27 dezembro 2011

Planos de saúde serão obrigados a divulgar lista de hospitais e médicos credenciados na internet

Fonte: Agência Brasil

As operadoras de planos de saúde serão obrigadas a divulgar na internet a lista de prestadores credenciados, como hospitais e médicos. A norma definida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi publicada hoje (26) no Diário Oficial da União.

Para as operadoras com 100 mil clientes ou mais, a obrigatoriedade vale a partir de junho de 2012. As empresas com número de usuários inferior a 100 mil têm até dezembro do próximo ano para se adequar.

Os planos de saúde deverão informar o nome do estabelecimento e profissional credenciados, serviços contratados, endereço e telefones de contatos. As operadoras com mais de 100 mil clientes devem, inclusive, apresentar a localização geográfica dos prestadores por meio de mapas e imagens.

O uso de mapas é obrigatório também para os planos com 20 mil a 100 mil usuários. A exigência não vale para as operadoras com até 20 mil clientes.

A resolução proíbe que as informações na internet sejam restritas apenas aos clientes do plano, ou seja, deverão estão disponíveis para qualquer cidadão. Os dados devem ser atualizados em tempo real.

Com essa medida, a ANS espera que o usuário de plano de saúde tenha mais facilidade em encontrar um serviço ou profissional próximo a sua casa, trabalho ou durante uma viagem.

As operadoras que descumprirem a norma estão sujeitas a penalidades, como pagamento de multas.

03 dezembro 2011

Alterações epigenéticas e estresse oxidativo ajudam a explicar câncer de pele

Fonte: Diário da Saúde

Melanoma

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está desvendando a relação entre as alterações epigenéticas e o estresse oxidativo e o desenvolvimento de tumores.

Os resultados do estudo estão se mostrando importantes para o avanço do conhecimento em especial sobre o melanoma, o mais grave tipo de câncer de pele.

A epigenética é o estudo da parcela do genoma que não codifica proteínas, mas que tem papel na regulação dos genes.

Já o estresse oxidativo é o resultado do excesso de produção de radicais livres, que reduz a capacidade do sistema antioxidante presente em cada tecido.

Melanócito

O grupo trabalha há cerca de uma década com a biologia celular do câncer, sob a liderança da professora Miriam Galvonas Jasiulionis, do Departamento de Farmacologia.

Os estudos têm usado um modelo de transformação do melanócito - célula que produz a substância pigmentar da pele - em melanoma.

"O modelo consiste em submeter a condições sustentadas de estresse uma linhagem de melanócitos que não são tumorais, a fim de observar suas mudanças morfológicas até que se transformem em melanoma.

"Assim, observamos como as transformações ocorrem apenas a partir da alteração das condições ambientais, sem a introdução de oncogenes", explica a professora Miriam Galvonas Jasiulionis, coordenadora da pesquisa.

Risco do melanoma

O principal fator de risco para o melanoma é a exposição prolongada aos raios ultravioleta, que causa uma condição de estresse oxidativo.

Por isso é usado o modelo no qual o melanócito não tumorigênico é submetido a vários ciclos de estresse, adquirindo progressivas alterações celulares.

O modelo usa tanto linhagens de melanoma metastáticos como não-metastáticos, ampliando as possibilidades de estudos. O estresse é provocado pelo bloqueio da adesão celular do melanócito.

"O modelo que utilizamos permite estudar uma série de aspectos, em especial as alterações epigenéticas, que estão relacionadas às alterações ambientais. Sabemos também que as condições crônicas de estresse oxidativo estão relacionadas ao aparecimento de diferentes patologias. Por isso, o modelo poderá servir também para outros casos além do melanoma", destacou.

Micro-RNA

Em uma das vertentes dos estudos, os pesquisadores investigaram a conexão entre o melanoma e o papel dos micro-RNA (miRNA). Essas pequenas moléculas de apenas duas dezenas de nucleotídeos não codificam proteínas, mas se ligam ao RNA mensageiro (RNA-m), perturbando sua estabilidade, interrompendo o processo de tradução da informação gênica em estruturas proteicas e agindo como elementos de regulação epigenética.

"Embora não seja o foco principal do nosso grupo, o estudo dos miRNAs é importante, porque eles são um importante mecanismo de controle da expressão e, para nossas pesquisas, é fundamental compreender como se dá a regulação epigenética da expressão dos miRNAs", explicou Jasiulionis.

Por impedir a tradução de RNA-m, segundo Jasiulionis, o miRNA tem um papel central no processo de formação do câncer.

"Sabemos que os miRNAs têm alterações em sua expressão nos tumores, o que leva a mudanças em diferentes RNA-m. Estamos tentando identificar não apenas miRNAs que estejam expressos nas diferentes etapas da gênese do melanoma, mas também os que têm expressão alteradas por possuírem marcas epigenéticas alteradas", disse.

Além de ser um mecanismo importante no controle da tradução dos RNA-m, os miRNAs também podem ser utilizados como biomarcadores e podem se tornar alvos para o desenvolvimento de novas terapias contra o melanoma.

"Cada miRNA tem como alvo diferentes RNA-m ao mesmo tempo. E o mesmo RNA-m pode ser alvejado por diferentes miRNAs. Uma das perspectivas para o futuro é identificar um miRNA relacionado com os genes dos tumores e desenvolver antagonistas a partir daí", disse Jasiulionis.

Origem do melanoma

Segundo a pesquisadora, o melanoma, que tem origem em uma transformação maligna dos melanócitos, é extremamente resistente às terapias quando entra em fase de metástase.

"Quando é diagnosticado precocemente, o melanoma é facilmente tratado. Mas em fase metastática, é extremamente agressivo e não responde às terapias que existem. Por isso, é importante identificar os miRNAs envolvidos no processo, não apenas para o tratamento, mas também para identificação do tumor", disse.

19 novembro 2011

Beber cerveja evita desenvolvimento de doenças cardíacas, diz estudo

Muitos estudos comprovam os benefícios do consumo de uma taça de vinho por dia para evitar doenças cardíacas, mas um novo estudo, publicado na revista European Journal of Epidemiology, indica que os mesmo benefícios podem ser obtidos com um copo de cerveja.

Pesquisadores analisaram 16 estudos com mais de 200 mil participantes e descobriram que os que bebiam cerveja com moderação tinham menos de 31% de chances de desenvolver algum tipo de doença no coração.

De acordo com o estudo, álcool em quantidades moderadas aumentam o HDL (bom colesterol) e quanto maior a quantidade deste colesterol no corpo, mais protegida a pessoa está de doenças do coração.

Beba com moderação

Segundo os pesquisadores, a cerveja traz mais benefícios que o vinho por conter mais água, ajudando a evitar que se beba em grandes quantidades.

Os pesquisadores explicam que beber moderadamente significa um copo por dia para as mulheres, e dois, para os homens.

O estudo alerta que quem consome bebidas alcoólicas em excesso, no entanto, não aproveita os benefícios, somente os efeitos negativos da cerveja à saúde.

Nova droga eleva colesterol bom e reduz o ruim

Fonte: UOL

Estudo apresentado nesta semana no congresso da American Heart Association, em Orlando, nos EUA, mostra que um novo remédio conseguiu aumentar os níveis do chamado colesterol bom, o HDL, e baixar as taxas do ruim, o LDL.

Quando combinado aos remédios já usados para baixar colesterol (estatinas), o evacetrapib mais que dobrou os níveis de colesterol bom e reduziu em até 35% o colesterol ruim, além de diminuir os triglicérides, outro indicador de risco cardíaco que é medido em exames de rotina.

Editoria de Arte/Folhapress

O novo remédio pertence a um grupo de substâncias que inibem uma proteína responsável por transferir colesterol do HDL para o LDL, aumentando a proteção contra o entupimento dos vasos.

O HDL funciona "limpando" o colesterol das artérias e o levando até o fígado. De lá, ele é eliminado do corpo.

Segundo Raul Santos, diretor da unidade de lípides do InCor (Instituto do Coração), um nível baixo de HDL é um sinal de risco de infarto. Resultados abaixo de 40 mg/dl para homens e 50 mg/dl para mulheres são um sinal de alerta, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Remédios da mesma família do evacetrapib vêm sendo testados há alguns anos. O primeiro deles foi uma grande decepção para os médicos, afirma Santos, porque aumentou a pressão arterial dos pacientes e o risco de problemas cardíacos.

"Depois disso, foram desenvolvidas mais três moléculas que, até agora, não causaram esses efeitos."

Um desses medicamentos, o dalcetrapib, está sendo testado no InCor por 20 pacientes, há dois anos. "Em 2013 devemos ter uma resposta sobre os efeitos da droga."

Os médicos ainda precisam determinar se o mecanismo usado pela droga para aumentar o colesterol bom pode prejudicar a pessoa a longo prazo. A proteína cuja ação é inibida pelo remédio para aumentar o colesterol bom pode ter uma ação protetora para as artérias.

"O efeito do remédio sobre o colesterol é ótimo, mas ainda não sabemos se isso vai prevenir eventos cardíacos", diz Santos.

O novo estudo, feito por médicos da Cleveland Clinic e publicado no "Journal of the American Medical Association", sugere testes maiores para comprovar os benefícios do remédio.

POLÊMICA

Um outro estudo apresentado no congresso americano de cardiologia e publicado no "New England Journal of Medicine" levanta o debate sobre outra substância usada há mais de 50 anos para aumentar o HDL, a niacina.

A pesquisa analisou o impacto da substância em pessoas com LDL controlado (abaixo de 70 mg/dl). Segundo os autores e um editorial publicado na revista médica, o remédio deve ser aposentado, porque não aumenta o colesterol bom dos pacientes e causa vermelhidão da pele.

Segundo o cardiologista do InCor, no entanto, ainda é preciso esperar o resultado de um estudo maior, com 25 mil pessoas, antes de desistir do remédio. "Ele é seguro, está no mercado há décadas."

06 novembro 2011

Insônia crônica aumenta risco de ataque cardíaco, diz estudo

Fonte: Folha.com

Pesquisadores noruegueses acompanharam, durante mais de 11 anos, um grupo formado por homens e mulheres para um estudo sobre a insônia crônica.

A apneia do sono não entrou na análise, uma vez que foi associada a doenças cardiovasculares. Mas houve controle do índice de massa corporal e pressão arterial, dois fatores altamente correlacionados ao transtorno.

Os 52.610 indivíduos responderam a questionários em que relatavam, entre outras abordagens, a dificuldade de cair no sono, a frequência que acordavam e não conseguiam voltar a dormir e a assiduidade com que acordavam com a sensação de terem dormido mal.

Após ajustar diversos fatores de saúde e estilo de vida, os cientistas descobriram que aqueles que descreveram problemas para adormecer mostraram um risco relativo 45% maior de sofrer um ataque cardíaco, em comparação com quem nunca apresentou problemas do gênero.

As pessoas com dificuldade para voltar a dormir tiveram um aumento de 30% no risco, enquanto que entre aquelas que acordavam se sentindo cansadas, a porcentagem foi de 27%.

"É apenas um único estudo", disse o autor principal, o médico Lars Laugsand, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Ele acrescentou: "São necessários outros estudos para tentar explicar os mecanismos que estão por trás dessas associações, que ainda não estão claros."

A pesquisa está disponível na internet, no jornal "Circulation".

Nozes ajudam no tratamento de obesidade, diz estudo

Fonte: UOL Ciência e Saúde

Cientistas encontraram relação entre o consumo de nozes e o aumento dos níveis de serotonina no corpo de pacientes obesos com risco elevado de desenvolver doenças cardíacas. O estudo foi publicado na revista ACS' Journal of Proteome Research.

A serotonina é uma substância que ajuda a transmitir os sinais nervosos e diminui a sensação de fome, além disso, ela faz com que as pessoas se sintam mais felizes e melhora a saúde do coração.

De acordo com Cristina Andrés-Lacueva, autora do estudo, e sua equipe da Universidade de Barcelona, a presença da serotonina é importante para os pacientes obesos, pois eles têm excesso de gordura abdominal, açúcar elevado no sangue e pressão arterial elevada, o que aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

Mudanças na dieta podem ajudar os pacientes a perder o excesso de peso e tornar-se mais saudável. Entre as alterações, recomenda-se o consumo regular de nozes. O nutriente é considerado saudável, pois tem gorduras saudáveis, como os ácidos graxos insaturados, e antioxidantes.

Para verificar os efeitos bioquímicos do consumo de nozes, os pesquisadores colocaram 22 pacientes com síndrome metabólica em uma dieta enriquecida com nozes por 12 semanas. Eles foram comparados a outros 20 pacientes que foram orientados a evitar nozes.

Os cientistas analisaram os compostos presentes na urina dos pacientes e encontraram evidências de mudanças saudáveis. Uma delas foi que as nozes aumentaram os níveis de serotonina na urina.

Eles ressaltam que o estudo fornece a primeira evidência em seres humanos dos efeitos benéficos do consumo de nozes na redução dos níveis de substâncias no corpo associada com inflamação e outros fatores de risco cardiovascular em pacientes obesos.

Brasil aprova novos remédios antivirais para tratar hepatite

Fonte: Folha.com

A entrada no Brasil de duas novas drogas contra a hepatite C --doença sem vacina e cujos tratamentos atuais são de baixo sucesso-- pode representar uma mudança na vida das 3 milhões de pessoas infectadas no país.

Já usados na Europa e nos EUA, o telaprevir e o boceprevir foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O telaprevir, mais recente, recebeu o aval da agência neste mês, e o boceprevir, em julho.

A expectativa é que as drogas estejam disponíveis na rede pública em 2012.

A terapia usada hoje, a combinação das substâncias interferon e ribavirina, alcança uma média de cura de 50%. Entre os contaminados com o genótipo 1 do vírus, o mais presente no Brasil e também mais resistente, a expectativa de cura cai para 40%.

Os novos medicamentos são chamados de inibidores de protease. Eles impedem a replicação do vírus.

FIM DA RECAÍDA

Com as drogas, a taxa de cura sobe para 75% em pacientes não tratados e 88% nos que tiveram recaídas após a terapia tradicional.

O empresário Dante Caddeo, 57, faz parte do grupo de beneficiados. Desde 1998, quando recebeu o diagnóstico de hepatite C, enfrentou vários ciclos de tratamento. A infecção sempre voltava.

As recaídas só pararam depois que ele participou de uma pesquisa sobre o novo tratamento, feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas em parceria com a FDA (agência americana que regula medicamentos).

"Levo uma vida normal. Estou curado", diz o empresário. Embora Caddeo afirme que quase não sentiu efeitos colaterais durante o tratamento, que durou um ano, seu caso é uma exceção.
A dona de casa Josefa Pereira da Silva, 61, que também participou do estudo, conta que sofreu muitos inconvenientes. "Sentia muitas dores. Em alguns dias, não dava para levantar da cama."

COQUETEL

O medicamento usado na pesquisa, o telaprevir, é ministrado em conjunto com a terapia convencional (interferon e ribavirina).

A literatura médica mostra que essa dupla causa centenas de efeitos colaterais, como febre, dor de cabeça, depressão, tosse, cansaço, convulsão e irritabilidade.

"A adição de um novo medicamento traz mais efeitos colaterais, mas eles são contornáveis. Não se deve achar que a cura é pior do que a doença", diz Roberto Focaccia, infectologista responsável pelo estudo no Emílio Ribas.

Segundo ele, estamos diante de uma "revolução" no tratamento da hepatite C. "Daqui a dez anos, já teremos 100% de cura."

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, a situação está longe do ideal.

"Não estamos diante de uma revolução, pois ainda não poderemos prescindir do interferon e da ribavirina com seus efeitos adversos."

Um terceiro remédio tem tido resultados promissores. Aprovado nos EUA, o alispolivir tem uma vantagem importante sobre as drogas que vão entrar no mercado brasileiro: funciona contra o três principais genótipos do vírus da hepatite C, não só contra o tipo 1. O remédio aguarda liberação da Anvisa para ser testado no Brasil.

03 novembro 2011

Rede pública tem centros de referência para câncer, mas acesso é limitado

Fonte: BBC Brasil

O tratamento de câncer em hospitais de referência da rede pública do Brasil tem qualidade comparável ao de hospitais privados, mas a oportunidade não chega para todos, segundo médicos ouvidos pela BBC Brasil.

De acordo com os especialistas, centros como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), apesar de serem referências no tratamento, conseguem atender a pouco mais de 5% da demanda nacional.

"O Icesp é um exemplo do melhor que a oncologia poderia ser no Brasil, mas não é a realidade de todas as pessoas. Um doente que chega lá tem o mesmo tratamento que o ex-presidente Lula", disse o oncologista Rafael Kaliks, médico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e diretor científico do Instituto Oncoguia, ONG que se dedica à pesquisa e orientação de pacientes com câncer.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com câncer de laringe no último sábado e, na segunda-feira, deu início ao tratamento de quimioterapia no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil teve 490 mil novos casos de câncer em 2010. O número de pacientes novos atendidos no Inca foi de cerca de 11 mil. O Icesp atendeu 14 mil novos pacientes, além dos que já se tratavam na instituição.

Centros de excelência

O presidente da Associação Brasileira de Radioterapia, Carlos Manoel Mendonça de Araújo, no entanto, diz que, para além dos centros de excelência, a rede privada ainda oferece tratamentos mais sofisticados.

"Os centros de excelência, que são poucos, podem se dar o luxo de fazer tratamentos tecnologicamente melhores, que provocam menos efeitos colaterais, porque também têm recursos de doações e fundações. Os centros comuns não conseguem fazer esses tratamentos, porque o SUS não paga."

De acordo com o Instituto Oncoguia, o Brasil tem 169 hospitais capacitados para o atendimento a pacientes com câncer pelo Ministério da Saúde, em 22 Estados e no Distrito Federal.

Cerca de oito destes hospitais, segundo os especialistas, podem ser considerados centros de excelência e dois, o Inca e o Icesp, são considerados referência de pesquisa, diagnóstico e tratamento da doença.

Para chegar até eles, no entanto, o paciente precisa ser encaminhado por outra unidade de saúde e passar por uma triagem, que leva em conta fatores como sua localização e os exames que comprovam o câncer.

Qualidade

O câncer de laringe, diagnosticado no ex-presidente Lula, corresponde a 25% dos atendimentos do Instituto Nacional do Câncer, que é considerado a instituição com maior experiência no tratamento deste tipo de tumor na América Latina.

"Tecnicamente, o Inca é uma instituição de excelência, onde se pratica medicina de alto nível, com resultados comparáveis aos melhores centros nos EUA e na Europa", disse o cirurgião Fernando Luiz Dias, chefe do Setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Inca, à BBC Brasil.

Apesar de estar sendo realizado em um hospital privado, o tratamento a que está sendo submetido o ex-presidente Lula é conduzido por uma equipe que também inclui especialistas que atuam em serviços públicos, como o Icesp.

Espera

Segundo Fernando Luiz Dias, o paciente do Inca é examinado por diversos especialistas, para que tenha um tratamento elaborado especificamente para seu caso.

"A diferença daqui (para a rede privada) é uma questão burocrática. Lá haveria um grau de conforto maior com relação a horários de consulta e disponibilidade, porque atendemos muitos pacientes", disse Dias.

A oncologista Maria del Pilar, do Icesp, diz que a fila de espera pelos tratamentos pode ser um problema em alguns casos, mas que uma parte dos pacientes escolhe permanecer na instituição mesmo com a possibilidade de fazer o tratamento na rede privada, por meio de convênios.

Segundo um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado na última segunda-feira, o tempo de espera médio para o início do tratamento de quimioterapia na rede pública é de 76,3 dias e somente 35% dos pacientes são atendidos após 30 dias, dentro do prazo recomendado pelo Ministério da Saúde.

Para a radioterapia, é preciso esperar em média 113,4 dias, mesmo nos centros de excelência. Cerca de 16% dos pacientes foram atendidos após o primeiro mês de espera em 2010.

Gargalo

Carlos Manoel Mendonça de Araújo diz que a alta demanda e a falta de equipamentos fazem com que a radioterapia concentre as maiores filas de espera do tratamento de câncer na rede pública.

"A radioterapia é o gargalo do atendimento ao câncer do Brasil, por isso ela está em evidência", disse Mendonça de Araújo à BBC Brasil.

O levantamento do TCU diz que, em 2010, cerca de 35% dos pacientes que necessitariam de radioterapia nas unidades públicas ficou sem atendimento. Segundo o médico, isso acontece porque o Brasil tem um deficit de 200 equipamentos de radioterapia.

De acordo com o DataSUS, o gasto do governo brasileiro com radioterapia nos últimos 12 meses foi de R$ 366 milhões e com quimioterapia, R$ 1,3 bilhão.

"Isso é porque cerca de um terço dos pacientes que precisam de tratamento com radioterapia para ficarem curados mais rapidamente ficam sem se tratar e fazem quimioterapia por um tempo mais prolongado, como tratamento paliativo, ou cirurgias desnecessárias", diz Mendonça de Araújo.

Atenção básica pode evitar 50% das internações infantis

Fonte: Agência USP

Infecções respiratórias não-crônicas, como gripe, sinusite e pneumonia, são responsáveis por cerca de metade das internações infantis. Ao analisar o funcionamento da atenção básica, Beatriz observou que seus princípios básicos (primeiro contato, resolução, longitudinalidade e integralidade) não estavam sendo implementados e que os pacientes que procuravam ajuda, não a conseguiam de forma satisfatória, o que resultava em um maior número de internações.

A partir das observações, Beatriz sugeriu a adoção de um sistema integrado de serviços de saúde, onde os princípios da atenção básica sejam aplicados e o foco seja o usuário. A enfermeira defende a humanização no atendimento e a análise por parte dos municípios sobre a organização de seu serviço de saúde para, então, adotar práticas que diminuam os índices de internação.

Melancia reduz risco de aterosclerose

Fonte: UPI

Estudo da University of Kentucky, nos Estados Unidos, mostrou que a melancia pode ser uma arma no combate à aterosclerose, ou seja, ao endurecimento das artérias. Segundo Dr. Sibu Saha, coordenador da pesquisa, os testes envolveram ratos com uma dieta rica em colesterol.

Os animais foram divididos em dois grupos: um que recebeu água e outro suco de melancia, durante oito semanas. Os resultados da pesquisa mostraram que o grupo que recebeu o suco de melancia teve menor peso corporal e diminuição da gordura no corpo.

Os ratos não experimentaram diminuição da massa magra e a concentração de colesterol plasmático foi significativamente menor no grupo que recebeu o suco, com modesta redução da concentração de lipoproteína intermediária e baixa densidade colesterol, em comparação ao grupo controle.

A medição das áreas de lesão aterosclerótica revelou que o grupo que consumiu suco de melancia também apresentou reduções estatisticamente significativas em lesões ateroscleróticas, em comparação ao grupo controle.

Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Os ateromas são placas, compostas especialmente por lipídeos e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar à obstrução total do mesmo. A aterosclerose em geral é fatal quando afeta as artérias do coração ou do cérebro, órgãos que resistem apenas poucos minutos sem oxigênio.

23 outubro 2011

Mortes por malária caíram 20% na última década, diz OMS

Fonte: BBC Brasil

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o número de mortes por malária caiu em 20% no mundo todo na última década.

O novo relatório afirma que um terço dos 108 países em que a malária era endêmica estão no caminho da erradicação da doença dentro de dez anos.

E, segundo especialistas, se os países continuarem a cumprir as metas de erradicação, mais três milhões de vida poderão ser salvas até 2015.

No entanto, o documento afirma que, na região das Américas, apenas quatro países, Brasil, Colômbia, Haiti e Peru, foram os responsáveis por 90% dos 526 mil casos de malária registrados em 2009.

Robert Newman, diretor do Programa Mundial de Malária da OMS, disse que os dados gerais comprovam a eficácia dos programas de combate à doença.

"Melhor diagnóstico, exames e vigilância forneceram um quadro mais claro de onde estamos e mostraram que há países eliminando a malária em todas as regiões endêmicas do mundo", disse Newman em uma conferência internacional sobre a doença em Seattle, Estados Unidos.

"Sabemos que podemos salvar vidas com as ferramentas que temos hoje", acrescentou.
Em 2009, 781 mil pessoas morreram devido à malária. A doença transmitida por mosquito tem maior incidência na região da África subsaariana, onde ocorreram 85% das mortes por malária, a maioria de crianças abaixo de cinco anos.

Em 2000, 985 mil pessoas morreram da doença.

Desde 2007, doença foi erradicada de três países: Marrocos, Turcomenistão e Armênia.

Avanços na América

O relatório destacou alguns países na região das Américas, afirmando que a transmissão da malária ocorre em 23 países e territórios da região, com quase 20% da população total exposta a algum grau de risco.

Quatro destes países, Argentina, El Salvador, México e Paraguai, já entraram na fase de eliminação ou pré-eliminação da doença. Os casos relatados na região tiveram uma grande queda, de 1,18 milhão de casos em 2000 para 526 mil em 2009.

O relatório da OMS afirma ainda que Brasil, Colômbia, Haiti e Peru são os responsáveis por 90% dos casos em 2009.

O documento da OMS ainda cita Brasil, Colômbia e Guiana como os três países que tiveram as menores reduções dos números casos confirmados de malária, entre 25% e 50%, entre 2000 e 2009.

Mas, a OMS elogia as iniciativas brasileiras, afirmando que o "Brasil estendeu muito a disponibilidade de diagnóstico e tratamento através de uma rede de mais de 40 mil funcionários de saúde que alcançam residências individualmente".

A OMS destacou ainda os 11 países da região onde ocorreram reduções de mais de 50% no número de casos relatados entre 2000 e 2009: Argentina, Belize, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Bolívia e Suriname.

Erradicação global

A OMS lançou uma campanha de erradicação global da malária em 1955, que conseguiu eliminar a doença em 16 países e territórios.

Mas, depois de duas décadas, a organização decidiu se concentrar em um objetivo menos ambicioso, de controlar a malária. Até 1987 outros oito países foram declarados livres da malária.

Nos últimos anos, o interesse na erradicação da malária ressurgiu como um objetivo de longo prazo.

A OMS estima que a malária causa perdas econômicas significativas e pode diminuir o Produto Interno Bruto em até 1,3% em países com altos níveis de transmissão.

Nos países mais afetados pela doença, a malária é responsável por até 40% dos gastos de saúde pública, 30% a 50% das internações e até 60% das visitas de pacientes a clínicas.

12 outubro 2011

Com avanços do Brasil e China, tuberculose cai no mundo inteiro, diz OMS

Fonte: BBC Brasil

A incidência de tuberculose e as mortes causadas pela doença caíram de forma significativa no mundo no ano passado, em parte por causa de avanços em países como Brasil e China, informou nesta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, a OMS ressalta que é necessário mais US$ 1 bilhão para enfrentar a doença, além de esforços para financiar o combate a variações resistentes a medicamentos.

Em seu 16º relatório sobre o tema, a organização contabilizou 8,8 milhões de pessoas que adoeceram de tuberculose no ano passado – contra 9,4 milhões de novos casos registrados em 2009.

O número de mortes caiu para o nível mais baixo da década: 1,4 milhão em 2010. Para efeito comparativo, o ano com o maior número de mortes da década foi 2003, com 1,8 milhão.

O relatório cita avanços em países como Brasil, China, Quênia e Tanzânia.

No caso brasileiro, diz o relatório, "o declínio (da tuberculose) tem sido significativo e sustentado" nos últimos 20 anos. Em 1990, o país registrava mais de 80 casos a cada 100 mil habitantes, mas esse número caiu para cerca de 40 em 2010.

Na China, o número de mortes por tuberculose no ano passado foi reduzido para cerca de 25% do que era em 1990.

No mundo inteiro, as taxas de mortalidade (excluindo-se as mortes em portadores do vírus HIV) caíram para cerca de um terço dos níveis de 20 anos atrás, e "as previsões atuais sugerem que a meta de 50% de redução (da incidência da doença) até 2050 será cumprida" nos países que concentram o maior número de casos, diz a OMS.

'Prevenção e cuidados'

"Menos pessoas estão morrendo de tuberculose, e menos estão adoecendo. É um grande progresso. Mas não é motivo para complacência", disse em comunicado o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

"Muitos milhões ainda desenvolvem tuberculose anualmente, e muitos morrem. Peço apoio sério e constante para prevenção e cuidados, especialmente para os mais pobres e vulneráveis", afirmou.

A doença é causada por uma bactéria que danifica o tecido do pulmão do paciente. Por meio da tosse, a doença pode ser facilmente transmitida para outros.

Ainda que um pequeno número de infectados com a bactéria desenvolva a doença, ela tem altas taxas de mortalidade caso o paciente não receba o tratamento adequado.

O problema é especialmente grave entre portadores do vírus HIV, mais suscetíveis a desenvolver a doença – que é a maior causadora de mortes nesse grupo. Além disso, muitas pessoas HIV positivas se deparam com variações de tuberculose cada vez mais resistente a medicamentos.

Os maiores desafios agora são o diagnóstico e o tratamento adequado a essa tuberculose resistente.

"A maior parte do financiamento para aumentar o tratamento da tuberculose resistente é necessária nos Brics (Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul) e em países de renda média", diz o relatório da OMS.

Outro alerta da organização é que, "apesar da disponibilidade de tratamentos altamente eficazes há décadas, a tuberculose segue sendo um grande problema global".

Café pode prevenir depressão em mulheres, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Uma pesquisa indica que mulheres que bebem duas ou mais xícaras de café por dia são menos propensas a sofrer de depressão.

Ainda que as razões desse efeito não estejam claras, os autores acreditam que a cafeína pode alterar a química do cérebro. O estudo mostrou ainda que café descafeinado não teria o mesmo efeito.

Os resultados da pesquisa foram divulgados na publicação especializada Archives of Internal Medicine e provêm de um estudo realizado entre mais de 50 mil enfermeiras.

Uma equipe de especialistas do Harvard Medical School acompanhou a saúde do grupo de mulheres pesquisado ao longo de uma década, entre 1996 até 2006, e fez uso de questionários para registrar o consumo de café por parte delas.

Entre as pesquisadas, apenas 2.600 deram sinais de depressão ao longo deste período. E, destas, a maior parte consumia pouco café ou não tomava a bebida.

Comparadas com as mulheres que bebiam apenas um copo de café por semana ou até menos, aquelas que consumiam duas a três xícaras por dia tinham 15% a menos de chance de sofrer depressão.

Aquelas que bebiam quatro ou mais xícaras por dia tinham 20% de chance a menos de ter depressão.

Suicídios

A pesquisa mostrou ainda que consumidoras regulares de café estavam mais propensas a fumar, beber álcool e menos envolvidas com atividades da Igreja ou grupos voluntários ou comunitários. Elas também estavam menos propensas a ficar acima do peso e a sofrer pressão alta ou diabetes.

Os cientistas afirmam que a pesquisa contribui para outros estudos que indicam que consumidores de café têm índices de suicídios mais baixos.

Os pesquisadores de Harvard acreditam que a cafeína seja o principal agente nesse processo, já que a substância é conhecida por sua capacidade de realçar sentimentos de bem estar e de energia.

Mas ainda é preciso realizar mais pesquisas para verificar se a substância é útil para prevenir a depressão.

Uma outra possibilidade, dizem os pesquisadores, é que pessoas com propensão à depressão optem por não tomar café porque a bebida possui muita cafeína. Um dos sintomas mais comuns da depressão é perturbação do sono e a cafeína pode exacerbar essa condição, por ser um estimulante.

O excesso de cafeína também é capaz de realçar sensações de ansiedade.

Alzheimer pode ser uma doença transmissível?

Fonte: Live Science

De acordo com um novo estudo, sim. Pesquisadores da Universidade do Texas afirmam que em alguns casos do Mal de Alzheimer, a condição pode ter se desenvolvido a partir de um processo infeccioso, de forma parecida com o desenvolvimento da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como a doença da vaca louca.

Os pesquisadores injetaram tecido de cérebro humano de pacientes sofrendo de Alzheimer em ratos de laboratório. Esses animais acabaram desenvolvendo danos cerebrais semelhantes aos causados pela doença. Com o tempo, esse dano se espalhou por todo o cérebro dos ratos. Os animais que receberam injeções de tecidos saudáveis não apresentaram os mesmos problemas.

“O mecanismo subjacente do Mal de Alzheimer é muito semelhante ao das doenças do príon”, explica o pesquisador Claudio Soto. Os príons são agentes que pode se tornar patogênicos, causando doenças crônicas que levam à degeneração do sistema nervoso central. “(O mecanismo) envolve um proteína normal que se deformou, e é capaz de se espalhar ao transformar proteínas boas em ruins. As proteínas ruins se acumulam no cérebro, formando depósitos de placas que acredita-se que matam neurônios no Alzheimer”, completa o cientista.

Os resultados encontrados na pesquisa ainda são muito preliminares, e os pesquisadores não sabem se o que aconteceu com os ratos aconteceria da mesma forma em humanos. Além disso, a contaminação dos animais aconteceu em um ambiente controlado e em condições artificiais, que provavelmente não aconteceriam na realidade. O próximo passo para os pesquisadores é descobrir se a transmissão poderia ocorrer em situações mais naturais,

A pesquisa foi publicada no dia 4 de outubro no periódico Molecular Psychiatry.

Saiba como o álcool afeta seu corpo

Fonte: BBC Brasil

Os efeitos do consumo do álcool a curto prazo são conhecidos: ressacas, cansaço, má aparência.

A longo prazo, a ingestão da substância está associada a várias condições, entre elas o câncer da mama, câncer oral, doenças cardíacas, derrames e cirrose hepática, entre outras.

Pesquisas também associaram o consumo de álcool em doses elevadas à problemas de saúde mental, perda de memória e diminuição da fertilidade.

Entretanto, estudos também concluíram que, ingerida com moderação, a substância pode ter um efeito benéfico, ajudando a proteger o coração ao elevar os índices de bom colesterol no organismo e impedir a formação de coágulos sanguíneos.

As mensagens são contraditórias, levando especialistas ouvidos pela BBC a recomendar que as autoridades sejam mais claras em suas campanhas de conscientização.

Não existe nível absolutamente seguro de consumo de álcool, dizem. Mas se você quer beber, não exceda 21 unidades por semana para homens e 14 unidades por semana para mulheres.

Problemas Cardíacos e Câncer

A ingestão de mais de três copos de bebida alcoólica por dia prejudica o coração.

O consumo excessivo, especialmente a longo prazo, pode resultar em pressão alta, cardiomiopatia alcoólica, falência cardíaca e derrames, além de aumentar a circulação de gorduras no organismo.

As associações entre o consumo de álcool e o câncer também são bastante conhecidas.

Um estudo publicado no British Medical Journal no ano passado concluiu que o consumo de álcool provoca pelo menos 13 mil casos de câncer por ano na Grã-Bretanha, nove mil em homens e quatro mil em mulheres.

O efeito negativo do álcool para a saúde em geral pode estar associado a uma substância conhecida como acetaldeído - produto em que o álcool é transformado após ser digerido pelo organismo.
Essa substância é tóxica e experimentos demonstraram que ela danifica o DNA.

O cientista KJ Patel, que trabalha no laboratório de biologia molecular do Medical Research Council, na Grã-Bretanha, vem pesquisando os efeitos tóxicos do álcool.

"Não há a ocorrência de uma célula cancerosa a não ser que o DNA seja alterado. Quando você bebe, o acetaldeído está corrompendo o DNA da vida e colocando você no caminho para o câncer".

Imunidade e Fertilidade

Um relatório publicado recentemente na revista científica Bio Med Central (BMC) Innunology revelou que o álcool afeta a capacidade do organismo de combater infecções virais.

E estudos sobre fertilidade indicam que mesmo o consumo moderado da substância diminui a probabilidade de uma mulher conceber. Nos homens, o consumo excessivo diminui a qualidade e quantidade de esperma.

KJ Patel acaba de completar uma investigação sobre os efeitos tóxicos do álcool sobre ratos.

Seu estudo indica que uma única dose excessiva de álcool durante a gravidez pode ser suficiente para provocar danos permanentes sobre o genoma do feto.

A Síndrome Alcoólica Fetal, segundo Patel, "pode resultar em crianças com danos sérios, nascidas com anomalias na cabeça e face e com deficiências mentais".

Fígado

O médico Nick Sheron, que comanda a unidade de fígado do Southampton General Hospital, na Inglaterra, disse que os mecanismos por meio dos quais o álcool prejudica o organismo não são claros.

"A toxicidade do álcool é complexa, mas sabemos que há um relacionamento próximo e claro".

Quanto maior a ingestão semanal, maior o dano ao fígado e esse efeito aumenta exponencialmente em alguém que bebe de seis a oito garrafas de vinho - ou acima disso - nesse período.

Segundo Sharon, nas últimas duas ou três décadas, houve um aumento de 500% no número de mortes por doenças do fígado na Grã-Bretanha. Dessas, 85% foram provocadas pelo álcool. O ritmo desse crescimento começou a diminuir, mas muito recentemente.

"O álcool tem um impacto maior sobre a saúde do que o fumo porque ele mata em uma idade menor". Segundo o especialista, doenças do fígado provocadas pelo consumo de álcool matam por volta dos 40 anos de idade.

Álcool x Heroína, Crack e Cocaína

O consumo de álcool é, cada vez mais, um problema de saúde pública.

No início do ano, o serviço nacional de saúde britânico, NHS, anunciou que internações associadas ao consumo de álcool na Grã-Bretanha atingiram nível recorde em 2010.

Houve mais de um milhão de internações, em comparação com 945.500 em 2008-2009 e 510.800 em 2002-2003.

Quase dois terços dos pacientes eram homens.
Segundo a entidade beneficente britânica Álcool Concern, há estimativas de que o número de internações possa alcançar 1,5 milhão por volta de 2015.

Quando são considerados os perigos para o indivíduo e a sociedade como um todo, o álcool é mais prejudicial do que a heroína e o crack - concluiu um estudo publicado no ano passado na revista científica The Lancet.

O estudo, feito pelo Comitê Científico Independente sobre Drogas, órgão científico independente que estuda as drogas e seus efeitos, concluiu também que o álcool é três vezes mais prejudicial do que a cocaína e o tabaco porque é usado de forma muito mais ampla.

Consumo Recomendado

A diretora de pesquisas do Institute of Alcohol Studies, Katherine Brown, disse que as orientações atuais sobre o consumo de álcool e a forma como essas diretrizes são comunicadas à população podem estar contribuindo para a desinformação do público.

"Precisamos ser cuidadosos quando sugerimos que existe um nível 'seguro' de ingestão. Na verdade, precisamos explicar que existem riscos associados ao consumo do álcool e que quanto menos você bebe, menor seu risco de desenvolver problemas de saúde".

Para a especialista, é preciso mudar a percepção de que "beber regularmente é uma prática normal e livre de riscos".

O médico Nick Sheron concorda.

"Não existe um nível seguro. As pessoas apreciam um drink, mas precisam aceitar que existem riscos e benefícios".

07 outubro 2011

Lipoaspiração não combinada com exercícios pode levar ao aumento da gordura entre os órgãos

Fonte: Agência USP de Notícias

Deixar de fazer exercícios regulares depois de ter feito uma lipoaspiração pode levar ao aumento significativo da gordura visceral, aquela que fica entre os órgãos e está associada a doenças cardiovasculares. A conclusão é de um estudo da USP (Universidade de São Paulo).

A tese, da pesquisadora Fabiana Braga Benatti, da Escola de Educação Física e Esporte, contou com a participação de 36 mulheres. Elas tinham o IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 30 e passaram por uma lipoaspiração na região abdominal.

O grupo foi igualmente dividido em “mulheres treinadas” e “mulheres sedentárias”. Dois meses depois da cirurgia, o primeiro foi submetido à uma série de exercícios de força e aeróbicos, três vezes por semana, durante quatro meses. O segundo permaneceu sem fazer atividades regulares. Uma bateria de exames foi feita antes e depois do processo e serviu se base para toda a pesquisa.

No grupo das mulheres sedentárias, o ganho da massa visceral foi de 10%. O fato não foi percebido pelas pacientes, pois o aumento desta gordura interna do corpo é dificilmente identificado no dia a dia, já que não representa grandes proporções em termos visuais. Isso aumenta a importância do estudo, já que dificilmente estes dados seriam alcançados se não por um acompanhamento detalhado durante o pós-operatório.

Já no grupo de mulheres treinadas, não houve aumento da gordura visceral. O treinamento físico preveniu este aumento. Uma possível explicação para isso é o fato deste tipo de gordura ser metabolicamente ativo e responder ao aumento das concentrações de adrenalina que ocorrem durante o exercício físico.

Além disso, o treinamento físico preservou o gasto energético das mulheres treinadas, o que pode ter contribuído para seus efeitos benéficos observados.

Peso recuperado

O peso foi recuperado em ambos os grupos. “A cirurgia não tem como objetivo a redução de peso, que diminui em média 1%. A pretensão da lipoaspiração é retirar a gordura localizada e modelar o corpo do paciente”, explica a pesquisadora à Agência USP de Notícias.

No caso das mulheres sedentárias, contudo, o peso retornou possivelmente pelo novo ganho de massa gorda, favorecida pelo estilo de vida levado. O metabolismo se esforça para manter uma constante e isso inclui o peso.

A diminuição do gasto energético durante dietas restritivas normalmente é atribuída à perda de massa magra. Como não se percebeu perda de massa magra durante o estudo, este resultado foi considerado inesperado. “Acreditamos que tenha a ver com a perda de massa gorda”, diz.

A retirada de massa gorda ocasiona, ainda, a queda nos níveis do hormônio adiponectina, que tem efeito benéfico no corpo. Ele regula a sensibilidade da insulina que, quando alterada, pode gerar uma série de consequências danosas para o corpo, dentre elas a mais conhecida é a diabetes.

Ao contrabalancear os efeitos da lipoaspiração, a pesquisadora diz que o que deve ser feito é um esclarecimento sobre os efeitos colaterais causados pela cirurgia. “Metabolicamente falando, não vimos nada de benéfico na cirurgia. Ela é um procedimento puramente estético”, conclui. O aumento da gordura visceral e dos riscos que isso traz podem ser evitados, mas para isso é preciso atentar e esclarecer, tanto para médicos quanto para pacientes, a real necessidade de fixação de uma série de exercícios na rotina do pós-operatório.

01 outubro 2011

Cientistas testam pílula que acaba com a bebedeira

Fonte: UOL Ciência e Saúde

Cientistas estão trabalhando para criar uma pílula capaz de impedir a bebedeira. Com o seu uso será possível beber sem sentir os sintomas da embriaguez como falta de equilíbrio e reflexos lentos. A substância foi testada em ratos que recebiam uma injeção de álcool capaz de os derrubar, mas apresentaram reflexos e capacidade de equilíbrio normais. A pesquisa é da Universidade de Adelaide, na Austrália, e foi feita em parceria com pesquisadores dos Estados Unidos.

Segundo reportagem da ABC, a substância utilizada pelos pesquisadores não é nova, ela se chama naloxone e é atualmente aprovada pelo FDA - órgão que regulamenta medicamentos nos Estados Unidos - para o tratamento de overdose de heroína em humanos. Mas a forma do naloxone utilizada foi levemente alterada para atingir as células da glia, que protegem o cérebro, e não os neurônios.

De acordo com o Daily Mail, os cientistas descobriram que, ao desativar as células do sistema imunológico do cérebro - as células da glia, que ocupam 90% do cérebro e o protegem de infecções como a meningite - é possível ministrar grandes quantidades de álcool sem perceber os efeitos da bebedeira.

Com o bloqueio dos efeitos do álcool no cérebro os pesquisadores acreditam que, além de evitar os micos causados pela ingestão exagerada de álcool, será possível tratar o alcoolismo, limitando a sensação que o consumo desta bebida tem para os alcoólatras. Os cientistas ainda precisam avançar nas pesquisas para começar a fazer testes em humanos, mas acreditam que a pilula pode estar disponível para a venda em três anos.

24 setembro 2011

Hepatite C pode ser curada na metade do tempo

Fonte: Diário da Saúde

Telaprevir

Uma nova pesquisa mostrou que o tratamento da hepatite C, uma doença crônica difícil de tratar, pode ser reduzido para seis meses em cerca de dois terços dos pacientes.

Isto é possível usando uma combinação de medicamentos baseado no telaprevir.

O telaprevir é uma droga nova, aprovada para uso há cerca de três meses, com o potencial para inibir a replicação do vírus.

Coquetel anti-hepatite

A nova droga antiviral, juntamente com uma medicação similar, chamada boceprevir, praticamente dobrou o número de pacientes que apresentaram uma boa resposta ao tratamento.

Entre os pacientes tratados com telaprevir, interferon peguilatado e ribavirina, 72% dos pacientes foram curados da hepatite C.

Segundo o estudo, publicado no New England Journal of Medicine, isto significa que dois terços dos pacientes podem ser curados na metade do tempo.

Os estudos são iniciais e, até agora, feitos em um número muito pequeno de pacientes. Como em todos os casos de medicamentos novos, eventuais efeitos colaterais ainda não são bem conhecidos.

Terapia combinada

Segundo os médicos, os pacientes que ficaram livres do vírus entre as primeiras 4 e 12 semanas da nova terapia combinada podem de fato suspender o tratamento em um período em 6 meses, contra as 48 semanas atuais (praticamente 1 ano).

Ou seja, a terapia combinada permite a redução do tempo de tratamento para aqueles pacientes que mostram uma resposta mais rápida aos medicamentos.

"Isto significa que, em vez de uma abordagem 'tamanho único', nós podemos individualizar o tratamento para os pacientes com base na sua resposta específica às drogas," disse o Dr. Fred Poordad, coordenador da pesquisa.

"Uma vez que você estiver curado por estas drogas antivirais, você estará curado da hepatite C completamente. Este é um fato pouco conhecido do público e mesmo dos médicos que não trabalham regularmente na área," completou.

Novo tratamento para câncer de próstata

Fonte: Diário da Saúde

Tratamento combinado

Cientistas da Universidade Queens, no Reino Unido, criaram um tratamento combinado para o câncer de próstata.

O tratamento é o primeiro desse tipo a ser desenvolvido.

Ele combina o tratamento tradicional de quimioterapia com duas doses de uma substância química radioativa, capaz de atingir áreas do osso afetadas pela doença.

Rênio

Os resultados demonstram que é seguro e viável para combinar múltiplas injeções da substância radioativa Rênio-186 HEDP, juntamente com a quimioterapia padrão.

O tratamento é destinado a homens com uma forma avançada e agressiva do câncer de próstata, que já tenha se espalhado para os ossos.

A terapia foi bem-sucedida na primeira fase de ensaios, e será agora testada em uma segunda fase, com maior número de pacientes.

O câncer de próstata agressivo e avançado é tratado com quimioterapia. Contudo, os benefícios deste tratamento são geralmente de curta duração, com uma sobrevida muito pequena para o paciente.

A combinação de dois tipos diferentes de drogas pode ajudar a melhorar os resultados, incluindo a sobrevivência dos pacientes.

Melhores resultados

"Os tratamentos de quimioterapia tradicional nem sempre são eficazes no tratamento das formas agressivas e avançadas do câncer de próstata.

"Por isso precisávamos desenvolver um novo tratamento, que dará melhores resultados para pacientes com este tipo de câncer.

"A segunda fase do teste já começou na Holanda e vai começar no Reino Unido dentro de seis meses. O estudo envolverá até 100 pacientes da Irlanda do Norte e dos Países Baixos e espera-se que resultados sejam conhecidos dentro de dois anos, disse Joe O'Sullivan, membro da equipe que desenvolveu o novo tratamento.