24 setembro 2011

Hepatite C pode ser curada na metade do tempo

Fonte: Diário da Saúde

Telaprevir

Uma nova pesquisa mostrou que o tratamento da hepatite C, uma doença crônica difícil de tratar, pode ser reduzido para seis meses em cerca de dois terços dos pacientes.

Isto é possível usando uma combinação de medicamentos baseado no telaprevir.

O telaprevir é uma droga nova, aprovada para uso há cerca de três meses, com o potencial para inibir a replicação do vírus.

Coquetel anti-hepatite

A nova droga antiviral, juntamente com uma medicação similar, chamada boceprevir, praticamente dobrou o número de pacientes que apresentaram uma boa resposta ao tratamento.

Entre os pacientes tratados com telaprevir, interferon peguilatado e ribavirina, 72% dos pacientes foram curados da hepatite C.

Segundo o estudo, publicado no New England Journal of Medicine, isto significa que dois terços dos pacientes podem ser curados na metade do tempo.

Os estudos são iniciais e, até agora, feitos em um número muito pequeno de pacientes. Como em todos os casos de medicamentos novos, eventuais efeitos colaterais ainda não são bem conhecidos.

Terapia combinada

Segundo os médicos, os pacientes que ficaram livres do vírus entre as primeiras 4 e 12 semanas da nova terapia combinada podem de fato suspender o tratamento em um período em 6 meses, contra as 48 semanas atuais (praticamente 1 ano).

Ou seja, a terapia combinada permite a redução do tempo de tratamento para aqueles pacientes que mostram uma resposta mais rápida aos medicamentos.

"Isto significa que, em vez de uma abordagem 'tamanho único', nós podemos individualizar o tratamento para os pacientes com base na sua resposta específica às drogas," disse o Dr. Fred Poordad, coordenador da pesquisa.

"Uma vez que você estiver curado por estas drogas antivirais, você estará curado da hepatite C completamente. Este é um fato pouco conhecido do público e mesmo dos médicos que não trabalham regularmente na área," completou.

Novo tratamento para câncer de próstata

Fonte: Diário da Saúde

Tratamento combinado

Cientistas da Universidade Queens, no Reino Unido, criaram um tratamento combinado para o câncer de próstata.

O tratamento é o primeiro desse tipo a ser desenvolvido.

Ele combina o tratamento tradicional de quimioterapia com duas doses de uma substância química radioativa, capaz de atingir áreas do osso afetadas pela doença.

Rênio

Os resultados demonstram que é seguro e viável para combinar múltiplas injeções da substância radioativa Rênio-186 HEDP, juntamente com a quimioterapia padrão.

O tratamento é destinado a homens com uma forma avançada e agressiva do câncer de próstata, que já tenha se espalhado para os ossos.

A terapia foi bem-sucedida na primeira fase de ensaios, e será agora testada em uma segunda fase, com maior número de pacientes.

O câncer de próstata agressivo e avançado é tratado com quimioterapia. Contudo, os benefícios deste tratamento são geralmente de curta duração, com uma sobrevida muito pequena para o paciente.

A combinação de dois tipos diferentes de drogas pode ajudar a melhorar os resultados, incluindo a sobrevivência dos pacientes.

Melhores resultados

"Os tratamentos de quimioterapia tradicional nem sempre são eficazes no tratamento das formas agressivas e avançadas do câncer de próstata.

"Por isso precisávamos desenvolver um novo tratamento, que dará melhores resultados para pacientes com este tipo de câncer.

"A segunda fase do teste já começou na Holanda e vai começar no Reino Unido dentro de seis meses. O estudo envolverá até 100 pacientes da Irlanda do Norte e dos Países Baixos e espera-se que resultados sejam conhecidos dentro de dois anos, disse Joe O'Sullivan, membro da equipe que desenvolveu o novo tratamento.

Hortelã é eficaz contra bactérias da boca

Fonte: Diário da Saúde

Tratamento fitoterápico

A Mentha spp. - nome científico da hortelã - tem efeito antimicrobiano contra cepas de Candida, principalmente a albicans, uma bactéria comumente encontrado na cavidade bucal.

A conclusão é pesquisadora Iza Teixeira Alves Peixoto, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

No estudo foi analisado o óleo essencial da planta, mas os resultados demonstraram a possibilidade de criação de novas modalidades de tratamento fitoterápico, em particular contra doenças infecciosas por esta espécie, como a candidíase.

Tipos de hortelã

Foram avaliados ao todo 64 tipos diferentes de hortelã, com espécies de várias regiões brasileiras, assim como de outros países, em busca da concentração inibitória mínima, que é a menor concentração capaz de apresentar efeito antimicrobiano.

Segundo Iza, o óleo essencial da planta não mostrou toxicidade contra células em culturas de células: "Isso sinaliza para uma maior segurança dessas frações como medicamento."

Algumas espécies de hortelã demonstraram também atividade antimicrobiana contra biofilmes de C. albicans - o principal fator etiológico da candidose - encontrados sobretudo na superfície de próteses removíveis.

O extrato de hortelã age contra esses microrganismos, seja inativando-os ou matando-os graças ao seu "efeito fungicida".

Candidíase

A candidíase ou candidose é uma infecção comum no homem, sendo causada por espécies de Candida, juntamente com a imunodeficiência do hospedeiro.

Por ser um microrganismo comensal, entre 30% e 50% das pessoas simplesmente o possuem em sua cavidade bucal sem evidência clínica de infecção.

"Como faz parte do organismo, é chamado de fungo patogênico oportunista, respondendo por cerca de 80% das infecções fúngicas hospitalares documentadas até hoje", explica pesquisadora.

Como resultado dessa infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, essa doença é capaz de variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, notada na maioria dos pacientes, a uma doença fatal, de maneira disseminada nos gravemente imunodeprimidos.

A candidose também pode ser observada agregada a válvulas cardíacas e cateteres.

Produtos naturais

Produtos naturais, como a hortelã, que gera um dos óleos essenciais mais consumidos no mundo, podem originar novas modalidades de tratamento.

Várias espécies têm sido analisadas quanto a suas diferenças metabólicas, composições químicas, propriedades antibacterianas, antifúngicas e antivirais. Estão sendo conduzidas pesquisas atualmente para avaliação biológica de suas propriedades medicinais no combate a vários tipos de doenças.

A pesquisadora ressalta o valor de selecionar o acesso da Mentha spp. não apenas com a função de melhorar o odor ou o seu sabor, mas também para aplicações antimicrobianas.

"As indústrias poderão escolher o acesso mais adequado à sua produção, ou seja, aquele que produz o óleo de melhor rendimento, melhor atividade antimicrobiana, numa baixa concentração e que não seja tóxica aos tecidos humanos. Os dados da presente pesquisa, aliás, desvelam novas perspectivas para melhoramento genético", salienta.

Qualidade do sono pode aumentar risco de diabetes em adolescentes obesos

Fonte: UPI

Adolescentes obesos que não conseguem ter uma boa noite de sono têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2. A conclusão é de pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos, que analisaram 62 adolescentes obesos com idade média de 14 anos.

Os participantes foram submetidos a testes de glicose e análise do sono durante a noite, no qual foi medido o tempo total do sono, “arquitetura do sono” e estágios do sono, como sono de ondas lentas “profundas” e do movimento rápido dos olhos durante o sono (sonho).

Os resultados mostraram que o sono insuficiente, assim como o sono em excesso, estavam relacionados a maiores índices de glicose. Segundo os pesquisadores, a menor duração da fase de sono “profundo”, que é a responsável pela sensação de descanso, diminui a produção de insulina.

"Já sabemos que três em cada quatro alunos do ensino médio dormem menos tempo que o recomendado", diz Dr. Dorit Koren, autor da pesquisa. "Nosso estudo mostrou que para manter os níveis de glicose estáveis, a quantidade ideal de sono para os adolescentes é de 7,5 a 8,5 horas por noite".

O estudo foi publicado no periódico Diabetes Care.

15 setembro 2011

Flor usada no Egito antigo tem sucesso contra câncer em pesquisa

Fonte: BBC Brasil

Um novo remédio feito com uma flor que já tinha usos medicinais no Egito antigo pode destruir células de câncer, segundo uma pesquisa realizada por cientistas britânicos.

A nova droga produzida a partir do açafrão-do-prado (Colchicum autumnale) circula na corrente sanguínea, mas só é ativada por uma substância química emitida por tumores malignos.

Ela atacaria então as células cancerosas que se espalharam, mas deixaria intactos os tecidos saudáveis.

O remédio foi testado com sucesso em camundongos contra câncer de mama, intestino, pulmão e próstata, mas deve ser eficiente contra qualquer tipo de tumor sólido, segundo os pesquisadores.

Nos testes de laboratório, metade dos camundongos ficou completamente curada após uma única injeção da droga e houve redução no ritmo de crescimento dos tumores em todos os animais testados.

Os testes clínicos devem começar em até dois anos.

'Inanição'

Os pesquisadores dizem que a chave para o sucesso do tratamento é que ele é ativado por uma enzima usada pelos tumores para invadir os tecidos a seu redor.

Uma vez ativado, o remédio destrói as veias que alimentam o tumor e faz com que o câncer morra de inanição.

"O que criamos é, efetivamente, uma 'bomba inteligente', que pode ser direcionada a matar qualquer tumor sólido, aparentemente sem danificar os tecidos saudáveis", disse o líder da pesquisa da Universidade de Bradford, Laurence Patterson.

Veneno

O extrato do açafrão-do-prado tem um histórico de usos medicinais e também como veneno na Grécia e no Egito antigos.

Mais frequentemente, a substância colchicina, retirada da planta, é usada no tratamento de crises de gota.

Tentativas anteriores de usá-la no combate ao câncer fracassaram devido à alta toxicidade do composto, mas o problema teria sido resolvido depois que a equipe britânica conseguiu torná-la inofensiva até entrar em contato com um tumor.

A nova droga pertence à mesma família de remédios do Paclitaxel, o agente de quimioterapia mais usado no mundo, produzido a partir da casca da árvoreTaxus brevifolia.

"Se (os resultados) forem confirmados em testes de laboratórios mais extensos, os remédios baseados nessa abordagem podem ser muito úteis como parte de uma combinação de tratamentos contra diversos tipos de câncer", disse Paul Workman, do Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres.

Pacientes do Hospital de St. James, em Leeds, poderão ser os primeiros a testar o novo remédio dentro de 18 a 24 meses.

10 setembro 2011

Ministério da Saúde incentiva consumo de peixe

Fonte: Portal da Saúde

A Organização Mundial da Saúde recomenda ingestão anual de no mínimo 12 kg de pescado por pessoa, mas brasileira consome 9kg/ano

“Inclua pescado na sua alimentação. É gostoso e faz bem para a saúde” esse é o lema da 8ª. Semana do Peixe que será lançada, neste domingo (11) em Niterói (RJ), pelo Ministério da Saúde e o Ministério da Pesca e Aquicultura. A campanha, que segue até o dia 24 de setembro, tem por objetivo incentivar o brasileiro a consumir pescado regularmente tendo como foco a alimentação saudável.

De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-09, o consumo anual de peixe do brasileiro é de 9 kg. A meta da campanha é aumentar o consumo para 12 kg de pescado habitante/ano, quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pesquisa também revela baixa aquisição domiciliar de pescados, observa-se que houve um consumo médio de peixe de 4,03kg per capita por ano, em nível nacional, mas com grande variação por regiões: 17,54Kg no Norte, 4,96kg no Nordeste, 2,06kg no Sudeste, 1,60kg no Sul e 1,62kg no Centro-Oeste. Segundo a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime, a pesquisa mostra baixa prevalência de consumo de peixes. “O percentual de indivíduos que reportaram a ingestão de pescado, pelo menos uma vez na semana, foi de 6,4%. Também verificamos que somente 10,8% dos brasileiros declaram o consumo fora do domicílio”, destaca.

Os peixes são boas fontes de todos os aminoácidos essenciais, que ajudam a formar as proteínas, necessárias para o crescimento e a manutenção do corpo humano. São também fontes importantes de ferro, vitamina B12, cálcio e gorduras essenciais, fundamentais ao bom funcionamento do organismo. O Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, recomenda o consumo de peixe fresco pelo menos duas vezes por semana. Patrícia Jaime ressalta que a população precisa adquirir hábitos mais saudáveis evitando o excesso de gorduras e sal nos alimentose preparações.

“Precisamos estimular as pessoas a se alimentarem melhor. O peixe traz inúmeros benefícios para a saúde, mas para abastecer o mercado e torná-lo acessível para todos, é necessário ordenar e fomentar a aqüicultura, visando o aumento da produção e oferta de alimentos”, destaca.

Plano prevê inclusão do pescado na alimentação escolar

A campanha faz parte do Plano de Desenvolvimento Sustentável – Mais Pesca e Aquicultura que contempla ações como a inclusão do pescado na alimentação escolar, em feiras, em Centros Integrados da Pesca Artesanal e nos parques aquícolas.

Para incentivar a população, durante a campanha serão distribuídos cartazes para serem afixados em bares, restaurantes e supermercados participantes da campanha, além do envolvimento das redes de saúde e da vigilância sanitária local.

Os produtos ligados à Semana do Peixe receberão exposição, e sinalização diferenciadas nos supermercados como forma de fomentar o consumo. Também serão distribuídas cartilhas aos consumidores em todo o país contendo informações sobre os benefícios que o consumo de pescado proporciona à saúde, além de orientações sobre como verificar a qualidade do produto na hora da compra, como limpar o pescado e diversas receitas regionais e melhoradas nutricionalmente, com quantidades reduzidas de sal e de gorduras.

DICAS - A campanha tem também como objetivo prestar informações aos consumidores sobre quais itens observar na hora da compra. O peixe fresco, por exemplo, deve possuir pele firme, bem aderida, úmida e sem a presença de manchas; os olhos devem ser brilhantes e salientes; as escamas devem ser unidas entre si, brilhantes e fortemente aderidas à pele; as guelras devem possuir cor que vai do rosa ao vermelho intenso, ser brilhantes e sem viscosidade; odor característico e não repugnante.

A conservação será outro ponto em destaque para os consumidores. Após o descongelamento, os pescados só podem ser congelados novamente se cozidos e preparados. No congelamento caseiro, os peixes devem ser mantidos inteiros, mas sem as vísceras. Camarões e lagostas devem ser congelados sem cabeça. Nunca congelar espécies diferentes num mesmo recipiente. Ao manusear o pescado, o vendedor deve utilizar luvas descartáveis e a higiene do local de venda deve ser observada como um todo. Os peixes são alimentos extremamente perecíveis e por isso é necessário tomar muito cuidado com seu manuseio.

Confira AQUI a cartilha do Ministério Saúde contendo orientações para a compra e modo de preparo.

09 setembro 2011

Doença de Huntington

Adaptado de: Educação Continuada em Saúde. 2007

A doença de Huntington (DH), ao que parece, foi descrita pela primeira vez em 1860, pelo físico norueguês Johan Christian Lund, que lhe deu o nome de Chorea St. Vitus; entretanto, a repercussão do fato foi praticamente nula. Em 1872, um médico de Long Island (EUA), Dr. George Huntington, descreveu detalhadamente uma afecção que chamou de “coréia hereditária”. A história admite que pessoas identificadas como “bruxas” em épocas passadas, muitas delas eram, na verdade, vitimas dessa enfermidade.

A DH é uma enfermidade neurodegenerativa e hereditária, caracterizada pela presença de transtornos do movimento, distúrbios psiquiátricos e demência. Não existem dados concretos que nos permitam saber a prevalência da DH no Brasil. É uma doença presente em todo o mundo, porém algumas regiões do mundo, como, por exemplo, a região de Maracaibo, na Venezuela, apresenta uma alta incidência da doença. Nos EUA, a prevalência está estimada entre 5 e 10 casos por 100.000 habitantes.

A DH tem transmissão autossômica dominante com o gene chamado IT15, responsável pela doença localizadano braço curto do cromossomo 4 (4p16.3). A mutação responsável pela doença consiste em número excessivo de repetições anormais do trinucleotídeo CAG (citosina-adenosina-guanina). O número de repetições CAG considerado normal situa-se entre 9 e 34, enquanto na DH o número de repetições é geralmente maior que 40. As repetições entre 36 e 39 podem produzir tanto fenótipos normais quanto a doença de Huntington. Tem sido observado que, quanto maior o número de repetições dos trinucleotídeos CAG, mais precoce é a manifestação da doença. Em gerações sucessivas de pacientes com DH, o quadro clínico pode se manifestar cada vez mais cedo, sendo este fenômeno chamado de “antecipação”. Acredita-se que pacientes com repetições CAG superiores a 42 tenham penetrância de até 100%.

O gene mutante codifica uma proteína chamada huntingtina, que parece ter papel no transporte de vesículas no interior das células. Em decorrência das repetições CAG, há expansão poliglutamínica localizada próxima ao terminal-N da molécula protéica. As cadeias poliglutamínicas expandidas levam à fragmentação da proteína, que tende a se auto-agregar no interior da célula nervosa. A agregação de fragmentos protéicos causa a alteração no funcionamento neuronal e possivelmente tem papel no processo de morte neuronal. Do ponto de vista anatomopatológico, os pacientes apresentam uma atrofia grave dos núcleos caudados e putame e, em fases mais avançadas, a atrofia cortical também costuma ser muito pronunciada. Microscopicamente a marca da doença é a perda dos neurônios espinhosos médios (medium spiny neurons) em projeções do estriado para o pálido externo. Estes neurônios estriatais têm o GABA e a encefalina como seus principais neurotransmissores.

A DH é uma doença progressiva e letal caracterizada pela tríade de distúrbios do movimento (coréia, distonias, mioclonias e parkinsonismo), distúrbios comportamentais e demência. Os sintomas da doença podem aparecer em qualquer fase da vida, porém, na maioria dos casos, a doença se inicia entre a quarta e a quinta década. As formas chamadas de juvenis, variante de Westphal, se manifestam antes dos 20 anos de idade e correspondem a aproximadamente 5% a 10% do total de casos. É curioso observar que nas formas juvenis a presença do parkinsonismo é muito comum, aparecendo a DH no diagnóstico diferencial do parkinsonismo juvenil.

A DH inicia-se geralmente com distúrbios de comportamento, principalmente com irritabilidade, insônia ou sintomas depressivos. Muitas vezes o paciente recebe atenção psiquiátrica por longos períodos antes do aparecimento dos movimentos involuntários. Distúrbios afetivos podem aparecer em 50% dos pacientes e a ideação suicida também é muito comum. Quadros de psicose franca aparecem em aproximadamente 10% dos casos.

A demência na DH é dita como “subcortical”, pelo predomínio da bradifrenia, comprometimento da atenção, disfunções executivas, visuoespaciais e poucos sinais de envolvimento cortical como afasia, agnosia e apraxia. De modo geral, a demência aparece em fases mais avançadas da doença, sucedendo em alguns anos as manifestações psiquiátricas.

A coréia pode aparecer de maneira lenta e gradual ao longo dos anos até que se torna evidente. Geralmente são quadros generalizados, envolvendo a face, o tronco e membros. Parkinsonismo e distonia predominam nas formas mais precoces da doença, enquanto a coréia predomina nas formas tardias/clássicas da doença. Nos estágios tardios da doença os pacientes podem se tornar extremamente rígidos e acinéticos, praticamente sem evidência da síndrome coréica que caracterizava os estágios iniciais da doença. Outros sinais e sintomas comuns na DH são a disartria e disfagia, além de distúrbios da motilidade ocular, como diminuição dos movimentos sacádicos dos olhos, curiosamente utilizados em alguns estudos para diagnóstico pré-clínico da doença em pacientes portadores de mutação.

A doença pode ter uma evolução longa de até 30 anos em alguns casos, mas a morte ocorre principalmente em decorrência da imobilidade e infecções.

O diagnóstico da DH baseia-se essencialmente no quadro clínico característico, herança autossômica dominante e presença de atrofia do caudado nos exames de imagem. O diagnóstico de certeza da doença é feito somente por exame genético, porém o teste genético preditivo (TGP) para indivíduos sob risco de desenvolver a doença implica questões éticas, discriminatórias, jurídicas e religiosas.

O diagnóstico diferencial da DH é bastante amplo e inclui doenças como coréia familiar benigna, neuroacantocitose, atrofia dentatorubropalidoluisiana (DRPLA), doença de Machado-Joseph (SCA-3), doenças priônicas e uma doença reconhecida recentemente chamada Huntington-like 2. Outros distúrbios como a doença de Wilson, desordens mitocondriais e porfirias raramentepodem ter apresentações que em muito lembram a doença de Huntington.

Não existe até o presente momento tratamento curativo ou preventivo para a doença de Huntington. Os sintomas comportamentais e depressivos podem ser tratados com antidepressivos como os tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina, clormipramina) e os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Distúrbios de ansiedade e transtornos obsessivo-compulsivos podem ser adequadamente tratados com ISRS. Transtornos psicóticos podem ser manejados com antipsicóticos tradicionais, como o haloperidol, porém tem se optado pelos novos antipsicóticos chamados de “atípicos”, como clozapina, olanzapina e risperidona. O ácido valpróico tem sido utilizado nos casos de pacientes com irritabilidade e agressividade.

Os sintomas motores como a coréia são tradicionalmente tratados com bloqueadores dopaminérgicos, como haloperidol, clozapina, olanzapina, risperidona e quetiapina. O ácido valpróico também tem sido utilizado para controle dos movimentos coréicos e atualmente em alguns centros é a primeira escolha, pois tem um perfil de efeitos colaterais menor do que os antipsicóticos. Atualmente medicações como amantadina (agente antiglutamatérgico) e tetrabenazina (depletor dopaminérgico) têm sido utilizadas no controle dos sintomas motores com boa resposta.

Apesar de o tratamento da disfunção cognitiva da DH ser altamente insatisfatório, estudos atuais utilizando a rivastigmina, um inibidor da acetilcolinesterase, têm mostrado resultados preliminares satisfatórios no controle da progressão da disfunção cognitiva.

Porém, sua utilização ainda não é amplamente aceita. Com a existência atual de estudos clínicos tentando utilizar drogas com teórico efeito neuroprotetor como o riluzole (efeito antiglutamatérgico), a minociclina (tetraciclina com efeito inibidor das caspases) e a coenzima Q10 (efeito antioxidante e co-fator envolvido em mecanismos mitocondriais), aguardam-se resultados mais definitivos para indicação formal do uso de tais medicamentos. Técnicas cirúrgicas como o transplante de células estriatais fetais em estudos preliminares revelaram resultados promissores, inclusive com estudos de imagem funcional mostrando recuperação de atividade metabólica nos pacientes. Esses estudos são extremamente controversos, envolveram um pequeno número de pacientes e atualmente continuam a ser apenas experimentais.

Novas abordagens terapêuticas envolvendo células-tronco com capacidade de se tornarem neurônios ou células gliais ainda são extremamente prematuras e estão longe de aplicação prática para os indivíduos acometidos pela DH. É esperado que nos próximos anos sejam desenvolvidas estratégias preventivas e neuroprotetoras eficazes, mas neste momento devemos nos preocupar em desenvolver abordagens racionais para minimizar os sintomas dos indivíduos portadores de DH e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e seus cuidadores.

Estudo indica que mulheres que bebem moderadamente envelhecem melhor

Fonte: BBC Brasil

Mulheres que tomam bebidas alcoólicas de maneira moderada todas as noites tendem a envelhecer com mais saúde, segundo uma pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard.

O estudo, publicado na revista científica PLoS Medicine, concluiu que aquelas que bebiam com moderação - meio litro de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado por dia - tinham chances bem maiores de chegar com saúde aos 70 anos do que as que bebiam demais ou do que as abstêmias.

A análise dos hábitos de 14 mil mulheres também concluiu que é melhor beber menores quantidades ao longo da semana que concentrar o consumo de álcool nos fins de semana.

Em comparação com abstêmias, mulheres na faixa dos 50 anos que bebiam de 15g a 30g de álcool (uma a duas bebidas) por dia tinham 28% mais chance de atingir o que os cientistas americanos chamaram de "envelhecimento saudável", que significa um bom nível geral de saúde, livre de problemas como câncer, diabetes e doenças cardíacas a partir dos 70 anos.

Os especialistas não sabem, no entanto, se é o álcool que gera o benefício ou se outras coisas que acontecem simultaneamente nas vidas dessas mulheres que as tornam mais saudáveis.

Os pesquisadores dizem que tentaram controlar fatores como fumo, que poderiam afetar os resultados.

'Não é preciso começar agora'

Estudos anteriores já mostraram que o consumo moderado de álcool - não mais do que duas ou três unidades por dia - está ligado a um menor risco de problemas cardíacos e outras doenças.

Além disso, cientistas também mostraram que o álcool pode ter um impacto positivo no corpo, reduzindo a incidência de inflamações, colesterol alto e resistência à insulina.

As bebidas alcoólicas já foram relacionadas, no entanto, a doenças como o câncer de mama.

"Quantidades moderadas de álcool podem oferecer alguma proteção contra doenças
cardíacas, especialmente para mulheres que já passaram pela menopausa, mas é importante não exagerar", diz Natasha Stewart, da ONG British Heart Foundation.

"Beber demais não protege o coração e pode inclusive levar a danos nos músculos cardíacos, derrame e pressão alta. Para quem não bebe, certamente não é preciso começar agora."

07 setembro 2011

Edital - Seleção Pública para Residência Médica - 2012 - SP

Sugestão do usuário: @marcelomed76

Sistema Único de Saúde das Secretarias Estadual e Municipal da Saúde do Estado de São Paulo
Seleção Pública para Residência Médica - 2012

Inscrições

Valor
R$ 140,00 (cento e quarenta reais)

Período
Exlusivamente pela Internet

Período de solicitação de redução do valor da inscrição de acordo com a Lei Estadual nº 12.782 de 20/12/2007:

- De 10 horas do dia 22/08/2011 às 14 horas do dia 26/08/2011

Período de Inscrição para todos os candidatos, inclusive os que tiverem o pedido de redução do valor da inscrição deferido ou indeferido:

- De 10 horas do dia 05/09/2011 às 14 horas do dia 21/10/2011

Pagamento do boleto até a data limite de 21/10/2011.

Casos de câncer cresceram 20% em uma década no mundo, diz ONG

Fonte: BBC Brasil

A incidência de cânceres no mundo cresceu 20% na última década, sendo registrados 12 milhões de novos casos ao ano – número superior à população da cidade de São Paulo –, informou nesta quarta-feira a ONG World Cancer Research Fund (WCRF).

Para efeitos comparativos, na última década, a população global passou de ao redor de 6,2 bilhões de pessoas a 6,9 bilhões (aumento de cerca de 11%), segundo estatísticas da ONU.

Os cálculos do WCRF, feitos a partir de dados da Organização Mundial da Saúde, apontam que cerca de 2,8 milhões desses casos estão relacionados à alimentação, às atividades físicas e ao peso da população, "número que deve crescer dramaticamente ao longo dos próximos dez anos", segundo a ONG.

O alerta é feito em antecipação à conferência da ONU, entre 19 e 20 de setembro, sobre as chamadas doenças não transmissíveis – câncer, males cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e diabetes.

"As doenças não transmissíveis são uma ameaça ao mundo inteiro e, em particular, países em desenvolvimento", diz comunicado da WCRF.

Brasil

No caso do Brasil, os dados mais recentes levantados na pesquisa, disponibilizados pelo banco de dados Globocan, da OMS, datam de 2008 e apontam que os tipos mais comuns de câncer são, entre os homens, o de próstata (com 41,6 mil casos registrados) e pulmão (16,3 mil).

Entre as mulheres brasileiras, a maior incidência era de câncer de mama (42,5 mil casos) e de colo do útero (24,5 mil).

Para a WCRF, também aqui muitos casos de câncer têm relação com o estilo de vida.
"Estimamos que cerca de 30% dos tipos de câncer que estudamos no Brasil estão relacionados à dieta, às atividades físicas e ao peso", disse por e-mail à BBC Brasil um porta-voz da ONG, Richard Evans.

"Com relação ao câncer de intestino, um dos tipos de câncer mais ligados ao estilo de vida, estimamos que 37% dos casos brasileiros estejam relacionados a esses fatores."

Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do IBGE, apontam um ritmo crescente de obesidade entre as crianças brasileiras: cerca de 16% dos meninos e 12% das meninas com idades entre 5 e 9 anos são hoje obesas no país, quatro vezes mais do que há 20 anos.

O aumento recente da renda média do brasileiro levou à substituição dos alimentos naturais pelos industrializados e a maiores níveis de estresse e sedentarismo, que estão por trás do crescimento dos índices de obesidade na população, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil em agosto.

O movimento foi acompanhado por um aumento nas taxas de excesso de peso, que passaram de 42,7%, em 2006, para 48,1%, em 2010, segundo pesquisa do Ministério da Saúde.

Redução de fumo diminui mortalidade dentro de 6 meses, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Um estudo britânico concluiu que restringir o fumo reduz rapidamente - dentro de até seis meses - os índices de mortalidade em indivíduos e populações.

Os especialistas Simon Capewell e Martin O'Flaherty, do Institute of Psychology, Health and Well-being da University of Liverpool, no oeste da Inglaterra, analisaram resultados de testes clínicos e experimentos naturais.

Seu estudo, publicado na revista científica Lancet, sugere também que melhorias na dieta têm efeito positivo para a saúde dentro de um a três anos.

"Nossa pesquisa concluiu que proibições ao fumo e melhorias na dieta reduzem de maneira rápida e poderosa doenças crônicas em indivíduos e na população em geral", disse Capewell.

"Isso acontece rápido, dentro de um período de tempo bem menor do que se pensava. Dentro de meses e anos em vez de décadas".

"Essa descoberta significa que políticas como proibições ao fumo ou reduções em gorduras saturadas são eficazes na melhoria da saúde".

Essas políticas, diz o especialistas, podem trazer economias de milhões ao sistema nacional de saúde britânico, o NHS.

Investigação Global

A equipe estudou o efeito de políticas para a redução no fumo em vários países e concluiu que as medidas tiveram efeito rápido e positivo sobre índices de mortalidade e número de internações.

Na Escócia, por exemplo, leis cerceando o fumo em lugares públicos que entraram em vigor em 2006 reduziram em 17% o número de internações por síndrome coronária aguda e em 6% o número de mortes fora do hospital por problemas cardíacos.

Da mesma forma, quando leis antifumo foram adotadas na cidade americana de Helena, no Estado de Montana, um hospital local registrou, dentro de um período de seis meses, uma queda de 40% no número de internações de pacientes com síndrome coronária aguda.

Seis meses após a lei ter sido revogada, as internações retornaram aos índices anteriores.

Mudanças na dieta também tiveram um impacto rápido e positivo sobre índices de mortalidade por doenças do coração, segundo o estudo.

Índices de mortalidade por doenças cardíacas subiram continuamente no século 20, atingindo um pico na década de 1970 na Grã-Bretanha, Estados Unidos e Europa Ocidental.

Entretanto, uma análise mais aprofundada de tendências em cada país revelou uma queda no início da década de 1940. Ela foi atribuída a uma diminuição repentina na ingestão, pela população, de carne e gorduras animais em virtude de racionamentos de comida durante a Segunda Guerra Mundial.

Mais recentemente, um estudo sobre doenças coronárias na Polônia revelou que mortes por doenças cardíacas vinham aumentando continuamente.

A partir de 1990, no entanto, os índices caíram em 25% dentro de um curto período, após suspensões a subsídios para carne e gordura animal em países comunistas. Simultaneamente, o mercado foi inundado por óleos vegetais e frutas.

Pesquisas feitas em outros países da Europa central revelaram tendências similares.

Pessoas que dormem mais tarde têm mais pesadelos, aponta estudo

Fonte: Live Science

Algumas pessoas preferem ir para a cama mais tarde, mas essa prática pode trazer problemas. Um novo estudo desenvolvido na Universidade de Notre Dame (EUA) aponta que pessoas que se deitam mais tarde correm mais riscos de terem pesadelos.

Pesquisas mostram que 80% dos adultos têm pelo menos um pesadelo por ano, sendo que 5% dessas pessoas têm sonhos ruins mais de uma vez por mês. Para esse novo estudo, 264 universitários foram entrevistados quanto a hábitos de sono e frequência de pesadelos. Os sonhos ruins foram classificados como sonhos associados a medo, ameaça ou terror.

Os estudantes foram divididos entre pessoas que preferiam a noite e pessoas que preferiam a manhã. Pessoas dos dois grupos indicaram em uma tabela a frequência com a qual elas tinham pesadelos de acordo com uma pontuação entre zero e quatro. As pessoas que preferiam a noite tiveram uma média de 2,10 pontos, sendo que a média das pessoas que preferiam as manhãs foi de 1,23 pontos.

Os cientistas não sabem exatamente porque pessoas que dormem mais tarde têm mais pesadelos. Uma explicação possível é que esses indivíduos têm mais chances de terem estilos de vida estressantes e também distúrbios de humor. Outra explicação está ligada ao fato de que pessoas que preferem a noite tinham maior facilidade de se lembrarem dos seus sonhos. O hormônio do estresse, o cortisol, também pode estar envolvido. Alterações em horários de sono podem fazer com que a pessoa esteja dormindo quando os níveis do hormônio estiverem elevados, causando sonhos ruins vívidos.

Existem poucas pequisas feitas nessa área. Para os cientístas, é importante que mais estudos sejam desenvolvidos sobre as origens dos pesadelos, para que seja possível fazer com que eles sejam menos frequentes ou até mesmo desapareçam.

O estudo foi publicado no periódico Sleep and Biological Rhythms.

05 setembro 2011

Células ricas em gordura podem levar à reversão da calvície, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Células da pele ricas em gordura podem ter sido identificadas como fonte das substâncias necessárias para fazer o cabelo crescer, de acordo com uma pesquisa realizada por cientistas americanos.

Experimentos realizados em camundongos, publicados na revista científica Cell, indicam que as células-tronco do cabelo são controladas pela gordura.

Injetar um tipo específico de célula gorda estimulou o crescimento de pelos nos camundongos que tinham dificuldade em fazê-los crescer.

A equipe, da Universidade de Yale, afirma ser possível usar a descoberta para tratamentos de reversão da calvície.

Folículos

Os cientistas dizem que houve um aumento de quatro vezes no número de células gordas "precursoras" na pele em volta de um folículo de cabelo quando este começou a crescer.

Os pesquisadores observaram camundongos que não conseguiam produzir estas células ricas em gordura. O cabelo normalmente cresce em ciclos, mas nos animais "defeituosos", os folículos ficaram presos em um estágio inerte deste processo.

Os cientistas injetaram células gordas dos camundongos sadios nos animais com problema. Duas semanas depois, os folículos começaram a crescer.

O estudo mostra que as células "precursoras" estavam produzindo uma substância química - um fator de crescimento derivado das plaquetas do sangue - cem vezes mais do que as células em sua volta.

Ao injetar o fator de crescimento na pele dos camundongos com problemas, o processo de crescimento foi iniciado em 86% dos folículos.

"Essas células precursoras contêm o fator de crescimento derivado das plaquetas para promover o crescimento de cabelo", propõe o estudo.

Outras substâncias

A equipe continua tentando identificar outras substâncias químicas que possam estar envolvidas no processo.

No entanto, ainda não se sabe se os mesmos processos químicos ocorrem com os seres humanos.

Estudos anteriores realizados com homens mostram que as partes calvas do couro cabeludo têm o mesmo número de células-tronco que as áreas com cabelo.

"Se nós conseguirmos fazer essas células gordas da pele 'conversar' com as células-tronco inertes na base dos folículos do cabelo, podemos conseguir fazer o cabelo crescer novamente", diz a professora Valerie Horsley, de Yale.

O estudo indica que as células ricas em gordura podem ter outras funções envolvendo células-tronco, tais como a formação de tumores ou a cura de ferimentos.

03 setembro 2011

Ômega-3 reduz a gravidade do AVC

Fonte: UPI

O ômega-3 é um ácido graxo encontrado em peixes como o salmão, e diversos estudos têm mostrado seus benefícios para saúde humana. Agora, pesquisa realizada na Universite Laval, no Canadá, mostra que uma dieta rica em ômega-3 reduz a gravidade dos danos cerebrais causados por acidente vascular cerebral (AVC).

A pesquisa foi realizada com dois grupos de camundongos: um que recebeu dieta rica em ômega-3 e outro com uma dieta convencional, ao longo de três meses. Os pesquisadores observaram que os efeitos de AVC foram 25% menos graves em ratos que tinham sido alimentados com uma dieta rica em ômega-3 do que nos animais do grupo controle.

Nos camundongos do grupo que recebeu ômega-3, observou-se uma redução nas concentrações de moléculas que estimulam a inflamação do tecido e uma maior quantidade de moléculas que impedem a ativação da morte celular.

"Esta é a primeira demonstração convincente do efeito anti-inflamatório do ômega-3 no cérebro", diz Jasna Kriz, um dos autores da pesquisa. "Essa proteção resultada efeito da substituição de moléculas na membrana neuronal: o ômega-3 substitui parcialmente o ácido araquidônico, um ácido graxo ômega-6 conhecido por suas propriedades inflamatórias".

O consumo de ômega-3 cria um ambiente anti-inflamatório e neuroprotetor no cérebro que reduz os danos na sequência de um acidente vascular cerebral. "Isso evita uma resposta inflamatória aguda que, se não controlada, é prejudicial ao tecido cerebral", conclui Kriz

Cientistas querem produzir pílulas de proteção solar a partir de corais

Fonte: BBC Brasil

Cientistas esperam utilizar o sistema de defesa natural dos corais contra os nocivos raios ultravioleta do Sol (UV) para produzir uma pílula de proteção solar para consumo humano.

Uma equipe da universidade King's College, de Londres, visitou a Grande Barreira de Corais da Austrália para desvendar os processos genéticos e bioquímicos por trás do dom inato destes animais.

Ao estudar algumas amostras da espécie ameaçada de coral Acropora, os cientistas acreditam poder reproduzir em laboratório os principais componentes responsáveis pela proteção solar.

Testes com pele humana devem começar em breve.

Antes de criar uma versão em forma de comprimido, a equipe, liderada pelo professor Paul Long, pretende testar uma loção contendo os mesmos componentes encontrados no coral.

Para fazer isso, os pesquisadores vão copiar o código genético usado pelos corais para criar os componentes e colocá-los, em laboratório, dentro de bactérias que podem se reproduzir rapidamente, a fim de proporcionar uma produção em grande escala.

"Nós não poderíamos e não quereríamos usar o coral em si, já que ele é uma espécie ameaçada", disse Paul Long.

Corais e algas

Segundo o professor, se sabe há algum tempo que os corais e algumas algas podem proteger-se dos raios UV em climas tropicais ao produzir seus próprios filtros solares, mas, até agora, eles não sabiam como isto ocorria.

"O que nós descobrimos é que as algas que existem dentro dos corais produzem um componente que acreditamos ser transportado para o coral, que então o transforma em um protetor solar, tanto para benefício próprio quanto da alga", afirma Long.

"Isto não só os protege dos danos dos raios UV, mas notamos que os peixes que se alimentam do coral também se beneficiam dessa proteção solar, então isto é claramente passado na cadeia alimentar."

Isto pode ocasionar, em algum momento, que as pessoas possam desenvolver uma proteção solar interior para sua pele e seus olhos ao tomar um comprimido contendo esses componentes.

Loção

Mas, por enquanto, a equipe de Long está concentrando seus esforços em uma loção.

"Assim que nós recriarmos os componentes, poderemos colocá-los em uma loção e testá-la em pedaços de pele descartados depois de cirurgias plásticas", diz Long.

"Nós não saberemos quanta proteção solar (a loção) poderá dar até que estejamos realizando testes", afirma. "Mas há a necessidade de melhores protetores solares."

Outro objetivo de longo prazo do estudo, financiado pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Biotecnológicas e Biológicas britânico, é observar se os processos também podem ser usados para desenvolver a agricultura sustentável nos países em desenvolvimento.

Os componentes naturais de proteção solar encontrados nos corais podem ser usados para produzir lavouras tolerantes aos raios UV, capazes de suportar a violência do Sol em climas tropicais.

02 setembro 2011

EUA reconhecem morte de 83 guatemaltecos em estudo sobre sífilis

Fonte: BBC Brasil

O governo dos Estados Unidos reconheceu nesta segunda-feira a morte de 83 cidadãos da Guatemala, infectados nos anos 1940 com doenças sexualmente transmissíveis (DST), como sífilis e gonorreia, durante experimentos médicos.

Uma comissão de inquérito, formada a pedido do presidente americano, Barack Obama, concluiu que cerca de 1.300 pessoas foram expostas às doenças.

Ao todo, 5.500 pessoas participaram dos estudos, sem saber dos riscos que corriam, segundo declarações de um dos investigadores, Stephen Hauser.

Entre os infectados, apenas 700 receberam tratamento médico. Ao fim, 83 morreram.

A sífilis pode causar cegueira, distúrbios mentais e até a morte, caso os doentes não recebam o devido tratamento.

Menos nociva e mais fácil de curar que a sífilis, a gonorreia pode se espalhar pelo organismo e até causar infertilidade nos homens.

A comissão reconheceu que os cientistas americanos infectaram prisioneiros, pacientes psiquiátricos e órfãos guatemaltecos em estudos que testavam a abrangência do uso da penicilina.

A presidente da comissão, Amy Gutmann, classificou o estudo como “um pedaço vergonhoso da história médica”. Um relatório deve ser publicado em setembro com as conclusões finais sobre o caso.

Obama fez um pedido de desculpas por telefone ao presidente da Guatemala, Álvaro Colom, dizendo que os estudos contrariam os valores americanos.

No início deste ano, vários cidadãos guatemaltecos infectados à época e familiares das vítimas anunciaram que estavam abrindo um processo contra o governo americano.

Pesquisa

A história dos experimentos americanos na Guatemala veio à tona no ano passado, fruto de uma pesquisa histórica da professora Susan Reverby, do Wellesley College, de Massachusetts.

Segundo a acadêmica, o governo guatemalteco da época deu permissão aos estudos, que ocorreram entre 1946 e 1948.

Os cientistas usaram prostitutas portadoras da sífilis e fizeram inoculações nos pacientes para determinar se a penicilina também poderia evitar a doença, e não apenas curá-la.

Na ocasião, o presidente Colom classificou os estudos como “crime contra a humanidade” por parte dos Estados Unidos.

Estudo vincula consumo de chocolate a redução de 30% em doenças cardíacas

Fonte: BBC Brasil

O consumo de chocolate em grandes quantidades pode estar associado a uma redução de um terço nos riscos de desenvolvimento de certas doenças cardíacas, segundo um estudo britânico.

O estudo, publicado na revista científica British Medical Journal, confirma resultados de investigações anteriores sobre o assunto que, de maneira geral, encontraram evidências de um possível vínculo entre o consumo de chocolate e a saúde do coração.

Os autores enfatizam, no entanto, que é preciso fazer mais testes para saber se o chocolate realmente causa essa redução ou se ela poderia ser explicada por algum outro fator.

A equipe da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, apresentou seu trabalho no congresso da European Society of Cardiology, nesta segunda-feira, em Paris.

Investigação

Vários estudos recentes indicam que comer chocolate teria uma influência positiva sobre a saúde humana devido às propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias do alimento. Segundo esses estudos, o chocolate teria o poder de reduzir a pressão sanguínea e melhorar a sensibilidade do organismo à insulina (o que ajudaria a evitar a diabetes).

Entretanto, ainda não está claro de que forma o chocolate afetaria o coração.

Em uma tentativa de esclarecer a questão, o pesquisador Oscar Franco e seus colegas da Universidade de Cambridge fizeram uma revisão em grande escala de sete estudos sobre o assunto envolvendo cem mil pessoas, com e sem problemas no coração.

Os especialistas estavam particularmente interessados em avaliar os efeitos do consumo de chocolate sobre ataques cardíacos e acidentes vasculares (ou derrames).

Em cada estudo, a equipe comparou o grupo de participantes que comia a maior quantidade de chocolate ao resultado do grupo que comia a menor quantidade do alimento. Para evitar distorções, a equipe levou em conta diferenças de metodologia e qualidade dos estudos.
Chocolate

Estudos não especificaram se o chocolate ingerido era meio-amargo ou ao leite

Cinco estudos encontraram uma associação positiva entre índices mais altos de consumo de chocolate e um menor risco de problemas cardiovasculares.

"Os índices mais altos de consumo de chocolate foram associados a uma redução de 37% em doenças cardiovasculares e uma redução de 29% na incidência de derrames em comparação aos índices mais baixos (de consumo)", os autores escreveram.

Não foram encontradas evidências significativas de redução em casos de falência cardíaca.

Os estudos não especificaram se o chocolate ingerido era meio-amargo ou ao leite. Entre os alimentos consumidos pelos participantes estavam barras de chocolate, bebidas, biscoitos e sobremesas contendo chocolate.

Segundo a equipe britânica, as conclusões do estudo precisam ser interpretadas com cautela, porque o chocolate vendido comercialmente é altamente calórico (contendo cerca de 500 calorias por cada cem gramas) e sua ingestão em grandes quantidades poderia resultar em ganho de peso, o que aumentaria os riscos de diabetes e doenças cardíacas.

Entretanto, os especialistas recomendam que, dados os benefícios do chocolate para a saúde, iniciativas para reduzir a quantidade de gordura e açúcar nos produtos deveriam ser exploradas.

Altas doses de citalopram oferecem riscos

Fonte: FDA

A Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental americano que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos emitiu um depoimento com alertas a respeito do antidepressivo Celexa (hidrobrometo de cilatopram). De acordo com a FDA, doses diárias maiores que 40 mg podem causar mudanças na atividade elétrica do coração (prolongação do intervalo QT do eletrocardiograma), dando origem a ritmos anormais do órgão (como Torsade de Pointes) – um problema potencialmente fatal.

Pacientes que estão no grupo de risco de prolongação do intervalo QT incluem pessoas com condições cardíacas subjacentes e pessoas que sejam predispostas a terem níveis baixos de magnésio e potássio na corrente sanguínea.

A embalagem do citalopram tinha um aviso que afirmava que alguns pacientes poderiam precisar de doses diárias de 60 mg, mas pesquisas feitas sobre o medicamento não encontraram benefícios no consumo de doses maiores do que 40 mg por dia da substância.

De acordo com as recomendações da FDA, o citalopram não deveria ser prescrito em doses diárias maiores do que 40 mg e não deve ser usado por pessoas com síndrome do QT longo ou que sejam predispostas ao desenvolvimento de Torsade de Pointes. Os fabricantes do citalopram já alteraram a embalagem do medicamento, incluindo as novas recomendações de nova dosagem e uso.