corretas, a automedicação infantil pode trazer graves consequências para a criança. O pediatra destaca que as intoxicações podem ocorrer quando os pais administram, por conta própria, remédios nos filhos, e nos casos em que a criança ingere o medicamento inconscientemente, pensando ser bala, por exemplo.

"Há uma tendência em se administrar medicamentos indiscriminadamente, como aqueles para tosse ou resfriado", aponta o especialista. Ele destaca que o hábito de ter “farmácias caseiras” também não é recomendado. "Quanto menos medicamentos em casa, melhor. Eles devem ser mantidos longe do alcance das crianças". E, nos casos de administração incorreta, o pediatra aponta que é necessário entrar em contato com um centro de intoxicação e com o médico e, se necessário, levar a criança para atendimento.

Para o especialista, a variação das consequências é ampla e pode, inclusive, levar à morte, pois alguns remédios têm efeitos colaterais severos. "No caso de ocorrer interações medicamentosas o resultado pode ser ainda mais perigoso. Alguns remédios, quando utilizados simultaneamente, podem potencializar a ação do outro ou até causar a perda do efeito", explica. E os medicamentos homeopáticos - que não são agressivos e não possuem contraindicações para crianças - também não estão livres da necessidade de recomendação médica. "Todos os profissionais de medicina estão aptos a indicar medicamentos, por isso devem ser consultados em casos de necessidade", concluiu.

30 outubro 2010

Gel poderia substituir pílula anticoncepcional

Fonte: BBC Brasil

Cientistas americanos afirmaram que um gel contraceptivo aplicado diretamente na pele poderia ser usado como uma alternativa à pílula anticoncepcional.

O produto, chamado Nestorone, está sendo desenvolvido pela indústria farmacêutica americana Antares Pharma e a pesquisa foi apresentada durante a conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em Denver, nos Estados Unidos.

O produto pode ser aplicado como um creme no abdome, nas coxas, braços e ombros e é rapidamente absorvido pela pele sem deixar resíduo. Testes clínicos preliminares mostraram que o creme é eficaz e tem boa tolerância, sem produzir os efeitos colaterais secundários associados à pílula como náusea, aumento de peso e acne.

O ingrediente mais importante é um novo tipo de progesterona sintética, muito parecida com o hormônio natural. O remédio também tem uma classe de estrogênio quimicamente idêntico ao produzido pelas mulheres.

Segundo os cientistas, o medicamento também pode ser usado por mulheres que estão amamentando, ao contrário da pílula, que pode interferir na produção do leite materno.

Três miligramas

A médica Ruth Merkatz, do centro de pesquisa da organização sem fins lucrativos Population Council, com sede em Nova York, fez o estudo sobre o produto com 18 mulheres entre 20 e 30 anos. De acordo com este estudo, a dose ideal é de três miligramas do creme por dia.

No período de sete meses nenhuma das mulheres que usou o tratamento ficou grávida. Os exames hormonais mostraram que o gel conseguiu suprimir a produção de óvulos nos ovários da mulheres testadas.

"Estamos nas primeiras etapas de seu desenvolvimento, mas agora poderíamos continuar testando em muitas outras mulheres", afirmou Merkatz. O novo creme funciona da mesma forma que o adesivo anticoncepcional, disponível atualmente em alguns países. O adesivo é colocado sobre a pele e libera uma dose regular de progesterona e estrogênio, que evita que os ovários liberem um óvulo a cada mês.

Mas, o adesivo tem duas grandes desvantagens em relação ao gel, é visível e pode se soltar da pele.

Alternativa

Apesar dos estágios iniciais dos testes, os cientistas afirmam que o novo creme poderia oferecer uma alternativa à pílula anticoncepcional, usada por milhões de mulheres em todo o mundo.

"Qualquer sistema contraceptivo que aumente a seleção de métodos disponíveis para as mulheres e ajude a evitar a gravidez indesejada é bem-vindo", afirmou Natika Halil, diretora de informação da Associação Britânica de Planejamento Familiar.

Mas, Halil alerta que "este produto não será conveniente para todas as mulheres, apenas para aquelas que se sintam confortáveis ao usá-lo na pele".

Produto usado em recipientes de comida afeta fertilidade masculina

Fonte: Olhar Direto
O produto químico Bisfenol-A, que demonstrou aumentar o risco de disfunções sexuais masculinas, reduz a concentração e qualidade do sêmen, segundo estudo publicado esta quinta-feira, 28.

A pesquisa foi realizada durante cinco anos com 514 operários que trabalhavam em fábricas da China. O Bisfenol-A, ou BPA, é um composto químico que serve para diluir a resina de poliéster a fim de torná-la mais líquida e facilitar sua laminação. Está presente em grande quantidade de recipientes alimentares e de bebidas, como mamadeiras, bem como em resinas de selagem dentária.

Os autores constaram que aqueles que continham concentrações de BPA mais elevadas na urina multiplicavam os riscos de produzir sêmen de má qualidade. "Diferente dos homens que não tinham vestígios detectáveis de BPA na urina, aqueles que tinham conteúdos mais elevados multiplicavam por mais de três o risco de ter uma concentração diminuída de seu sêmen", afirmou De-Kun Li, epidemiologista do Kaiser Permanente (consórcio privado americano de cuidados médicos) e principal autor do estudo publicado na revista Fertility and Sterility.

Este é o primeiro estudo realizado sobre homens para avaliar o vínculo entre o sêmen e o BPA. Pesquisas anteriores feitas em animais mostraram que o BPA tem efeitos nefastos sobre os órgãos reprodutores de camundongos machos e fêmeas.

Este é o terceiro estudo de Li sobre o tema. Um trabalho publicado em novembro de 2009 demonstrou que a exposição a níveis elevados de BPA aumenta o risco de disfunções sexuais. Outro, divulgado em maio de 2010 mostrou vínculos entre o BPA na urina e o comprometimento das disfunções sexuais masculinas.

O Canadá foi o primeiro país a classificar, em outubro, o BPA na categoria de substâncias tóxicas. Em março de 2009, os seis maiores fabricantes americanos de mamadeiras decidiram suspender a venda nos Estados Unidos de produtos com BPA.

Cochilo após o almoço pode melhorar o rendimento de trabalhadores, diz especialista

Fonte: Prontuário de Notícias/Anamt

Tirar uma soneca por, no máximo, 30 minutos após o almoço pode melhorar o rendimento no trabalho, na escola e nas tarefas diárias, segundo recente estudo da Universidade da Califórnia, nos EUA. De acordo com os pesquisadores, o cochilo fortalece a capacidade de pensamento e de absorção de novas informações. "Os cochilos diminuem a sonolência, melhorando consideravelmente o estado de alerta, o que melhora o desempenho no trabalho", explica Frida Marina Fischer, presidente da Comissão Técnica de Organização do Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho.

Em pesquisa sobre o tema - independente do estudo americano -, a médica do trabalho analisou as condições ambientais e organizacionais do cochilo e a sua importância durante o trabalho noturno entre profissionais de enfermagem. E observou que dormir brevemente durante o dia, além de melhorar o estado de alerta durante o trabalho, pode contribuir para compensar a reduzida duração do sono noturno. Entretanto, ela destaca que os resultados indicaram ser importante criar as condições adequadas para essa prática.

Muito comum em países europeus, a soneca - ou a famosa sesta - está ganhando espaço nas empresas brasileiras, que começam a investir em ambientes chamados "cochilódromos". Um exemplo disso, de acordo com a especialista, é que, recentemente, uma indústria de móveis de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, criou um cômodo amplo com 25 leitos, onde os funcionários podem descansar por até 45 minutos após o almoço.

Para as pessoas que trabalham no turno da noite ou em plantões longos, o cochilo auxilia a reduzir a fadiga e a sonolência. De acordo com a especialista, "usualmente sente-se muito sono durante a noite, quando estamos trabalhando num período em que deveríamos estar repousando". Dessa forma, mesmo no período noturno, a prática surte efeitos positivos para o profissional.

Soneca pelo mundo

Na Espanha, o hábito de cochilar após o almoço, chamado siesta, é uma instituição. Entretanto, a duração da hora do almoço causa estranheza aos estrangeiros. Em Barcelona, por exemplo, o intervalo pode ser de mais de duas horas, tempo em que o trabalhador volta para casa, almoça, descansa e retorna ao trabalho. Para equilibrar, é comum, na região da Catalunha, o expediente terminar após as 20h. A prática espanhola também é encontrada em países da America Latina, além de China, Índia e Grécia.

Os benefícios do cochilo breve estão sendo comprovados em diversas nações e têm recebido boa aceitação nos ambientes profissionais. Exemplo disso foi a ideia de uma empresa argentina de construir um "cochilódromo" no centro de Buenos Aires, em junho deste ano. O serviço inclui massagens e chá para ajudar no relaxamento. Mas o atendimento não é barato: cada sessão de 25 minutos de cochilo custa o equivalente a R$ 45, e os pacotes com massagem custam em torno de R$ 80.

Implante no ouvido poderá ser usado para tratar labirintite

Fonte: Diário da Saúde

Vertigens

Um paciente tratado no Centro Médico da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, acaba de receber o primeiro implante de um dispositivo que visa acabar com as incapacitantes vertigens associadas com a doença de Meniere.

Os médicos que desenvolveram o dispositivo implantável esperam que o sucesso do experimento, que envolverá 10 pacientes, leve ao desenvolvimento de implante similares para outros distúrbios do equilíbrio mais comuns - popularmente conhecidos como labirintite - que atormentam milhões de pessoas em todo o mundo.

"O que estamos propondo aqui é uma terapia potencialmente mais segura e mais eficaz do que a que existe agora," diz o Dr Jay Rubinstein, um cirurgião auditivo que ajudou a desenvolver o implante.

Síndrome de Meniere

A Síndrome de Meniere pode atingir qualquer pessoa, mas ocorre principalmente em pessoas entre as idades de 30 e 50 anos. A doença acomete mais frequentemente um dos ouvidos, embora cerca de 30 por cento dos casos sejam bilaterais.

A doença afeta a audição e o equilíbrio, com variada intensidade e frequência, mas pode ser extremamente debilitante.

Acredita-se que suas crises episódicas resultem da ruptura de uma membrana do ouvido interno. O fluido endolinfático vaza do sistema vestibular, causando estragos à percepção de equilíbrio pelo cérebro.

Para evitar náuseas e vômitos, as pessoas devem ficar deitadas, geralmente durante várias horas e às vezes até metade de um dia, enquanto a membrana se autorrepara e o equilíbrio é restaurado.

Como os ataques surgem praticamente sem aviso, um diagnóstico da Síndrome de Meniere pode levar as pessoas a mudar de carreira e ter limitações em seus estilos de vida.

Implante contra labirintite

Com o novo implante, os médicos esperam restaurar o equilíbrio do paciente durante os ataques, deixando a função auditiva normal.

O paciente usará um processador instalado atrás da orelha comprometida e pode ativá-lo quando sentir o início de um ataque.

O processador comunica-se por meio de sinais de rádio com o implante, que é inserido cirurgicamente no interior de um pequeno furo feito no osso temporal.

O implante, por sua vez, transmite impulsos elétricos através de três eletrodos inseridos dentro dos canais do labirinto, no ouvido interno.

"É uma substituição", explica o Dr. James Phillips, membro da equipe. "Isso não muda o que está acontecendo na orelha, mas elimina os sintomas, substituindo a função do ouvido até que ele se recupere."

Segundo ele, se o teste for bem-sucedido, isso irá incentivar a colaboração da equipe com outros pesquisadores que estudam distúrbios do equilíbrio mais comuns na população.

Médicos são condenados por operações desnecessárias na Itália

Fonte: BBC Brasil

Oito médicos italianos foram condenados a prisão nesta sexta-feira pela realização de dezenas de operações desnecessárias para obter ganhos financeiros, de acordo com o jornal La Repubblica.

O diário italiano disse que os médicos da clínica Santa Rita, em Milão, fizeram mais de 80 operações desnecessárias, incluindo a remoção de pulmões e seios.

O responsável pela departamento torácico da clínica, Pier Paolo Brega Massone, foi condenado a 15 anos e meio de prisão.

O juiz do caso descreveu Massone como "cruel e despido de qualquer senso de compaixão humana".

Casos

O La Repubblica diz que a sentença foi recebida com aparente indiferença pelos médicos. Seus advogados dizem que vão recorrer da decisão.

As operações desnecessárias ocorreram entre 2005 e 2007 para que a instituição, apelidada de "clínica dos horrores" pela imprensa italiana, cobrasse subsídios do governo.

Entre os casos desnecessários, foram registrados os de dezenas de pacientes com tuberculose que tiveram seus pulmões retirados.

Uma garota de 18 anos de idade teve um seio removido quando a simples retirada de um nódulo teria sido suficiente, diz o jornal.

Em outro caso, uma senhora de 88 anos foi submetida a três cirurgias de pulmão quando apenas uma teria sido necessária.

Três dos médicos, incluindo Massone, terão que cumprir as sentenças atrás das grades, e os outros cinco receberam penas de prisão domiciliar, disse o La Reppublica.

29 outubro 2010

Ausência de antibióticos eficazes para ‘superbactérias’ preocupa especialistas

Fonte: BBC Brasil

O Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que obriga farmácias a reterem receitas de antibióticos, cujo uso indiscriminado é apontado como um fator para o fortalecimento das chamadas “superbactérias”.

E, para evitar contaminações pela KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), que seria responsável por pelo menos 18 mortes no Distrito Federal e se tornou resistente a antibióticos, a Anvisa obrigará hospitais e clínicas a colocar recipientes de álcool em gel em suas dependências.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, alertam para um problema que vai além da contaminação: a produção de medicamentos para o tratamento das vítimas.

“A resistência de bactérias não é nenhuma novidade”, disse à BBC Brasil David Uip, diretor do hospital Emilio Ribas. “O que preocupa é a falta de perspectiva (quanto à produção de medicamentos). Atualmente, estamos reabilitando velhos antibióticos, como polimixina, e usando-os com novos para melhorar sua performance.”

Para Giuseppe Cornaglia, microbiologista da Universidade de Verona (Itália) e membro da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, superbactérias “são um problema de saúde pública para o qual não teremos antibióticos nos próximos dez anos”.

Ana Cristina Gales, professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo, afirma que há testes sendo feitos para drogas que possam combater a bactéria KPC, “mas, para bactérias resistentes à polimixina, não há opção terapêutica”. Mesmo experiências com vacinas e anticorpos têm eficácia incerta.

KPC e NDM-1

Só no Distrito Federal, região mais atingida do país, a Secretaria da Saúde local contabilizou 194 casos de KPC até 22 de outubro. Mas a superbactéria está restrita aos hospitais e não deve causar epidemias, segundo especialistas consultados.

Superbactérias semelhantes têm sido identificadas em outros lugares. O caso mais recente a ganhar repercussão mundial é do NDM-1, enzima que fortalece as bactérias perante medicamentos usados para combater infecções graves, causadas por outras bactérias resistentes.

Estudo do médico Timothy Walsh publicado em setembro no periódico especializado Lancet identificou infecções por bactérias portadoras do NDM-1 na Índia, no Paquistão e na Grã-Bretanha. Há relatos de casos também na América do Norte, na Austrália e em outros países da Europa.

“É grande o potencial (da bactéria) de se tornar um problema de saúde pública mundial, e é necessária vigilância coordenada internacional”, escreveu Walsh.

Muitos especialistas relativizam a possibilidade de superbactérias se tornarem uma calamidade global, mas advertem para sua rápida proliferação.

“Em muitos casos, temos portadores (da bactéria) que não estão nem ficarão doentes. Mas ela se espalha muito rapidamente”, disse Cornaglia.

Correr contra o tempo

O cientista afirma que não há formas de controlar o surgimento de bactérias resistentes. Elas sempre encontram um jeito de superar os medicamentos.

“A questão é o tempo. Quanto mais disseminado o uso de antibióticos, mais rapidamente elas ficarão resistentes”, explicou Cornaglia.

“Quanto menor for o controle, mais rapidamente elas se proliferarão. Podemos tornar o processo mais lento usando antibióticos de uma melhor forma.”

Para Ana Cristina Gales, o controle da proliferação passa por aumentar a proporção de funcionários por pacientes nos hospitais e sempre bater na tecla da higiene. “Todos nos hospitais têm de lavar as mãos. É a medida mais simples e importante.”

A prescrição e o uso disseminados dos antibióticos também preocupam os especialistas.

Para aumentar o controle sobre seu uso, a Anvisa determina, na resolução publicada nesta quinta-feira, que a farmácia retenha a primeira via da receita do medicamento, sob pena de multa e interdição se não o fizer. A segunda via da receita é carimbada e devolvida ao paciente.

Mas, além do uso tradicional, os medicamentos se fazem presentes em formas menos óbvias, diz Gales: “há antibióticos nos resíduos descartados por hospitais, nos animais criados na pecuária. Seria necessário discutir seu controle em todos os setores”.

Investimentos

Quanto à produção de novas drogas, Uip se diz pessimista. Calcula que, da descoberta em laboratório da molécula a ser usada contra as superbactérias até a comercialização do remédio produzido, sejam necessários investimentos de “800 milhões de euros”.

“Por isso, defendo uma política pública global no desenvolvimento de antibióticos”, opinou Uip.

Nos Estados Unidos existe até lobby por uma iniciativa do tipo.

A organização Infectious Diseases Society for America defende “a união das comunidades científica, industrial, econômica, intelectual, política, médica e filantrópica” para desenvolver dez novas drogas antibacterianas até 2020, sob o argumento de que “infecções resistentes estão crescendo nos EUA e ao redor do mundo”.

Estilo de vida saudável pode reduzir em 23% os casos de câncer de cólon

Fonte: BMJ

Fazer as pessoas terem uma alimentação saudável, não fumar, reduzir o consumo de álcool e se exercitar mais poderia evitar quase um quarto dos casos de câncer de cólon diagnosticados todos os anos, segundo estudo do Instituto de Epidemiologia do Câncer da Dinamarca. Acompanhando, por dez anos, mais de 55 mil pessoas com idades entre 50 e 64 anos, os especialistas descobriram que as mudanças no estilo de vida podem reduzir em até 23% os mais de 1,2 milhões de casos de câncer de cólon detectados por ano.

“Nosso estudo revela a utilidade das mensagens de saúde pública de que mesmo modestas diferenças no estilo de vida podem ter um substancial impacto no risco de câncer colorretal”, escreveu a pesquisadora Anne Tjonneland nesta semana no British Medical Journal, destacando a importância de se seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde e do Fundo Mundial de Pesquisas do Câncer.

Entre as recomendações para a prevenção do câncer de intestino, os especialistas destacam: não fumar; fazer pelo menos 30 minutos diários de atividade física; no caso das mulheres, não beber mais de sete doses de álcool por semana, e não mais de 14, no caso dos homens; para as mulheres, ter uma circunferência da cintura abaixo dos 88 cm, e menos de 102 cm, no caso dos homens; além de ter uma dieta saudável, rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais, e pobre em gorduras.

No estudo, os pesquisadores calcularam que, se todos os participantes seguissem pelo menos uma dessas cinco “dicas” de prevenção a mais, cerca de 13% dos casos de câncer de cólon seria evitado. E se todos seguissem os cinco, o número de pessoas com tumores no intestino poderia reduzir em 23%.

Os outros casos, segundo os autores, poderiam ser associados, em grande parte, a fatores genéticos. Entretanto, mesmo nesses casos, as mudanças no estilo de vida seriam benéficas. “Os resultados reforçam a importância da continuidade de vigorosos esforços para convencer as pessoas a seguir as recomendações de estilo de vida”, concluíram os especialistas.

28 outubro 2010

Receptores de gosto amargo no pulmão podem levar a novo tratamento da asma

Fonte: BBC Brasil

Um novo estudo indica que a descoberta de "receptores de paladar" nos pulmões, sensíveis a substâncias amargas, pode levar à criação de novos tratamentos para a asma.

Experimentos realizados com ratos revelaram que o "bombardeio" destes receptores com compostos de gosto amargo ajudou a abrir as vias aéreas, facilitando a respiração.

A pesquisa, realizada na Universidade de Maryland e publicada na revista Nature Medicine, pode trazer novidades no tratamento de outras doenças do pulmão, além da asma.

A entidade britânica Asthma UK, dedicada ao combate à asma, alerta, no entanto, que novos medicamentos para a doença não devem surgir em curto prazo.

Os "receptores de paladar" descobertos no músculo liso dos pulmões não são os mesmos encontrados nas papilas gustativas da língua. Eles não enviam sinais ao cérebro, mas assim mesmo respondem quando expostos a substâncias amargas.

Foi a natureza desta reação que surpreendeu os pesquisadores. Eles presumiram que a presença dos receptores era uma defesa contra gases nauseantes, causando o fechamento das vias respiratórias e a tosse.

O experimento com ratos mostrou exatamente o contrário. Quando o tecido das vias aéreas dos ratos foi tratado com componentes amargos, e depois exposto a substâncias que causam alergia, foi observada uma reação protetora.

"(As substâncias amargas) abriram as vias respiratórias mais profundamente do que qualquer remédio conhecido para o tratamento de asma ou para doenças pulmonares obstrutivas crônicas", disse o chefe da pesquisa, Stephen Liggett.

Quinino e sacarina

Na asma e em outras doenças do pulmão, o músculo liso que reveste as vias respiratórias se contrai, estreitando-as. Remédios como Salbutamol ajudam a relaxar o músculo e a abrir as vias, restaurando a respiração normal.

Liggert diz que um inalador baseado em substâncias como o quinino ou a sacarina, que têm um gosto amargo, pode "substituir ou melhorar" os tratamentos atuais.

Ele avisa que simplesmente comer alimentos naturalmente amargos não ajuda a combater os ataques de asma.

O pesquisador Yassine Amrani, da Universidade de Leicester (Grã-Bretanha), disse que a pesquisa é bastante "encorajadora", trazendo potencialmente um novo foco para os tratamentos.

Ele diz que estudos futuros podem se concentrar na reproducção, em seres humanos do efeito obtido nos tecidos dos ratos, assegurando que as substâncias não produzam efeitos colaterais indesejados, como inflamação.

"O conceito de ter receptores de gosto amargo no músculo liso das vias aéreas é novo, e ativar estes receptores pode trazer uma nova maneira de relaxá-los."

Redução do estômago pode não representar fim da obesidade, alerta especialista

Fonte: Press Comunicação

O excesso de peso já atinge metade da população adulta, uma em cada três crianças de cinco a nove anos, e um quinto dos adolescentes no País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E, para combater a obesidade, muitas pessoas recorrem às cirurgias bariátricas - mais conhecidas como redução de estômago. No entanto, a maioria das pessoas não sabe dos riscos desse procedimento e de suas contraindicações.

De acordo com a médica nutróloga Sabrina Floriani, a cirurgia é indicada apenas nos casos em que a obesidade está estável há pelo menos cinco anos; em pessoas com índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 40; ou com IMC maior ou igual a 35, associado a doenças desencadeadas ou agravadas pela obesidade e que ameacem a vida; e, ainda, com falha comprovada ao tratamento clínico (dieta associada a atividade física e terapia comportamental).

Para se submeter a esse tipo de procedimento, há necessidade de tratamento prévio por dois anos com nutricionista, psicólogo, educador físico e médico, e o paciente deve ter tentado tratamento clínico antes. “A cirurgia não é indicada para emagrecimento por estética, que é o que, em alguns casos, é vendido pelos cirurgiões. Muitos são pacientes jovens que não sabem o verdadeiro risco desta cirurgia”, ressalta a especialista.

Em relação aos riscos, a médica nutróloga explica que “complicações como infecções na parede abdominal, ruptura dos pontos internos do estômago e intestino, desnutrição crônica ou déficit de vitaminas por falta de absorção são comuns no pós-operatório, podendo levar à morte, caso não identificados e tratados adequadamente”.

Maioria volta a ganhar peso

A especialista destaca que há um índice alarmante que muitas pessoas não levam em conta antes de decidir se submeter à redução de estômago: cerca de 60% das pessoas que fazem a cirurgia voltam a ganhar peso, sendo que 10% engordam novamente até 20 kg.

“Diferente do que as pessoas imaginam, a cirurgia não ‘cura’ a obesidade, e seu sucesso depende da mudança de hábitos. Não é incomum que indivíduos que não fizeram acompanhamento psicológico prévio apresentem desvio da compulsão alimentar para outras vias, como o alcoolismo, ou então procurar alimentos de fácil esvaziamento gástrico e de alta concentração calórica que são consumidos durante todo o dia, resultando em aumento de peso, como leite condensado, sorvete, doces e refrigerantes”, explica Sabrina Floriani.

Desvantagens da cirurgia

- Necessidade de reposição nutricional para o resto da vida;
- Custo elevado de suplementos alimentares para o resto da vida;
- Desconforto gástrico ao se alimentar;
- Diarreia crônica;
- Não ser definitiva em muitos casos, havendo casos frequentes de repetição da cirurgia;
- Alto índice de complicações, e mortalidade de cerca de 1% (a mesma porcentagem de cirurgias abdominais de grande porte, em pacotes com comorbidades).

Pequena dose de aspirina pode proteger contra câncer intestinal, diz estudo

Fonte: The Lancet

O efeito da aspirina na prevenção de ataques cardíacos e derrames já é largamente reconhecido e comprovado cientificamente. O que um novo estudo britânico mostra, agora, é que pequenas doses do medicamento analgésico e anti-inflamatório pode também ajudar a reduzir os riscos de câncer de cólon.

Avaliando dados de 14 mil pessoas - metade das quais faziam uso de pequenas doses aspirina para prevenção de problemas cardiovasculares -, os pesquisadores descobriram que aqueles que tomavam o medicamento tinham 24% menos chances de desenvolver câncer de cólon. Além disso, o uso de aspirina foi associado a uma redução de 35% no risco de morte pela doença.

Publicados na última semana na revista científica Lancet, os resultados, segundo os autores, “podem pender a balança em favor do uso da aspirina para prevenção do câncer de cólon, que é a segunda forma mais comum de câncer nos países desenvolvidos, depois do câncer de pulmão”. Entretanto, além desses benefícios, devemos considerar que a aspirina pode ser perigosa para muitas pessoas, podendo causar hemorragia no estômago e no intestino.

“Este interessante estudo incitaria os médicos a se voltarem para a prevenção primária do câncer colorretal pela aspirina, pelo menos em populações de alto risco. Diretrizes específicas para a quimioprevenção pela aspirina seria o próximo passo lógico”, escreveram os pesquisadores Robert Benamouzig e Bernard Uzzan, do Hospital Avicenne, na França, em comentário que acompanha o estudo na publicação.

Por enquanto, segundo especialistas, a melhor forma de prevenção do câncer no intestino ainda é ter uma alimentação rica em fibras - com frutas, verduras, legumes e grãos integrais - e pobre em gordura de origem animal, fazer atividades físicas regulares e não fumar. Além disso, é essencial realizar exames regulares após os 50 anos de idade, para detectar a presença e algum pólipo ou lesão suspeita e, se for o caso, agir precocemente para o tratamento.

24 outubro 2010

Anvisa torna obrigatório álcool em gel em hospitais

Fonte: BBC Brasil

Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciada nesta sexta-feira tornará obrigatória a instalação de dispensadores de álcool em gel em hospitais e clínicas, públicas ou privadas, em todos os quartos, ambulatórios e prontos-socorros, para evitar a transmissão de infecções.

Os hospitais terão 60 dias para se adaptar à medida, que ocorre em meio à preocupação com os casos de infecções causados pela bactéria KPC dentro de hospitais.

A Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) está sendo chamada de "superbactéria" por sua resistência a antibióticos e tem afetado pacientes hospitalares - mais vulneráveis por sua saúde fragilizada e por, em muitos casos, estarem tomando antibióticos.

“O (álcool em gel) facilita o hábito de higienização, porque é mais fácil de acessar. Mas as pessoas podem continuar a lavar as mãos com água e sabão”, afirmou Dirceu Barbano, diretor da Anvisa, relata a Agência Brasil.

Especialistas reunidos pela Anvisa se reuniram durante todo o dia para discutir infecções por bactérias multirresistentes e a implementação de uma norma que obrigaria as farmácias a reter receitas de antibióticos no ato da compra dos remédios.

Médicos afirmam que a retenção deve ser aplicada, porque o excesso de uso de antibióticos é justamente o que está por trás do fortalecimento das bactérias.

“Mas quem vai fiscalizar? Na prática, é difícil que uma farmácia deixe de vender antibiótico para uma mãe", questiona o infectologista Luis Fernando Aranha, do hospital Albert Einstein, para quem os hospitais também devem ser mais cautelosos ao ministrar antibióticos.

Epidemia descartada

Mas a possibilidade de que a bactéria provoque surtos fora dos hospitais inexiste, na opinião de Aranha.

"O risco é zero. É uma doença que vai ficar nos hospitais", disse à BBC Brasil.

Isabela Rodrigues, enfermeira-coordenadora do Centro de Controle de Infecção do Hospital Universitário de Brasília, reforça que não há casos conhecidos de KPC nas ruas. "O contato com a flora saudável das pessoas (fora de hospitais) costuma fazer com que a bactéria seja eliminada."

Ela orienta às pessoas que visitem pacientes em hospitais que tomem cuidado com a higiene das mãos.

Há confirmações de infecções da KPC em hospitais de Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e Paraíba, segundo levantamento da Agência Brasil.

No Distrito Federal, o problema já é classificado de surto pela Anvisa. Levantamento de quinta-feira da Secretaria da Saúde local, também citado pela Agência Brasil, apontou no DF 183 casos de contaminação em 17 hospitais, além de 18 mortes.

Ásia e Europa

O caso brasileiro não é isolado. Em agosto, estudo publicado na revista científica Lancet advertiu que um novo tipo de bactéria resistente aos antibióticos mais poderosos poderia gerar uma epidemia mundial.

Essas bactérias contêm um gene chamado NDM-1, que as torna resistentes aos medicamentos, entre eles os chamados de carbapenemas. Isso é preocupante porque os carbapenemas são geralmente usados para combater infecções graves, causadas por outras bactérias resistentes.

As bactérias com NDM-1 causaram infecções na Índia, no Paquistão e em pacientes dos EUA e da Grã-Bretanha que haviam feito viagens a esses países para realizar tratamentos médicos.

Para Aranha, do Einstein, o caso do NDM-1 é uma "variante do mesmo problema" enfrentado no Brasil com a KPC e deve se repetir em distintos lugares. “É um problema mundial, e sempre vai ter uma (superbactéria que vai ser) a bola da vez.”

Lapsos na higiene cometidos pelos próprios funcionários de hospitais ajudam na proliferação. "Costumamos identificar (casos de) má-prática no controle de infecções e (no cumprimento de) normas de higienização", relatou Isabela Rodirgues.

23 outubro 2010

Vírus H1N1 sofre mutação, mas nova epidemia é improvável

Fonte: Diário da Saúde

Em um artigo publicado ontem no jornal médico Eurosurveillance, cientistas da Austrália e de Cingapura alertam para o surgimento de uma variação genética do vírus H1N1, causador da gripe A, ou gripe suína.

Segundo Ian Barr e seus colegas, o vírus H1N1 sofreu poucas mutações desde o seu surgimento, mas uma nova cepa foi detectada em Cingapura no início de 2010, e essa mutação genética agora já se espalhou pela Austrália e Nova Zelândia.

"Neste momento, essas mudanças na assinatura das proteínas hemaglutinina e neuraminidase não resultaram em mudanças antigênicas significativas que possam tornar menos eficaz a vacina atual, mas tais mutações adaptativas devem ser cuidadosamente monitoradas enquanto o hemisfério norte se aproxima da temporada de gripe do inverno," afirmam os pesquisadores.

Vírus estável

Contudo, o vírus H1N1 mutante pode contaminar pessoas que já foram vacinadas. É possível, embora ainda não haja dados para conclusões, que a mutação seja mais letal.

A mutação do vírus da gripe A era o grande temor dos cientistas. Ao contrário do que se previa, contudo, o H1N1 mostrou-se altamente estável e poucas mutações foram verificadas até agora.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da pandemia de gripe suína em Agosto de 2010, sob inúmeras críticas de que os alertas sobre a epidemia haviam sido exagerados.

Do ponto de vista científico, contudo, os cientistas continuam tentando entender o vírus H1N1.

Nova epidemia de H1N1 é improvável

Um outro estudo, também divulgado ontem, e que ainda será publicado no Jornal da Associação Médica Canadense, afirma que é improvável que haja uma nova epidemia da gripe A(H1N1).

Apesar disso, Danuta Skowronski e seus colegas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, recomendam que os adultos acima de 50 anos, particularmente aqueles com condições crônicas, sejam imunizados contra a gripe para a próxima estação de inverno no hemisfério Norte.

O estudo comparou os níveis de anticorpos sanguíneos contra a gripe H1N1, antes e depois da pandemia de 2009. Eles analisaram 1.127 pessoas com idades entre nove meses e 101 anos.

Proteção contra o H1N1

Amostras coletadas antes da pandemia indicam que menos de 10% das crianças e adultos com menos de 70 anos apresentam níveis protetores de anticorpos H1N1, enquanto 77% das pessoas acima de 80 anos apresentam níveis suficientes para a proteção.

No seguimento, após as ondas de infecção e a campanha de vacinação de 2009, os cientistas encontraram uma taxa de proteção de 70% em pessoas abaixo de 20 anos de idade, mas menores taxas de soroproteção em adultos de 20-49 (44%) e 50-79 anos de idade (30%).

Pessoas com idade entre 70-79 anos apresentaram a menor taxa de anticorpos (21%), enquanto aqueles com mais de 80 anos tinham taxas mais elevadas.

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Autismo poderá ser detectado por ressonância magnética

Fonte: Diário da Saúde

Cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, deram um passo importante rumo ao diagnóstico do autismo por meio de um exame de ressonância magnética (MRI).

Quando totalmente desenvolvido e aprovado pelas autoridades de saúde, o nome exame será um avanço importante que poderá ajudar a identificar o problema mais cedo nas crianças e permitir melhores tratamentos e melhores resultados para as pessoas com o transtorno.

Os resultados promissores foram publicados pela equipe do Dr. Jeffrey Anderson, na revista científica Cerebral Cortex

Comunicação entre hemisférios do cérebro

Os cientistas usaram a ressonância magnética para identificar áreas onde os hemisférios esquerdo e direito do cérebro de pessoas com autismo não se comunicam adequadamente um com o outro.

Essas áreas estão em "pontos críticos" associados com funções como coordenação motora, atenção, reconhecimento facial, e no relacionamento social, comportamentos que são anormais no autismo.

A ressonância magnética de pessoas sem o transtorno não mostra os mesmos défices de comunicação entre os hemisférios cerebrais.

"Nós sabemos que os dois hemisférios cerebrais precisam trabalhar juntos para muitas funções cerebrais," diz Anderson. "Usamos a ressonância magnética para checar a intensidade das conexões de um lado para o outro nos pacientes com autismo."

Diagnóstico do autismo

Além de um aumento no tamanho do cérebro nas crianças com autismo, não há grandes diferenças estruturais entre os cérebros de pessoas com autismo e aquelas que não têm o distúrbio, e que possam ser usadas para diagnosticar o autismo por meio de um exame normal de ressonância nuclear magnética.

Há muito tempo se acredita que é possível encontrar diferenças mais profundas estudando-se como as regiões do cérebro se comunicam umas com as outras.

O estudo está utilizando um sistema especial de ressonância que mede as microestruturas da substância branca que liga as regiões do cérebro.

Os resultados colocam a ressonância magnética como uma ferramenta potencial de diagnóstico, permitindo que os pacientes sejam examinados de forma objetiva, rápida, e de forma precoce, quando as intervenções são mais bem-sucedidas.

Nível biológico

Os avanços também mostram o potencial da ressonância magnética para ajudar os cientistas a entender melhor e potencialmente tratar melhor o autismo em todas as idades.

"Nós ainda não sabemos exatamente o que acontece no cérebro no autismo," explica a pediatra Janet Lainhart, que liderou os experimentos. "Este trabalho traz uma peça importante para o quebra-cabeças do autismo. Ele mostra evidências do comprometimento funcional na conectividade cerebral no autismo e dá um passo rumo a uma melhor compreensão desta desordem. Quando você entende o problema em nível biológico, é possível imaginar como o distúrbio se desenvolve, quais são os fatores que o causam, e como podemos mudar isso. "

A pesquisa envolveu cerca de 80 pacientes com autismo com idades entre 10 e 35 anos e levou cerca de um ano e meio para ser concluída. O próximo passo será um estudo de longo prazo, que acompanhará 100 pacientes ao longo do tempo.

22 outubro 2010

Cirurgia da rinite alérgica

Fonte: Boletim Medicina e Saúde

Rinite alérgica é uma inflamação crônica das fossas nasais causada por alergia a diferentes substâncias, sendo as mais comuns os ácaros, mofo, pólen, pelo de cachorro e gato ou barata, entre outras. Os sintomas mais comuns da doença são obstrução nasal, espirros, coceira no nariz e coriza.O tratamento da rinite alérgica pode ser feito evitando a exposição ambiental aos alérgenos (substâncias reconhecidas como “estranhas” por alguns organismos), com a utilização de medicamentos antialérgicos orais ou do tipo spray nasal e por meio de imunoterapia (aplicação de injeções periódicas com extratos de alérgenos para reduzir a sensibilidade às substâncias). A cirurgia é indicada quando não conseguimos uma melhora dos sintomas com o tratamento clínico.

Todo paciente que vai ser submetido a uma cirurgia deve realizar uma avaliação pré-operatória adequada. Além disso, também para as cirurgias nasais, ele deve interromper o uso de medicações que agem na coagulação sanguínea, sempre com a orientação do médico clínico que o assiste. Após ser encaminhado ao centro cirúrgico, é realizada a anestesia propriamente dita, que pode ser local ou geral.
As técnicas consistem na remoção de parte das conchas nasais inferiores, ou cornetos, que são as estruturas internas das cavidades nasais, ou sua cauterização. Isto pode ser realizado com diversos instrumentos cirúrgicos como microdebridadores, laser, aparelhos de radiofreqüência, entre outros, a depender de cada caso. A visibilidade interna do nariz pode ser obtida com o uso de um equipamento de iluminação chamado fotóforo ou por videoendoscopia (mais utilizado atualmente).

Fabrizio Romano, doutor em otorrinolaringologia pela USP, afirma que as diferentes técnicas duram, em média, de 40 a 60 minutos. Muitas vezes podem ser realizados outros procedimentos nasais concomitantemente, como septoplastia (cirurgia corretiva de desvios ou irregularidades do septo nasal) ou exérese de pólipos (procedimento para retirar uma parte ou a totalidade do tecido), que aumentam o tempo cirúrgico.Após quatro dias de repouso relativo o paciente pode retomar suas atividades, com exceção dos exercícios físicos, que ficam suspensos por duas a três semanas. O principal cuidado é evitar o sangramento nasal. Isso se consegue com repouso, dieta sem alimentos quentes e colocação de compressas frias no rosto nos primeiros dias. Não há necessidade de nenhum outro cuidado especial A cirurgia para correção da obstrução nasal traz uma melhora importante na qualidade de vida do paciente, contribuindo para melhorar o seu sono, prática de esportes e demais atividades diárias.

Perda de peso modesta com dieta reduz sintomas de refluxo, diz estudo

Fonte: ACG 2010 Annual Scientific Meeting

A perda de meso com uma dieta pobre em gordura, sódio e proteínas - mesmo que sejam poucos quilos a menos - pode reduzir significativamente os sintomas da doença do refluxo gastroesofágico - caracterizada pelo retorno do alimento ao esôfago após atingir o estômago -, segundo estudo apresentado nesta semana no Encontro Científico do American College of Gastroenterology.

Avaliando 50 pacientes obesos com refluxo - 15 que tomavam medicamentos chamados inibidores de bomba de prótons, para amenizar os sintomas - pesquisadores do Hospital da Flórida, nos Estados Unidos, observaram “melhora notável” nos sintomas da doença com apenas uma semana consumindo a “Dieta do Arroz” - pobre em gordura, sal e proteínas -, havendo, inclusive, a redução da necessidade de uso desses medicamentos.

De acordo com os autores, a média de perda de peso em um mês foi de 8 kg, representando apenas 20% a 25% do necessário para os participantes chegarem ao peso ideal. Entretanto, mesmo com poucos quilos a menos, os participantes apresentaram resultados significativos: com apenas uma semana de dieta e dois quilos a menos, três participantes deixaram de ter episódios noturnos de azia e refluxo, e pararam de usar os medicamentos; e, após um mês, mais cinco pacientes pararam de tomar os remédios e outros cinco reduziram a frequência de uso.

“A maioria (55%) dos pacientes puderam parar o uso de inibidores de bomba de prótons e outros 33% reduziram seu uso após relativamente pouca perda de peso”, ressaltaram os pesquisadores. “A composição pobre em gordura, sódio e proteína da Dieta do Arroz, assim como a cessação dos lanches ricos em gordura tarde da noite podem ser mais importantes na redução dos sintomas de azia e refluxo. E apenas uma modesta perda de peso pode ser necessária para reduzir os sintomas da doença do refluxo gastroesofágico”, concluíram.

Depressão e ansiedade são comuns em pessoas com síndrome do intestino irritável

Fonte: ACG 2010 Annual Scientific Meeting

Até metade das pessoas que sofrem da síndrome do intestino irritável podem apresentar problemas psiquiátricos - incluindo ansiedade, depressão e somatização -, que afetam bastante sua qualidade de vida, segundo especialistas da Universidade de Washington, nos EUA. A síndrome é marcada por dor abdominal com cólica e distensão abdominal por gases, além de intestino preso ou diarreia; e, por si só, já influencia negativamente o bem estar dos pacientes. Segundo os especialistas, associada a problemas de humor, então, a condição tem um impacto ainda maior na qualidade de vida.

“Pacientes com síndrome do intestino irritável são conhecidos por terem prejuízos na qualidade de vida comparáveis ao de indivíduos com outras doenças gastrointestinais crônicas, incluindo doença inflamatória intestinal e doença hepática crônica”, disseram os pesquisadores no Encontro Anual do American College of Gastroenterology. “Em até metade desses pacientes, comorbidade de doenças psiquiátricas pode ser detectada; e essas condições também afetam negativamente a qualidade de vida”, completaram.

Avaliando 279 pessoas que sofriam da síndrome do intestino irritável - a grande maioria era de mulheres -, os pesquisadores observaram que a coexistência de problemas psiquiátricos é comum entre esses pacientes, com mais de 28% apresentando depressão e quase 34% tendo ansiedade. Além disso, um em quatro pacientes apresentou altos níveis de somatização – “tendência a experimentar e comunicar sofrimento somático em resposta a estresse psicossocial e buscar auxílio médico por isso”.

De acordo com os autores, mais da metade dos pacientes apresentaram pelo menos um distúrbio psiquiátrico, e sua qualidade de vida era significativamente menor do que a dos participantes que não apresentavam problemas como depressão, ansiedade e somatização. Além disso, essa pior qualidade de vida associada aos problemas psiquiátricos seria independente da frequência e da severidade dos sintomas intestinais. “Além dos sintomas intestinais, a comorbidade psiquiátrica, particularmente a depressão e a somatização, podem ser alvos terapêuticos igualmente importantes para otimizar o bem estar dos pacientes com síndrome do intestino irritável”, concluíram os autores.

20 outubro 2010

Doenças tropicais negligenciadas afetam ‘silenciosamente’ 1 bilhão de pessoas, diz OMS

Fonte: BBC Brasil

Doenças tropicais geralmente negligenciadas, como o mal de Chagas, a lepra, a dengue e a leishmaniose, ainda afetam cerca de 1 bilhão de pessoas em 149 países do mundo, mas de forma “silenciosa”, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Brasil é apontado no relatório como tendo incidência da maioria das 17 doenças tropicais listadas, que podem causar problemas como cegueira, úlceras e cicatrizes, dor severa, deformidades e danos em órgãos internos e no desenvolvimento físico e mental do paciente.

O relatório afirma, no entanto, que o controle desses males, mais comuns em áreas rurais e em favelas urbanas, é “viável”.

Recomendações

A OMS pede a continuação da ajuda de empresas farmacêuticas no controle das doenças, recomenda que os sistemas públicos de saúde fiquem atentos a mudanças nos padrões das doenças por conta de fatores climáticos e ambientais e sugere a coordenação entre agentes de saúde pública e agentes veterinários – para controlar a incidência de raiva, por exemplo.

O órgão lista “sucessos” no controle de males, como a erradicação da doença conhecida como “verme da Guiné”, não por conta de vacinas, “mas por educação em saúde e por mudanças comportamentais”.

“Essas doenças debilitantes, às vezes horríveis, são muitas vezes aceitas como parte da vida das pessoas pobres”, diz Margareth Chan, diretora-geral da OMS. “Mas estratégias podem quebrar o ciclo da infecção, da deficiência e da perda de oportunidades que mantém as pessoas na pobreza.”

Brasil e América Latina

O Brasil apresenta incidência de males tropicais como dengue, mal de Chagas, raiva, conjuntivite granulosa, leishmaniose, cisticercose, esquistossomose, tênia, hidática policística e “cegueira dos rios".

O relatório diz que o Brasil vivenciou um aumento nos casos de leishmaniose desde 1999. A doença, antes mais comum nas zonas rurais, “agora também aparece em áreas urbanas”, por conta da migração de pessoas do campo às periferias das cidades.

“No Brasil, os cães são o hospedeiro do parasita” da leishmaniose, que provoca, entre outros problemas, febre, fraqueza e anemia.

No caso da dengue, a OMS afirma que a doença ressurgiu na América Latina porque as medidas de controle não foram mantidas após a campanha para erradicar o Aedes aegypti, seu principal vetor, durante os anos 1960 e 70. “Grandes surtos acontecem atualmente a cada três ou cinco anos”, afirma o relatório.

Estudo associa má digestão a problemas de sono e ansiedade

Fonte: ACG 2010 Annual Scientific Meeting

Os distúrbios de sono são muito mais comuns entre as pessoas que apresentam dispepsia funcional - mais conhecida como má digestão -, segundo estudo apresentado nesta semana no Encontro Científico do American College of Gastroenterology. Além disso, segundo pesquisadores da Clínica Mayo, nos EUA, as pessoas que sofrem do problema gastrointestinal apresentam também maiores níveis de ansiedade e depressão do que aquelas sem esse problema.

Avaliando dados de mais de 100 pacientes com dispepsia funcional - a grande maioria eram mulheres - e de 50 pessoas saudáveis, os especialistas observaram que a escala de ansiedade e depressão era maior entre as pessoas que tinham “indigestão”, principalmente quando os sintomas - incluindo desconforto abdominal, saciedade precoce e náuseas - eram mais graves. E o índice de qualidade de sono era similar entre os pacientes com sintomas leves e pacientes com sintomas moderados ou graves, mas muito pior, comparado com o de pessoas que não tinham o problema digestivo.

“Pacientes com dispepsia funcional com sintomas moderados ou severos tiveram maiores escores no índice de severidade de insônia, comparados aos controles saudáveis e a pacientes com sintomas leves”, escreveram os pesquisadores em publicação do evento. “As análises revelaram que a dispepsia funcional seria um significativo fator de risco para distúrbios de sono”, destacaram os especialistas, acrescentando que os pacientes com problemas digestivos teriam mais de três vezes mais chances de terem distúrbios de sono.

Apesar dos resultados pouco animadores para aqueles que sofrem de má digestão, os pesquisadores destacam que o estudo também traz uma esperança para esses pacientes. As análises mostraram que exercícios regulares podem ter um efeito protetor contra problemas de sono e ajudar a melhorar a qualidade de vida desses pacientes. “Exercícios de rotina parecem reduzir a propensão a sofrer de distúrbios de sono”, destacaram os pesquisadores. Entretanto, segundo eles, testes clínicos são necessários para avaliar se uma melhora no sono pode amenizar os sintomas gastrointestinais e se uma melhora na digestão pode ter impacto na qualidade do sono.

19 outubro 2010

Parada Cardiorespiratória

O que fazer caso você presencie uma parada cardíaca?

Divulgadas novas diretrizes mundiais para salvar pessoas com parada cardíaca

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) anunciou na noite desta segunda-feira (18) a publicação das “Novas Diretrizes Mundiais das Emergências de Ressuscitação após Parada Cardíaca”, uma atualização do conhecimento médico sobre como evitar a morte de uma vítima de infarto, com a ajuda da massagem cardíaca e do uso de desfibriladores.

A nova recomendação é que, diante de uma pessoa inconsciente e que não respira, o leigo peça a alguém para telefonar para o 192 e inicie imediatamente a compressão do peito, ou seja, a massagem cardíaca. A compressão deve ser intensa e profunda: a cada uma o peito do paciente deve ser comprimido por pelo menos 5 centímetros (ou, no caso de crianças, 4 centímetros) e devem ser feitas 100 compressões por minuto. Um vídeo de divulgação da American Heart Association ensina que o ritmo é parecido com o da música "Stayin' Alive", do grupo Bee Gees.

A SBC ressalta que a "massagem" recomendada é muito mais intensa e a frequência aumentou. Além disso, o leigo não precisa fazer a respiração boca a boca. Mais importante, segundo as novas diretrizes, é que ele faça as compressões e peça para alguém trazer o mais rápido possível um desfibrilador automático, que hoje existe em locais de grande aglomeração de pessoas, como estádios, aeroportos e shoppings.

“Essas Diretrizes são da maior importância num país como o nosso, em que 315 mil pessoas morrem de doenças cardiovasculares a cada ano”, diz o presidente da SBC, Jorge Ilha Guimarães. Para ele, é possível que metade dessas mortes possam ser evitadas, se o público leigo estiver preparado para fazer a compressão e usar o desfibrilador. A cada minuto de parada cardíaca, o paciente perde 10% da chance de sobreviver.

A redação das novas diretrizes contou com a participação do cardiologista brasileiro Sérgio Timerman, junto com mais de 350 especialistas de 29 países.

Para os médicos, as novas diretrizes também trazem a norma resumida na sigla CAB, isto é, “Compression, Airway e Breath” (compressão, vias respiratórias e respiração). A regra é que primeiro se inicie a compressão, em seguida se garanta a abertura das vias respiratórias e, como consequência, a respiração. Numa segunda etapa, a recomendação é que os profissionais providenciem o resfriamento do organismo para 32 a 34 graus, em até 24 horas, e o cateterismo de urgência.

Catarata pode afetar também as crianças, alertam especialistas

Fonte: ATF Comunicação Empresarial

Apesar de se manifestar comumente a partir dos 50 anos de idade, a catarata não é um problema exclusivo dos adultos. As crianças podem nascer com o cristalino - lente natural do olho - opaca, podendo ter a visão embaçada e as cores esmaecidas ainda na infância, segundo especialistas do Hospital Oftalmológico de Brasília.

Muitas vezes causadas por doenças na gravidez, como a rubéola, o citomegalovirus (CMV) e outras infecções, ou relacionadas a fatores genéticos, a catarata congênita exige tratamento urgente, para evitar a perda parcial ou total da visão. "A estrutura ocular perfeita é desenvolvida até os três meses de idade, e a catarata congênita, se não diagnosticada a tempo, pode prejudicar esse desenvolvimento, impedindo que a criança desenvolva uma visão de boa qualidade ao longo da vida", explica a oftalmopediatra Virgínia Cury.

De acordo com a especialista, a melhor forma de prevenir ou diagnosticar a catarata congênita em tempo de tratar é fazendo o acompanhamento pré-natal e o exame ocular no recém-nascido, pois a doença pode ser diagnosticada já nos primeiros momentos de vida, no exame do olhinho, obrigatório por lei em todas as maternidades brasileiras.

"Muitas vezes, a própria mãe percebe que há algo de anormal com o olho de seu filho durante o cuidado cotidiano. Já tive casos em que mães chegavam ao consultório afirmando que perceberam uma diferença na coloração da pupila da criança, quase imperceptível a olho nu", destaca a oftalmopediatra. "É importante que a mãe vá a todas as consultas e faça todos os exames exigidos no pré-natal para que se consiga prever alguma irregularidade no desenvolvimento da criança e para que, ao nascer, possam ser tomadas as devidas providências, evitando a perda da visão do bebê", acrescenta.

Catarata Infantil

A catarata também pode acometer crianças na média infância. Fatores como heranças genéticas, traumas oculares, inflamações dentro do olho (uveítes) e o uso inapropriado de medicamentos corticoides podem desenvolver a opacidade no cristalino.

A especialista ressalta que, apesar de silenciosa, a catarata infantil tem sintomas que podem ser percebidos tanto pela criança quanto pelos pais ou professores. "O paciente apresenta baixa visão, embaçamento, dificuldade para enxergar. A criança também pode apresentar dificuldade para reconhecer pessoas perto ou para ver televisão. Há situações em que pais descobrem que há algo errado com os olhos dos filhos ao tirar fotos e perceberem um reflexo branco na imagem. Em todos os casos, é importante trazer imediatamente a criança para uma avaliação médica", conclui a médica.

Caminhada pode ajudar a prevenir problemas de memória, sugere estudo

Fonte: Neurology

Caminhar pelo menos 9 km por semana pode ajudar a prevenir a perda de volume cerebral e, consequentemente, a preservar a memória dos efeitos do envelhecimento, segundo recente estudo da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Avaliando 300 pessoas idosas inicialmente livres de demência, os pesquisadores notaram que aqueles que andavam entre nove e 14 km por semana apresentavam, após nove anos de acompanhamento, maior volume cerebral do que aqueles que não caminhavam tanto.

As análises dos exames de imagem do cérebro dos participantes mostraram que aqueles que caminhavam cerca de 72 quarteirões grandes (entre nove e 14 km) por semana apresentavam, nove anos depois, significativamente, maiores volumes de “massa cinzenta” em diversas regiões do cérebro, incluindo nas áreas frontal e occipital, no córtex entorinal e, principalmente, no hipocampo - área intimamente associada à memória. Entretanto, caminhar mais do que 15 km por semana pareceu não ter benefícios adicionais na prevenção de problemas cognitivos.

“O tamanho do cérebro diminui na vida adulta tardia, o que pode causar problemas de memória”, escreveu o pesquisador Kirk Erickson em artigo publicado neste mês na revista científica Neurology. “Nossos resultados deveriam encorajar testes bem desenhados de exercícios físicos em adultos mais velhos como uma abordagem promissora para prevenir demência e doença de Alzheimer”, completou o especialista.

17 outubro 2010

Doença de Crohn

INTRODUÇÃO
A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal de origem não conhecida e caracterizada pelo acometimento focal, assimétrico e transmural de qualquer parte do tubo digestivo, da boca ao ânus. Apresenta-se sob três formas principais: inflamatória, fistulosa e fibroestenosante. Suas manifestações clínicas mais comuns são dor abdominal e diarréia, formação de fístulas e sintomas obstrutivos intestinais. Os segmentos do tubo digestivo mais freqüentemente acometidas são o íleo, o cólon e a região perianal. Além das manifestações no sistema digestório, a doença de Crohn pode ter manifestações extra-intestinais, sendo as mais freqüentes as oftalmológicas, as dermatológicas e as reumatológicas. A prevalência e a incidência em países desenvolvidos situa-se em torno de 5:100.000 e 50:100.000 respectivamente. Sabe-se que no Brasil a incidência da doença vem aumentando.
Ela inicia-se mais freqüentemente na segunda e terceira décadas de vida, mas pode afetar qualquer faixa etária. Não é clínica ou cirurgicamente curável e sua história natural é marcada por agudizações e remissões. A diferenciação entre doença ativa e período de remissão pode ser feita com base no índice de atividade da doença de Crohn (IADC) apresentado na Tabela 1, que, por ter sido rigorosamente desenvolvido e validado, é o padrão áureo para a caracterização dos estágios da doença de Crohn.
Devido à multiplicidade de apresentações e semelhança com outras patologias, seu diagnóstico é difícil. É feito pela análise conjunta de dados endoscópicos, histológicos e radiológicos, mostrando acometimento focal, assimétrico, transmural ou granulomatoso. A seqüência dos procedimentos diagnósticos é estabelecida pela apresentação clínica. Nos exames radiológicos os achados mais característicos são o acometimento do intestino delgado
e a demonstração de fístulas. A endoscopia mostra tipicamente lesões ulceradas, entremeadas de áreas com mucosa normal, acometimento focal, assimétrico e descontínuo, podendo também ser útil para a coleta de material para análise histopatológica. A análise histológica pode indicar acometimento transmural (quando da análise de ressecções cirúrgicas), padrão segmentar e presença de granulomas não caseosos, que, apesar de serem considerados patognomônicos, estão presente em menos de 50% dos casos em amostras cirúrgicas.

CLASSIFICAÇÃO CID 10
• K50.– Doença de Crohn [enterite regional]
• K50.0 Doença de Crohn do intestino delgado
• K50.1 Doença de Crohn do intestino grosso
• K50.8 Outra forma de doença de Crohn
• K50.9 Doença de Crohn de localização não especificada

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Serão incluídos pacientes com doença de Crohn em uma das situações abaixo:
a) doença intestinal ativa, ou seja, IADC > 150;
b) remissão clínica, ou seja, IADC <>
c) remissão cirúrgica (pacientes submetidos a ressecções intestinais com retirada completa de todos segmentos com acometimento macroscópico);
d) pacientes com fístulas enterocutâneas, perianais ou abdominais.



CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Não deverão ser incluídos no Protocolo de tratamento os pacientes nas situações abaixo:
a) menos de 12 anos;
b) contra-indicação à utilização dos medicamentos presentes neste protocolo;
c) disconcordância dos termos do Consentimento Informado.

TRATAMENTO E ESQUEMA DE ADMINISTRAÇÃO
O tratamento da doença de Crohn é definido segundo sua localização, grau de atividade e complicações.
As opções são individualizadas de acordo com a resposta sintomática e a tolerância ao tratamento.
Definir o grau de atividade é complicado devido à multiplicidade de sintomas possíveis e à freqüente coexistência de sintomas de intestino irritável em um mesmo paciente. Índices endoscópicos de atividade também não se mostraram úteis por não terem boa correlação com sintomas. O IADC também pode ser utilizado para classificar os pacientes de acordo com a intensidade de atividade inflamatória, conforme o esquema a seguir:
• em remissão: pacientes com IADC abaixo de 150.
• doença leve a moderada: IADC entre 150-219.
• doença moderada a grave: IADC entre 220-450.
• doença grave a fulminante: IADC acima de 450.

Tratamento da doença de Crohn com atividade inflamatória intestinal leve a moderada
Ensaios clínicos publicados nas décadas de 70 e 80 mostraram a eficácia da sulfasalazina (3 g por dia ou 1 g/15kg/dia) e de corticosteróides no tratamento da fase aguda. A sulfasalazina não foi melhor que o placebo no tratamento de doença no intestino delgado e de maneira geral, foi menos eficaz que os corticóides.
Conduta recomendada: tendo em vista o perfil de efeitos adversos pior dos corticóides, recomendasse iniciar o tratamento da doença leve a moderada colônica ou ileocolônica com sulfasalazina 3-6 g/dia (sulfasalazina 500 mg por dia via oral, elevando-se a dose, gradualmente, conforme a tolerância do paciente) e da doença ileal com mesalazina 4 g/dia. Alternativamente, pode-se usar ciprofloxacina 1g/dia ou metronidazol 800-1000 mg/dia. Os pacientes que não obtiverem reposta clínica após 6 semanas devem ser tratados com uma medicação dentre as três alternativas propostas (aminossalicilatos, ciprofloxacina ou metronidazol) ou como tendo doença moderada a grave, de acordo com seu estado clínico.


Tratamento da doença de Crohn com atividade inflamatória intestinal moderada a grave
A eficácia dos corticóides ficou estabelecida através de dois ensaios clínicos randomizados, em que prednisona (0,25-0,75 mg/kg/dia) e metilprednisolona (48 mg/dia) foram utilizadas em pacientes com doença ativa. Nenhum estudo apropriado foi realizado para avaliação da melhor dose a ser empregada nessa situação. Não há benefício em associar aminossalicilatos ao esquema com corticóide. Após a melhora dos sintomas (usualmente 7 a 28 dias depois), a dose é reduzida lentamente, para evitar recaídas e proporcionar o retorno gradual da função da glândula adrenal. Mais de 50% dos pacientes vão ficar dependentes de corticóide, não se conseguindo diminuir a dose sem que haja recidiva dos sintomas.
Conduta recomendada: pacientes com doença moderada a grave devem ser tratados com prednisona na dose de 40-60 mg/dia. Após melhora clínica, a dose deve ser reduzida 5 a 10 mg por semana até a dose de 20 mg por dia, e, após, reduzida 2,5 a 5 mg por semana até a retirada completa. Pacientes dependentes de corticóide devem iniciar azatioprina (2-2,5 mg/kg/dia) ou 6-mercaptopurina (1-1,5 mg/kg/dia), sendo, após, retirada a prednisona segundo a sintomatologia.
Pacientes que não toleram azatioprina/6-mercaptopurina podem iniciar com metotrexate na dose de 25 mg por semana, por via intramuscular, até a remissão dos sintomas. Pacientes com infecções ou abscessos devem receber antibioticoterapia apropriada ou drenagem cirúrgica ou percutânea.
Pacientes com doença grave (IADC > 300) e refratários às outras formas de terapia devem ser avaliados para ser considerado o uso de infliximab (5 mg/kg IV em dose única). Este tratamento poderá ser repetido, nos pacientes respondedores, se houver nova agudização. Os intervalos entre as administrações de infliximab não devem ser inferiores a oito semanas. Para os não respondedores ou com contra-indicação ao infliximab, assim como alternativa de manutenção após o uso de infliximab, pode-se utilizar talidomida 50-200 mg por dia.

Tratamento da doença de Crohn com atividade inflamatória intestinal grave a
fulminante

Corticóide parenteral deve ser usado nessa situação, embora não haja estudos definindo a dose mais apropriada. O American College of Gastroenterology recomenda corticóide intravenoso em dose equivalente a 40-60 mg de prednisona. Pacientes que não responderem ao corticóide intravenoso podem responder a ciclosporina parenteral, segundo resultado de estudo não controlado. Não existe benefício do uso de ciclosporina a longo prazo, contudo um estudo não controlado mostra benefício do uso de azatioprina como manutenção da remissão induzida por ciclosporina, sugerindo que a ciclosporina possa ser uma “ponte” para o emprego de azatioprina nessa situação.
Conduta recomendada: esses pacientes devem ser preferencialmente tratados em hospitais terciários. Devem receber terapia de suporte com reidratação, transfusões e suporte nutricional se clinicamente indicado. Pacientes com infecções ou abscessos devem receber antibioticoterapia apropriada ou drenagem cirúrgica ou percutânea. A avaliação cirúrgica deve ser solicitada se houver suspeita de obstrução. Inicia-se com 100 mg hidrocortisona IV, de 8 em 8 h, se não houver contra-indicação. Após a melhora clínica e a retomada da via oral, pode-se trocar o corticóide parenteral por 40-60 mg de prednisona VO, sendo, após, tratados da mesma forma que os pacientes com doença moderada a grave. Pacientes que não responderem ao corticóide parenteral podem ser tratados com ciclosporina IV (início 4 mg/kg IV, após titulado pelo nível sérico). Devido à toxicidade, interações medicamentosas, infecções oportunistas e dificuldade de acerto na dose, é fortemente aconselhável que a ciclosporina seja empregada apenas em centros com experiência no seu uso. Pacientes que não melhorarem devem ser avaliados por uma equipe cirúrgica.
Pode-se avaliar a necessidade do uso de infliximab (5 mg/kg IV em dose única) em casos de falha ao corticóide. Este tratamento poderá ser repetido, nos pacientes respondedores, se houver nova agudização. Os intervalos entre as administrações de infliximab não devem ser inferiores a oito semanas. Como alternativa de manutenção após o uso de infliximab, pode-se utilizar talidomida na dose de 50-200 mg por dia.

Tratamento da doença de Crohn em remissão após tratamento clínico
Conduta recomendada: a critério clínico, pode-se iniciar azatioprina (2-2,5 mg/kg/dia) ou 6-mercaptopurina (1-1,5 mg/kg/dia) para a prevenção de recorrências. Para pacientes dependentes de corticóide, devese esperar pelo menos 3 meses de uso de azatioprina/6-mercaptopurina para o início na redução na dosagem do corticóide, que, de qualquer forma, deve ser lenta. Pacientes em remissão induzida por metotrexate podem usar um período adicional do medicamento 15 mg/kg/semana IM.

Tratamento da doença de Crohn em remissão após tratamento cirúrgico
Conduta recomendada: pacientes com doença colônica ou ileocolônica que forem submetidos a ressecção cirúrgica devem receber sulfasalazina (3 g/dia) por 2 anos. Caso haja intolerância ao medicamento (reações alérgicas, discrasias sangüíneas, hepatite, pancreatite, dor abdominal de forte intensidade ou algum outro efeito adverso grave) ou a doença se localizar apenas no jejuno ou no íleo, podem receber mesalazina (2,4-3 g /dia) por 2 anos. Alternativamente podem receber metronidazol (20 mg/kg/dia) durante 3 meses após a cirurgia. Pacientes com ressecções múltiplas ou doença grave devem receber azatioprina (2-2,5 mg/kg/dia) ou 6-mercaptopurina (1-1,5 mg/kg/dia).

Tratamento da doença de Crohn complicada por fístulas
Muitos casos de fístulas internas assintomáticas não requerem terapia. Corticóides e aminossalicilatos não têm efeito benéfico nessa situação. Complicações supurativas requerem drenagem cirúrgica.
Conduta recomendada: Pacientes com fístulas devem ter avaliação cirúrgica. Se o tratamento clínico for escolhido, são opções para o tratamento de fístulas perianais o metronidazol (20 mg/kg VO) e azatioprina (2-2,5 mg/kg/dia VO) ou 6-mercaptopurina (1-1,5 mg/kg/dia VO). O tempo de uso não está definido, mas as evidências disponíveis são de que o uso continuado é necessário para a manutenção do benefício. Deve-se ter cuidado com os efeitos adversos do metronidazol e da azatioprina/6-mercaptopurina quando utilizados continuamente. Pacientes que não tiverem resposta devem ser reavaliados por uma equipe cirúrgica. Se a escolha pelo tratamento clínico for mantida, pode-se optar, em locais com experiência no seu uso, pela administração de ciclosporina, devendo-se afastar previamente complicações supurativas. O infliximab não está indicado nesta condição clínica.

APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS
• Sulfasalazina: comprimidos de 500 e 800 mg
• Mesalazina: comprimidos de 400, 500 e 800 mg
• Metronidazol: comprimidos de 250 e 400 mg; suspensão pediátrica com 40 mg/ml
• Ciprofloxacina: comprimidos de 100, 200, 250, 500 e 750 mg
• Hidrocortisona: frasco-ampola de 100, 300, 500 e 1000 mg
• Prednisona: comprimidos de 5, 20 e 50 mg
• Azatioprina: comprimidos de 50 mg
• 6-mercaptopurina: comprimidos de 50 mg
• Metotrexate: frasco-ampola com 25, 50 e 500 mg
• Ciclosporina: cápsulas de 10, 25, 50 e 100 mg; solução oral com 100 mg/ml; ampolas com 50 e 250 mg
• Infliximab: frasco-ampola com 100 mg
• Talidomida: comprimidos de 100 mg

EVOLUÇÃO E ACOMPANHAMENTO
Não há indicação do acompanhamento da atividade da doença por métodos endoscópicos, pois a melhora endoscópica não é o objetivo primário do tratamento. A cada seis meses, o IADC deve ser reavaliado e encaminhado ao Gestor Estadual, assim como sempre que uma medicação estiver sendo iniciada, reiniciada ou sua dose estiver sendo alterada.
Antes do início da sulfasalazina, devem-se realizar hemograma, testes hepáticos, creatinina e exame qualitativo de urina (EQU). Estes exames devem ser repetidos a cada duas semanas nos primeiros três meses, mensalmente no segundo e terceiro meses e, após, trimestralmente ou quando clinicamente indicado.
Durante o uso de mesalazina recomendam-se dosagens antes do tratamento e, após, periodicamente, de uréia, creatinina e exame qualitativo de urina, pois pacientes com insuficiência renal têm maiores chances de desenvolver nefrite intersticial e síndrome nefrótica. Valores de ALT, AST, bilirrubinas e fosfatase alcalina podem elevar-se durante o tratamento, mas usualmente normalizam mesmo com a continuidade do tratamento. A incidência de hepatite é rara.
Não existe esquema de monitorização laboratorial para a ciprofloxacina e para o metronidazol.
A ciprofloxacina altera os testes hepáticos em cerca de 2% dos casos, em 1% altera a creatinina e a uréia e em 0,5% causa alterações hematológicas. Os pacientes em uso de metronidazol não devem consumir álcool até três dias após a interrupção do medicamento. A terapia prolongada com metronidazol pode ocasionar o desenvolvimento de neuropatia periférica, que se presente indica a suspensão imediata do medicamento. Deve-se realizar exame físico periódico para detectar anormalidades sugestivas de neuropatia.
O metotrexate é abortivo e teratogênico, sendo que todas as mulheres em idade fértil e homens devem estar realizando anticoncepção segura antes e até 6 meses após o tratamento. Recomendam-se hemograma, contagem de plaquetas e níveis séricos de ALT, AST, DHL, bilirrubina, creatinina e uréia antes do início da terapia, semanalmente no primeiro mês e, após, a cada dois meses durante seu uso, ou conforme necessidade clínica. O risco de fibrose hepática induzida pelo metotrexate é dependente da indicação de tratamento, sendo maior na psoríase do que na artrite reumatóide. Na doença inflamatória intestinal existem poucos dados, e pode-se considerar biópsia hepática nos pacientes que utilizarem dose cumulativa acima de 1.500 mg. A administração concomitante de ácido fólico reduz a incidência de citopenias, estomatites e outros sintomas digestivos sem comprometer a eficácia. Os pacientes em uso de metotrexate devem evitar o consumo de álcool, exposição solar excessiva e uso de drogas anti-inflamatórias não hormonais.

BENEFÍCIOS ESPERADOS COM O TRATAMENTO
• Em pacientes com doença ativa, o benefício esperado é a remissão dos sintomas, definida como IADC abaixo de 150, e a manutenção deste estado por pelo menos 6 meses.
• Em pacientes em remissão, o objetivo é a prevenção de recorrências, definidas como IADC acima de 150 e aumento do IADC de pelo menos 70 pontos. Espera-se que as drogas em uso sejam capazes de manter a remissão por pelo menos 6 meses para serem consideradas efetivas.
• Em pacientes com fístulas, o objetivo primário é o fechamento de todas elas (ausência de drenagem, com compressão leve do trajeto fistuloso, durante um mês) e a manutenção deste estado sem o surgimento de novas fístulas por pelo menos 6 meses.

Retirado de: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapeuticas - Doença de Gaucher
Artigo na íntegra?:
http://migre.me/1BpX7

Estresse da mãe pode piorar sintomas de asma das crianças, diz estudo

Fonte: BioPsychoSocial Medicine

Além de o estresse atrapalhar a saúde e qualidade de vida da mulher, ele pode acabar afetando também a saúde das pessoas mais próximas, principalmente dos filhos pequenos. Segundo recente estudo japonês publicado na edição de outubro da revista BioPsychoSocial Medicine, o estresse materno e seu comportamento podem piorar os sintomas de asma das crianças.

Acompanhando, por um ano, 223 mães, os pesquisadores observaram que aquelas que estavam, frequentemente, nervosas ou irritadas e aquelas que não expressavam as suas emoções em situações estressantes pareciam piorar os sintomas de asma de seus filhos, especialmente quando a criança era mais nova. De acordo com os pesquisadores, interferência demais da mãe para proteção do filho estaria associada com a piora dos sintomas de asma em crianças com sete anos ou mais. E, para os menores, o que mais afetaria a severidade da asma seria irritação e raiva crônica da mãe.

“Diferentes tipos de comportamentos dos pais para enfrentamento do estresse e os estilos de cuidar dos filhos podem, de forma diferente, predizer o status asmático das crianças, e tais associações podem mudar com o crescimento das crianças”, destacaram os autores. “O estresse materno - ou seu bem estar - pode ser verbalmente ou não-verbalmente transmitido para a criança, e afeta o status asmático da criança por mecanismos psicofisiológicos, como pela imunorreatividade a alérgenos ou uma vulnerabilidade a infecções aéreas”, acrescentou o pesquisador Jun Nagano, que coordenou o estudo.

Azeite de oliva pode ajudar no combate à obesidade, aponta pesquisa

Fonte: BBN Brasil

Enquanto dietas ricas em gorduras saturadas são associadas à obesidade, outro tipo de gordura - conhecido por ácidos graxos monoinsaturados -, encontrado no azeite de oliva, é capaz de trazer sensação de saciedade, evitando comer mais do que o necessário, o que ajuda a combater o excesso de peso, segundo recente estudo da Universidade de Campinas (Unicamp).

De acordo com os pesquisadores, a ingestão excessiva de gorduras saturadas promove lesão de uma região do cérebro chamada hipotálamo, responsável pelo controle da fome e do gasto energético. Sendo assim, as pessoas expostas a essa dieta passam a consumir mais calorias do que gastam, tornando-se obesas. Por outro lado, a gordura presente no azeite pode impedir essa inflamação, além de aumentar a produção do hormônio GLP1 no intestino, promovendo a saciedade e ajudando a evitar a obesidade.

Além de ser usado contra a obesidade, o azeite também tem ação antioxidante - que ajuda a retardar o envelhecimento da pele -, reduz o colesterol e previne doenças cardiovasculares. Outros alimentos que também possuem os bons ácidos graxos são o óleo de canola, óleo de amendoim, amendoins, nozes, amêndoas e abacate.

As nutricionistas Thaís Souza e Natália Lautherbach, que não participaram da pesquisa, destacam que o ideal é consumir em torno de 15 ml a 30 ml por dia de azeite de oliva, que pode ser acrescido em saladas ou no prato já servido. Elas lembram que o azeite não deve ser aquecido, pois isso faz com que a boa gordura se transforme em saturada, o que não é bom para o organismo. Outra recomendação importante é que é preciso aliar o uso do azeite de oliva com um estilo de vida saudável e atividades físicas.

Paciente recebe primeiro stent biodegradável na Grã-Bretanha

Fonte: BBC Brasil

Um morador de Leicester foi o primeiro paciente cardíaco da Grã-Bretanha a receber um stent biodegradável para tratar o entupimento em suas veias.

Shabir Makda, de 52 anos de idade, foi o primeiro paciente a se submeter à cirurgia para aplicação do novo dispositivo.

A cada ano, cerca de 85 mil pacientes têm um stent – uma espécie de tela metálica - inserido em suas artérias entupidas.

Esses dispositivos mantêm as artérias abertas e liberam medicamentos para evitar novos entupimentos.

O novo stent – feito à base de amido de milho – tem o mesmo papel, mas eventualmente se dissolve cerca de dois anos depois de a artéria ter sido reparada.

Os stents de metal, em comparação, permanecem nas artérias a menos que sejam removidos cirurgicamente.

O uso de stents para tratar entupimentos arteriais é hoje um procedimento muito mais comum para tratar angina do que a cirurgia de ponte safena.

Os stents normalmente são inseridos na artéria depois de uma angioplastia, uma cirurgia para desobstrução de veias ou artérias.

Primeiro paciente da Grã-Bretanha

Depois de cerca de um ano, quando a artéria já está reparada, o stent começa a se dissolver, se transformando em dióxido de carbono e água.

O procedimento foi realizado pelo cardiologista Tony Gershlick, do Glenfield Hospital, em Leicester. Ele disse que a operação foi um sucesso e que representava "uma evolução animadora”.

“Por enquanto os testes clínicos ainda estão em andamento, mas acredito que, no futuro, poderemos ver este como um momento chave no modo como tratamos pacientes de doenças coronárias.”

O paciente, Shabir Makda, é motorista de ônibus em Leicester. Ele sofria de dores no peito regularmente quando trabalhava e espera que isso agora seja coisa do passado.

“É excitante ser o primeiro paciente a receber este stent.”

“Quero voltar logo ao trabalho em duas semanas. Planejo levar uma vida mais saudável e começar a correr.”

Testes promissores

O stent biodegradável é fabricado pela empresa Abbott e está sendo testado em vários países europeus, além da Austrália e Nova Zelândia.

A fabricante afirma que, até agora, os resultados dos testes do produto chamado ABSORB são bastante promissores.

Em um projeto de pesquisa anterior, alguns pacientes britânicos receberam stents de magnésio, que também se dissolvem com o tempo.

O stent biodegradável de amido também libera medicamentos para evitar que a artéria se estreite – um dos problemas associados à colocação de stents.

A British Heart Foundation (Fundação Cardíaca Britânica, em tradução livre), afirmou que são necessários pelo menos cinco anos de testes clínicos antes que se possa dizer se os stents biodegradáveis oferecem alguma vantagem sobre os stents de metal.

Peter Weissberg, cardiologista e diretor médico da BHF, descreveu a chegada dos stents biodegradáveis como “um movimento apropriado na direção certa”.

Mas ele afirmou que os novos stents certamente serão mais caros do que os convencionais, e isso levantaria questões sobre se os benefícios compensam o custo extra.

Inca recomenda sete ações para reduzir número de mortes por câncer de mama

Fonte: Agência Brasil

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou na última sexta-feira (15) sete recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no país. Apesar dos avanços científicos e da expansão da rede de saúde, a doença atinge 49,2 mil brasileiras por ano, causando 11 mil mortes anuais.

O diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini, alertou que, além de seguir as recomendações do instituto, a principal atitude da mulher para combater a doença ainda é a consulta médica regular e precoce, desde o início da adolescência.

“Desde quando a mulher entra na puberdade, é fundamental que ela tome consciência de seu próprio corpo. Está comprovado, cientificamente, que quanto mais cedo é feito o diagnóstico, melhor a chance de cura, maior o tempo de sobrevida e melhor a qualidade de vida.”

Santini ressaltou a necessidade de os médicos qualificarem o atendimento, realizando sempre ações que promovam a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, independentemente do tipo de consulta prestada.

Para ele, o Brasil é bem servido por mamógrafos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país tem 3,4 mil amógrafos, o que significa um aparelho para cada 55,8 mil habitantes. Ainda assim, o total de aparelhos é inferior ao número de municípios brasileiros, que é de 5.565, o que significa que ainda há muitas cidades que não oferecem o serviço às mulheres.

De acordo com o Inca, os maiores índices de mortalidade por câncer de mama no país são registrados nos estados do Rio de Janeiro, 16,80 por 100 mil habitantes e do Rio Grande do Sul, 15,54 por 100 mil, no Distrito Federal, 15,40 por 100 mil, e no estado de São Paulo, 14,65 por 100 mil. A explicação para os maiores índices justamente nos estados mais desenvolvidos é que a doença aumenta segundo o avanço da idade da população, que viveria mais nesses estados.

O Inca recomenda que toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama; fique alerta para os primeiros sinais e sintomas da doença e procure avaliação médica; que as que apresentarem nódulo palpável na mama e outras alterações suspeitas recebam diagnóstico no prazo máximo de 60 dias eque as que tenham idade entre 50 e 69 anos façam mamografia a cada dois anos.

Além disso, o Inca recomenda que todo serviço de mamografia participe de programa de qualidade e que a qualificação, quando obtida, seja exibida em local visível; que toda mulher saiba que o controle do peso corporal e da ingestão de álcool, além [do incentivo] da amamentação e da prática de atividades físicas são formas de prevenir o câncer de mama e que a terapia de reposição hormonal, quando indicada na pós-menopausa, seja feita sob rigoroso acompanhamento médico, pois aumenta o risco da doença.

As recomendações do Inca fazem parte da campanha mundial conhecida como Outubro Rosa, que é realizada em vários países, a fim de alertar as mulheres para a necessidade de prevenção e diagnóstico do câncer de mama.

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16 outubro 2010

Brasil produzirá novo medicamento com base biotecnológica

Fonte: Portal da Saúde - Ministério da Saúde

Acordo de R$ 1,25 bilhão transfere tecnologia entre multinacional americana e laboratório do Ministério da Saúde. Economia para o país será de R$ 70 milhões

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou, um acordo de R$ 1,25 bilhão para a transferência de tecnologia em biotecnologia entre a multinacional americana Pfizer, a israelense Protalix e o Ministério da Saúde, por meio do laboratório público Biomanguinhos. Em cinco anos, o medicamento para o tratamento da doença de Gaucher, taliglucerase alfa, passará a ser produzido pelo laboratório brasileiro. O valor representa o total de compras para o tratamento dos pacientes atendidos pelo SUS (R$ 250 milhões por ano). O acordo, portanto, garante a aquisição do produto, a transferência de tecnologia e deve gerar uma economia de R$ 70 milhões aos cofres públicos no período. A Pfizer detém os direitos comerciais do produto em todo o mundo, exceto em Israel.

Temporão está nos Estados Unidos, onde comanda uma missão empresarial para incentivar investimentos e parcerias do setor produtivo dos EUA com o complexo industrial da saúde do Brasil. “O mais importante dessa parceria é tipo de conhecimento embutido. O medicamento, taliglucerase alfa, é uma enzima, ou seja, produzido por um processo biológico. A partir do domínio dessa plataforma de produção, o Brasil se capacita a produzir outros produtos do gênero”, afirma o ministro.

Um dos principais problemas que o país vivencia hoje, explica o ministro, é a dependência de tecnologia e conhecimento na produção de insumos para a saúde. Ele explica que, nos últimos anos, metade dos registros dos medicamentos inovadores tinha a biotecnologia como base tecnológica. Desta forma, entende-se que a área aponta para a nova trajetória do setor e a principal aposta deste mercado.

A produção do medicamento em território brasileiro é estratégica para o tratamento dos pacientes diagnosticados com a doença de Gaucher. Até agosto, o único medicamento com registro no Brasil e que poderia ser comprado pelo governo federal para atender a esses pacientes era a imiglucerase. Contudo, o remédio está em falta em todo o mundo desde que o único produtor mundial (a Genzyme) comunicou, em julho de 2009, a suspensão temporária da fabricação do remédio depois de contaminação de seus equipamentos por um vírus. Para isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização antecipada de compra e distribuição da taliglucerase alfa antecipadamente. A expectativa é que o registro final deve ocorrer em fevereiro, assim como em países como os Estados Unidos.

“Ao longo dos cinco anos de vigência do acordo, o Ministério da Saúde economizará R$ 70 milhões. Estamos utilizando o poder de compra do governo federal para garantir a assistência aos pacientes, para capacitar o país em tecnologia e para gerar economia aos cofres públicos”, afirmou Reinaldo Guimarães, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. Segundo ele, outras negociações estão em curso com empresas americanas. Com a MSD (Merck & CO.), por exemplo, está sendo negociado a transferência de tecnologia do medicamento Raltegravir, que foi introduzido no coquetel contra aids oferecido pelo SUS, em 2009. O acordo se aproxima dos R$ 250 milhões por ano. O medicamento tem patente válida até 2019, e o processo de transferência de tecnologia deve terminar quatro anos antes, sendo, portanto, uma importante contribuição para garantir a sustentabilidade do programa DST/Aids do Brasil.

Outras três parcerias público-privadas foram anunciadas nesta terça-feira. Trata-se de medicamentos para esclerose múltipla (BetaInterferona 1ª, parceria entre Ache – Biosintética e Biomanguinhos), antiasmático (Formoterol + Budesonida, parceira entre Chemo e Farmanguinhos) e imunosupressor (Sirolimo, parceria entre a Libbs e Farmanguinhos). Todas somam R$ 350 milhões. O Ministério da Saúde articulou desde 2009 um total de 20 acordos de transferência de tecnologia, para 25 produtos, envolvendo nove laboratórios públicos e 17 privados (sete estrangeiros e dez nacionais). Além de incentivar a produção nacional, representam uma economia de R$ 250 milhões.

MISSÃO OFICIAL – O anúncio da parceria é parte da Missão Oficial de Cooperação Bilateral e Empresarial Brasil – Estados Unidos na Área de Saúde, comandada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, como parte dos esforços empreendidos pelo governo brasileiro para fortalecer a indústria de saúde no País.

Desde 2008, essa é a quarta missão empresarial liderada pelo ministro Temporão, que já esteve na Índia, no Reino Unido e na China. Os países que estão entre os maiores produtores de medicamentos e insumos para a saúde.

No dia 24 do ultimo mês, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sua correlata nos Estados Unidos - FDA (Food and Drug Administration) firmaram, na capital americana, um acordo de confidencialidade para a troca de informações. Na prática, a medida contribuirá, por exemplo, para agilizar o registro de medicamentos, diminuir a necessidade de inspeções e acelerar a avaliação sobre retirada de produtos do mercado.

DOENÇA DE GAUCHER? Leia o artigo publicado em nosso blog: http://migre.me/1AI22