11 janeiro 2011

Ministério da Saúde divulga novo mapa de risco da dengue no Brasil

Fonte: Portal da Saúde

Dezesseis estados apresentam risco muito alto de enfrentar epidemia. Ministério fará o acompanhamento sistemático da implantação dos planos de contingência nesses estados, para garantir atendimento de qualidade em tempo adequado.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, divulgou nesta terça-feira (11), o novo mapa de risco para a dengue no Brasil. Agora, com a atualização do Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), passam de dez para 16 os estados com risco muito alto de epidemia; e de nove para cinco os com risco considerado alto. Pela manhã, Padilha e representantes de outros 12 ministérios e órgãos do governo federal se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff para articular a formulação de ações integradas capazes de prevenir e controlar a doença, bem como garantir atendimento de qualidade, em tempo adequado, para a população acometida pela dengue.

“Queremos, no dia de hoje, reforçar duas coisas: a atuação intersetorial e a integração entre atenção à saúde e vigilância em saúde. Queremos estimular os estados e municípios a ampliarem suas parcerias no combate à dengue. O Governo Federal, os estados, os municípios e as pessoas: todos podem fazer mais no combate à dengue”, disse o ministro Alexandre Padilha.

No novo mapa da dengue no país, Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio de Janeiro são os estados com alto risco de enfrentar epidemia neste começo de ano. Roraima, Amapá, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul estão com risco alto para a dengue e também precisam reforçar as ações de prevenção e combate à doença.

O ministro também determinou que o Ministério da Saúde faça o acompanhamento sistemático da implantação dos planos de contingência para enfrentar epidemias de dengue nos 16 Estados que atualmente apresentam maior risco. O monitoramento será feito em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde e vai integrar as ações de vigilância, assistência e mobilização em saúde.

Hepatite A: é a pessoa que faz a diferença, não o vírus

Fonte: Diário da Saúde e Agência Fapesp

Inócua ou mortal

Ao contrair o vírus da hepatite A, a maior parte das pessoas permanece ilesa e nem chega a apresentar sintomas.

Para alguns indivíduos, no entanto, a hepatite A desencadeia inflamação e necrose do fígado, levando à morte.

Por muitos anos, os cientistas procuraram nos vírus as diferenças - ainda que fossem minúsculas - que pudessem explicar tamanha variação de manifestações clínicas.

Mas não conseguiram encontrar uma resposta.

A comunidade científica agora tem uma nova convicção: o lugar certo para buscar uma resposta não é o vírus, e sim o hospedeiro, de acordo com o Sergio Rosenzweig, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.

"É no homem, e não no vírus, que se encontram as diferenças fundamentais que fazem com que alguns escapem ilesos e outros sejam levados à morte pelo vírus da hepatite A", disse o especialista argentino, que participou de um evento promovido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em parceria com o Instituto Gulbenkian de Ciência, de Portugal.

Os casos fatais de hepatite A, de acordo com Rosenzweig, podem ser controlados pela vacinação em massa.

Mas a característica da doença - que leva o sistema imunológico a atacar as células do fígado - fazem dela um modelo importante para ampliar o conhecimento sobre a imunologia.

A prevalência da hepatite A é alta em todo o mundo?

Sergio Rosenzweig - A hepatite A é muito prevalente em continentes como a África e Ásia e em países como o México, o Brasil e a Argentina. Provavelmente, a maior parte dos pacientes pediátricos se infecta com o vírus em um momento muito precoce da vida: são soropositivos antes dos 8 anos de idade. Quando chegam aos 10 anos, 80% já ficaram provavelmente expostas ao vírus nesses países, o que significa que se tratam de áreas de alta endemicidade em relação a essa infecção.

Por que essa prevalência apenas em determinadas áreas?

Rosenzweig - O problema é que as hepatites A e B são transmitidas oralmente pelas fezes e, portanto, sua transmissão está associada à falta de higiene.

A rota de transmissão é fecal-oral: alguém faz suas necessidades, não lava as mãos e prepara a comida para outras pessoas, por exemplo.

Então, lugares no mundo em desenvolvimento onde se bebe água de poço, ou onde não há sistema de esgoto, são locais em que as hepatites A e a B são muito prevalentes.

A infecção é transmitida por um vírus. Por que estudá-la a partir do ponto de vista da imunologia e não da infectologia apenas? O que caracteriza a hepatite A como uma imunodeficiência?

Rosenzweig - Na realidade, o vírus propriamente não é agressivo. Ele ataca principalmente o fígado, mas não causa grandes problemas por si só. Ele infecta os hepatócitos - que são as principais células no fígado - e fica lá dentro até que o sistema imune limpe a infecção.

Há alguns vírus que são altamente citopáticos - o que quer dizer que matam as células infectadas por eles. Mas esse vírus da hepatite A entra no corpo e não provoca quase nada, até que o sistema imune resolve eliminá-lo. É principalmente o sistema imune o responsável pela manifestação clínica.

O vírus não provoca sintomas clínicos, mas desencadeia um ataque do próprio organismo?

Rosenzweig - Sim. A maior parte dos pacientes infectados com esse vírus não tem manifestações clínicas. Cerca de 70% dos que são infectados ficam com uma "cicatriz imunológica", isto é, adquirem anticorpos porque foram expostos.

Não se sabe quando foram expostos, porque não tiveram nenhuma manifestação clínica.

A questão é que o vírus se aloja no interior do hepatócito. O sistema imune, muito agressivo, eventualmente identifica a infecção no hepatócito e tenta matar o vírus no seu interior. O resultado é que ele acaba matando o próprio hepatócito, produzindo a hepatite.

Nesse tipo de infecção, o agente é um problema, mas o sistema imune é um problema muito maior, porque ele produz mais danos do que o agente infeccioso.

Quais são os principais desafios científicos envolvidos com essa doença?

Rosenzweig - Temos visto que pacientes infectados com o vírus da hepatite A, em sua grande maioria, não apresentam manifestações clínicas. Em aproximadamente 30% dos casos, há apenas um número de manifestações muito amenas e autolimitadas.

Mas um em cada mil ou 10 mil indivíduos infectados com esse mesmo vírus morre com a infecção.

O problema central, então, consiste em descobrir quais são os fatores que fazem com que o mesmo vírus possa produzir tamanha diversidade de manifestações clínicas?

Rosenzweig - Exato. Temos um vírus que não é mais ou menos agressivo - é o mesmo vírus - que pode produzir infecções assintomáticas, hepatite autolimitada, em cerca de um terço dos casos, mas também pode matar o indivíduo.

O mesmo vírus pode produzir essa imensa variedade de fenótipos clínicos. Então a questão é, se o mesmo vírus pode não produzir absolutamente nada, como é capaz de matar um indivíduo?
Não há mudanças no vírus. Então, não é um pr
oblema com ele, mas um problema com o hospedeiro infectado.

Essa é nossa questão. É fácil entender quando há vírus mais ou menos agressivos, causando manifestações mais ou menos graves. Mas é preciso entender como um mesmo vírus pode ser inofensivo para a maior parte dos pacientes enquanto um pequeno grupo é tão suscetível que pode morrer.

Por que até agora não foram encontradas essas respostas?

Rosenzweig - Não é que os cientistas não estavam procurando pelas respostas, mas, possivelmente, buscavam no lugar errado. Foram publicados muitos artigos sobre os diferentes genomas dos vírus, com análises sobre as mínimas variações entre eles.

Acreditava-se que a resposta deveria estar no vírus. Agora, sabemos que o vírus não é o problema. Temos que mudar o foco.

Alguma descoberta específica levou a essa mudança de perspectiva?

Rosenzweig - Não foi bem isso. A questão é que se você tem um martelo, tudo parece ser um prego. Então, para os infectologistas, as questões relacionadas a infecções desse tipo sempre pareceram, obviamente, obra de agentes infecciosos.

Mas também temos um martelo e, para nós, cada tipo diferente de manifestação clínica depende do hospedeiro e não do vírus.

A comunidade científica que se dedica às doenças infecciosas já forneceu toda informação possível sobre o vírus e vimos que agora temos pela frente o desafio de estudar o hospedeiro.

A investigação foi esgotada do ponto de vista dos infectologistas?

Rosenzweig - Eles já forneceram muita informação possível sobre o hospedeiro - até mesmo no sentido reverso -, tentando demonstrar que o vírus era o responsável. Mas não puderam provar isso.

Agora, então, sabemos que não é o vírus. Só pode ser o hospedeiro. Então, estamos tentando explorar quais fatores ligados ao hospedeiro podem estar envolvidos com essa diversidade da manifestação clínica.

As pesquisas na área de genética podem ajudar a fornecer pistas?

Rosenzweig - Até agora não temos nenhum tipo de achado científico que implique qualquer mudança clínica ou médica que possa ajudar a comunidade de pacientes. Se acontecer algum avanço a partir de uma descoberta, talvez isso nos ajude a entender um pouco mais a patofisiologia da doença.

Houve algum avanço notável recentemente?

Rosenzweig - Temos alguns bons exemplos clínicos. Nas comunidades onde foram introduzidas vacinações de hepatite, esses casos de falência hepática total desapareceram quase completamente.

Isso significa que provavelmente vacinar a população em massa para hepatite talvez possa superar qualquer tipo de imunodeficiência que causa a suscetibilidade para esse tipo de infecção.

A vacinação pode ser a saída para erradicar a doença?

Rosenzweig - O que quero dizer é que há diferentes caminhos. Temos problemas epidemiológicos, problemas de pacientes individuais e questões científicas. Às vezes esses problemas se combinam, às vezes não.

Acho que a abordagem epidemiológica é: se vacinarmos, provavelmente superaremos muitos dos tipos de suscetibilidades que podemos ter.

Mas, aí, passa-se para a questão científica: se encontrarmos qualquer coisa nova nessa via, isso nos ajudará a compreender como é que o sistema imunológico pode nos prejudicar quando tenta se livrar de algum agente infeccioso.

Então, os estudos devem ser feitos não apenas para controlar a hepatite A, mas para aprofundar o conhecimento sobre o sistema imunológico?

Rosenzweig - Sim, pois podemos extrapolar os dados para outras situações para tentar modular a resposta imune. Porque, às vezes, o sistema imune, mesmo se está "bem intencionado", a fim de controlar a infecção, acaba produzindo uma reação que pode ser mais problemática do que a própria infecção. É importante compreender essas vias.

A incidência da hepatite está crescendo de alguma maneira, ou se mantém sempre no mesmo patamar?

Rosenzweig - Tendo em mente que a maior parte dos casos é assintomática no início e lembrando que normalmente a notificação não é obrigatória, não temos dados muito bons sobre a prevalência ao longo do tempo - isto é, sobre a incidência: quantos casos novos temos por ano.

Estima-se que se trata de uma infecção muito prevalente e suspeita-se que há mais de 10 milhões de novos casos por ano. Mas achamos que isso ainda é um número muito subestimado, porque também se avalia que sete de cada dez casos não são relatados, por não terem manifestação clínica. Talvez a incidência real seja muito maior. Não sabemos.

Temos que levar em conta também que é uma doença muito orientada geograficamente. Se formos à Finlândia, a incidência será certamente muito menor do que em países como México, Brasil ou Argentina antes da vacinação da hepatite A.

Sabemos que, antes da vacinação, a prevalência era muito alta. Depois, a incidência caiu significativamente e não apenas em relação aos casos em geral, mas os casos fulminantes caem quase a zero. A vacinação foi uma intervenção muito boa em termos de política de saúde pública e individual.

Como é feito o diagnóstico?

Rosenzweig - O diagnóstico é sorológico, procura-se pela resposta imune. Sempre que vamos fazer microbiologia ou diagnóstico de infecção, há essas duas abordagens: o diagnóstico direto - quando procuramos o microrganismo ou algo que ele produza, como um antígeno - ou o diagnóstico indireto, que é a resposta imune.

Para hepatite, o diagnóstico é indireto, baseado em sorologia. Procuramos dois tipos de anticorpos para hepatite: o IGM e o IGG. Se encontramos o IGM, significa que o paciente foi exposto recentemente à infecção. Se encontramos o IGG, significa que foi exposto há algum tempo.

E o tratamento é muito difícil?

Rosenzweig - Na realidade, praticamente não há tratamento. Para os que não têm manifestação clínica, obviamente não há tratamento nenhum.

Para os que têm hepatite, não há tratamento específico também, apenas tentamos evitar os fatores que vão danificar o fígado ainda mais.

Mas, para os que têm a insuficiência fulminante do fígado, o que resta é o transplante de órgão. Esses são os que precisam de um tratamento específico.

Puberdade precoce nas meninas começa a ser desvendada

Fonte: Agência Fapesp

Amadurecimento sexual

Um grupo coordenado pela neurocientista brasileira Carol Elias deu um passo importante para desvendar os mecanismos bioquímicos de um fenômeno que vem alarmando os médicos: a antecipação da puberdade feminina.

Depois de quase uma década da investigação, que começou no Brasil e terminou nos Estados Unidos, Carol e sua equipe identificaram a região cerebral em que o hormônio leptina age despertando o amadurecimento sexual.

É o núcleo pré-mamilar ventral.

Hormônio da maturidade sexual

"Há um mecanismo bioquímico delicado que informa ao cérebro que o organismo está pronto para reproduzir", disse Carol, ex-professora na Universidade de São Paulo (USP) e atualmente pesquisadora na Universidade do Texas.

E quem dá esse recado ao cérebro é a leptina, hormônio secretado pelas células de gordura, mais conhecido por despertar a sensação de saciedade e reduzir a fome.

Anos atrás surgiram as primeiras pistas de que esse hormônio iniciava uma cadeia de reações químicas que levam ao desenvolvimento dos órgãos sexuais e à fertilidade.

Camundongos e seres humanos que não produzem leptina não entram na puberdade, período em que começam transformações fisiológicas que preparam o corpo para procriar.

De 1997 a 1999, período em que passou na Universidade Harvard, Carol colaborou com a identificação das regiões cerebrais que produzem receptores de leptina, proteína à qual o hormônio de mesmo nome se liga estimulando o funcionamento das células cerebrais (neurônios).

Hormônios sexuais

Entre as regiões do hipotálamo que expressam receptores de leptina, uma chamou a atenção: o núcleo pré-mamilar ventral.

Esse grupo de células, como já havia sido demonstrado por outro brasileiro, Newton Canteras, pesquisador da USP, se conecta a regiões cerebrais produtoras do hormônio liberador de gonadotrofinas, responsável por estimular a secreção de outros hormônios sexuais.

Mas a comprovação de que era esse núcleo que mediava a ação da leptina no início da puberdade levou mais tempo.

Convidada pelo neurocientista Joel Elmquist a integrar sua equipe no Texas, Carol e os pesquisadores José Donato Júnior, Roberta Cravo e Renata Frazão desenvolveram em laboratório um camundongo geneticamente modificado para, em certas condições, produzir o receptor de leptina apenas no núcleo pré-mamilar ventral.

A estratégia deu certo, relatam os pesquisadores em artigo publicado na revista Journal of Clinical Investigation.

Puberdade feminina

As fêmeas de camundongo inférteis entraram na puberdade e se tornaram capazes de procriar quando se estimulou a produção do receptor de leptina exclusivamente no núcleo pré-mamilar ventral.

"As células desse núcleo passaram a reconhecer a presença da leptina, induzindo o amadurecimento sexual", explicou Carol.

A provável explicação é que os neurônios do núcleo pré-mamilar ventral estimulam a atividade de células produtoras do hormônio liberador de gonadotrofinas que, por sua vez, induz a produção de outros hormônios sexuais.

Puberdade e obesidade

Essa cadeia de reações bioquímicas, que, por razão ainda desconhecida despertou a puberdade apenas nas fêmeas, ajuda a compreender porque uma proporção cada vez maior de meninas norte-americanas com 7 e 8 anos de idade estão entrando na puberdade, como mostrou estudo publicado em setembro na Pediatrics.

"É possível que as taxas mais elevadas de leptina em crianças obesas estejam estimulando regiões cerebrais que normalmente só seriam ativadas mais tarde", disse Carol.

"Agora que identificamos o grupo de células responsáveis por mediar a ação da leptina no início da puberdade teremos condições de desvendar os mecanismos celulares, genéticos e bioquímicos envolvidos nesta função", disse.

Tratamento de alergia causa nova alergia

Fonte: Diário da Saúde

Alergia de contato com alumínio

A dermatite alérgica de contato com o alumínio tem sido considerada uma alergia muito rara.

No entanto, veem crescendo os relatos de nódulos pruriginosos e alergia ao alumínio surgidos depois que as pessoas tomaram vacinas ou fizeram tratamentos para outras alergias.

A pesquisadora Eva Netterlid, da Universidade de Lund, na Suécia, resolveu estudar o fenômeno e fez algumas descobertas que exigirão mais pesquisas sobre os tratamentos de alergia.

Nódulos na pele

Nódulos pruriginosos são pequenos nódulos sob a pele que causam coceira e que, segundo alguns estudos, podem durar vários anos.

Um estudo sobre vacinas contra tosse convulsiva, realizado há alguns anos, mostrou que quase um por cento das crianças desenvolveu nódulos pruriginosos na área da vacinação.

Três das quatro crianças que tiveram uma reação com nódulos também desenvolveram alergia ao alumínio.

"Isso foi totalmente inesperado. O alumínio tem sido utilizado como adjuvante, intensificador, nas vacinas por mais de 70 anos, com apenas um pequeno número de relatos de nódulos pruriginosos e dermatite alérgica de contato," afirma Eva.

Hipossensibilização

Mas os resultados foram muito mais preocupantes quando a pesquisadora voltou sua atenção para a hipossensibilização, um tratamento no qual doses progressivamente maiores de uma substância alergênica são dadas aos pacientes que são alérgicos ao pólen, ácaros, etc, para habituá-los à substância.

Este tratamento também usa o alumínio como um intensificador.

O número de reações foi muito maior. Das 37 crianças monitoradas, 8 (21,6%) tiveram dermatite alérgica de contato com o alumínio, e 13 (35%) tiveram nódulos pruriginosos.

Outras 24 crianças com alergias que foram incluídas no estudo, mas que não receberam a vacina, não desenvolveram nem nódulos pruriginosos nem alergia ao alumínio.

Outro estudo analisou a hipossensibilização de crianças e adultos com alergias respiratórias. Verificou-se que quase 4% dos pacientes tiveram dermatite alérgica de contato com o alumínio.

O exame dos braços dos pacientes antes e um ano após o tratamento mostrou que o número de portadores de nódulos tinha aumentado significativamente, e a proporção daqueles que tinham nódulos pruriginosos também aumentou.

Hipóteses

Há várias explicações possíveis a respeito de porque a alergia de alumínio está se tornando mais comum: o surgimento de novas tecnologias para identificar a alergia, o tipo de compostos de alumínio usados nas vacinas e outros tratamentos pode ter mudado, e o número de vacinações pode ter aumentado com o aumento das viagens internacionais.

Mas, por enquanto, todas são apenas hipóteses e conjecturas, e somente outros estudos poderão apontar as causas reais.

Eva Netterlid e seus colegas vão se concentrar primeiro na segunda hipótese, verificando se diferentes compostos de alumínio produzem resultados diferentes.

Eles também pretendem descobrir se os pacientes que tiveram resultado positivo no teste de alergia ao alumínio também apresentam sintomas clínicos quando expostos a medicamentos e cosméticos que contenham alumínio.

10 janeiro 2011

Programas devem garantir terapia antirretroviral e alimentação infantil para evitar a transmissão vertical do HIV

Fonte:Sexually Transmitted Infections, Volume 86

O número de mulheres soropositivas grávidas que recebem medicamentos antirretrovirais (ARV) para evitar transmissão vertical do HIV tem aumentado rapidamente. Um estudo realizado pela OMS e publicado na revista Sexually Transmitted Infections estimou a redução das infecções pelo HIV em crianças devido à prevenção de transmissão vertical (PTV) na última década.

Entre 2000 e 2009 houve uma redução de 24% no número anual estimado de transmissões verticais do HIV nos 25 países com o maior número de mulheres soropositivas, um terço dessa redução ocorreu em 2009. Se estes países implementassem as novas recomendações de PTV da OMS entre 2010 e 2015, e fornecessem a profilaxia ARV mais eficaz e o tratamento a 90% das mulheres soropositivas grávidas, 1 milhão de novas infecções em crianças poderiam ser evitadas até 2015. A redução da incidência do HIV em mulheres em idade reprodutiva, e a limitação da duração do aleitamento materno aos 12 meses (com profilaxia ARV) poderia evitar um adicional de 264.000 infecções, resultando em uma redução de 79% dos recém-nascidos infectados entre 2009 e 2015.

Concluiu-se que para atingir a eliminação virtual da transmissão vertical do HIV, os programas devem atingir uma elevada cobertura, com terapia antirretroviral mais efetiva e práticas seguras de alimentação infantil.

O consumo de determinados vegetais reduz o risco de câncer de mama

Fonte: American Journal of Epidemiology

Pesquisadores da Boston University examinaram prospectivamente a relação entre o consumo de frutas e vegetais e o risco de câncer de mama entre as 51.928 mulheres com idades entre 21 e 69 anos.

Durante 12 anos de seguimento, houve 1.268 casos de câncer de mama. O consumo total de frutas e vegetais não foi significativamente associado com o risco total de câncer de mama. No entanto, o consumo de vegetais foi associado com um risco reduzido de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo (razão da taxa de incidência = 0,57, IC 95% 0,38 a 0,85, para ≥ 2 porções / dia em relação a <4 / semana; P = 0,02). Além disso, houve alguma evidência de associação inversa com o risco de câncer de mama em geral e o consumo de cenoura (P = 0,02).

Os resultados do estudo sugerem que o consumo frequente de vegetais é inversamente associado com o risco de câncer de mama com receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo, e que vegetais específicos podem ser associados com um risco reduzido de câncer de mama em geral.

09 janeiro 2011

Risco de contrair HIV em transfusão é maior no Brasil que nos EUA

Fonte: Agência Estado

Uma em cada 100 mil bolsas de sangue pode estar contaminada.
Nos EUA, a relação é de 1 para cada 2 milhões de bolsas.


Uma pesquisa feita em três hemocentros brasileiros no período entre 2007 e 2008 indica que o risco de contrair HIV em transfusões de sangue no Brasil é 20 vezes maior do que nos Estados Unidos.

O trabalho, feito por estimativa, calcula que 1 em cada 100 mil bolsas de sangue do País pode estar contaminada pelo vírus causador da Aids. Nos EUA, a relação é de 1 para cada 2 milhões de bolsas.

Embora muito mais elevados do que norte-americanos e de alguns países europeus, os índices brasileiros melhoraram. Versão anterior da pesquisa, de 2006, indicava que 1 em cada 60 mil bolsas poderia estar contaminada pelo HIV. "Precisamos avançar na segurança. Mas não há dúvida de que muito já foi feito", afirma a coordenadora do trabalho, Ester Sabino, da Fundação Pró-Sangue de São Paulo. Com números atuais, entre 30 e 60 pessoas por ano podem ser contaminadas por sangue doado. Na versão de 2006, a estimativa era de que entre 50 e 100 pessoas pudessem se infectar.

Financiado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH, em inglês), o estudo coordenado por Ester foi feito a partir da análise de bolsas de sangue coletadas nos hemocentros de São Paulo, Minas e Pernambuco. Durante a apresentação do trabalho, em Congresso da Associação Americana de Bancos de Sangue, Ester classificou como "alto" o risco residual para HIV durante transfusões no Brasil.

Teste por melhorar segurança

Uma das alternativas para melhorar a segurança é a introdução de rotina do uso de um teste batizado de NAT, que identifica traços do vírus no sangue e não de anticorpos, como exames tradicionais. Ester calcula que, com o início do exame, o risco de infecção por HIV passaria de 1 a cada 100 mil para 1 em cada 250 mil. "O exame, sozinho, não basta", diz.

O coordenador da Política de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Guilherme Genovez, afirmou que até o início do segundo semestre estarão em funcionamento pelo menos oito plataformas para realização de exames NAT. Mas Genovez contesta os índices apresentados no trabalho: "Eles estão mais para um oráculo. Foram feitos por estatística, não podem ser considerados fato." Genovez cita um levantamento feito em 130 mil bolsas de sangue coletadas em hemocentros de Santa Catarina, São Paulo, Rio e Pernambuco, no qual o vírus não foi identificado em nenhuma amostra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

08 janeiro 2011

Pessoas vivem mais, mas passam mais anos doentes

Fonte: Diário da Saúde

Expectativa pouco saudável

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que, apenas de estarem vivendo mais, as pessoas estão passando um percentual maior de suas vidas doentes.

A nova pesquisa, publicada na edição de dezembro da revista Journal of Gerontology, revela que o aumento na expectativa de vida não tem sido acompanhado por mais anos de saúde perfeita.

Na verdade, uma pessoa com 20 anos de idade hoje pode esperar adoecer um ano a mais ao longo de sua vida do que uma pessoa com 20 anos de idade uma década atrás - mesmo com o aumento da expectativa de vida.

Segundo a pesquisa, não se trata apenas de viver mais anos doente em função de uma vida mais longa: o número médio de anos saudáveis vem diminuindo desde 1998. Mesmo vivendo mais tempo, contamos com um número menor de anos saudáveis no total.

Morbidade

De 1970 a 2005, a probabilidade de uma pessoa com 65 anos chegar aos 85 anos duplicou, passando de aproximadamente 20 por cento para 40 por cento de chance.

Muitos pesquisadores têm presumido que as mesmas forças que permitem às pessoas viverem mais tempo, incluindo os comportamentos mais saudáveis e os avanços da medicina, também retardariam o aparecimento de doenças e permitiriam que as pessoas passassem menos anos de suas vidas com doenças debilitantes.

Mas Eileen Crimmins e Beltrán Hiram-Sánchez, da Universidade do Sul da Califórnia, mostraram que não é bem assim.

Sua pesquisa revelou que a morbidade média - o período de vida gasto com doenças graves ou com a perda da mobilidade funcional - tem realmente aumentado nas últimas décadas.

Ilusão

"Nós temos assumido que cada geração será mais saudável e viverá mais do que a anterior", explica Crimmins. "No entanto, a compressão da morbidade pode ser tão ilusória quanto a imortalidade."

"Há provas substanciais de que nós temos feito muito pouco até agora para eliminar ou retardar as doenças; o que temos feito é evitar a morte pelas doenças," explicou Crimmins.

"O aumento da prevalência das doenças pode, em certa medida, refletir melhorias nos diagnósticos, mas o que isto reflete mais claramente é um aumento da sobrevida de pessoas com doenças," conclui o pesquisador.

Comer alho e cebola pode ajudar a prevenir artrite, aponta estudo

Fonte: The Times of India

Pode não favorecer muito o seu hálito, mas uma alimentação rica em alho e cebola ajuda a reduzir os riscos de desenvolver artrite - doença inflamatória das articulações -, segundo estudo da Universidade East Anglia, no Reino Unido. Em pesquisa com mais de 1000 mulheres saudáveis, todas com irmãs gêmeas, os especialistas notaram que aquelas que comiam maior quantidade de vegetais da família do alho tinham menores níveis de osteoartrite de quadril.

De acordo com os pesquisadores, essa doença é a forma mais comum de artrite, afetando cerca de 8 milhões de pessoas só na Grã-Bretanha, principalmente as mulheres. Ela causa dor e incapacidade, acometendo o quadril, joelhos e a coluna de pessoas na meia idade e idosos, e não apresenta cura conhecida, com o tratamento se baseando na redução da dor.

No novo estudo, avaliando o padrão de dieta das voluntárias, além de exames de raios-X, os pesquisadores descobriram que, entre aquelas que tinham uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras e legumes - principalmente vegetais como alho, cebola e alho poró -, havia menos sinais precoces de osteoartrite nas articulações do quadril. E uma análise laboratorial dos compostos do alho indicou que uma substância chamada dialil dissulfeto reduzia os níveis de enzimas que danificam as cartilagens.

“Enquanto não sabemos ainda se comer alho levará a altos níveis desse componente nas articulações, essas descobertas podem apontar o caminho para futuros tratamentos e prevenção da osteoartrite de quadril”, destacou o pesquisador Frances Williams. “Se os resultados forem confirmados em estudos de acompanhamento, isso irá apontar para formas de intervenção alimentares ou terapias farmacológicas focadas para pessoas com osteoartrite”, concluiu o especialista.

Cientistas dizem ter criado teste para diagnóstico precoce de Alzheimer

Fonte: BBC Brasil

Cientistas britânicos dizem ter encontrado uma maneira de diagnosticar o mal de Alzheimer anos antes dos primeiros sintomas.

Um exame de punção lombar combinado a uma ressonância magnética do cérebro poderiam identificar pacientes com os primeiros sinais de demência, segundo os pesquisadores.

Atualmente não há cura ou um exame único para detectar a doença, que afeta mais de vinte milhões de pessoas ao redor do mundo.

Os cientistas esperam que um diagnóstico precoce possa ser usado para selecionar pacientes para testar novos remédios e tratamentos contra a doença.

Encolhimento do cérebro

Apesar de haver muitos possíveis remédios e vacinas contra Alzheimer em fase de testes, é difícil aferir quão eficazes eles são porque frequentemente a demência só é diagnosticada quando já está em estágio mais avançado.

Jonathan Schott e a equipe do Instituto de Neurologia da University College London desenvolveram um método que permitiria fazer o diagnóstico nos primeiros estágios da Síndrome de Alzheimer, o tipo mais comum de demência.

Os exames checam duas coisas: o encolhimento do cérebro e a presença de níveis baixos de uma proteína, a amiloide, no líquido cérebro-espinhal.

Especialistas já sabem que em pacientes afetados pela síndrome há perda de volume no cérebro e um acúmulo incomum de amiloide no cérebro, o que significa menos amiloide no líquido cérebro-espinhal.

Voluntários

A equipe de cientistas decidiu então fazer os exames de punção lombar e ressonância do cérebro em 105 voluntários saudáveis.

Os resultados, publicados na revista científica Annals of Neurology, revelaram que os cérebros dos indivíduos com baixos níveis de amiloide no líquido cérebro-espinhal (38%) encolhiam duas vezes mais rápido que os cérebros dos demais.

Eles também tinham cinco vezes mais chances de possuir o gene de risco APOE4 e de ter níveis altos de outra proteína, chamada tau, que costuma ser associada a Alzheimer.

Apesar de ainda ser muito cedo para qualquer dos voluntários desenvolver a síndrome, os pesquisadores acreditam que suas suspeitas serão confirmadas no futuro.

Isso poderia permitir que os médicos verifiquem que drogas podem ser eficientes em impedir ou adiar o aparecimento dos sintomas de demência.

"Estamos de mãos atadas por nossa incapacidade de detectar Alzheimer com precisão, mas essas descobertas podem ser fundamentais", disse Rebecca Wood, do Alzheimer's Research Trust, organização que financiou a pesquisa.

"Sabemos que os tratamentos para muitas doenças são mais bem sucedidos se realizados cedo e isso também pode valer para Alzheimer."

Suco de romã pode frear metástase de câncer de próstata

Fonte: BBC Brasil

Pesquisadores da Universidade Riverside, da Califórnia, identificaram componentes no suco de romã que podem inibir os movimento de células cancerosas e a metástase do câncer de próstata.

A descoberta, diz Manuela Martins-Green, uma das pesquisadoras, pode ainda ter impacto no tratamento de outros tipos de câncer.

Quando o câncer de próstata reaparece no paciente depois de tratamentos como cirurgia e/ou radiação, geralmente o próximo passo é a supressão do hormônio masculino testosterona, um tratamento que inibe o crescimento das células cancerosas, pois elas precisam do hormônio para crescer.

Mas, com o tempo, o câncer desenvolve formas de resistir também a esse tratamento, se transforma em um câncer muito agressivo e sua metástase ataca a medula óssea, pulmões, nódulos linfáticos e geralmente resulta na morte do paciente.

O laboratório americano aplicou o suco de romã em células de câncer de próstata cultivadas em laboratório que já eram resistentes à testosterona - quanto mais resistente à testosterona uma célula cancerosa é, maior é a sua tendência à metástase.

Os pesquisadores então descobriram que as células tratadas com o suco de romã que não morreram com o tratamento mostraram uma maior adesão, o que significa que menos células se separavam, e também queda na movimentação dessas células.

Em seguida os pesquisadores identificaram os grupos ativos de ingrediente no suco de romã que tiveram impacto molecular na adesão das células e na migração de células cancerosas no câncer de próstata já em estado de metástase.

"Depois de identificá-los, agora podemos modificar os componentes inibidores do câncer no suco de romã para melhorar suas funções e fazer com que eles sejam mais eficazes na prevenção da metástase do câncer de próstata, levando a terapias com remédios mais eficazes", disse Manuela Martins-Green.

Outros tipos de câncer

A pesquisadora afirma que a descoberta pode ter impacto no tratamento de outros tipos de câncer.

"Devido (ao fato de) os genes e proteínas envolvidas no movimento das células de câncer de próstata serem essencialmente os mesmos que os envolvidos no movimento de células em outros tipos de câncer, os mesmos componentes modificados do suco poderão ter um impacto muito mais amplo no tratamento do câncer", afirmou.

Manuela Martins-Green explicou ainda que uma proteína importante produzida na medula óssea leva as células cancerosas a se mover para a medula onde elas poderão formar novos tumores.

"Mostramos que o suco de romã inibe a função dessa proteína e, assim, esse suco tem o potencial de evitar a metástase das células do câncer de próstata para a medula", disse.

Os próximos planos da pesquisadora são fazer testes adicionais em um organismo vivo com câncer de próstata em em fase de metástase para determinar se os mesmos componentes que foram eficazes nas células cultivadas em laboratório poderão evitar a metástase sem efeitos colaterais.

`Sono de beleza´ não é mito, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Um estudo sueco publicado na revista especializada British Medical Journal diz que a ideia de que as pessoas precisam de um "sono de beleza" está correta.

Os pesquisadores do Instituto Karolinska, em Estocolmo, afirmam que pessoas privadas de sono por longos períodos parecem menos atraentes e saudáveis do que as que dormiram bem.

A equipe de cientistas escolheu 23 homens e mulheres para serem fotografados depois de oito horas de sono e novamente após ficarem acordados por 31 horas.

Em seguida, o grupo pediu a observadores que avaliassem as fotografias.

As imagens obedeceram a um padrão. Todas as pessoas estavam à mesma distância da câmera, nenhuma usava maquiagem e todas tinham a mesma expressão.

Segundo o relatório da pesquisa, os rostos dos voluntários quando estavam privadas de sono foram percebidos como menos saudáveis, mais cansados e menos atraentes do que nas fotos após terem dormido oito horas.

Apesar de ser bastante conhecido, os pesquisadores diziam que faltava comprovação científica do conceito de "sono de beleza".

Os cientistas dizem que os resultados podem ajudar em consultas médicas, permitindo que o médico detecte mais facilmente sinais de doença nos pacientes.

07 janeiro 2011

Pesquisa indica que chá verde protege contra Alzheimer e câncer

Fonte: BBC Brasil

Um estudo da Universidade de Newcastle, na Grã-Bretanha, indica que o chá verde pode proteger o cérebro de doenças como o Mal de Alzheimer e outros tipos de demência.

A pesquisa, divulgada na publicação especializada Phytomedicine, também sugere que o antigo remédio chinês que tem se popularizado no mundo todo também pode ter um papel muito importante na proteção do corpo contra o câncer.

No estudo, os cientistas investigaram se as propriedades benéficas do chá verde, que já tinham sido comprovadas no chá recém-preparado e não digerido, ainda se mantinham ativas uma vez que o chá fosse digerido.

De acordo com Ed Okello, professor da Escola de Agricultura, Alimento e Desenvolvimento da Universidade de Newcastle e que liderou o estudo, a digestão é um processo vital para conseguir os nutrientes necessários, mas também significa que nem sempre os compostos mais saudáveis dos alimentos serão absorvidos pelo corpo, podendo se perder ou modificar no processo.

"O que foi realmente animador neste estudo é que descobrimos que, quando o chá verde é digerido pelas enzimas do intestino, os compostos químicos resultantes são até mais eficazes contra gatilhos importantes do Alzheimer do que a forma não digerida do chá", disse.

"Além disso, também descobrimos que os compostos digeridos (do chá verde) tinham propriedades contra o câncer, desacelerando de forma significativa o crescimento de células do tumor que usamos em nossas experiências", acrescentou.

Na pesquisa, a equipe da Universidade de Newcastle trabalhou em conjunto com cientistas da Escócia, que desenvolveram uma tecnologia que simula o sistema digestivo humano. Graças a esta tecnologia, a equipe de Newcastle conseguiu analisar as propriedades protetoras dos produtos da digestão do chá.

Chás verde e preto

Dois compostos já são conhecidos por seu papel importante no desenvolvimento do Alzheimer, o peróxido de hidrogênio e uma proteína conhecida como beta-amilóide.

Pesquisas anteriores mostraram que compostos conhecidos como polifenóis, presentes nos chás verde e preto, tem propriedades neuroprotetoras, pois se ligam a compostos tóxicos e protegem as células do cérebro.

Quando ingeridos, os polifenóis são quebrados e produzem uma mistura de compostos. Foram estes compostos que os cientistas de Newcastle testaram.

"É uma das razões pela qual temos que ser tão cuidadosos quando fazemos afirmações a respeito dos benefícios para a saúde de vários alimentos e suplementos", disse Okello.

"Existem certos compostos químicos que sabemos que são benéficos e podemos identificar alimentos que são ricos nestes compostos, mas o que acontece durante o processo de digestão é crucial para saber se estes alimentos estão mesmo nos fazendo bem", afirmou.

Proteção de células

Os cientistas usaram modelos de células de tumor, expondo estas células a várias concentrações de diferentes toxinas e aos compostos do chá verde digerido.

"Os compostos químicos digeridos (do chá) protegeram as células (saudáveis), evitando que fossem destruídas pelas toxinas", disse Okello.

"Também observamos que eles afetaram células cancerosas, desacelerando de forma significativa seu crescimento."

"O chá verde é usado há séculos na medicina tradicional chinesa, e o que temos aqui dá provas científicas do porquê pode ser eficaz contra algumas das doenças mais importantes que enfrentamos hoje", acrescentou.

Cientistas criam vacina anticocaína

Fonte: Diário da Saúde

Vacina anticocaína

Um grupo de pesquisadores norte-americanos anunciou o desenvolvimento de uma vacina capaz de proteger contra os efeitos da cocaína.

A vacina anticocaína, que foi testada em animais de laboratório, é feita de uma combinação de partes do vírus do resfriado comum com uma partícula que imita a cocaína.

Segundo os cientistas, a vacina está pronta para ser testada em humanos, assim que for obtida autorização dos órgãos de saúde. O estudo foi publicado no exemplar de Janeiro da revista Molecular Therapy.

Proteção contra a cocaína

O grupo afirma que a vacina pode ser a primeira ferramenta à disposição dos dependentes de cocaína, representando uma forma simples para interromper o uso da droga, auxiliando outros tratamentos para efetivamente reverter o vício.

A abordagem também poderá ser útil no tratamento de outras dependências, tais como a nicotina, heroína e metanfetamina e até mesmo do crack.

"Nossos dados mostraram de forma marcante que somos capazes de proteger camundongos contra os efeitos da cocaína, e nós achamos que esta abordagem pode ser muito promissora na luta contra o vício em humanos," afirmou Ronald Crystal, professor de medicina genética da Universidade Cornell, nos Estados Unidos.

"A vacina suprime os efeitos estimulantes da droga," acrescenta Kim Janda, coautor da pesquisa. "Diferentemente de outros tipos de tratamento, uma vacina como essa não interfere com os alvos neurológicos da droga. Em vez disso, ela bloqueia a cocaína, impedindo que ela chegue ao cérebro."

Ajuda para largar o vício

Nos experimentos, o efeito da vacina anticocaína durou por pelo menos 13 semanas, o maior tempo de imunidade ao vício já conseguida até hoje.

Como a vacina foi fabricada com materiais baratos e não exige múltiplas infusões de alto custo, os pesquisadores esperam que ela possa passar rapidamente para os testes em humanos.

Os cientistas afirmam que a vacina servirá como um "imuno-ajudante", voltada para o tratamento de pessoas que já estão tentando abandonar o vício.

Eles acreditam que a mesma abordagem será válida para auxiliar os viciados em crack.

Como a cocaína age

A cocaína, derivada da folha da planta da coca Erythroxylaceae, é uma droga muito potente que, sendo um sal, é aspirada ou dissolvida em água e injetada diretamente na corrente sanguínea.

O sal também é frequentemente neutralizado para produzir uma forma insolúvel, que é fumada.

Uma vez inserida na corrente sanguínea, a droga atravessa a barreira hemato-encefálica e se acumula rapidamente no cérebro.

A cocaína se acumula em partes dos sistemas de recompensa do cérebro, como o núcleo accumbens. Ali, as moléculas de cocaína interferem com a regulação normal da dopamina, ligando-se aos transportadores de dopamina e impedindo-os de reciclar o neurotransmissor.

Isto leva ao acúmulo de dopamina no núcleo accumbens, que produz uma sensação de euforia no usuário - uma sensação que surge segundos depois da ingestão da droga e dura vários minutos.

Esse efeito psicológico da recompensa imediata é a base da busca da droga pelos usuários.

Apesar de os resultados da vacina anticocaína serem promissores, o processo de teste exaustivo em humanos, que será realizado a seguir, significa que pode levar vários anos até que ela se transforme em um produto disponível comercialmente.

Cientistas dos EUA alegam ter encontrado causa da calvície em homens

Fonte: BBC Brasil

Especialistas americanos afirmam que encontraram o que pode ser a causa da calvície entre homens.

De acordo com os pesquisadores da Universidade da Pennsylvania, não se trata apenas da perda de cabelo, mas existe um problema com os novos fios de cabelo.

Este defeito significa que o cabelo produzido é tão pequeno que parece invisível a olho nu, o que causa a calvície mais comum com pontos do couro cabeludo sem cabelos, ou até o recuo da linha dos cabelos.

Os pesquisadores disseram que a causa está nas células-tronco que produzem o novo cabelo.

A partir desta descoberta, os especialistas esperam "curar" a calvície masculina restabelecendo as funções normais destas células. Os cientistas querem desenvolver um creme que possa ser aplicado no couro cabeludo para ajudar as células-tronco a produzirem fios de cabelo normais.

A pesquisa foi publicada na revista especializada Journal of Clinical Investigation.

Cobaias

A equipe de cientistas da Universidade da Pennsylvania usou homens que passaram por transplantes capilares como as cobaias dos estudo, comparando os folículos capilares em áreas de calvície e nas áreas com cabelo do couro cabeludo destes homens.

Apesar de as áreas sem cabelo apresentarem o mesmo número de células-tronco responsáveis pelos fios que as áreas normais do couro cabeludo, na área careca existiam menos células-tronco mais amadurecidas, as chamadas células progenitoras.

Esta diferença significa que os folículos capilares em áreas de calvície encolhem, e não desaparecem, e os novos fios de cabelo produzidos são microscópicos comparados ao cabelo normal.

"Isto sugere que existe um problema na ativação de células-tronco, convertendo as células progenitoras em couro cabeludo careca", afirmou George Cotsarelis, que liderou a pesquisa.

"O fato de que existem números normais de células-tronco no couro cabeludo calvo nos dá esperança de reativar aquelas células-tronco", acrescentou.

Até agora ainda não se sabe a causa exata da calvície masculina, mas especialistas acreditam que o hormônio masculino testosterona está envolvido no processo e a calvície também pode ser hereditária.

06 janeiro 2011

Combinação de diabetes e depressão é fatal para as mulheres, diz estudo

Fonte: Archives of General Psychiatry

Mulheres que sofrem, ao mesmo tempo, de depressão e diabetes parecem ter um risco muito maior de morrer em um período de seis anos, segundo estudo publicado na edição de janeiro da revista científica Archives of General Psychiatry. E, para essas mulheres, os riscos seriam altos principalmente de morte por problemas cardiovasculares.

De acordo com especialistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a depressão afeta 15 milhões de americanos a cada ano, e mais de 23,5 milhões de pessoas têm diabetes, com os sintomas de depressão atingindo entre um quinto e um quarto dos diabéticos. E as estatísticas mostram que o diabetes e suas complicações são as principais causas de morte no mundo.

Avaliando mais de 78 mil mulheres com idades entre 54 e 79 anos, os pesquisadores descobriram que, comparadas às mulheres que não tinham nenhuma das duas doenças, aquelas com depressão tinham 44% maior risco de morte, e aquelas com diabetes 35% mais chances de morrer em um período de seis anos. Considerando apenas mortes por doença cardiovascular, as mulheres com diabetes tinham 67% maiores riscos, aquelas com depressão tinham 37% maior mortalidade, e as participantes que apresentavam ambas as condições tinham 2,7 vezes mais chances de morrer durante o estudo.

Os pesquisadores ressaltam que os mecanismos envolvidos no aumento do risco de morte associado à combinação de depressão e diabetes ainda não estão claros. “É geralmente sugerido que a depressão está associada a um pior controle glicêmico, ao maior risco de complicações do diabetes, pior adesão do paciente ao controle do diabetes e isolamento da rede social”, explicam. Além disso, ambas as condições são associadas a comportamentos prejudiciais à saúde, como tabagismo, sedentarismo e má alimentação.

“Considerando o tamanho da população que poderia ser afetada por estas duas doenças prevalentes, uma análise mais aprofundada é necessária para o desenvolvimento de estratégias destinadas a oferecer tratamento psicológico adequado e apoio entre aqueles com condições crônicas de longa data, como o diabetes”, concluíram os autores.

Parar de fumar pode melhorar o colesterol, aponta pesquisa

Fonte: American Heart Journal

Um recente estudo da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, apresenta mais uma razão para você largar o cigarro. De acordo com os pesquisadores, parar de fumar pode melhorar seus perfis de colesterol, aumentando os níveis de HDL - conhecido como colesterol “bom” - mesmo que você ganhe alguns quilinhos extras.

Avaliando mais de 1,5 mil fumantes que representavam a população americana, incluindo alta proporção de pessoas acima do peso, os especialistas notaram que aqueles que conseguiram parar de fumar durante o estudo tiveram um aumento de 5% - ou 2,4 mg/dL - nos níveis de “bom” colesterol. Além disso, esses voluntários apresentaram aumento nas partículas grandes de HDL - importantes para reduzir os riscos de doença cardíaca. E, segundo os autores, os efeitos eram mais fortes entre as mulheres.

De acordo com os especialistas, se os resultados forem confirmados em pesquisas futuras, eles podem “lançar luz” sobre a forte, mas ainda misteriosa relação entre o tabagismo e a saúde do coração. As estatísticas apontam que até 20% das mortes por problemas cardíacos ocorrem por causa do cigarro, mas os pesquisadores ainda não têm um entendimento completo sobre essa relação. O cigarro pode afetar o sistema cardiovascular de diversas formas, incluindo a redução dos níveis de oxigênio e o desgaste do coração.

Entretanto, também não está claro ainda como a cessação do tabagismo pode melhorar os níveis de colesterol. De acordo com os especialistas, até mudanças no consumo de álcool podem estar envolvidas nessa relação, mas o mais provável é que isso tenha a ver com alterações nas proteínas que controlam a quebra do colesterol - que seriam danificadas pelo cigarro.

Quantidade de cigarro e ganho de peso não atrapalham

Em artigo publicado na edição de janeiro do American Heart Journal, os pesquisadores destacam que o estudo mostra que parar de fumar melhora os níveis de HDL, independentemente de quantos cigarros a pessoa fumava no início do estudo: largar o cigarro tinha os mesmos benefícios para o colesterol daqueles que fumavam em excesso e daqueles que fumavam moderadamente.

Outro fator que não atrapalharia esses benefícios nos perfis de colesterol seria o ganho de peso que, muitas vezes, é apontado como um “efeito colateral” de parar de fumar. Segundo os autores, esses resultados foram surpreendentes, visto que o sobrepeso é apontado como um dos vilões do colesterol.

“Outros benefícios sobre os níveis de colesterol podem ser, na verdade, mascarados pelo ganho de peso visto após parar de fumar”, escreveram os autores. “É importante aconselhar aqueles que estão parando de fumar sobre o ganho de peso e a necessidade de uma dieta saudável e de exercícios regulares durante o período de abandono (do cigarro)”, acrescentaram.

Idosos que caminham mais rápido vivem por mais tempo, aponta estudo

Fonte: Journal of American Medical Association

A velocidade de caminhada parece indicar quanto tempo e quão bem os idosos ainda irão viver, segundo estudo publicado nesta semana no Journal of American Medical Association. De acordo com especialistas da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, a estimativa dos anos de vida restantes para homens e mulheres aumenta com o crescimento da velocidade de caminhada após os 65 anos de idade, com ganhos mais significativos após os 75 anos.

Avaliando nove estudos incluindo um total de 34 mil pessoas com mais de 65 anos, os pesquisadores observaram que, quanto mais rápido uma pessoa caminha, mais anos com saúde ela pode ter. E a predição da sobrevida baseada na velocidade de caminhada seria tão precisa quanto as previsões baseadas em fatores adicionais como condições crônicas, histórico de tabagismo, idade, gênero, pressão arterial, índice de massa corporal e hospitalizações.

De acordo com os pesquisadores, um homem de 80 anos de idade que caminha a uma velocidade de 1,6 km/h teria 10% de chances de alcançar os 90 anos. Se a velocidade de caminhada desse mesmo homem fosse de 5,6 km/h, sua probabilidade de alcançar os 90 aumentaria para 84%. Em relação às mulheres dessa mesma idade e com a mesma velocidade de caminhada, as chances de alcançar os 90 anos de idade seriam de 23% e 86%, respectivamente.

“Minha esperança é que começamos a pensar sobre formas de refletir a saúde e a função dos idosos que vão além das doenças”, escreveu a pesquisadora Stephanie Studenski. “E o status funcional (velocidade de caminhada) é um importante reflexo da saúde”, concluiu a especialista.