08 janeiro 2011

Pessoas vivem mais, mas passam mais anos doentes

Fonte: Diário da Saúde

Expectativa pouco saudável

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que, apenas de estarem vivendo mais, as pessoas estão passando um percentual maior de suas vidas doentes.

A nova pesquisa, publicada na edição de dezembro da revista Journal of Gerontology, revela que o aumento na expectativa de vida não tem sido acompanhado por mais anos de saúde perfeita.

Na verdade, uma pessoa com 20 anos de idade hoje pode esperar adoecer um ano a mais ao longo de sua vida do que uma pessoa com 20 anos de idade uma década atrás - mesmo com o aumento da expectativa de vida.

Segundo a pesquisa, não se trata apenas de viver mais anos doente em função de uma vida mais longa: o número médio de anos saudáveis vem diminuindo desde 1998. Mesmo vivendo mais tempo, contamos com um número menor de anos saudáveis no total.

Morbidade

De 1970 a 2005, a probabilidade de uma pessoa com 65 anos chegar aos 85 anos duplicou, passando de aproximadamente 20 por cento para 40 por cento de chance.

Muitos pesquisadores têm presumido que as mesmas forças que permitem às pessoas viverem mais tempo, incluindo os comportamentos mais saudáveis e os avanços da medicina, também retardariam o aparecimento de doenças e permitiriam que as pessoas passassem menos anos de suas vidas com doenças debilitantes.

Mas Eileen Crimmins e Beltrán Hiram-Sánchez, da Universidade do Sul da Califórnia, mostraram que não é bem assim.

Sua pesquisa revelou que a morbidade média - o período de vida gasto com doenças graves ou com a perda da mobilidade funcional - tem realmente aumentado nas últimas décadas.

Ilusão

"Nós temos assumido que cada geração será mais saudável e viverá mais do que a anterior", explica Crimmins. "No entanto, a compressão da morbidade pode ser tão ilusória quanto a imortalidade."

"Há provas substanciais de que nós temos feito muito pouco até agora para eliminar ou retardar as doenças; o que temos feito é evitar a morte pelas doenças," explicou Crimmins.

"O aumento da prevalência das doenças pode, em certa medida, refletir melhorias nos diagnósticos, mas o que isto reflete mais claramente é um aumento da sobrevida de pessoas com doenças," conclui o pesquisador.

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