06 julho 2010

Obesidade está ligada a risco aumentado de fibromialgia

Fonte: MedCenter
Autora: Dra. Laurie Barclay


A obesidade está ligada ao risco aumentado de fibromialgia, de acordo com os resultados de um estudo longitudinal relatado na edição da Arthritis Care & Research.

Os fatores de risco independentes para desenvolvimento subsequente de fibromialgia utilizados nesse estudo foram o tempo de lazer, exercício físico e índice de massa corporal (IMC).

"Mulheres que relataram se exercitar 4 vezes por semana obtiveram um risco 29% menor de ter fibromialgia quando comparadas com mulheres inativas,” disse o Dr. Paul J. Mork, da Norwegian University of Science and Technology em Trondheim, Noruega, em uma entrevista.

"Resultados similares foram encontrados na análise do escore que combinava informações sobre frequência, duração e intensidade do exercício; mulheres com o maior nível de exercício obtiveram um menor risco do que mulheres inativas.”

O objetivo do estudo foi determinar se há uma relação entre os níveis de exercício físico e o risco futuro de fibromialgia e se o sobrepeso ou a obesidade foram fatores de risco independentes para o futuro desenvolvimento de fibromialgia.

Dados foram coletados do Nord-Trøndelag Health (HUNT), Estudo 1 (HUNT 1) de 1984 a 1986 e do HUNT 2 de 1995 a 1997.

De 15.990 mulheres que forneceram dados pertinentes para as duas pesquisas e que não reportaram fibromialgia ou deficiência física na pesquisa HUNT 1,380 desenvolveram fibromialfia no período de 11 anos entre HUNT 1 e HUNT 2.

Mulheres que relataram o maior nível de exercício obtiveram um risco relativo (RR) de 0,77 para o desenvolvimento da fibromialgia, e apresentaram uma fraca “dose-resposta” na associação entre o nível de exercício físico e o risco de fibromialgia (P =0,13).

Comparadas com mulheres de peso normal, mulheres com sobrepeso ou obesas apresentaram um risco 60% a 70% maior de ter fibromialgia. O IMC foi um fator de risco independente para fibromialgia (P < .001).

Comparadas com mulheres de peso normal que se exercitam ao menos uma hora por semana, mulheres com sobrepeso ou obesas com um nível de atividade física similar, apresentaram 72% a mais de risco de fibromialgia, enquanto mulheres sobrepeso ou obesas que se exercitavam menos de uma hora por semana ou eram inativas obtiveram mais que o dobro do risco de desenvolver fibromialgia.

Os autores do estudo notaram que obesidade e fibromialgia possuem alguns fatores etiológicos comuns, como citocinas pró-inflamatórias, disregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, aumento do tônus simpático e redução da reatividade simpática.

"Esses achados, em conjunto com o presente estudo, indicam que a realização regular de exercícios físicos e a consequente melhor forma física pode agir contra a perpetuação de sintomas musculoesqueléticos que eventualmente levariam ao desenvolvimento da fibromialgia,” disse o Dr. Mork.

As limitações desse estudo incluem a perda do seguimento de algumas mulheres entre os estudos HUNT 1 e HUNT 2, possível classificação errônea do tempo de exercício físico e inabilidade para determinar a importância relativa de diferentes tipos de exercício.

"O estudo ainda mostra que um alto IMC é um forte e independente fator de risco para o desenvolvimento futuro de fibromialgia,” conclui o Dr. Mork.

“Além disso, os riscos relativos maiores na combinação de sobrepeso/obesidade com inatividade, comparados com somente sobrepeso/obesidade apontam uma desvantagem para mulheres que não se exercitam".

Retirada de: http://www.medcenter.com/Medscape/content.aspx?id=27105

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