28 novembro 2010

Coquetel de baixo custo pode prevenir Alzheimer na velhice

Fonte: AFP

Remédio combinaria droga contra diabetes e substância encontrada no vinho

Ao custo de centavos por dia, é possível manter o cérebro saudável na velhice, prevenir o Alzheimer ou parar o desenvolvimento da demência, acreditam médicos britânicos. A aposta dos pesquisadores está depositada em um coquetel de baixo custo que mistura uma droga usada no tratamento do diabetes e o “ingrediente mágico” do vinho tinto. O estudo foi publicado na última edição da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

A fórmula, criada por pesquisadores da Universidade Dundee, na Escócia, se apoia em duas substâncias já consagradas no meio médico. A metformina conquistou sua fama combatendo os níveis de açúcar no sangue de pacientes de diabetes e obesidade. Pesquisas recentes chegam a sugerir que ela tenha até mesmo o poder de prolongar a vida.

Já o resveratrol, encontrado em alguns tipos de uva, é conhecido por ser o “ingrediente secreto” dos vinhos tintos. Ele é capaz de afastar uma variedade de males, do envelhecimento ao câncer.

Para o desenvolvimento da droga, os pesquisadores demonstraram que a metformina impede a formação de emaranhados tóxicos de uma proteína chamada tau. Quando uma pessoa tem Alzheimer, esses emaranhados obstruem o cérebro, levando à destruição das células de memória.

“Esses emaranhados são nós físicos e químicos de proteína que foram observados no cérebro dos pacientes de Alzheimer”, explica Susann Schweiger, co-autora do estudo. “Ainda não se sabe se o dano às células cerebrais resulta de uma perturbação física da forma da célula ou de interferência química com as funções celulares. A única coisa que sabemos é que há uma intromissão nociva”, complementa.

Intromissão que tanto a metformina quanto o resveratrol têm o poder de impedir. Segundo os pesquisadores, se tomadas juntas, as duas substâncias poderiam controlar o Alzheimer.

Alzheimer — A doença progressiva provoca a perda da memória e suas causas exatas ainda são desconhecidas. Ela acomete principalmente os idosos e não existe, até hoje, uma cura comprovada. O tratamento desenvolvido em Dundee poderia beneficiar cerca de 800.000 vítimas da doença no Reino Unido e pelo menos um milhão e duzentas mil no Brasil.

Tecnologia de luz elimina superbactérias de hospitais

Fonte: Diário da Saúde

Luz contra bactérias

Cientistas escoceses desenvolveram um sistema inédito de iluminação que capaz de matar as superbactérias resistentes a antibióticos que infestam vários hospitais ao redor do mundo.

A tecnologia óptica descontamina o ar e as superfícies banhando-as com luz visível de um estreito espectro de comprimentos de ondas, conhecido como luz HINS.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Strathclyde, o sistema de iluminação consegue eliminar até mesmo as temidas superbactérias MRSA e C.diff.

Letal para bactérias

Os ensaios clínicos, realizados no hospital Glasgow Royal Infirmary, comprovaram que o sistema de descontaminação ambiental baseado na luz HINS alcança uma redução nas bactérias do ambiente hospitalar significativamente maior do que o que se pode conseguir apenas com a limpeza e a desinfecção.

"A tecnologia mata os micróbios patogênicos mas é inofensiva para os pacientes e funcionários, o que significa que, pela primeira vez, os hospitais poderão desinfectar continuamente enfermarias e quartos de isolamento," diz o Dr. Scott MacGregor, que desenvolveu a tecnologia juntamente com seus colegas Michelle Maclean e Gerry Woolsey.

"O sistema funciona usando um estreito espectro de comprimentos de onda de luz visível para excitar moléculas contidas no interior das bactérias. Isto gera espécimes químicos altamente reativos que são letais para bactérias como a Staphylococcus aureus, resistente à meticilina, a MRSA e a Clostridium difficile, conhecida como C.diff," explica MacGregor.

Luz HINS

A luz HINS possui normalmente uma tonalidade violeta, mas a equipe usou uma combinação de tecnologias de LED para produzir um sistema de iluminação branca suave, que pode ser usado juntamente com a iluminação normal do hospital.

HINS é um acrônimo para High Intensity Narrow Spectrum Light: luz de espectro estreito de alta intensidade.

"Outros métodos de descontaminação, envolvendo gases esterilizantes ou luz ultravioleta podem ser perigosos para funcionários e pacientes, enquanto a limpeza, desinfecção e lavagem das mãos, embora sejam procedimentos de rotina essenciais, têm uma eficácia limitada e são difíceis de aferir," diz Maclean.

Já a tecnologia da luz HINS é segura e pode ser usada continuamente, oferecendo um sistema de desinfecção contínua.

27 novembro 2010

Um coração saudável está nos genes ou no estilo de vida?

Fonte: Diário da Saúde

Coração sob controle

A saúde cardiovascular a partir da meia-idade é uma herança dos seus genes ou é algo que dependa do seu estilo de vida, estando portanto dentro do seu controle?

Dois grandes estudos, realizados na Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, confirmaram que um estilo de vida saudável tem impacto muito maior sobre a saúde cardiovascular do que a herança genética.

O outro estudo testou diretamente a questão genética, e também mostrou que a saúde cardiovascular é devida principalmente ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis, e não à hereditariedade.

Os dois trabalhos foram apresentados na semana passada durante a reunião anual da Associação Americana do Coração, em Chicago.

Como manter o coração saudável

O primeiro estudo revela que a maioria das pessoas que adotaram comportamentos de vida saudáveis no início da vida adulta mantiveram um baixo risco cardiovascular na meia-idade.

Os cinco comportamentos saudáveis mais importantes são:

1 - não fumar;
2 - pouca ou nenhuma ingestão de álcool;
3 - controle do peso;
4 - atividades físicas e
5 - dieta saudável.

"Os comportamentos saudáveis podem superar a maior parte da sua genética," disse o Dr. Donald Lloyd-Jones, um dos autores dos estudos. "Esta pesquisa mostra que as pessoas têm controle sobre sua saúde cardíaca. Quanto mais cedo eles começarem a fazer escolhas saudáveis, maior probabilidade terão de manter um perfil de baixo risco para doenças cardíacas."

Comportamento de alto risco

O primeiro estudo investigou por que muitos adultos jovens, que apresentam um perfil de baixo risco para doenças cardíacas, saltam para a categoria de alto risco na meia-idade, apresentando pressão arterial elevada, colesterol alto e excesso de peso.

Essa piora no estado de saúde é resultado de mudanças no estilo de vida, conclui o estudo.

Mais da metade dos jovens que seguiram os cinco fatores de estilo de vida saudável ao longo de 20 anos foram capazes de manter seu perfil de baixo risco para a doença cardíaca na meia-idade.

Há grandes benefícios em chegar à meia-idade com um perfil de baixo risco para doença cardíaca. Essas pessoas vão viver muito mais tempo, terão uma melhor qualidade de vida e gastarão menos com saúde.

Um perfil de baixo risco significa ter colesterol baixo, pressão arterial normal, não fumar, não ter diabetes, fazer atividades físicas regulares, ter uma dieta saudável e não ter excesso de peso.

Saúde cardiovascular

O segundo estudo monitorou três gerações de famílias para determinar se a saúde cardiovascular é herdada ou não.

A "herdabilidade", conforme foi definida no estudo, inclui não apenas uma combinação de fatores genéticos, mas também os efeitos de um ambiente compartilhado, como os tipos de alimentos que são servidos em uma família.

O estudo descobriu que apenas uma pequena proporção da saúde cardiovascular é passada de pai para filho. A maior parte da saúde cardiovascular é devida ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis assumidos por cada membro da família.

"O que você faz e como você vive vai ter um impacto maior sobre sua saúde cardiovascular do que seus genes ou como você foi criado," explica Norrina Allen, principal autora do estudo.

26 novembro 2010

A falta de sono compromete a eficácia de intervenções para perda de peso

Fonte: The Annals of Internal Medicine

A perda de sono pode modificar a ingestão e o gasto energético. Um estudo publicado no periódico The Annals of Internal Medicine determinou se a restrição de sono atenua o efeito de uma dieta de baixas calorias em pessoas com excesso de adiposidade.

Participaram do estudo 10 adultos não fumantes com sobrepeso (3 mulheres e 7 homens) com média de idade de 41 anos e um índice de massa corporal médio de 27,4 kg/m2. Os participantes foram submetidos a 14 dias de restrição calórica moderada, com 8,5 ou 5,5 horas de sono noturno. A redução de sono diminuiu em 55% a proporção de peso perdido em forma de gordura (1,4 VS 0,6 kg, com 8,5 contra 5,5 horas de sono, respectivamente, P = 0,043) e aumentou em 60% a perda de massa magra (1,5 VS 3,4 kg, P = 0,002).

Concluiu-se que a quantidade de sono humana contribui para a manutenção da massa corporal magra em tempos de consumo de energia reduzido. A falta de sono suficiente pode comprometer a eficácia de intervenções nutricionais típicas para perda de peso.

O estudo foi realizado na University of Chicago, em Chicago, Illinois, e University of Wisconsin, em Madison, Wisconsin.

22 novembro 2010

Fiocruz desenvolve novo princípio ativo para combater a malária

Sal híbrido

O Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz (Farmanguinhos/Fiocruz) está desenvolvendo um produto inovador para combater a malária.

O sal híbrido Mefas é um insumo farmacêutico ativo (IFA) resultante da combinação de duas substâncias: artesunato e mefloquina.

O novo fármaco representa uma evolução no tratamento da doença que mais mata no mundo. O estudo tem a colaboração do Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas).

Sem efeitos colaterais

Atualmente, a Farmanguinhos produz o ASMQ, formulação em dose fixa combinada de artesunato e mefloquina, medicamento mais indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tratamento da malária.

Apesar da comprovada eficácia do medicamento, o paciente não está livre de efeitos colaterais.

Para aliviar esses possíveis desconfortos, pesquisadores da área de síntese orgânica do Instituto, liderados pela pesquisadora Núbia Boechat, trabalham no novo sal híbrido.

Estudos têm mostrado que o Mefas é mais eficaz contra a malária do que os medicamentos artesunato e mefloquina, tanto usados separadamente quanto sob a forma do ASMQ.

Além disso, segundo Núbia, o Mefas causa menos efeitos colaterais, pois o sal híbrido não apresentou toxicidade mesmo quando utilizado em dose 100 vezes superior à necessária.

Biodisponibilidade

Outra vantagem é que o Mefas consegue curar a malária com metade da dose do ASMQ, de acordo com testes feitos em animais.

"Espera-se também que haja uma redução no custo de desenvolvimento e produção do medicamento, tendo em vista que as dificuldades técnicas poderão ser minimizadas pela utilização de apenas um IFA, o que não ocorre no ASMQ, no qual são utilizados dois IFAs", explica a coordenadora.

Já começou a ser realizado o estudo comparativo da biodisponibilidade, teste que avalia o grau de absorção da substância pelo organismo e, consequentemente, sua disponibilidade no local de ação.

Segundo Núbia, a meta agora é encontrar um parceiro - empresa farmacêutica ou entidade financiadora internacional - que viabilize a realização dos estudos finais para se chegar ao produto registrado.

Após essa etapa, o fármaco será disponibilizado à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e a outros países endêmicos, tal como se faz com o ASMQ.

21 novembro 2010

Laboratório retira analgésicos por riscos cardíacos nos EUA

Fonte: Folha.com

O laboratório farmacêutico Xanodyne aceitou nesta sexta-feira retirar do mercado americano dois de seus analgésicos, o Darvon e o Darvocet, devido a temores de riscos cardíacos, informou a agência de controle de medicamentos FDA.

Estes fármacos, também conhecidos como propoxifeno, já foram objeto de retiradas similares na Europa.

"A FDA pediu a retirada do mercado do propoxifeno, após ter recebido novos dados clínicos que mostram que o medicamento provoca nos pacientes riscos de arritmia cardíaca potencialmente graves", informou a agência, em um comunicado.

Os fabricantes da versão genérica destes medicamentos foram informados da decisão do Xanodyne e incitados a fazer o mesmo, acrescentou a FDA.

O propoxifeno, um opiáceo utilizado para tratar dores moderadas, está presente no mercado americano desde 1957, data de sua aprovação.

NO BRASIL

Os medicamentos Darvon e Darvocet não são comercializados no Brasil. De acordo com o médico reumatologista Roberto Heymann, da Universidade Federal de São Paulo, o propoxifeno não é muito usado no Brasil porque é pouco eficaz e tem muitos efeitos colaterais.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda não analisou a decisão do FDA.

20 novembro 2010

Dormir com a luz da TV à noite pode causar depressão, aponta estudo

Fonte: EFE

Por mais fraca que seja, iluminação produz alterações no hipocampo, fundamental nesse transtorno

Dormir com a televisão ligada pode causar mudanças físicas no cérebro associadas à depressão, segundo um estudo realizado com hamsters por neurocientistas americanos. Pela primeira vez, fica demonstrado que a luz à noite, por mais fraca que seja, produz alterações no hipocampo, uma das principais estruturas do cérebro, que desempenha um papel fundamental nos transtornos depressivos.

A pesquisa, realizada por cientistas da Ohio State University (OSU), foi apresentado na última quarta-feira, em San Diego (EUA), na reunião anual da Sociedade para a Neurociência. "Uma luz branda pela noite é suficiente para provocar um comportamento depressivo nos hamsters, o que pode ser explicado pelas mudanças que observamos no cérebro dos animais após oito semanas", apontou a estudante de doutorado Tracy Bedrosian, coautora do trabalho.

Segundo Randy Nelson, professor de neurociência e psicologia da OSU, "os resultados são significativos porque a luz utilizada não era intensa, mas equivalente à de uma televisão em um quarto escuro".

Tracy explicou à Agência Efe que, embora não seja possível garantir que ocorra o mesmo efeito em seres humanos, o impacto da luz não varia em função do tamanho. "Uma exposição crônica à noite é um fator relativamente novo na história da humanidade, e não é natural. Por isso, reduzir a iluminação artificial durante o sono é conveniente", acrescentou.

O estudo foi realizado com roedoras siberianas sem ovários, para que os hormônios não interferissem nos resultados. Metade delas foi introduzida em um habitáculo onde foram expostas a um ciclo de 16 horas de luz e 8 horas de escuridão total, e a outra metade a 16 horas de luz diurna e 8 horas de iluminação tênue.

Após 8 semanas nessas condições, as hamsters que dormiram com luz à noite mostravam mais sintomas de depressão que as demais. Os testes são os que as empresas farmacêuticas normalmente fazem para experimentar remédios antidepressivos e contra ansiedade.

O experimento também mede a quantidade de água doce ingerida. Normalmente, os hamsters gostam de beber água, mas os que têm sintomas de depressão não bebem tanto porque, aparentemente, não têm o mesmo prazer nas atividades.

Ao examinar o hipocampo dos animais depois dos exames, os cientistas comprovaram que os que dormiram com luz tinham uma densidade menor de espinhos dendríticos, finos prolongamentos de neurônios que transmitem mensagens de uma célula para outra. "O hipocampo desempenha um papel importante na depressão, e encontrar mudanças nessa região é significativo", afirmou Tracy.

No entanto, não foram encontradas diferenças entre os grupos quanto aos níveis de cortisol, hormônio do estresse normalmente associado às alterações no hipocampo. Segundo os cientistas, a explicação mais plausível para as mudanças registradas no cérebro dos roedores é uma deficiência de melatonina, hormônio que deixa de ser excretado quando há luz. O próximo passo dos cientistas é analisar o papel do hormônio nesse processo.

Os resultados coincidem com estudos anteriores em que Nelson e seus colegas descobriram que uma luz intensa constante pela noite está ligada a sintomas depressivos e a um aumento de peso em ratos.

Dez Estados correm risco de epidemia de dengue no próximo verão

Fonte: Agência Brasil

De acordo com levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira, casos de dengue dobraram neste ano, em relação a 2010, com reaparecimento de vírus.

Pelo menos dez Estados correm o risco de enfrentar uma epidemia de dengue no próximo verão e 15 cidades convivem com o risco de surto da doença. É o que revela levantamento do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira. Amazonas, Amapá, Maranhão, Ceará, Piauí, Rio de Janeiro, Paraíba, Bahia, Sergipe e Pernambuco receberão, a partir da semana que vem, visitas do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para reforçar as ações de vigilância e combate à doença.

O Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa) constatou que, nos 15 municípios com risco de surto, foram encontradas larvas do mosquito transmissor em mais de 4% das casas e terrenos vistoriados. Nessa situação estão duas capitais do Norte, Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), 11 municípios da Região Nordeste e apenas um do Sudeste.

De acordo com o relatório, 123 cidades, entre elas 11 capitais (Salvador, Palmas, Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Goiânia, Aracaju, Manaus, Boa Vista, Fortaleza e Vitória), devem entrar em estado de alerta, pois o índice de infestação ficou entre 1% e 3,9% dos imóveis avaliados.

Em 2009, 169 municípios participaram do levantamento, quando foram identificados 10 municípios com risco de surto e 102 em situação de alerta. Este ano, 418 cidades integram o estudo, sendo que 300 já enviaram informações ao governo federal.

O Ministério da Saúde apontou os fatores causadores da doença em cada região do Brasil. No Norte e Nordeste, a proliferação dos criadouros do mosquito transmissor se deve à ausência de água encanada para a maioria da população, o que obriga os moradores a estocar água em recipientes inadequados. No Sudeste e Sul, a principal causa são os depósitos de água parada nas residências, como vasos de plantas e piscinas descobertas. No Centro-Oeste, a falta da coleta de lixo é o fator predominante.

Para evitar aumento dos casos de dengue nos meses de janeiro a maio, período chuvoso propício à maior incidência da doença, o ministro José Gomes Temporão alertou aos atuais governadores passem aos sucessores os programas de ação contra a doença. Segundo o ministro, uma descontinuidade no trabalho de prevenção põe em risco o esforço de contenção dos casos. “É uma responsabilidade intransferível dos governadores”, disse Temporão.

O ministro lançou a campanha nacional de combate à dengue para o próximo verão. A principal mensagem da campanha será um alerta sobre a letalidade doença. Uma pesquisa contratada pelo ministério revelou que o brasileiro dá mais atenção ao tema quando se fala das mortes. Na TV e no rádio serão apresentados casos de pessoas que já contraíram a doença.

De janeiro a 16 de outubro deste ano, 936.260 casos de dengue foram notificados e 592 pessoas morreram.

Britânico com rosto desfigurado quer chamar atenção para síndrome rara

Fonte: BBC Brasil

Um jovem britânico que sofre de uma síndrome rara que provoca o desfiguramento do rosto está chamando atenção para o drama dos portadores da condição

Jono Lancaster, de 26 anos, nasceu com a síndrome de Treacher Collins, que afeta um em cada dez mil bebês na Grã-Bretanha, e contou sua história de sofrimento e superação em um documentário da BBC, Love Me, Love My Face (Ame-me, ame minha face).

Jono, que foi dado para adoção pelos pais com 36 horas de vida, sofre de um problema genético que afeta a forma com que os ossos da face se desenvolvem enquanto o bebê ainda está no útero.

A síndrome de Treacher Collins faz com que seus portadores não tenham ossos malares, consequentemente os olhos ficam caídos. Jono também tem problemas de audição e usa um aparelho implantado em seu osso.

O jovem britânico teve que passar por várias cirurgias, consultas em hospitais e, apesar de hoje estar feliz com seu emprego e sua namorada, Jono sofreu de depressão durante a adolescência.

"Eu era desesperado para ter amigos, eu fazia qualquer coisa. Eu não tinha confiança, comprava muitos doces e entregava para outras crianças, para que elas gostassem de mim. Acabei fazendo muitas coisas estúpidas, para que as pessoas falassem a meu respeito por uma razão que não fosse a minha aparência", disse à BBC.

Mãe adotiva

Jono foi adotado e seus problemas de comportamento na escola pioravam. No entanto, ele afirma que apenas ficava cada vez mais solitário.

"Eu costumava esconder minha infelicidade de minha mãe. Ela já tinha feito tanto por mim", disse.

O jovem se isolava em casa e chegava a cortar o próprio cabelo para não ter que se olhar no espelho em um local público. No entanto, sua vida começou a mudar quando recebeu uma oferta de emprego em um bar.

"Eu suava muito antes de cada turno de trabalho, ficava muito nervoso, com medo da reação das pessoas."

"Não foi fácil, mas, ao mesmo tempo, encontrei tantas pessoas legais que ficaram verdadeiramente interessadas em mim e no meu rosto."

O novo emprego deu a Jono confiança para começar a ir em encontros com garotas e arrumar um novo trabalho, em uma academia de ginástica.

E, no novo emprego, o jovem encontrou Laura Richardson, 20, sua namorada há quatro anos.

"Ela disse que, quando me viu pela primeira vez, notou meu rosto, mas agora ela não nota mais. Foi a primeira vez que consegui ser eu mesmo com uma garota."

Jono encontrou sua namorada na academia de ginástica onde trabalha
"E olhe para nós, quatro anos depois, compramos uma casa juntos (...). Estamos completamente apaixonados."

Pais biológicos

Em 2009, Jono tentou entrar em contato com seus pais biológicos pela segunda vez.

"Era algo que eu sempre quis fazer. Quando era adolescente, eu estava com raiva e queria encontrá-los pela razão errada, para perguntar porque eles me abandonaram. Mas, ao ficar mais maduro, percebi que eles obviamente acharam que não dariam conta."

No entanto, os pais biológicos de Jono se recusaram novamente a encontrá-lo.

"Foi horrível, horrível. Chorei muito. Mas me acertei com isso. Deve ter sido uma das decisões mais difíceis da vida deles."

O jovem descobriu que a família teve outros dois filhos depois dele.

"Fico feliz que eles tenham uma família. Estou feliz e espero que eles estejam também", afirmou.

Ajuda e filhos

Jono, que hoje trabalha com adultos que sofrem de autismo, afirma que quer que as pessoas tenham mais informações a respeito da síndrome de Treacher Collins e como lidar com o problema.

"O que realmente me deixa frustrado e me preocupa é quando uma criança em um supermercado me encara e a mãe dela fala para não olhar."

"Eu queria que eles viessem falar comigo então eu poderia falar sobre o problema, para que tudo parecesse mais normal."

O jovem também quer ajudar outras famílias em situação parecida com a dele. Mas, Jono ainda tem outra preocupação, a possibilidade de que seu filho herde o problema.

Apesar de a síndrome Treacher Collins ser um problema genético raro que pode afetar qualquer pessoa, as chances de Jono passar o problema para seus filhos são de 50%. E o jovem se pergunta se poderá expor seu filho à possibilidade de "operações, consultas no hospital e bullying".

"Eu fico imaginando, me deixa louco. Ainda somos jovens, ainda há muito tempo, mas é algo que eu e Laura teremos que pensar em algum momento."

Médicos perguntaram a Jono se ele gostaria de fazer alguma cirurgia para corrigir seu problema, mas ele se recusou.

"Médicos sempre me perguntaram se eu queria a cirurgia... a construção dos ossos malares, ter meus dentes endireitados ou minha mandíbula quebrada e realinhada, mas apesar da minha depressão, eu penso 'Deus me fez assim'", afirmou.

"Fico feliz de não ter escolhido nada disso. Tenho orgulho de quem sou. E (a síndrome de) Treacher Collins me transformou no que sou."

Mortalidade entre crianças pobres urbanas chega ao dobro de ricas, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Crianças das áreas urbanas mais pobres têm o dobro de probabilidade de morrer antes de completar cinco anos, comparadas às crianças que vivem nas áreas ricas das cidades, segundo estudo divulgado nesta semana pelo UN-Habitat (braço da ONU para habitação) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo, chamado “Cidades escondidas”, tem como objetivo evidenciar as disparidades de condições de vida dentro dos centros urbanos. Essas disparidades geralmente são mascaradas pelos altos índices de desenvolvimento médio das cidades, superior às áreas rurais.

“Olhando para além dos efervescentes centros de consumo e edifícios, as cidades do mundo hoje contêm cidades escondidas, onde pessoas sofrem desproporcionalmente com más condições de saúde. Nenhuma cidade está imune a esse problema”, escreveu no estudo Margaret Chan, diretora-geral da OMS.

O Brasil foi representado no estudo – feito com dados gerais de 43 países e análises específicas em 17 cidades – por Guarulhos, município de 1,17 milhão de habitantes na Grande São Paulo que foi escolhido porque já promovia ações em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.

No município paulista é possível observar disparidades sociais entre regiões internas: enquanto no distrito de Bonsucesso a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos é de 33,3 (a cada mil nascimentos vivos), o mesmo índice cai para 9,56 no distrito guarulhense de Ponte Grande.

No Brasil, a taxa geral de mortalidade antes dos cinco anos é de 20 a cada mil nascimentos.

Nas Américas, essa taxa em áreas urbanas ricas fica ao redor de 30 e dobra para ao redor de 60 nas áreas urbanas mais pobres. Na África, pode chegar ao redor de 140 nas áreas urbanas empobrecidas.

Correlações de pobreza

Cerca de um terço da população urbana mundial vive em favelas, com acesso limitado a cuidados de saúde e sanitários, diz o estudo. A consequência é que essas pessoas “têm mais doenças e morrem mais cedo do que outros segmentos da população”.

Da mesma forma, a análise em Guarulhos observou que áreas com maior índice de analfabetismo registram também mais casos de gravidez na adolescência.

Vale uma ressalva a essas correlações, que nem sempre seguem caminhos óbvios: cruzando os dados do estudo, observa-se que as áreas com menor índice de esgoto e água tratada não necessariamente têm as maiores taxas de mortalidade, por exemplo.

“Não é uma análise puramente de causa de efeito”, explica à BBC Brasil o técnico da OMS Amit Prasad. “O objetivo é descobrir que áreas estão socialmente vulneráveis para fazer políticas de intervenção.”

No caso brasileiro, tratando-se de um país em transição para o mundo desenvolvido, Prasad diz que problemas como mortalidade infantil e ausência de serviços sanitários básicos estão, em geral, “mais bem atendidos”.

As preocupações crescentes são com a violência urbana e com as doenças crônicas e “não comunicáveis” (não contagiosas), como câncer, diabetes e males do sistema circulatório.

A pesquisa da ONU diz que, à medida que um país cresce, “o peso dessas doenças tende a mudar dos setores mais ricos para os mais pobres da sociedade. As razões para esse fenômeno são discutíveis, mas acredita-se que estejam relacionadas a dietas menos saudáveis, sedentarismo, obesidade e tabagismo”.

Políticas e ações

Além de pedir políticas públicas específicas, o estudo cita ações bem-sucedidas no combate à mortalidade em áreas urbanas pobres, como a adoção de agentes comunitárias da saúde em favelas do Paquistão e o maior acesso aos serviços sanitários entre a população do leste africano.

Outra medida citada é a adoção de leis que obriguem o uso de capacetes, num momento em que as motocicletas se proliferam em centros urbanos em desenvolvimento. Calcula-se que seu uso reduza em 42% o risco de morte no caso de acidente.

E o esforço comunitário pela redução da violência no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, foi colocado em destaque no estudo da ONU como um exemplo de sucesso.

Momentos de crescimento econômico como o vivido atualmente pelo Brasil não necessariamente se traduzem em melhorias para essas populações “esquecidas”, explica Prasad.

“São necessárias políticas direcionadas às populações vulneráveis”, diz ele. Um exemplo disso, agrega o especialista, é que a população pobre de Bangladesh tem em geral uma vida melhor do que a população pobre da Índia, que é um país mais rico porém com políticas direcionadas menos eficazes.

Brasil perde 11,2 mil leitos hospitalares e não cumpre parâmetro do Ministério da Saúde

Fonte: BBC Brasil

O Brasil perdeu 11,2 mil leitos hospitalares entre 2005 e 2009, aponta um relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta sexta-feira.

Dessa forma, a taxa nacional de 2,3 leitos para cada mil habitantes observada em 2009 fica abaixo do parâmetro estabelecido pelo Ministério da Saúde, que é de 2,5 a 3 leitos por mil habitantes.

Só a região Sul cumpriu o parâmetro, com uma média de 2,6 leitos para cada mil pessoas.

Dos 431,9 mil leitos contabilizados em 2009, 64,6% estão na rede hospitalar privada e 35,4% na rede pública, aponta o IBGE.

Em contrapartida, o estudo identificou um aumento de 22,2% no número de estabelecimentos de saúde em atividade total ou parcial no país (de 77 mil em 2005 para 94 mil em 2009), além de aumentos em equipamentos hospitalares e de médicos.

O número de locais que oferecem ressonância magnética, por exemplo, cresceu mais de 100%. E a oferta de postos de trabalho de nível superior na saúde cresceu 26,9% em quatro anos.

As desigualdades regionais persistem no setor. Um exemplo: as capitais brasileiras concentravam em 2009 40,2% dos postos médicos, apesar de abrigarem 23,7% da população, segundo o IBGE.

O SUS (Sistema Único de Saúde) financiou 79,4% dos serviços de emergência no país em 2009.

19 novembro 2010

Ingestão de energéticos aumenta risco de alcoolismo

Fonte: Agência Fapesp

Energéticos e álcool

Uma nova pesquisa, feita nos Estados Unidos, verificou uma importante associação entre o consumo de bebidas energéticas e o risco de desenvolver alcoolismo.

O estudo, que será publicado na edição de fevereiro da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research, avaliou dados de mais de 1 mil estudantes universitários, dos quais 10,1% disseram ingerir energéticos pelo menos uma vez por semana.

Segundo o trabalho, aqueles com elevado consumo de energéticos (52 vezes ou mais por ano) apresentaram risco significativamente maior de desenvolver dependência de bebidas alcoólicas e se embebedavam mais e mais cedo (com relação à idade) do que os demais.

Embriaguez desperta

O estudo destaca que os energéticos contêm bastante cafeína e podem levar ao desenvolvimento de outros problemas, além da perda de sono.

Segundo o trabalho, uma importante preocupação é que a mistura de energéticos com bebidas alcoólicas pode levar a um estado de "embriaguez desperta", na qual a cafeína mascara a sensação de embriaguez sem reduzir os prejuízos causados pelo estado.

O resultado é que o usuário se sente menos bêbado do que realmente está, o que pode levar a consumir quantidades ainda maiores de bebida. "Os resultados reforçam a necessidade de maiores investigações a respeito dos possíveis efeitos negativos para a saúde das bebidas energéticas e dos riscos de seu consumo misturado com o álcool", destacaram os autores.

"A cafeína não se opõe ou cancela os prejuízos associados com a embriaguez, ela apenas disfarça os marcadores mais óbvios desse estado. O fato de que não há regulação a respeito da quantidade de cafeína nas bebidas energéticas é desconcertante", disse Amelia Arria, da Universidade de Maryland, um dos autores da pesquisa.

Digitalização da íris revoluciona prótese ocular

Fonte: Agência USP

Olho digital

Uma prótese ocular de íris digital que vem sendo desenvolvida na Faculdade de Odontologia da USP deverá aumentar a qualidade de vida de pacientes que perderam o olho devido a traumas ou patologias na região ocular.

A inovação é fruto do trabalho dos pesquisadores Reinaldo Brito e Dias e Ricardo Cesar dos Reis.

A prótese é confeccionada a partir de uma fotografia digital da íris, substituindo a pintura manual normalmente utilizada. "A íris digital inovou o mercado mundial de próteses oculares", afirma o professor Dias.

"A pintura é um processo manual, que dificilmente reproduzirá com fidelidade a íris de um olho sadio - diferente da fotografia digital", garante Brito.

Além disso, o processo de confecção que utiliza a foto digital é capaz de capturar e reproduzir com alta precisão todas as nuances da íris do olho do paciente.

Fotografia do olho

A nova prótese, patenteada pela Agência USP de Inovação, surgiu de uma ideia relativamente simples: fotografar o olho sadio do paciente e transpor a imagem digital para a prótese ocular.

Contudo, as dificuldades em obter uma íris protética em que a imagem digital não se alterasse com a ação dos agentes químicos e físicos durante a confecção da prótese foram os grandes entraves para o desenvolvimento da tecnologia.

Foram necessários três anos de pesquisa para viabilizar o método de confecção da prótese ocular de íris digital no nível de fidelidade atual.

"O processo de confecção da íris digital consiste em reproduzir fotograficamente a íris do olho são na prótese. Dessa forma, tem-se uma prótese muito mais estética, o que interfere diretamente na aceitação e no bem-estar psicossocial do paciente", afirma Reis.

Outra vantagem da prótese ocular obtida pelo processo de íris digital é a sua longevidade. Segundo Dias, a prótese desenvolvida na FO possui uma durabilidade maior que a obtida com pintura.

Prótese de olho

Para Reis, a inovação desenvolvida e patenteada pela USP é, acima de tudo, de grande utilidade pública, pois permite produzir uma prótese muito similar ao olho perdido. "É um processo mais dinâmico que otimiza o atendimento, supre melhor a demanda, além de representar um menor custo de produção", afirma.

Entre os objetivos da pesquisa está o desenvolvimento de um banco de fotografias de íris digitais, visando criar próteses muito similares ao olho perdido do paciente em um curto espaço de tempo.

"O objetivo deste banco é fornecer um conjunto de íris que possam atender de maneira imediata a demanda de um paciente que precise de uma prótese para o dia seguinte", exemplifica Dias.

Atualmente, o Ambulatório da Disciplina de Prótese Buco Maxilo Facial da Faculdade de Odontologia (FO) da USP atende cerca de 160 pacientes para controle do Tratamento Reabilitador com esta tecnologia de prótese.

O consumo de grãos integrais diminui a gordura visceral

Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition

Estudos observacionais têm ligado o maior consumo de grãos integrais à diminuição da adiposidade abdominal, no entanto, a associação entre consumo de grãos integrais e refinados e a gordura nos compartimentos de corporal ainda não foi relatada. Diferentes aspectos da dieta podem ser diferencialmente relacionados com a distribuição de gordura corporal.

Pesquisadores da Harvard Medical School avaliaram a associação entre o consumo de grãos integrais e refinados e o tecido adiposo abdominal subcutâneo (TAS) e tecido adiposo visceral (TAV). A ingestão de grãos integrais foi inversamente associada com a TAS (P <0,001) e TAV (P <0,001), após ajuste para idade, sexo, tabagismo e consumo total de energia e álcool. Em contraste, a ingestão de grãos refinados foi positivamente associada com a TAS (P = 0,01) e TAV (P <0,001).

Os dados mostraram que o aumento do consumo de grãos integrais está associado com redução do TAV nos adultos, enquanto o consumo mais elevado de grãos refinados está associado a maior TAV.

Maior consumo de cálcio em produtos lácteos aumenta a perda de peso induzida por dietas

Fonte: The American Journal of Clinical Nutrition

O papel da ingestão de produtos láticos com cálcio e as concentrações séricas de vitamina D na perda de peso é controverso. Um estudo realizado na University of the Negev, em Israel, avaliou a associação entre a ingestão de produtos lácteos com cálcio e da vitamina D sérica com a perda de peso.

Na pesquisa, foram estudadas 322 pessoas. A concentração sérica basal de 25-hidroxivitamina D [25 (OH) D] diminuiu significativamente entre os tercis de IMC basal (P = 0,02). As concentrações basais de vitamina D e cálcio do leite não foram associados com perda de peso subsequente. O aumento de 1 DP na ingestão de cálcio de origem láctea aumentou a probabilidade de perda de peso > 4,5 kg em 6 meses (OR 1,45, P = 0,046). Um aumento semelhante foi observado para a vitamina D sérica em 6 meses (OR 1,7; P = 0,009).

O estudo sugere que tanto a maior ingestão de cálcio de origem láctea quanto uma elevada concentração sérica de vitamina D está relacionada a uma maior perda de peso induzida por dieta.

18 novembro 2010

Médicos britânicos tratam vítima de derrame com células-tronco

Fonte: BBC Brasil

Médicos britânicos injetaram células-tronco no cérebro de um paciente vítima de derrame, como parte de um estudo para descobrir um novo tratamento para a doença.

O homem idoso, que não apresentava melhora em seu estado de saúde havia muitos anos, é a primeira pessoa no mundo a receber o tratamento experimental, que envolve 12 pacientes do Southern General Hospital, em Glasgow, na Escócia.

Ele recebeu uma injeção com uma pequena dose de células-tronco no último fim de semana, já recebeu alta e, segundo os médicos, passa bem.

O objetivo do teste inicial é garantir que o procedimento seja seguro para os pacientes.

Durante o próximo ano, outras vítimas de derrame cerebral receberão doses progressivamente maiores, ainda para descobrir se o tratamento não apresenta altos riscos.

Mas os médicos também examinarão os pacientes para verificar se as células-tronco conseguiram restaurar as células do cérebro e se seu estado de saúde melhorou.

O tratamento experimental recebeu críticas porque usou células cerebrais de fetos para gerar as células-tronco, mas os criadores do projeto alegam ter recebido aprovação ética do órgão regulador da medicina na Grã-Bretanha e dizem que apenas um pequeno número de fetos foi usado nos primeiros estágios da pesquisa e agora eles não seriam mais necessários.

Primeiros passos

O neurocientista Keith Muir, professor da Universidade de Glasgow e médico do Southern General Hospital, diz que se os testes forem bem sucedidos eles podem levar a pesquisas mais detalhadas.

"Esperamos que no futuro isso leve a estudos mais amplos para determinar a eficácia das células-tronco no tratamento das deficiências causadas pelos derrames", disse ele.

O primeiro grupo de pacientes a receber o tratamento experimental é formado por homens acima de 60 anos que não apresentaram melhora de seus sintomas ao longo de vários anos.

Ter um grupo de pacientes com critérios tão limitados permite que médicos e cientistas comparem melhor qualquer avanço em seu estado de saúde, mesmo nos estágios iniciais da pesquisa.

Se os testes obtiverem bons resultados, os cientistas pretendem levar adiante estudos envolvendo grupos maiores de pacientes, daqui a dois anos.

15 novembro 2010

Brasileiros dão inteligência aos equipamentos de respiração artificial

Fonte: Coppe Notícias

Dosagem de oxigênio

Pesquisadores do Laboratório de Engenharia Pulmonar da Coppe desenvolveram um sistema computacional para monitorar o funcionamento de equipamentos de respiração artificial.

A tecnologia 100% brasileira tornará mais seguro, eficiente e acessível o tratamento de pacientes submetidos à respiração por aparelhos.

O coordenador do estudo, professor Antônio Giannella Neto, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe, explica que a principal vantagem do novo aparelho é a redução de erros na dosagem de oxigênio dada ao paciente.

"Seja por excesso ou redução, a oxigenação mal dosada pode gerar sérios danos ao organismo e agravar a enfermidade," diz Neto.

Mecânica respiratória

Para a possibilidade de erros, o sistema identifica elementos da mecânica respiratória do paciente, como a elasticidade e resistência, em tempo real, auxiliando os profissionais de saúde a operar os aparelhos de forma adequada.

Com o sistema conectado a um monitor, o profissional pode visualizar na tela a quantidade e a pressão de ar aplicado ao paciente, bem como índices que caracterizam aspectos do comportamento do sistema respiratório.

"Todo o processo pode ser administrado por meio do sistema, que ajusta o aparelho a partir da análise do volume respirado, da frequência respiratória, das pressões máximas e mínimas, elasticidade pulmonar", explica o professor.

O sistema, que possui mecanismos de ajustes independentes e plataforma aberta, terá mais uma vantagem em relação aos métodos tradicionais em uso no mercado: os pesquisadores da Coppe já trabalham para torná-lo capaz de ajustar os equipamentos de respiração de forma automática, reduzindo a necessidade de intervenções para o reajuste de parâmetros do ventilador, além de diminuir o risco de erro humano.

Peixe da Amazônia produz substância parecida com leite materno

Fonte: Diário da Saúde

Peixe que "amamenta"

O peixe acará disco (Symphysodon spp) é um dos protagonistas do festival folclórico da cidade de Barcelos, no interior do Amazonas.

Porém, algo mais nesse pequeno peixe ornamental chamou atenção dos cientistas que estudam as características dos peixes na região.

A pesquisa revelou que o peixe ornamental tem uma característica própria na hora de cuidar dos filhotes.

O acará disco produz um muco que, segundo os pesquisadores, é rico em nutrientes e tem função similar ao leite materno nos mamíferos (como acontece em humanos).

O trabalho foi realizado em uma cooperação internacional envolvendo o Centro de Estudos de Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (Adapta), projeto ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Neste processo de alimentação, os filhotes "beliscam" a pele dos "pais" para obterem o alimento.

Leite de peixe

Adalberto Val, responsável pelo lado brasileiro da pesquisa, afirma que foi necessário desenvolver uma nova tecnologia para realizar o estudo.

"Foi desenvolvida uma esponja especial onde coletamos todo esse material, depois dissolvemos essa esponja no laboratório para fazer a análise. Outro fator importante do estudo foi a descoberta que por meio desse muco há a passagem de substâncias essenciais para o crescimento e imunidade do peixe", enfatizou.

Ainda de acordo com as pesquisas, os poluentes presentes na água podem ser passados dos pais para os filhotes onde através do muco os filhotes geram uma espécie de defesa.

"Alguns poluentes são passados por meio do muco e esses poluentes servem para desencadear um processo resistência e essas substâncias", declarou Val.

O "desmame"

As pesquisas revelaram ainda que este tipo de alimentação diferenciada para os filhotes se dá em um período de três semanas onde os pais começam o processo semelhante ao de "desmame". Isso ocorre por apenas três semanas a partir daí o filhote de acará disco já busca seus alimentos motivados pelo afastamento dos pais.

O próximo passo agora é fazer a análise genética para saber quais são os genes responsáveis pelo estímulo à produção do muco com nutrientes que só ocorre no período em que há filhotes.

"O muco é produzido sempre, mas o muco com essa composição só ocorre quando há os filhotes. Deve haver um mecanismo que estimula a mudanças da composição química do muco durante aproximadamente três semanas e após esse período tudo isso desaparece e o filhote começa a ter vida independente", explicou.

A pesquisa deverá ser publicada ainda este ano no The Journal of Experimental Biology, a mais importante publicação internacional na área de biologia experimental.

Cientistas produzem sangue a partir de células da pele

Fonte: Agência Fapesp

Sangue natural

Um grupo de cientistas do Canadá descobriu como fazer sangue a partir da pele.

Os pesquisadores conseguiram converter fibroblastos humanos diretamente em geradores de sangue, sem a necessidade de que as células passem por um estágio pluripotente - quando há diferenciação para um tecido.

A novidade foi descrita em artigo publicado neste domingo no site da revista Nature.

A capacidade de reprogramar células em um estado pluripotente tem sido limitada pela falta de compreensão do processo por meio do qual essas células se especializam.

Sangue a partir da pele

Mickie Bhatia e colegas da Universidade McMaster usaram o fator de transcrição OCT4, juntamente com um tratamento específico com citocinas (proteínas ou peptídeos que podem ser produzidos por diversas células), para gerar progenitores capazes de dar origem a uma ampla gama de células sanguíneas maduras.

As células foram derivadas diretamente de fibroblastos de tecido conjuntivo, sem que primeiramente ocorresse a pluripotência.

Ou seja, foi possível obter sangue a partir da pele sem precisar do estágio intermediário de produzir células pluripotentes a partir de células-tronco da pele.

Segundo os autores, a conquista poderá levar ao desenvolvimento de fontes de células para aplicações clínicas.

No futuro, pacientes que precisem de sangue para cirurgia, tratamento de câncer, anemia ou outra condição poderão ser capazes de ter o sangue criado a partir de células de sua própria pele.

Pele humana

O grupo estima começar testes clínicos a partir de 2012.

"Mostramos que o processo funciona com o uso da pele humana e agora queremos melhorar o processo. Pretendemos começar a trabalhar no desenvolvimento de outros tipos de células humanas a partir da pele", disse Bhatia.

Segundo o cientista, o método foi testado por diversas vezes nos últimos dois anos, com pele de pessoas jovens, adultas e idosas, demonstrando que funciona para qualquer idade.

Exercício físico ajuda no tratamento de crianças com leucemia

Fonte: Agência USP

Exercício e leucemia

A prática de exercícios físicos por crianças com leucemia ajuda na melhora da qualidade de vida e no aumento da força muscular desses pacientes.

A descoberta foi atestada por uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

O trabalho, que incluiu crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, abre uma nova possibilidade de tratamento ao quebrar a ideia de que o exercício físico pode piorar o quadro clínico da doença.

Superproteção

O estudo surgiu da constatação da pediatra Beatriz Perondi, autora principal do estudo. Segundo a pesquisa, crianças com leucemia, além da doença e do próprio tratamento - que levam a uma baixa capacidade respiratória, diminuição da força muscular e fadiga -, acabam não tendo uma vida normal, pois são superprotegidas pelos pais.

"Todo esse conjunto de fatores faz com que a criança tenha uma qualidade de vida ruim", explica a médica do Instituto da Criança (ICr) do HC, que completa: "Se exercício físico é bom para a saúde em inúmeras situações, para esse tipo de paciente poderia ser também."

Assim, foi elaborado um programa de exercícios de musculação ao qual as crianças participantes do estudo se submeteram duas vezes por semana durante três meses.

"Criamos um programa com treinamento de força intenso e pela primeira vez em estudos com exercícios a qualidade de vida melhorou de forma notória", conta Bruno Gualano, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e pesquisador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (LACRE) do HC, também responsável pelo estudo.

"A criança passou a se sentir menos cansada, deprimida e irritada, e ficou mais feliz, interagindo com as outras pessoas", acrescenta Beatriz, que também é médica do Ambulatório de Medicina Esportiva do HC.

Em relação à força muscular, ela aumentou aproximadamente 50% em três meses, tempo de realização das atividades propostas pela pesquisa. A coordenação dos pacientes acabou melhorando também, bem como a capacidade respiratória. "Ao contrário do que se temia, não houve piora alguma no quadro clínico da criança. Também não notamos aumento de quadros hemorrágicos ou de infecções", ressalta Beatriz.

Incentivo às atividades físicas

A pesquisa abre uma nova perspectiva de tratamento, pois, se antes os próprios médicos indicavam o repouso, agora já se sabe que a prática do exercício físico pode ser incentivada. "Hoje vemos uma mudança de paradigmas e isso pode trazer benefícios também em longo prazo, já que o exercício pode prevenir futuras comorbidades relacionadas à leucemia, como obesidade e doenças cardiovasculares", aponta Gualano.

A prática de atividade, porém, não pode ser incentivada sem a orientação e o acompanhamento de um educador físico ou profissional capacitado. Beatriz ressalta: "O exercício precisa ser prescrito e programado especificamente para cada paciente e o educador físico precisa estar junto para que ele não faça mais ou menos do que o necessário."

Sobre o período no qual a prática da atividade é recomendada, a doutora Beatriz afirma que ao longo dos dois anos de tratamento - tempo de duração para cura da doença - é possível praticar os exercícios. Entretanto, nos primeiros seis meses, a quimioterapia é muito intensa, o que pode impedir a criança de se exercitar. Assim, é depois desse período, na chamada fase de manutenção, que o exercício pode ser praticado com mais facilidade.

Estudo associa excesso de refrigerantes e sucos ao risco de diabetes

Fonte: Diabetes Care

O consumo excessivo de refrigerantes, sucos e outras bebidas adoçadas com açúcar, aliado ao ganho de peso, pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, segundo estudo publicado na edição de novembro da revista científica Diabetes Care. De acordo com os especialistas, a ingestão dessas bebidas assim como outros alimentos açucarados deve ser limitada, para reduzir a obesidade e as doenças associadas ao excesso de peso.

Avaliando dados de diversos estudos sobre o assunto realizados até maio deste ano, incluindo um total de 310 mil participantes e 15 mil casos de diabetes, os pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, descobriram que aqueles que ingeriam mais bebidas açucaradas - uma ou duas porções por dia (cerca de 340g) - tinham 26% mais chances de desenvolver o diabetes do que aqueles que consumiam essas bebidas em menor quantidade - menos de uma porção por mês. Além disso, o consumo excessivo de bebidas açucaradas foi associado a 20% maior risco de síndrome metabólica - conjunto de fatores de risco para doença cardíaca.

“O consumo de bebidas açucaradas, incluindo refrigerantes, sucos de fruta, chá gelado e bebidas energéticas, tem crescido em todo o mundo. E o consumo regular dessas bebidas tem sido associado com ganho de peso e com o risco de sobrepeso e obesidade”, escreveram os autores. “Aliado ao ganho de peso, o maior consumo de bebidas açucaradas está associado ao desenvolvimento de síndrome metabólica e diabetes tipo 2”, acrescentaram.

Dados do Ministério da Saúde indicam que aproximadamente 11 milhões de brasileiros são diabéticos. E, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o diabetes está se tornando a epidemia do século, afetando cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo, porém cerca da metade das pessoas que têm diabetes desconhece ser portadora da doença. Por isso, segundo os especialistas a prevenção é tão importante, com alimentação equilibrada, a prática regular de atividades físicas e o controle do peso.

14 novembro 2010

Estudo associa ausência precoce da mãe a maior risco de câncer nos filhos

Fonte: Cancer Prevention Research

O estresse de ficar longe da mãe no início da vida pode aumentar os riscos de desenvolver câncer de mama no futuro. Pelo menos foi isso o que aconteceu com filhotes de ratos em pesquisa da Universidade de Trent, no Canadá. Além disso, segundo os autores, quando expostos a carcinogênios (substâncias causadoras do câncer), esses ratos teriam desenvolvimento de tumores duas vezes mais rápido do que aqueles não submetidos ao estresse da separação.

Publicados na edição de novembro da revista Cancer Prevention Research, os resultados indicaram que, quando expostos a um conhecido carcinogênio, 53% dos roedores que foram separados da mãe por quatro horas diárias nas primeiras três semanas de vida desenvolveram lesões palpáveis na mama mais tarde. E essa taxa foi de apenas 20% entre os animais que tiveram separação breve - 15 minutos por dia - ou nenhuma separação da mãe.

De acordo com a pesquisadora Leslie Kerr, a separação da mãe atua como um tipo de estresse ambiental que afeta a fisiologia dos animais - possivelmente sua produção hormonal -, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer quando expostos a carcinogênios - ou outros fatores de risco. “Os animais nascem e são criados em um grupo, então, quando são isolados como um indivíduo é um estresse ambiental”, explicou a pesquisadora, acrescentando que mais estudos são necessários para confirmar a relação entre isolamento social e estresse psicossocial com o desenvolvimento de câncer em humanos.

13 novembro 2010

Estudo rejeita ligação entre droga contra acne e suicídio

Fonte: BBC Brasil

As pessoas tratadas por acne severa devem ter sua saúde mental monitorada de perto, segundo um estudo do Instituto Karolinska, da Suécia.


No entanto, a pesquisa revelou que a isotretinoína, droga popular que combate a acne e que no Brasil é vendida principalmente com o nome Roacutan, não aumenta os riscos de suicídio, apesar de indícios anteriores.

O estudo, feito com 5.700 pessoas entre 1980 e 2001, foi publicado no Jornal Médico Britânico.

A isotretinoína (também conhecida como Roacutan, Accutan, Amnesteem, Claravis, Clarus e Decutan) tem sido prescrita desde 1980 nos casos em que o uso de antibiótico não se mostra efetivo no combate à acne severa.

Depressão

Mas há relatos que ligam o uso da droga à depressão e ao comportamento suicida.

Por isso o pesquisador Anders Sundstrom e a sua equipe estudaram tentativas de suicídio antes, durante e depois do tratamento com essa droga.

Eles descobriram que 128 dos 5.700 pacientes investigados que estavam ingerindo a droga foram internados por tentativa de suicídio.

O risco de suicídio era maior entre os que haviam terminado o tratamento em até seis meses. Segundo os pesquisadores, isso se devia ao fato de que os pacientes cuja acne melhorara com o tratamento se sentiam frustrados por não notarem avanços em suas vidas sociais, e não a efeitos do tratamento.

Ainda assim, eles relatam que a tentativa de suicídio era um evento raro – os dados mostram que apenas uma em cada 2.300 pessoas que ingeriram a droga tentaram se matar pela primeira vez após iniciarem o tratamento.

Segundo Sundstrom, os efeitos da acne são um fator mais importante para tentativas de suicídio que o uso da isotretinoína. “Não estamos certos de que a droga acrescente algum risco”, disse.

Futebol provoca aumento de lesões dos ligamentos em meninas, alertam especialistas

Fonte: 4 Press Assessoria de Imprensa/42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia.

O aumento do número de meninas que optam pelo futebol gerou um verdadeiro desafio para os ortopedistas brasileiros, visto que é crescente a frequência de lesões entre elas, segundo especialistas que participam, neste mês, do 42º Congresso Brasileiro de Ortopedia e Traumatologia, em Brasília. De acordo com o ortopedista Gilberto Camanho, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, há uma preocupação muito grande principalmente com o aumento das lesões de ligamento do joelho das meninas entre oito e dez anos.

Muito comum entre os jogadores de futebol - tanto que não se passa uma semana sem que algum seja afastado por lesões ligamentares -, o problema cresce entre as meninas, segundo os especialistas, porque funcionalmente o joelho da mulher é mais sensível à lesão do que o joelho masculino. Além disso, as meninas têm começado cada vez mais cedo nesse esporte, agravando ainda mais o problema.

“Quando o esporte, e principalmente o futebol, leva ao rompimento (do ligamento), a solução é sempre cirúrgica. E, como o tendão não pode ser suturado, temos que fazer um enxerto, daí o problema, pois o enxerto não cresce e o paciente está em idade de crescimento”, destacou o especialista. “A menina poderá crescer mais uns 60 centímetros, mas o ligamento continuará do mesmo tamanho”, alerta o ortopedista.

O especialista conta que os cirurgiões têm feito a substituição do tendão, o que, na maioria dos casos, soluciona o problema em curto prazo; entretanto, as reconstruções e reposições podem gerar sérios problemas na fase adulta. Segundo ele, na maioria dos casos, a garota se recupera adequadamente, mas é preciso ser observada sua evolução em longo prazo e, em alguns casos, o tratamento não tem se demonstrado eficiente.

Por isso, segundo os especialistas, a prevenção é sempre o melhor caminho. Se uma menina quer começar a treinar, a recomendação é que seja examinada previamente por um ortopedista que, dependendo dos sinais da constituição física e de uma avaliação que tem alguma complexidade, poderá definir se ela é suscetível a esse tipo de problema. E a solução seria, então, um treinamento específico para reforçar os músculos da região, e, em casos extremos, o conselho de que opte por outra prática esportiva.

Alimentação especial para o bebê pode ajudar a prevenir diabetes tipo 1, diz estudo

Fonte: New England Journal of Medicine

Uma intervenção na alimentação dos bebês pode ajudar a prevenir o processo que leva ao desenvolvimento do diabetes tipo 1, segundo estudo finlandês publicado nesta semana no New England Journal of Medicine. Ao contrário do diabetes tipo 2, essa forma da doença não está associada a fatores estilo de vida - como desequilíbrio na alimentação, sedentarismo e obesidade -, mas à herança genética e ao ataque do sistema imunológico às células que produzem insulina no pâncreas, e acomete mais crianças e adolescentes. Agora, o novo estudo indica uma forma de “prevenção” da doença com intervenção na dieta.

Avaliando 230 bebês que não recebiam o leite materno e tinham pelo menos uma pessoa da família com diabetes tipo 1, além de genótipo associado à doença, os pesquisadores notaram que aqueles alimentados com uma fórmula especial tinham duas vezes menos chance de desenvolver anticorpos relacionados ao desenvolvimento da doença, comparados aos que receberam leite de vaca. Segundo os autores, a fórmula foi desenvolvida com a quebra de uma proteína do leite chamada caseína em componentes tão pequenos que não ativavam o sistema imunológico - processo chamado hidrólise.

“Nosso estudo indica que uma intervenção alimentar preventiva focada na redução do risco de diabetes tipo 1 pode ser viável”, disse o pesquisador Mikael Knip, da Universidade de Helsinki. “Mostrou que a segura e simples intervenção aplicada foi capaz de reduzir o aparecimento de autoanticorpos preditivos do diabetes em 50% aos 10 anos de idade nos participantes que carregavam um risco aumentado da doença”, acrescentou o especialista.

Entretanto os pesquisadores destacam que o estudo não é grande o suficiente para dizer que evitar o leite de vaca pode ajudar a reduzir o risco de diabetes tipo 1, além de não encontrar uma diferença estatisticamente significativa na taxa da doença - 8% para os alimentados com leite de vaca, e 6% para aqueles que tomaram a fórmula. Para avaliar essa relação, um estudo maior está sendo realizado, incluindo mais de 2 mil bebês em 15 países, e poderá oferecer uma resposta mais definitiva a essa questão, porém, apenas no ano de 2017.

12 novembro 2010

Especialistas pedem mais atenção para portadores de mania de arrancar cabelos

Fonte: BBC Brasil

Especialistas britânicos defendem que os serviços públicos de saúde deveriam oferecer mais ajuda para pessoas que sofrem de tricotilomania - o impulso incontrolável de arrancar fios de cabelo e pelos.

Caracterizada como um distúrbio no controle de impulsos - como, por exemplo, a cleptomania e o vício em jogatinas - o problema afeta 1% da população britânica. Muitos dos pacientes de tricotilomania não se dão conta de que estão arrancando os cabelos. A mania deixa muitos com grandes falhas no seu cabelo.

Acredita-se que entre suas causas estejam ansiedade, depressão e estresse.

Para o Instituto Britânico de Tricologistas - especialistas que lidam com problemas no couro cabeludo - as pessoas que sofrem do distúrbio não estão recebendo a atenção devida.

Os especialistas dizem que estas pessoas precisam de ajuda psicológica mais rápida e acessível, como terapia cognitiva e e comportamental.

Marilyn Sherlock, presidente do instituto, disse à BBC que a reação mais comum dos médicos aos casos de tricotilomania é "pare, simples. apenas não faça mais isso".

"Geralmente, os problemas com cabelo não ameaçam a vida (do paciente)", disse. "Por esta razão, eles (os médicos) tendem a não tratar com tanta seriedade. (Mas) é um problema bem mais grave, pois é tão visível."

Lista de espera

Emily ficou em uma lista de espera para conseguir tratamento
Um caso típico é o de Emily, de 19 anos, que começou a apresentar os sintomas do problema aos nove anos de idade.

"Meu rendimento escolar caiu e os professores começaram a notar meu comportamento. Eles chamaram minha mãe e contaram que eu andava arrancando meus cabelos", afirmou.

A jovem foi colocada em uma lista de espera e, depois, encaminhada a um psicólogo. No entanto, ela afirmou que seu problema não foi totalmente compreendido.

"Quando eu estava crescendo foi muito difícil, pois meus amigos, ok, eles tinham as questões deles, mas o cabelo deles sempre estava bom", afirmou.

"Em um certo momento (meu cabelo) estava tão desigual, que minha mãe tinha que colocar fitas e amarrar. Eu tinha que colocar presilhas em todos os lados da minha cabeça. Não parecia normal, mas era a única forma de disfarçar", afirmou.

Tratamento

Poucos tratamentos são financiados pelo serviço público de saúde
Segundo Marilyn Sherlock, do Instituto Britânico de Tricologistas, uma forma de começar a ajudar é descobrir sobre os hábitos das pessoas que arrancam os cabelos.

"Acontece enquanto eles assistem TV ou quando estão lendo um livro? Podemos descobrir formas de distraí-los, para que as mãos deles fiquem ocupadas, fazendo outras coisas", disse.

Graham Archard, do Colégio Real de Clínicos Gerais, está surpreso com o fato de que as queixas dos pacientes não estão recebendo a atenção devida.

O médico afirma que apenas falar para o paciente "pare com isso" não é o bastante.

"Se um médico está falando isso para um paciente, meu conselho é encontrar outro clínico geral, encontrar alguém que realmente vá ouví-los", disse.

Lucinda Ellery, que gerencia uma rede de salões de beleza especializada em tratamentos para perda de cabelos, atende centenas de meninas todos os anos.

Ela afirma que a maioria das meninas que atende gastam milhares de libras nos tratamento.

OCDE alerta para aumento de obesidade em países em desenvolvimento

Fonte: BBC Brasil

Países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, devem adotar o mais rápido possível medidas para impedir o aumento da obesidade entre a população, antes que atinjam os níveis registrados em países ricos.

O alerta foi feito por um estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado na revista britânica especializada The Lancet.

Segundo a pesquisa, metade dos brasileiros está acima do peso; a obesidade triplicou entre os homens e quase dobrou entre as mulheres, no período que vai de 1975 a 2003.

O estudo analisou a situação em seis países em desenvolvimento (Brasil, África do Sul, China, Índia, México e Rússia) e apontou má alimentação e falta de exercícios físicos como os principais fatores que levaram esses países a registrar um forte aumento no número de obesos.

Segundo a organização, regras mais duras para a publicidade de alimentos, campanhas massivas para promover atividades físicas e maior taxação do álcool e do tabaco são algumas das medidas que ajudariam a reduzir o problema - e a prevenir o aparecimento de doenças crônicas ligadas à obesidade.

O estudo garante que, para colocar essas medidas em prática, o Brasil gastaria US$ 2,89 per capita a cada ano.

O investimento em prevenção seria pago pela queda nas despesas com tratamentos de doenças ligadas à obesidade, como o diabetes, o câncer e problemas cardiovasculares. Segundo os autores, essas medidas poderiam ser rentáveis dentro de 15 anos.

Entre os países analisados, o México tem a pior situação. Sete em cada dez mexicanos estão acima do peso ou obesos.

China e Índia, apesar de terem, respectivamente, cerca de 15% e 30% de sua população acima do peso ideal, registram uma forte progressão no número de obesos.

O estudo da OCDE também alerta para o perigo da obesidade entre as crianças.

A organização afirma que a adoção de uma estratégia global que regule a publicidade de alimentos voltada para as crianças é mais eficaz que campanhas com um público alvo menor, como as realizadas nas escolas.

Natação em piscinas com cloro pode piorar a asma, aponta estudo

Fonte: 2010 Annual Meeting of the American College of Allergy

Embora a natação seja frequentemente indicada para pessoas que sofrem de problemas respiratórios, essa atividade física pode piorar a asma ativa, segundo estudo que será apresentado na próxima semana no encontro anual do Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia. De acordo com os autores, é possível que a exposição ao cloro seja responsável pela piora nos sintomas e pela persistência das crises entre asmáticos que praticam natação.

“Estudos têm questionado a natação - especialmente o total de horas nadadas em um período da vida, e a natação em piscinas cloradas e fechadas - ao desenvolvimento ou piora da asma, baseados na exposição a produtos químicos de cloro”, escreveram os autores em publicação do evento. “Nosso estudo apoia a noção de que o aumento das horas de natação pode contribuir para a persistência da asma ativa em piscinas cloradas abertas (outdoor) e em ambientes fechados (indoor)”, acrescentaram os pesquisadores.

Para o estudo, foram distribuídos 1500 questionários para os pais de crianças e adolescentes de cinco a 18 anos de idade que participavam de competições de natação. Os questionários abordavam as horas totais de natação - que foram agrupadas em seis categorias de tempo -, se os jovens nadavam em piscinas cobertas ou ao ar livre, quando ocorreu o diagnóstico da doença, e se esses jovens haviam tomado medicamentos para asma no ano anterior.

Avaliando essas variáveis, os especialistas notaram que o aumento das horas nadadas contribuiria para a persistência da asma ativa, principalmente entre as mulheres, tanto em piscinas cobertas quanto ao ar livre. E as meninas entre nove e 12 anos pareciam ter maior frequência de asma. “Não houve diferenças da asma ativa em homens nadadores na piscina clorada indoor, na piscina clorada outdoor ou geral nos grupos A (com horas totais de natação entre zero e 99h) a F (mais de 1.500h). Nas nadadoras, a asma ativa foi significativa nas horas gastas na piscina outdoor e na indoor”, destacaram os autores.

De acordo com os pesquisadores, “embora os resultados sejam interessantes, visto que a natação é frequentemente recomendada como um apoio para asma ativa, mais resultados ainda são necessários para validar as conclusões” do estudo. “O papel específico de produtos de cloro inalados sendo responsáveis pela persistência da asma em nadadores ainda precisa ser determinado”, concluíram os especialistas.

Falta de sol pode acelerar ganho de peso das crianças, aponta pesquisa

Fonte: American Journal of Clinical Nutrition

Muitas pesquisas têm indicado que as crianças que ficam muito tempo em frente à televisão ou ao computador são mais propensas à obesidade, e atribuem essa relação ao menor tempo que elas passam fazendo atividades físicas. Agora, um estudo americano aponta uma nova explicação para o sobrepeso desses jovens que passam tempo demais dentro de casa vendo TV: o fato de serem pouco expostas ao sol poderia acelerar o ganho de peso.

Em pesquisa com 479 crianças colombianas com idades entre cinco e 12 anos, especialistas da Universidade de Michigan, nos EUA, notaram que aquelas que apresentavam deficiência de vitamina D - nutriente produzido pelo organismo com a exposição ao sol - ganhavam peso e gordura corporal mais rapidamente do que as crianças que tinham maiores níveis da vitamina. Segundo os autores, aquelas com deficiência do nutriente tinham maior aumento anual do índice de massa corporal, das dobras cutâneas e da circunferência da cintura.

Publicados na edição de outubro do American Journal of Clinical Nutrition, os resultados, segundo os autores, sugerem que “o status sérico da vitamina D seria inversamente associado com o desenvolvimento de adiposidade em crianças em idade escolar” em todo o mundo - mesmo em áreas subtropicais, como a Colômbia e algumas regiões do Brasil, onde o sol e a vitamina D parecem ser mais “abundantes”. Entretanto, eles destacam que mais estudos são necessários para confirmação e para avaliar se a suplementação com o nutriente poderia ajudar a combater a obesidade infantil.

07 novembro 2010

Menino com pavor de comer se alimenta por tubos

Fonte: BBC Brasil

O caso de um garoto britânico que tem pavor de comer e precisa ser alimentado por tubos está gerando curiosidade no meio médico britânico.

Daniel Harrison, de três anos, sofreu tanto com refluxos gástricos quando era bebê que desde então tem ojeriza ao ato de comer.

O menino não se alimenta pela boca desde então e é alimentado por tubos inseridos no estômago.

Portador de autismo, Harrison tem dificuldades de se comunicar e interagir com o mundo ao redor, o que representa um problema adicional para o tratamento.

No fim do ano passado, ele teve de fazer uma operação nos pulmões após contrair gripe suína.

A família, de Nottingham, já tentou buscar ajuda nos hospitais locais e em no hospital infantil de Great Ormond Street, em Londres, sem solução.

O pai do menino, Kevin, afirmou ao jornal local Nottingham Evening Post que não há nenhum fator médico impedindo o garoto de comer.

"Falando em termos médicos, não há nada", afirmou. "Está tudo na cabeça dele e ninguém consegue ajudar."

A família acredita que pode tratar o menino em uma clínica em Graz, na Áustria, quer diz ter conseguido tratar outros 12 casos semelhantes ao de Daniel nos últimos vinte anos.

Entretanto, a viagem custaria mais de 20 mil libras (quase R$ 60 mil) e os Harrison ainda tentam angariar os recursos para o tratamento.

Olhos podem indicar problemas em outras partes do corpo, alertam especialistas

Fonte: ATF Comunicação Empresarial

Consultas de rotina ao oftalmologista têm revelado problemas que vão além da saúde ocular. De acordo com especialistas, os olhos podem dar sinais de cânceres, problemas endócrinos, dermatológicos e cardiovasculares, e a integração de profissionais de diversas especialidades é importante para um diagnóstico de problemas que podem ser tratados com sucesso na fase inicial.

Uma das regiões oculares que mais ajudam nesse diagnóstico amplificado é a retina, área onde as imagens captadas pelo olho são formadas, segundo especialistas do Hospital Oftalmológico de Brasília. “Por ser bastante vascularizada, essa região ocular permite o acompanhamento e o diagnóstico de doenças tratadas por especialistas da pediatria, neurologia, cardiologia e endocrinologia, entre outros. O exame de fundo de olho é fundamental nesse processo”, explica o oftalmologista Sérgio Kniggendorf, especialista em retina.

O médico explica que, por possuir muitos vasos sanguíneos, o olho tem uma incidência alta de metástases (disseminação de câncer). “Já tive pacientes que foram diagnosticados com tumores intraoculares e que, posteriormente, foi descoberto que a origem era intracraniana ou um câncer de mama”, destaca o oftalmologista. “Não é muito comum, mas também não é extremamente raro. Às vezes os pacientes aparecem se queixando de uma baixa visão e você descobre que se trata de uma metástase de outro local”, alerta.

Em relação à endocrinologia, o especialista destaca que a comunicação do profissional desta área com um oftalmologista é essencial, visto que o órgão mais afetado pelo diabetes é o olho. “As informações da situação dos vasos sanguíneos intraoculares e a evolução do estado de visão do paciente diabético são fundamentais para o endocrinologista, na mesma medida em que o oftalmologista precisa de informações sobre o controle clínico desse paciente”, disse o médico. O estado visual do paciente diabético é diretamente relacionado ao controle de glicemia e “se o paciente não estiver com a glicemia controlada, ele pode até perder a visão por causa da retinopatia diabética”.

Os exames oftalmológicos também permitem um acompanhamento do controle de pressão arterial e verificar se há algum “entupimento” em veias e artérias. “O exame de fundo de olho dá muita informação para o cardiologista sobre como estão os vasos sanguíneos, se estão esclerosados, estreitados ou tortuosos. Então, se percebe quando o paciente controla ou não a pressão arterial”, conta o oftalmologista.

Outros problemas que podem ser indicados pelo exame de fundo de olho são as doenças sanguíneas, pois através dele sé possível visualizar os vasos sanguíneos diretamente. “A anemia falciforme, por exemplo, que é uma doença que causa a má formação das hemácias, traz uma série de obstruções vasculares, com isso a periferia da retina apresenta hemorragias ou oclusões vasculares”, observa Kniggendorf.

O especialista em retina lembra que outra área constantemente ligada à oftalmologia é a neurologia. “Como o oftalmologista consegue ter uma visualização direta do nervo óptico, sem precisar fazer uma invasão no organismo, com muita frequência, recebemos pacientes com queixa de baixa visão, os quais, na verdade, apresentam problemas neurológicos como tumores intracranianos, AVC, isquemias ou hemorragias que passam despercebidas”, conta.

Há, ainda, outras especialidades que devem se relacionar intimamente com a oftalmologia. Em pediatria, é importante a interface com o oftalmologista no tratamento da ambliopia (olho preguiçoso) e do estrabismo. E, na dermatologia, essa relação se dá pelo fato de alguns medicamentos contra acne causarem o ressecamento de mucosas, incluindo o olho; e de uma doença chamada pseudoxantoma elástico (ou Síndrome de Gronblad-Strandberg) afetar a elasticidade da pele e poder causar lesões nos olhos.

06 novembro 2010

Suco de beterraba é benéfico para o cérebro dos idosos, aponta estudo

Fonte: Nitric Oxide: Biology and Chemistry

Tomar suco de beterraba pode aumentar o fluxo sanguíneo no cérebro, ajudando a combater a progressão da demência em idosos, segundo o estudo da Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos. De acordo com os especialistas, esse vegetal contém altas concentrações de nitratos, que são convertidos em nitritos por uma bactéria na boca; e esses nitritos ajudam a “abrir” os vasos sanguíneos, aumentando o fluxo de sangue e oxigênio.

Estudos anteriores já vinham demonstrando que os nitritos - também encontrados no aipo, repolho e espinafre - ajudam a alargar os vasos e a reduzir a pressão sanguínea. Entretanto, segundo os autores, a nova pesquisa é a primeira a mostrar esse efeito no cérebro. “Há áreas do cérebro que se tornam mal ‘perfundidas’ à medida que você envelhece, e acredita-se que isso é associado com a demência e problemas de cognição”, destacou o pesquisador Daniel Kim-Shapiro, explicando a importância da descoberta.

Na pesquisa, avaliando, com ressonância magnética, 14 pessoas com mais de 70 anos de idade, os pesquisadores notaram que, quando os participantes recebiam cafés da manhã ricos em nitratos, com a inclusão de suco de beterraba, eles apresentavam maior fluxo sanguíneo na substância branca e no lobo frontal - áreas do cérebro associadas com a degeneração que leva à demência e outros problemas cognitivos.

“Acredito que esses resultados são consistentes e encorajadores - de que uma boa dieta consistindo em muitas frutas e vegetais podem contribuir para boa saúde geral”, disse o pesquisador Gary Miller, que coordenou o estudo. De acordo com o especialista, isso pode “levar a intervenções que poderiam melhorar a saúde funcional cognitiva e física dos idosos”. Por isso, apesar de mais estudos serem necessários para confirmação, a equipe está investindo no desenvolvimento de um novo suco de beterraba mais nutritivo e saboroso.

Glaucoma avança entre os mais jovens, aponta pesquisa

Fonte: LDC Comunicação

Considerada uma doença que só aparece a partir dos 40 anos de idade, o glaucoma está crescendo entre os mais jovens, segundo pesquisa do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier. A análise dos 3.680 casos de glaucoma atendidos pelo hospital nos últimos quatro anos mostrou que a doença teve um crescimento de 12,76% entre pacientes com idades entre 29 e 37 anos.

“É verdade que a prevalência corresponde a apenas 0,21% dos pacientes diagnosticados, mas é preocupante por se tratar de uma doença sem cura e que tem baixa adesão ao tratamento feito com colírio hipotensor” afirma o especialista. Só para se ter uma ideia, a estimativa é que metade das pessoas com a doença usa apenas o primeiro frasco após o diagnóstico. Além disso, estudo conduzido pelo especialista com 2.700 pacientes mostra que 67% dos tratamentos de doenças oculares são comprometidas por erros na instilação dos colírios - o que, em glaucomatosos, pode significar a perda da visão.

Sem apresentar sintomas, o glaucoma atinge cerca de um milhão de brasileiros, e é apontado com a principal causa da cegueira irreversível pela Organização Mundial da Saúde. O médico explica que, em 90% dos casos, está associado ao aumento da pressão intraocular, que provocar a morte das células da retina, escavação do nervo óptico e redução do campo visual.

Fatores de risco

Entre os mais jovens diagnosticados na pesquisa, três contraíram a doença por usar colírio com corticoide durante alguns meses por conta própria. O especialista conta que estes pacientes chegaram à consulta com os olhos irritados e reclamando de dor de cabeça no final do dia.

Todos os demais tinham hipertensão arterial, que é considerada como o segundo principal fator de risco para o glaucoma. Isso porque, segundo o médico, a pressão alta reduz o fluxo do sangue que circula pelo corpo e aprofunda o estresse oxidativo, comprometendo o metabolismo das células da retina e do nervo óptico. Além disso, a pressão arterial e a intraocular seguem uma curva circadiana - caracterizada por queda durante o sono -, ou seja, quem tem glaucoma não pode ter o olho submetido a alta ou baixa pressão.

“É isso que explica porque só o tratamento isolado da pressão intraocular não beneficia a todos da mesma forma”, explica. Para quem tem hipertensão arterial, a recomendação é o acompanhamento simultâneo do cardiologista e do oftalmologista, visando garantir o controle do glaucoma. O médico ressalta que a prática de exercícios aeróbicos, evitar bebidas alcoólicas e manter uma alimentação saudável também contribuem com a melhora das duas doenças.

Prescrição de colírios

Segundo Queiroz Neto, é comum as pessoas com glaucoma trocarem, sem autorização do especialista, o colírio indicado. “Na prescrição, levamos em consideração outros fatores da saúde de cada paciente, já que, como todo remédio, os colírios também têm efeitos adversos”, destaca. Entre os efeitos indesejados, dependendo da classe de colírios, estão reações alérgicas, asma, arritmias cardíacas, insuficiência renal e má circulação. Por isso, um médico sempre deve ser consultado.

Descoberta sobre anticorpos pode levar à cura do resfriado

Fonte: BBC Brasil

Cientistas britânicos dizem que uma mudança fundamental no entendimento de como o corpo combate infecções virais pode auxiliar o combate a doenças causadas por vírus - entre elas, o resfriado comum.

Até hoje, especialistas pensavam que os anticorpos produzidos pelo organismo combatiam infecções virais bloqueando ou atacando os vírus fora das células.

No entanto, pesquisadores do Conselho de Pesquisa Médica (MRC, na sigla em inglês), na Grã-Bretanha, concluíram que os anticorpos podem penetrar nas células e lutar contra os vírus uma vez lá dentro.

Antivirais

Segundo um artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a descoberta pode abrir caminho para a criação de novas drogas antivirais.

Os cientistas do Laboratório de Biologia Molecular do MRC, em Cambridge, Inglaterra, enfatizaram que serão necessários anos de trabalho e de testes para que sejam desenvolvidas novas terapias.

Eles também dizem que essa possível nova estratégia de combate não teria efeito sobre qualquer tipo de vírus.

"Os vírus são os grandes matadores da humanidade em todo o mundo, matam duas vezes mais pessoas por ano do que o câncer", disse à BBC o chefe da equipe, Leo James.

Ele explicou que quando um paciente sofrendo de uma infecção viral, como um resfriado, vai a um médico, não há muito o que o médico possa fazer. Antibióticos só são efetivos no combate a bactérias - não vírus.

"(Essa descoberta) nos dá uma estratégia completamente nova para a criação de novos tipos de antivirais contra uma gama de vírus, como o do resfriado comum e o da gastroenterite", disse o chefe da equipe, Leo James.

"Claro que ainda é muito cedo, não vamos ter uma cura amanhã", ressaltou.

Embora o resfriado comum não tenha cura hoje, seus sintomas costumam desaparecer espontaneamente em até dez dias.

Novo paradigma

Já há algumas drogas antivirais disponíveis para auxiliar o tratamento de certas doenças. Entre elas estão os medicamentos usados por portadores do vírus HIV.

Mas as revelações feitas pela equipe do MRC transformam o pensamento científico anterior a respeito da imunidade do homem contra doenças provocadas por vírus.

O estudo mostrou que os anticorpos podem entrar nas células e, uma vez lá dentro, desencadear uma resposta, auxiliada por uma proteína chamada TRIM21.

Essa proteína empurra o vírus para dentro de um sistema de excreção usado pela célula para se livrar de materiais indesejados.

Os pesquisadores verificaram que esse processo acontece rapidamente, normalmente antes de que a maioria dos vírus tenha oportunidade de prejudicar a célula.

Eles também descobriram que aumentar a quantidade de proteína TRIM21 nas células torna o processo ainda mais efetivo, o que aponta o caminho para a criação de drogas antivirais melhores.

O vice-diretor do Laboratório de Biologia Molecular do MRC, Greg Winter, disse: "Essa pesquisa não representa um avanço apenas na nossa compreensão de como e onde os anticorpos atuam, mas também no entendimento geral da imunidade e das infecções".

01 novembro 2010

Cientistas avançam em estudo de proteína que destrói câncer

Fonte: EFE

Pesquisa durou dez anos e conclui observações feltas pelo prêmio Nobel Jules Bordet

Cientistas australianos e britânicos observaram pela primeira vez o funcionamento de uma proteína capaz de destruir células cancerígenas, feito que permitirá avançar no tratamento contra o câncer, a malária e o diabete, revelaram nesta segunda-feira os pesquisadores.

A descrição da estrutura molecular desta proteína, chamada perforina, e seu funcionamento, foram publicados na mais recente edição da revista Nature.

"Esta proteína perfura células tomadas por vírus ou que se transformaram em células cancerígenas e permite a entrada de enzimas tóxicas que depois as matam", explicou em comunicado o responsável pelo projeto, James Whisstock, da Universidade de Monash, em Melbourne.

"Sem esta proteína nosso sistema imunológico não pode destruir estas células. Agora que sabemos como é seu funcionamento, podemos começar a ver como é possível combater o câncer, a malária e o diabete", acrescentou Whisstock.

A pesquisa, que durou dez anos, conclui as observações que o ganhador do prêmio Nobel Jules Bordet iniciou há cerca de 110 anos.

"A descoberta dá uma resposta fundamental ao mistério da imunologia", disse Whisstock, quem ressaltou que sua experiência com ratos revelou que a insuficiência de perforina acelera o desenvolvimento de tumores e, em particular, de leucemia.

Segundo Whisstock, a proteína também pode atacar células sãs por uma deficiência do sistema imunológico, como no estágio inicial do diabete, ou pela rejeição de um tecido após um transplante de medula óssea.

A pesquisa contou com cientistas da Univesidade de Monash, do Centro de Câncer Peter MacCallum, também em Melbourne, e do Birkbeck College, em Londres.

Doença cerebrovascular mata um a cada cinco minutos

Fonte: Agência Estado / Jornal O Estado de São Paulo

A cada cinco minutos, um brasileiro morre de doença cerebrovascular - e o acidente vascular cerebral (AVC) responde por 95% dos casos. Os cálculos são da Academia Brasileira de Neurologia, a partir de dados do Ministério da Saúde recolhidos entre 1999 e 2008. Para tentar diminuir esses números, a pasta lançou na sexta-feira um manual de conduta para médicos, que está sob consulta pública por 30 dias.

O protocolo, publicado no Diário Oficial da União como Consulta Pública N.º 39, pretende orientar a conduta dos profissionais de saúde sobre diagnóstico e tratamento, estabelecer procedimentos para a assistência nos hospitais e incentivar o uso racional de remédios. A pasta quer que as novas diretrizes sejam aplicadas no início de 2011.

Em dez anos, o número de mortes por essas doenças, que além do AVC incluem aneurisma, trombose e embolia cerebral, foi de 903.223 no País, sendo 96,5 mil em 2006. No mesmo ano, segundo o ministério, morreram 69,4 mil pessoas de enfarte, 90,6 mil de doenças isquêmicas do coração e 63,3 mil de outras doenças cardíacas.

"As pessoas precisam saber que a doença existe, que pode ser prevenida e que, se ela se manifestar, pode ser tratada se o paciente chegar rápido a um hospital que esteja preparado", afirmou a neurologista Sheila Martins, do departamento de Doença Cerebrovascular da Abneuro, que promove uma campanha nacional de conscientização e combate à doença, e presidente da ONG Rede Brasil AVC.

Para reduzir sequelas e mortes é necessário atendimento rápido à vítima de AVC, alerta Sheila. Se a pessoa que tem derrame isquêmico - provocado por entupimento de vaso sanguíneo, que corresponde a 85% dos AVCs - for atendida na primeira hora, a chance de se recuperar completamente é de mais de 80%.

Ela explica que as pessoas devem ficar atentas aos sintomas de AVC - dormência, boca torta, dificuldade para falar ou entender a fala e para enxergar com um ou ambos os olhos, tontura, desequilíbrio, falta de coordenação e dor de cabeça. "Qualquer um desses sintomas isolados já tem chance de ser AVC. A recomendação é que chame uma equipe do Samu, que está preparada para reconhecer os sinais e levar para o hospital de referência".

Álcool é mais prejudicial do que a heroína ou o crack , diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Um estudo britânico que analisou os danos causados aos usuários de drogas e para as pessoas que os cercam concluiu que o álcool é mais prejudicial do que a heroína ou o crack.

O estudo divulgado na publicação científica Lancet classifica os danos causados por cada substância em uma escala de 16 pontos.

Os pesquisadores concluíram que a heroína e a anfetamina conhecida como “crystal meth” são mais danosas aos usuários, mas quando computados também os danos às pessoas em volta do usuário, no topo das substâncias mais nocivas estão, na ordem, o álcool, a heroína e o crack.

O cigarro e a cocaína são considerados igualmente nocivos também quando se leva em conta as pessoas do círculo social dos usuários, segundo os pesquisadores. Drogas como LSD e ecstasy foram classificadas entre as menos danosas.

A política

Um dos autores do estudo é David Nutt, que ocupou o cargo de principal conselheiro do governo britânico para a questão das drogas.

Após deixar o posto, no ano passado, ele formou o Comitê Científico Independente sobre Drogas, instituição que se propõe a investigar o tema de forma apolítica.

O professor Nutt afirma que "considerados os danos totais, o álcool, o crack e a heroína são claramente mais prejudiciais que todas as outras (substâncias)".

"Nossas conclusões confirmam outros trabalhos que afirmam que a classificação atual das drogas tem pouca relação com as evidências de danos", diz o estudo.

"Elas também consideram como uma estratégia de saúde pública válida e necessária o combate agressivo aos males do álcool."

Suplementos de cálcio podem aumentar o risco cardíaco, indica estudo

Fonte: American Journal of Nursing

Os suplementos de cálcio - muito usados pelos adultos mais velhos para a prevenção de problemas ósseos, como a osteoporose - podem aumentar os riscos de doença cardíaca, segundo estudo publicado na edição de novembro do American Journal of Nursing. Avaliando dados de 11 estudos incluindo 12 mil pessoas que tomavam suplementos de cálcio - doses diárias de pelo menos 500 mg - sem outras vitaminas, uma equipe internacional de pesquisadores notou que esses participantes tinham 31% maior risco de sofrer um infarto, comparados àqueles que tomavam um comprimido sem valor.

De acordo com os pesquisadores, embora o aumento no risco cardiovascular pareça modesto, “o uso disseminado de suplementos de cálcio significa que mesmo um pequeno aumento na incidência de doença cardiovascular poderia ser traduzido em um grande peso da doença para a população”. E eles acrescentam que, apesar de muitas pessoas usarem esses suplementos para a prevenção da osteoporose, eles reduzem o risco de fraturas em apenas 10%.

“Manter um peso saudável, ser fisicamente ativo, não fumar, e ter a densidade óssea medida regularmente são outros importantes aspectos do controle da osteoporose”, destacou o pesquisador Ian R. Reid. E, em consonância com o autor do estudo, a especialista Dee Sandquist, porta-voz da American Dietetic Association, recomenda que as pessoas que tomam suplementos de cálcio acrescentem a vitamina D à sua dieta, pois outros estudos não demonstram riscos de problemas cardíacos com a combinação dos dois nutrientes.

Paracetamol pode trazer risco para pessoas com doença cardíaca, diz estudo

Fonte: Circulation

Um popular analgésico reconhecido, há muitos anos, como seguro para pacientes com problemas cardíacos pode não ser tão inofensivo como se acreditava. De acordo com um recente estudo do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, o paracetamol - analgésico atualmente mais recomendado para pacientes cardíacos, devido à sua presumida falta de efeitos colaterais cardiovasculares - pode aumentar a pressão arterial tanto quanto os medicamentos que os pacientes são orientados a evitar.

“O acetaminofeno (paracetamol) fluiu abaixo do radar de triagem por 40 ou 50 anos sem nunca ser realmente avaliado por sua segurança cardiovascular”, disse o pesquisador Frank Ruschitzka, líder do estudo, em artigo publicado este mês na revista Circulation. “As pessoas acham que, estando fora por tanto tempo, ele deve ser seguro. Bem, isso está simplesmente errado”, completou.

Avaliando 33 pessoas com doença cardíaca, os especialistas notaram que, quando os pacientes tomaram, por duas semanas, um comprimido com paracetamol diariamente, eles apresentaram aumento significativo na pressão. Os resultados apontam que, com a ingestão do medicamento, a pressão sistólica (maior número na medida de pressão) aumentou de 122,4 para 125,3 mmHg, enquanto a pressão diastólica subiu de 73,2 para 75,4 mmHg. Isso representaria uma pressão de 12,53 por 7,54 - quando o normal é aproximadamente 12 por 8. E esse efeito não foi observado nas duas semanas em que eles ingeriram, diariamente, um comprimido sem o ingrediente ativo.

“Na população em que seu uso é recomendado, o acetaminofeno aumenta a pressão sanguínea em mesma extensão que foi anteriormente demonstrada com o ibuprofeno e outras drogas anti-inflamatórias não esteroidais”, escreveu o coordenador do estudo. Entretanto, as limitações do estudo - incluindo o pequeno número de pessoas avaliadas e o curto período de tratamento - ainda não permitem uma conclusão definitiva.

“Certamente, em alguns casos, os benefícios do acetaminofeno para o controle da dor superam o risco potencial”, disse o pesquisador. “Entretanto, em relação a outros pacientes para quem os benefícios não são tão grandes, os pacientes e médicos podem querer reconsiderar o uso do medicamento em longo prazo”, acrescentou o especialista, destacando a necessidade de sempre discutir riscos e benefícios de remédios com os médicos.