29 julho 2010

Amigos fazem probabilidade de sobrevivência aumentar em 50%, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Uma pesquisa da Universidade Brigham Young, nos Estados Unidos, sugere que ter uma boa rede de amigos e vizinhos pode aumentar as chances de sobrevivência de uma pessoa em 50%.

A pesquisa, publicada na revista especializada PLoS Medicine, chegou a esta conclusão ao analisar dados de cerca de 150 estudos que analisavam as chances de sobrevivência em relação a redes sociais.

Para os pesquisadores americanos, ter poucos amigos pode ser tão prejudicial à sobrevivência de uma pessoa como fumar 15 cigarros por dia ou ser alcoólatra.

Os cientistas acreditam que tomar conta de outras pessoas nos leva a cuidar melhor de nós mesmos.

Para Julianne Holt-Lunstad, que liderou o estudo, há muitas formas pelas quais amigos, colegas e família podem aumentar a saúde e bem-estar de uma pessoa.

"Quando alguém está conectado a um grupo e se sente responsável por outras pessoas, aquele senso de propósito e significado se traduz com a pessoa tomando conta dela mesma e assumindo menos riscos", afirmou.

Para os pesquisadores, perder o apoio social pode diminuir ainda mais as chances de sobrevivência do que obesidade ou sedentarismo.

Sete anos

Os cientistas analisaram 300 mil pessoas em quatro continentes em um período de sete anos. Segundo esta análise, aqueles com redes sociais mais fortes se saíram melhor em resultados de saúde e expectativa de vida.

A probabilidade de estas pessoas estarem vivas em qualquer idade era quase duas vezes maior do que daqueles considerados solitários.

O estudo incluiu pessoas de todas as idades, sem levar em conta o estado de saúde inicial dos pesquisados.

"O efeito não é isolado em adultos mais velhos. Relacionamentos fornecem um nível de proteção a todas as idades", afirmou Timothy Smith, outro pesquisador que participou do estudo.

Smith, no entanto, alerta que os aparatos modernos e a tecnologia podem levar algumas pessoas a pensar que redes sociais face a face não são mais necessárias.

"Como humanos, nós encaramos relacionamentos como algo garantido, somos como peixes que não notam a água. A interação constante não é apenas um benefício psicológico, mas influencia diretamente nossa saúde física", acrescentou.

27 julho 2010

Tetraplégicos escrevem e dirigem cadeiras de rodas com fungadas

Fonte: BBC Brasil

Uma nova técnica desenvolvida por cientistas israelenses conseguiu fazer com que pessoas paralisadas por deficiências graves conseguissem escrever textos ou controlar uma cadeira de rodas elétrica por meio de fungadas.

A técnica permite que pacientes tetraplégicos ou vítimas de derrames que mantêm a consciência intacta, mas perdem totalmente a mobilidade, usem um dispositivo no nariz para captar a intensidade da fungada e identificar comandos.

Segundo o estudo dos pesquisadores do Instituto Weizmann, de Israel, uma mulher de 63 anos, que ficou tetraplégica em consequência de esclerose múltipla, conseguiu escrever um texto pela primeira vez em dez anos e hoje já consegue usar o dispositivo para surfar na internet e mandar e-mails.

Outra mulher, de 51 anos, vítima de um derrame havia sete meses, era incapaz de se comunicar com o piscar dos olhos, por não ter o controle total das pálpebras, mas conseguiu usar o dispositivo para escrever textos e iniciar a comunicação com familiares.

Em outro teste, um homem de 30 anos, tetraplégico havia seis anos, após um acidente de carro, conseguiu usar o dispositivo para dirigir uma cadeira de rodas elétrica em uma distância de 30 metros, com várias curvas de 90 graus. Seu desempenho, após três tentativas, foi semelhante ao conseguido por pessoas sem deficiências.

Dispositivo

O dispositivo detecta pequenas mudanças na pressão produzida pela pessoa ao abrir ou fechar o palato mole, a parte de trás do céu da boca que controla a passagem de ar pelo nariz, e os transforma em sinais elétricos.

Esses sinais podem ser usados tanto para escolher letras do alfabeto para escrever textos quanto para controlar dispositivos de maneira semelhante à de um joystick ou de um mouse.

Os pacientes que participaram dos testes conseguiram escrever textos a uma velocidade que variou entre 20 segundos e um minuto por letra, mais rapidamente do que a conseguida por meio da comunicação com o piscar dos olhos, por exemplo.

Os cientistas partiram da hipótese de que as vítimas paralisadas por acidentes, doenças ou derrames mantêm intacta a capacidade de fungar e de controlar a intensidade da fungada.

Após os testes, os cientistas concluíram que a técnica “provê um meio de controle que é rápido, preciso, robusto e altamente conservado após lesões graves”.

O estudo foi publicado na última edição da revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

26 julho 2010

Estudo indica que escolaridade pode ajudar a compensar efeitos de demência

Fonte: BBC Brasil

Pessoas que permanecem mais tempo no sistema educacional parecem ser mais capazes de compensar os eventuais efeitos da demência em seus cérebros do que as que estudaram menos, segundo um estudo publicado pela revista científica britânica Brain.

De acordo com a pesquisa, conduzida por cientistas da Grã-Bretanha e da Finlândia, pessoas que estudaram mais tempo têm a mesma probabilidade de apresentar sinais de demência em seus cérebros no momento de sua morte que indivíduos que passaram menos tempo se educando.

Apesar disso, o grupo com mais tempo de estudos apresentou menor probabilidade de demonstrar os sintomas de demência em vida.

Os especialistas dizem que agora é necessário descobrir por que isso ocorre.

Durante a última década, estudos demonstraram de maneira consistente que quanto mais tempo uma pessoa passa se educando, menor é o risco de ela sofrer de demência.

Mas essas investigações não foram capazes de estabelecer se a educação - que tende a estar associada a um melhor nível socioeconômico e estilos de vida mais saudáveis - protege o cérebro contra a demência.

Compensação

No novo estudo, os pesquisadores examinaram cérebros de 872 pessoas que tinham participado de três grandes estudos sobre envelhecimento realizados ao longo de 20 anos por especialistas da Grã-Bretanha e Finlândia.

Antes de morrerem, os participantes preencheram questionários sobre sua escolaridade.

Exames feitos após suas mortes revelaram sinais de doença em níveis semelhantes nos cérebros de participantes com ou sem altos níveis de escolaridade.

Porém, para cada ano adicional que a pessoa passou no sistema educacional, houve uma diminuição de 11% nos riscos de ela desenvolver sintomas demência, o estudo revelou.

"Uma pessoa pode mostrar muitos sinais de patologia no seu cérebro enquanto outra mostra poucos, ainda assim, ambas tiveram demência", diz a cientista Hannah Keage, da Universidade de Cambridge, uma das autoras do estudo.

"Nosso estudo demonstra que a educação no início da vida parece possibilitar que algumas pessoas tolerem várias mudanças no seu cérebro antes de apresentar sintomas de demência".

Repercussões

Segundo a líder do estudo, Carol Brayne, já se sabe que educação faz bem para a saúde da população.

"Esse estudo oferece bons argumentos para investimentos (em educação) que terão impacto sobre a sociedade e sobre a vida inteira (dos cidadãos)".

Para Brayne, isso pode ter desdobramentos sobre decisões políticas envolvendo a distribuição de recursos para a saúde e educação.

A presidente-executiva da entidade britânica Alzheimer's Society, Ruth Sutherland, disse que ainda é necessário entender como a educação ajuda a evitar os sinais de demência.

"Este é o maior estudo a confirmar que mergulhar nos livros pode ajudar você a combater os sintomas de demência no final da vida. O que não sabemos é por que uma educação mais longa é tão boa para você".

"Pode ser que as pessoas que estudam por mais tempo tenham cérebros que se adaptem melhor às mudanças associadas à demência".

"Ou pode ser que pessoas educadas encontrem formas de lidar com os sintomas ou escondê-los".

20 julho 2010

Em três horas, médicos tratam câncer de osso em menina

Fonte: BBC Brasil

Em uma cirurgia pioneira, médicos britânicos trataram em apenas três horas um câncer de osso localizado na canela de uma menina de seis anos de idade.

O procedimento de alta precisão técnica envolveu a remoção de 8 cm do osso, aplicação de radioterapia na parte afetada e a reinserção do osso, já sem câncer, no corpo.

A operação foi conduzida pela primeira vez na Grã-Bretanha sob um único teto, o centro de tratamento de câncer da Harley Street Clinic, em Londres.

"Até então, o osso afetado por câncer tinha de ser enviado a um hospital localizado a cerca de meia-hora enquanto o paciente aguardava na mesa de operação por pelo menos uma hora", disse o cirurgião que realizou o procedimento, Rob Pollock.

"Uma operação mais curta significa menos anestesia, menos risco de complicações e infecções, menos dano ao tecido e menos dor e sangramento, o que é muito melhor para o paciente."

Um porta-voz da clínica disse que em apenas dois dias a paciente, a estudante russa Darya Egorova, já começava a dar seus primeiros passos com a ajuda de uma muleta.

A internação hospitalar durou apenas uma semana.

Forma rara

Em sua forma primária, e não quando resulta de metástase, o câncer de osso é uma forma rara de tumor. Embora possa atingir indivíduos de todas as idades, é mais comum em adolescentes entre 12 e 17 anos, causando dor e inchaços.

Ainda na Rússia, Darya foi tratada inicialmente com altas doses de quimioterapia para evitar que o câncer se espalhasse por outras partes do corpo.

A operação na clínica britânica, estimada em 70 mil libras esterlinas (cerca de R$ 190 mil), foi custeada pela organização russa de combate ao câncer Grant Life.

A mãe de Darya, Irina, 41, qualificou o tratamento de "milagre". Ela disse que, na Rússia, as únicas opções para a filha seriam a amputação ou um tratamento que deixaria a junta imóvel.

"Dadas as opções (até então existentes), o que os cirurgiões fizeram foi um verdadeiro milagre. Seremos eternamente gratos", afirmou Irina.

Ela descreveu Darya como uma menina que gosta de praticar esportes e dança.

Segundo a assessoria de imprensa da clínica, em certos casos semelhantes de câncer é possível implantar uma peça de metal no local onde o osso foi removido.

Entretanto, esta hipótese foi descartada no caso de Darya, porque o tumor estava demasiado próximo do tornozelo e os médicos não acreditavam que seria possível manter a peça no lugar.

"Havia apenas um centímetro de osso acima do tornozelo, então não havia maneira de colocar uma peça de metal e deixá-la fixar-se ao osso", disse o dr. Pollock.

De acordo com o médico, como o tumor foi tratado fora do corpo, a equipe pode utilizar altas doses de radiação e reimplantar a parte removida no espaço de apenas meia hora após a remoção.

O oncologista acrescentou que o crescimento do osso saudável se dará ao longo dos próximos dois anos.

18 julho 2010

Brasil é antepenúltimo em ranking de qualidade de morte

Fonte: BBC Brasil

O Brasil ficou em antepenúltimo lugar em um ranking de qualidade de morte realizado pela consultoria Economist Intelligence Unit na Grã-Bretanha.

Entre os 40 países analisados na pesquisa, o Brasil ficou na 38ª posição. Os outros países que formam os Bric, Índia (40ª), China (37ª) e Rússia (35ª), também ficaram atrás no ranking.

A Grã-Bretanha ficou em primeiro lugar, seguida da Austrália e Nova Zelândia. Segundo o documento, A Grã-Bretanha "é líder global em termos de rede hospitalar e provisão de cuidados a pessoas no fim da vida".

Outros países desenvolvidos, no entanto, tiveram desempenhos ruins no ranking, como Dinamarca (22ª), Itália (24ª) e Finlândia (28ª).

“Muita gente, mesmo em países que tem sistemas de saúde excelentes, sofrem com mortes de baixa qualidade, mesmo quando a morte vem naturalmente”, disse a pesquisa.

Em muitos casos, segundo a Economist Intelligence Unit, isso ocorre porque a qualidade e a disponibilidade do tratamento paliativo antes da morte são baixas, e há deficiências na coordenação entre diferentes órgãos e departamentos para políticas sobre como lidar com a morte.

A pesquisa analisou indicadores quantitativos - como taxas de expectativa de vida e de porcentagem do PIB gasta em saúde - e qualitativos - baseados na avaliação individual de cada país em quesitos como conscientização pública sobre serviços e tratamentos disponíveis a pessoas no fim de suas vidas e disponibilidade de remédios e de paliativos.

De acordo com a Aliança Mundial de Cuidado Paliativo, mais de 100 milhões de pacientes e familiares precisam de acesso a tratamentos paliativos anualmente, mas apenas 8% os recebem.

Soluções

A pesquisa, encomendada pela Fundação Lien, uma organização não-governamental de Cingapura, aponta sugestões práticas que podem melhorar a qualidade da morte, como melhorar a disponibilização de medicamentos analgésicos.

"O controle da dor é o ponto de partida de todo o tratamento paliativo e a disponibilidade de opiáceos (morfina e equivalentes) é fundamental para o cuidado no fim da vida", diz o relatório.

"Mas, no mundo, estima-se que cinco bilhões de pessoas não tenham acesso a opiáceos, principalmente por causa de preocupações sobre uso ilícito de drogas e tráfico."

A organização disse também que combater as percepções sobre a morte e os tabus culturais é crucial para melhorar o cuidado paliativo.

"Em sociedades ocidentais, procedimentos curativos são frequentemente priorizados em detrimento do cuidado paliativo. Nos Estados Unidos, discussões sobre os cuidados no fim da vida muitas vezes inflamam o sentimento religioso que considera a manutenção da vida como um objetivo supremo. A questão é complicada ainda mais pela percepção de que 'cuidado hospitalar' acaba sendo associado a 'desistir de viver'".

Segundo a pesquisa, no entanto, um aumento na disponibilidade de tratamento paliativo – principalmente realizado em casa ou pela comunidade - reduz gastos em saúde associados a internação em hospitais e tratamentos de emergência.

15 julho 2010

Estudo liga quadris grandes a risco maior de perda de memória em mulheres

Fonte: BBC Brasil

Pesquisadores da faculdade de medicina da Northwestern University, em Chicago, sugeriram que o formato do corpo da mulher pode influenciar o desempenho de sua memória após a menopausa.

Eles notaram que mulheres com gordura acumulada na barriga tiveram um desempenho melhor em testes de raciocínio do que mulheres com formato em corpo de pera, ou seja, com cinturas menores e quadris largos - ou seja, com mais gordura acumulada nos quadris.

Os pesquisadores dizem acreditar que a gordura na barriga conserva uma quantidade maior do hormônio feminino estrogênio, cuja produção pelo corpo diminui após a menopausa.

Acredita-se que o hormônio ajude a proteger o cérebro da degeneração da atividade cognitiva.

Hormônio

O estudo analisou 8.745 mulheres que já passaram pela menopausa, com idades entre 65 e 79 anos de idade.

Elas completaram um teste de memória que os cientistas usaram para analisar a atividade cerebral. As mulheres com corpos em formato de pera tiveram um desempenho especialmente fraco.

Os cientistas afirmam no estudo, divulgado na publicação científica American Geriatrics Society, que isto se deve à diferença da gordura depositada nos quadris e coxas comparada com as mulheres com maior quantidade de gordura na barriga.

Já sabia-se que tipos diferentes de gordura armazenam hormônios diferentes e tem efeitos distintos nos níveis de lipídios e pressão arterial.

Os cientistas dizem que excesso de gordura em qualquer lugar pode afetar o cérebro de mulheres mais velhas, mas que um pouco de gordura na cintura, em particular, pode proteger a atividade do cérebro.

Por outro lado, eles ressaltam que excesso de gordura na cintura aumenta o risco de outras doenças como câncer, diabetes e problemas cardíacos.

14 julho 2010

Ter cabeça grande ameniza casos de demência, indica estudo

Fonte: BBC Brasil

Portadores de demência (perda da capacidade cognitiva) com cabeças maiores que a média sofrem menos o efeito do mal do que pessoas com cabeças menores, indica um estudo feito por pesquisadores da Alemanha.

Eles constataram que portadores de mal de Alzheimer (a mais comum forma de demência) com crânios maiores tinham memória e raciocínio melhores em comparação com pacientes com cabeças menores.

A equipe, da Universidade de Munique, acredita que ter uma cabeça grande implique em maiores reservas cerebrais para compensar a perda de neurônios associada à demência.

As conclusões dos cientistas, baseadas em um estudo com 270 pacientes, foram divulgadas na publicação científica Neurology.

Estudo

Os participantes foram recrutados em bancos de dados de portadores de Alzheimer e em clínicas neurológicas nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Grécia.

Os pesquisadores mediram a circunferência das cabeças dos pacientes e os submeteram a testes de memória e de raciocínio, além de fazerem exames de ressonância magnética para avaliar o grau de evolução da doença.

Ao analisar os dados dos pacientes, os cientistas concluíram que aqueles que tinham cabeças maiores tiveram melhor desempenho nos testes quando comparados a pacientes com o mesmo grau de perda de neurônios.

Mais especificamente, para cada 1% de perda de células cerebrais, um centímetro a mais de cabeça foi associado a pontuações 6% melhores nos testes de memória.

Embora o tamanho do cérebro seja em grande parte determinado por fatores genéticos, pesquisadores dizem que o estilo de vida de uma pessoa também pode influenciar o crescimento cerebral.

Por exemplo, má nutrição ou doenças na infância podem atrapalhar o crescimento.

Infância

Os pesquisadores disseram que os primeiros anos de desenvolvimento de uma pessoa são críticos.

Aos seis anos de idade, por exemplo, o cérebro de uma pessoa já alcançou 93% do seu tamanho.

"Melhorar as condições de vida antes do parto e no início da vida pode aumentar significativamente a reserva cerebral, o que pode ter um impacto nos riscos de desenvolvimento do Mal de Alzheimer ou na seriedade dos sintomas da doença", disse o líder da pesquisa, Robert Perneczky.

Simon Ridley, chefe de pesquisas do Alzheimer's Research Trust, entidade de fomento a estudos sobre a doença, disse que é importante não dedicar muita atenção a um único fator de risco de demência, “particularmente porque não há muito o que possamos fazer sobre o tamanho das nossas cabeças".

"Os pesquisadores também sugerem que nutrição, traumatismos ou infecções na infância podem ter impacto sobre a reserva cerebral, o que indica que devemos cuidar do nosso cérebro desde o início."

10 julho 2010

Correção da catarata pode ser feita com lentes diferentes em cada olho

Fonte: ATF Comunicação Empresarial

Cerca de 600 mil brasileiros, a cada ano, recebem um diagnóstico de catarata, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. A doença é marcada pela opacificação do cristalino - lente natural dos olhos -, que, ao amarelar em consequência do envelhecimento, impede a passagem da luz para a formação nítida das imagens na retina e, consequentemente, no cérebro. Entretanto, de acordo com especialistas, avanços tecnológicos e qualificação médica permitem mais conforto e segurança para quem tem a doença. A correção é cirúrgica, e há casos em que o implante de uma lente intraocular monofocal e uma multifocal podem ser solução para ficar livre dos óculos após os 60 anos.

O oftalmologista Rodrigo Vaz, do Hospital Oftalmológico de Brasília, esclarece que, após realização do exame oftalmológico completo, quando o diagnóstico é feito, o paciente e o médico, em conjunto, poderão decidir pela substituição do cristalino opaco por uma lente artificial com capacidade monofocal ou multifocal. “Há pacientes que gostam de usar óculos e optam pela monofocal, que é indicada para proporcionar uma visão de qualidade para longe", explica, acrescentando que essa lente também pode corrigir o astigmatismo. Trata-se de uma evolução recente das lentes intraoculares monofocais. "Até pouco tempo corrigiam somente a miopia e a hipermetropia", lembra o médico.

Lentes que corrigem o astigmatismo, denominadas tóricas, trouxeram um avanço tecnológico com a modificação da sua estrutura, de acordo com o oftalmologista. "A correção do astigmatismo com as lentes tóricas representa mais um ganho na qualidade de visão e liberdade os óculos", ressalta. Já as lentes chamadas acomodativas trazem outras vantagens ao portador de catarata. Devido a sua capacidade de movimentação e ajuste, para frente e para trás, melhoram a visão para longe e trazem benefícios também para perto. Na avaliação de Rodrigo Vaz, as acomodativas oferecem ao paciente a oportunidade de melhora na visão para perto nos casos em que uma multifocal estiver contra indicada.

Entre as impossibilidades de implante de multifocal estão, por exemplo, a detecção de algum defeito no fundo do olho. Segundo o médico, são considerados impeditivos para a multifocal, a presença de uma degeneração macular relacionada à idade, cicatrizes ou opacidades no centro da visão.

Combinação de lentes

Há situações em que a combinação ideal pode ser uma mescla de lentes com propriedades diferentes, uma para cada olho. Chama-se Mix and Match a indicação de implante de uma monofocal em um olho e uma multifocal no outro, ou uma lente acomodativa e uma multifocal. "Há casos em que este mix personaliza a cirurgia e leva o paciente de catarata a uma satisfação superior com sua nova condição visual", destaca o especialista.

Outro aspecto assinalado pelo oftalmologista são os avanços tecnológicos que fizeram a cirurgia de catarata mais confortável e segura. Ele destaca que "anestesia tópica, incisões pequenas, livres de pontos e tempo reduzido de cirurgia estão entre os fatores chave para maior segurança, recuperação visual mais rápida e alto índice de satisfação manifestado pelos pacientes no pós-operatório".

09 julho 2010

Médicos franceses fazem 1º transplante de rosto com pálpebras

Fonte: BBC Brasil

Médicos da França anunciaram que um homem que sofre de uma doença genética passou por um transplante integral de rosto – incluindo, pela primeira vez, as pálpebras e as glândulas lacrimais.

O paciente, Jérôme, de 35 anos, tinha o rosto totalmente desfigurado em razão de uma neurofibromatose, também chamada de "doença do homem elefante", disse o jornal Le Parisien, que divulgou a notícia em exclusividade nesta quinta-feira.

"O que é especial nesse transplante é que desta vez incluímos as pálpebras, o que inclui não apenas a pele e os músculos, mas também os canais lacrimais, e nisso residia a dificuldade do transplante", disse o professor Laurent Lantieri, que dirigiu a equipe que fez a operação em um hospital na cidade de Créteil, nos arredores de Paris, à BBC.

"Quando ele se viu no espelho, levantou os dois polegares para cima dizendo que estava satisfeito", revelou o cirurgião.

Do antigo rosto de Jérôme sobraram apenas os globos oculares.

Mais completa

Essa operação, segundo o médico francês, é mais completa do que a realizada em um paciente espanhol em abril passado e que havia sido considerada na época o primeiro transplante total do rosto.

"Estou feliz porque o paciente está muito bem. Ele anda, come e fala. A barba já cresceu em seu rosto", afirmou Lantieri em entrevista ao jornal Le Parisien.

De acordo com o cirurgião, Jérôme não apresenta nenhum sintoma de infecção.

O transplante inédito foi realizado nos dias 26 e 27 de junho no hospital público Herni-Mondor em Créteil.

Projetos

Por causa da doença, Jérôme havia se isolado completamente da vida social.

O francês espera agora que seu novo rosto lhe permita "se misturar à multidão como qualquer outra pessoa", escreve o Le Parisien.

Segundo o jornal, o francês passou a ter projetos de vida. Ele quer arrumar um emprego – ele trabalhava como organizador de espetáculos – e também começar uma família.

O professor Lantieri afirma que sua equipe médica estava apta para realizar este último transplante, pois já havia realizado cinco outros transplantes do rosto.

"Fomos capazes de fazer esse transplante porque já havíamos feito outros antes. Ele representa o desenvolvimento de um programa e por isso conseguimos realizá-lo", disse Lantieri à BBC.

Jérôme já havia realizado cerca de quinze cirurgias plásticas. Segundo o professor Lantieri, a doença do paciente havia se agravado nos últimos meses e seu rosto, sobretudo os olhos, estavam muito deformados.

O médico afirma que Jérôme terá acompanhamento psicológico. "Sabemos hoje que o novo rosto assume as formas dos ossos do transplantado e que não há riscos de confusão", afirma Lantieri.

O médico já havia feito o transplante do rosto de um outro francês, Pascal, que sofre da mesma doença genética de Jérôme. Mas Pascal não tinha a parte superior do rosto tão desfigurada e por isso não necessitou de um transplante integral, que incluiu as pálpebras.

Foi também uma equipe médica francesa que realizou, há cinco anos, o primeiro transplante parcial de rosto no mundo. A paciente Isabelle Dinoire havia tido parte de seu rosto desfigurado, sobretudo a boca e o maxilar, devido ao ataque de um cão.

08 julho 2010

Estresse no trabalho associado a um maior risco de asma

Fonte: Medscape

Novo estudo sugere que pessoas que se sentem regularmente estressadas sobre o seu trabalho podem ter um maior risco de desenvolver asma que aqueles em um ambiente de trabalho mais descontraído.

Os novos achados, publicados online no Allergy, são os primeiros a mostrar uma associação entre stress no trabalho e risco posterior de asma, de acordo com os pesquisadores.

Os investigadores observaram que, entre os mais de 5.100 adultos que seguiram por quase uma década, aqueles que relataram alto stress no trabalho no início foram duas vezes mais predispostos que os com baixo nível de stress no trabalho a desenvolver asma.

As chances de qualquer participante do estudo ser recém diagnosticado com asma foram baixas, no entanto. Entre aqueles com alto stress no trabalho, 2,4% desenvolveram asma durante o período do estudo, comparados com 1,3% dos homens e mulheres que relataram baixo stress.

Apesar dos achados não provarem que o stress no trabalho, em si, seja a razão da taxa relativamente maior de asma, se somam a outras evidências de que o stress crônico possa contribuir para o desenvolvimento de asma em alguns pacientes, de acordo com o co-autor Dr. Adrian Loerbroks e colegas da Universidade de Heidelberg, Alemanha.

Outros relatos, observam, relacionaram eventos estressantes de vida e traços de personalidade relacionados ao stress, por exemplo, com maior risco de asma.

Para o seu estudo, Dr. Loerbroks e seus colegas utilizaram dados de 5.114 adultos, entre 40 e 65 anos, que completaram questionários sobre a sua saúde, estilo de vida e trabalho.

O stress no trabalho foi medido por um questionário que pediu aos participantes que classificassem quanta tensão sentiam no trabalho, quão frequente pensavam sobre o trabalho ao final do dia e se sentiam exaustos ou incapazes de lidar com as exigências profissionais.

Durante um seguimento médio de 8,5 anos, os participantes com altos escores de stress no trabalho tenderam a ter maiores taxas de asma no início.

Além disso, entre homens e mulheres sem asma, aqueles com alto stress foram duas vezes mais propensos a desenvolver a doença pulmonar ao longo do período de seguimento.

Este alto risco foi observado mesmo levando em conta outras variáveis como peso, hábitos de exercício, tabagismo e histórico familiar de asma.

O estilo de vida menos saudável não pareceu ser responsável pela relação, observaram os pesquisadores, então é possível que exista efeitos diretos do stress crônico nos sistemas hormonais e imunes que contribuam com o desenvolvimento de asma – por exemplo, fazendo as vias aéreas mais propensas a inflamação em resposta a gatilhos ambientais.

Os pesquisadores assinalam, no entanto, que mesmo que o stress no trabalho aumente o risco de asma em algumas pessoas, o risco absoluto para qualquer trabalhador seria pequeno – dado que apenas 2% de todos os participantes do estudo desenvolveram asma em 8,5 anos.

Do ponto de vista de saúde pública, escreveram os autores, reduzir o stress no trabalho preveniria apenas um pequeno número de casos de asma.


06 julho 2010

Ministério da Saúde lança tecnologia brasileira para diagnosticar vírus H1N1

Fonte: Portal da Saúde

Teste nacional é mais avançado e 55% mais barato que o importado. Brasil se torna mais independente dos insumos estrangeiros

O Ministério da Saúde lançou, na quarta-feira (23), o Kit Nacional para Diagnóstico da Influenza H1N1, tecnologia brasileira desenvolvida para identificar o vírus da gripe pandêmica. A partir de agora, o país tem capacidade de produzir os reagentes biomoleculares utilizados nos laboratórios para detectar a doença e se tornar mais independente do mercado internacional. O kit será fabricado por um consórcio entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Laboratório de Bio-manguinhos e do Instituto Carlos Chagas; o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). O investimento do governo federal no projeto foi de R$ 3,36 milhões.

Com esta rede, o Brasil terá capacidade de produzir 80 mil testes por mês para o diagnóstico de Influenza H1N1, o suficiente para atender a demanda nacional. Durante a primeira onda da pandemia, entre abril e dezembro de 2009, foram realizados 73.121 testes. Com a vacinação de mais de 82,7 milhões de pessoas até esta quarta-feira, 23 de junho, a expectativa é que caia o número de casos graves e mortes suspeitas pela doença. O exame é indicado para pacientes internados com suspeita de gripe pandêmica, em casos de surtos em comunidade fechadas e para investigar óbito.

O primeiro lote fabricado pelos laboratórios do consórcio conta com 30 mil testes para detectar a doença em pacientes internados com suspeita de gripe pandêmica. Os reagentes biomoleculares servem para multiplicar o material genético do vírus (RNA viral) de modo a tornar possível sua identificação.

INOVAÇÃO – O teste brasileiro é, pelo menos, 55% mais barato que os insumos importados. O material produzido em outros países custa entre R$ 100 e R$ 150, enquanto o kit nacional custa R$ 45, aproximadamente. Além disso, a tecnologia desenvolvida no país representa uma novidade e um avanço em relação ao diagnóstico fabricado no exterior. Ele apresenta característica que tornam o teste ainda mais confiável e mais rápido. O tempo de análise é reduzido pela metade: passa de 8h para 4h.

“Com esse projeto, o Brasil sai à frente na qualificação do diagnóstico de gripe H1N1. É uma tecnologia superior e mais segura que poderá, inclusive, ser exportada futuramente a outros países”, comemora o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que estará presente na cerimônia de lançamento do teste.
O kit nacional reúne em apenas um produto (que contém dois tubos) os reagentes biomoleculares utilizados para detecção do vírus. Em países como Estados Unidos, França e Alemanha – principais fornecedores mundiais de insumos para diagnóstico de H1N1 − esses materiais são vendidos separadamente e misturados pelos profissionais do laboratório. Agora, sem necessidade desse procedimento, diminuirá o risco de falha humana e desperdício na manipulação dos insumos.

PLATAFORMA TECNOLÓGICA – O teste será distribuído aos três laboratórios de referência para o diagnóstico da gripe H1N1 – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP); e a três Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENS) localizados no Distrito Federal, no Paraná e na Bahia. Por enquanto, o teste nacional não estará disponível para laboratórios particulares.

Esses seis laboratórios contam com novas plataformas tecnológicas para o diagnóstico da gripe pandêmica. Elas fazem parte de um projeto-piloto brasileiro para detectar o vírus H1N1 e que, futuramente, também será utilizado para diagnosticar outras doenças, como aids, dengue, hepatite, meningites e outros problemas respiratórios. A proposta do governo federal é expandir as plataformas a outros Lacens depois que o projeto-piloto for consolidado, montando uma rede nacional de diagnóstico.

As plataformas são formadas por três máquinas – dois robôs e um computador – que realizam todas as etapas de identificação do vírus H1N1 de forma automatizada, sem interferência humana. Atualmente, a tecnologia utilizada nos laboratórios habilitados para o exame é menos automatizada e, portanto, mais lenta.

Obesidade está ligada a risco aumentado de fibromialgia

Fonte: MedCenter
Autora: Dra. Laurie Barclay


A obesidade está ligada ao risco aumentado de fibromialgia, de acordo com os resultados de um estudo longitudinal relatado na edição da Arthritis Care & Research.

Os fatores de risco independentes para desenvolvimento subsequente de fibromialgia utilizados nesse estudo foram o tempo de lazer, exercício físico e índice de massa corporal (IMC).

"Mulheres que relataram se exercitar 4 vezes por semana obtiveram um risco 29% menor de ter fibromialgia quando comparadas com mulheres inativas,” disse o Dr. Paul J. Mork, da Norwegian University of Science and Technology em Trondheim, Noruega, em uma entrevista.

"Resultados similares foram encontrados na análise do escore que combinava informações sobre frequência, duração e intensidade do exercício; mulheres com o maior nível de exercício obtiveram um menor risco do que mulheres inativas.”

O objetivo do estudo foi determinar se há uma relação entre os níveis de exercício físico e o risco futuro de fibromialgia e se o sobrepeso ou a obesidade foram fatores de risco independentes para o futuro desenvolvimento de fibromialgia.

Dados foram coletados do Nord-Trøndelag Health (HUNT), Estudo 1 (HUNT 1) de 1984 a 1986 e do HUNT 2 de 1995 a 1997.

De 15.990 mulheres que forneceram dados pertinentes para as duas pesquisas e que não reportaram fibromialgia ou deficiência física na pesquisa HUNT 1,380 desenvolveram fibromialfia no período de 11 anos entre HUNT 1 e HUNT 2.

Mulheres que relataram o maior nível de exercício obtiveram um risco relativo (RR) de 0,77 para o desenvolvimento da fibromialgia, e apresentaram uma fraca “dose-resposta” na associação entre o nível de exercício físico e o risco de fibromialgia (P =0,13).

Comparadas com mulheres de peso normal, mulheres com sobrepeso ou obesas apresentaram um risco 60% a 70% maior de ter fibromialgia. O IMC foi um fator de risco independente para fibromialgia (P < .001).

Comparadas com mulheres de peso normal que se exercitam ao menos uma hora por semana, mulheres com sobrepeso ou obesas com um nível de atividade física similar, apresentaram 72% a mais de risco de fibromialgia, enquanto mulheres sobrepeso ou obesas que se exercitavam menos de uma hora por semana ou eram inativas obtiveram mais que o dobro do risco de desenvolver fibromialgia.

Os autores do estudo notaram que obesidade e fibromialgia possuem alguns fatores etiológicos comuns, como citocinas pró-inflamatórias, disregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, aumento do tônus simpático e redução da reatividade simpática.

"Esses achados, em conjunto com o presente estudo, indicam que a realização regular de exercícios físicos e a consequente melhor forma física pode agir contra a perpetuação de sintomas musculoesqueléticos que eventualmente levariam ao desenvolvimento da fibromialgia,” disse o Dr. Mork.

As limitações desse estudo incluem a perda do seguimento de algumas mulheres entre os estudos HUNT 1 e HUNT 2, possível classificação errônea do tempo de exercício físico e inabilidade para determinar a importância relativa de diferentes tipos de exercício.

"O estudo ainda mostra que um alto IMC é um forte e independente fator de risco para o desenvolvimento futuro de fibromialgia,” conclui o Dr. Mork.

“Além disso, os riscos relativos maiores na combinação de sobrepeso/obesidade com inatividade, comparados com somente sobrepeso/obesidade apontam uma desvantagem para mulheres que não se exercitam".

Retirada de: http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?id=27105

05 julho 2010

Teste identifica até 90% dos problemas genéticos de óvulos humanos

Fonte: BBC Brasil

Cientistas da Universidade de Maastricht, na Holanda, anunciaram nesta semana a criação de novo teste capaz de identificar até 90% das anomalias genéticas dos óvulos utilizados em tratamentos de fertilização in vitro.

O método, desenvolvido pela equipe de Joep Geraedts, professor de genética e biologia celular, tem como objetivo aumentar a chance de gravidez.

Mas só ano que vem, com o início dos testes em grande escala, será possível avaliar a eficácia da técnica na fertilização in vitro, alertou o pesquisador durante a apresentação de seu trabalho, na Conferência da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Roma.

Ele disse que foram analisados cerca de 200 óvulos de 41 casais usando a nova técnica. Os resultados da amostra, segundo os pesquisadores, são suficientes para confirmar que o método é confiável na identificação de problemas genéticos. Mas como apenas oito mulheres do grupo pesquisado ficaram grávidas, não é possível avaliar seu impacto nas taxas de gravidez.

Os dados preliminares são considerados animadores. Na clínica britânica Care Fertility, pioneira na utilização do teste, o método dobrou a taxa de gravidez num grupo de 150 casais, segundo informações do diretor do centro, Simon Fishel.

Como funciona

O teste é oferecido na clínica pelo equivalente a cerca de R$ 5,4 mil a mulheres mais velhas que não tiveram sucesso em tentativas de fertilizações in vitro anteriores.

“Se essa tecnologia for tão sólida como parece, seria lógico dizer que todas as pacientes poderão se beneficiar do método, não apenas as mais velhas”, afirma Simon.

Ainda assim, especialistas como o holandês Geraedts e também e o britânico Tony Rutherford, criticam a utilização da técnica em escala comercial até a divulgação dos resultados conclusivos da pesquisa.

Quase a metade dos óvulos das mulheres mais jovens têm anomalias genéticas. O índice sobe para até 75% em mulheres com mais de 39 anos.

Com novos testes genéticos, os pesquisadores buscam aumentar a chance de gravidez ao fazer a triagem de óvulos saudáveis, com base numa técnica de contagem de cromossomos.

02 julho 2010

Estudo cria fórmula para prever idade da menopausa

Fonte: BBC Brasil

Cientistas disseram ter chegado mais perto de estabelecer com precisão a idade na qual uma determinada mulher atingirá a menopausa.

Um estudo iraniano realizado com 266 mulheres ao longo de 12 anos afirma que isto pode ser possível no futuro através da medição do hormônio AMH no sangue.

Se comprovada em estudos futuros, a técnica dará às mulheres mais informação – e portanto mais controle – sobre o melhor momento para começar a planejar a família.

Os especialistas também afirmam que esta ciência pode ser particularmente útil para identificar mulheres que atingirão a menopausa precocemente.

O hormônio AMH controla o desenvolvimento dos folículos nos ovários, a partir dos quais os óvulos se desenvolvem.

Medindo os níveis de AMH nas mulheres – que no experimento tinham entre 20 e 49 anos de idade – em intervalos de três anos, os cientistas criaram uma fórmula que relaciona os níveis desse hormônio no sangue à idade da menopausa.

Os resultados foram apresentados na conferência da Sociedade Europeia para a Reprodução Humana e Embriologia, em Roma.

Durante o estudo, 63 mulheres atingiram a menopausa. Em média, a diferença entre a idade estimada e a idade real em que isto aconteceu foi de apenas um trimestre, com uma margem de erro máxima de três a quatro anos.

Entretanto, apenas três das mulheres abaixo dos 45 anos chegaram à menopausa durante o estudo, levando os cientistas a afirmar que é preciso ampliar muito mais a base da pesquisa para ver se a fórmula se aplica a um grupo maior de mulheres.

Cautela

A ideia de acompanhar os níveis hormonais para predizer a fertilidade não é exatamente nova, mas esta é a primeira vez que os cientistas conseguem criar uma fórmula para descrever a relação entre as duas coisas.

Em outros experimentos, a comunidade científica tem discutido uma "reserva ovariana" que indicaria se a menopausa é ou não iminente.

O coordenador do estudo, Fahimeh Ramezani Tehrani, da Universidade de Ciências Médicas Shahid Beheshti, de Teerã, disse que os resultados permitirão aos médicos traçar avaliações precisas do estado reprodutivo de uma mulher "muitos anos antes de elas atingirem a menopausa".

Para o principal cientista do Departamento Nuffield de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de Oxford, Dagan Wells, a fórmula pode prover às mulheres mais informações para planejar a família.

"Dado que as mulheres hoje em dia tendem a iniciar a família cada vez mais tarde, adiando essa decisão até terem uma carreira estabelecida ou até que apareça a 'pessoa certa', qualquer conhecimento prévio sobre a duração do período fértil as ajudaria a planejar com antecedência", disse.

Entretanto, ele notou que os níveis de fertilidade femininos decaem nos anos prévios à menopausa, o que leva à necessidade de mais pesquisas com os níveis de AMH para determinar exatamente em que ponto esses níveis decrescem.

Já um porta-voz da Sociedade Britânica para a Fertilidade aconselhou as pacientes a usar esse tipo de medição apenas como um "indicador" de fertilidade, mas não o único na qual basear decisões de postergar o início do planejamento familiar.

Stuart Lavery, que também é ginecologista consultor no hospital de Hammersmith, em Londres, disse que outras complicações do sistema reprodutivo, como cicatrizes nas trompas ou mesmo a qualidade do esperma dos parceiros, também podem ter um efeito decisivo na fertilidade.

"Nossa preocupação é que as pessoas se sintam demasiado confiantes (na medição hormonal)", afirmou o médico.