30 abril 2010

Pesquisa com pimenta pode resultar em nova geração de analgésicos

Fonte: BBC Brasil

Pesquisas com pimenta malagueta estão ajudando cientistas a criar um novo tipo de analgésico que teria a vantagem de não provocar dependência no paciente.

Uma equipe da University of Texas, nos Estados Unidos, disse ter identificado, em pontos do organismo afetados pela dor, uma substância semelhante à capsaicina - que dá à pimenta malagueta seu efeito ardido.

Os especialistas dizem ter encontrado uma forma de bloquear a produção desta substância, o que seria útil em tratamentos para a dor crônica.

Eles relatam suas descobertas na revista científica Journal of Clinical Investigation.

Dor

A pimenta malagueta é rica em uma substância conhecida como capsaicina, que causa a dor ao ativar um receptor chamado potencial transiente do tipo vanilóide-1 (TRPV1, na sigla em inglês).

Em estudos com ratos, a equipe americana descobriu que quando o organismo é ferido, substâncias semelhantes à capsaicina são liberadas no local e ativam os receptores associados à sensação de dor.

Essas substâncias são ácidos graxos chamados metabólitos do ácido linoleico oxidado (Olams, na sigla em inglês).

O ácido linoleico está presente de forma abundante no organismo humano, mas as investigações da equipe revelaram a existência de uma nova família desse ácido, produzida pelo corpo e liberada quando há um ferimento.

Após identificar esse processo, os cientistas fizeram mais experimentos com ratos em laboratório para tentar encontrar formas de bloquear a ação da substância.

Sem Dependência
Como resultado, a equipe desenvolveu dois novos tipos de analgésicos. Um usa drogas que bloqueiam a formação dos Olams, outro é baseado em um anticorpo que os mantém inativos.
Os pesquisadores dizem que as novas drogas podem resultar em terapias e medicamentos para várias doenças inflamatórias, como a artrite, por exemplo, ou no alívio da dor associada ao câncer.

"Quase todo mundo vai vivenciar dor persistente em algum momento da vida", disse o pesquisador Kenneth Hargreaves, da Dental School da University of Texas, chefe da equipe.
"Nossa
descoberta é empolgante porque oferece a médicos, dentistas e pacientes mais opções na prescrição de medicamentos para a dor".

"Além disso, (os novos analgésicos) podem ajudar a evitar o problema do vício e da dependência de remédios para a dor, e terão o potencial de beneficiar milhões de pessoas que sofrem de dor crônica".

Segundo os pesquisadores, as drogas poderão, no futuro, ser administradas em forma líquida, em comprimido ou por injeção.

Todas as opções têm o potencial de bloquear a dor na sua origem, diferentemente de analgésicos baseados em opiatos, que viajam para o cérebro e afetam o sistema nervoso central.

29 abril 2010

Atividade física previne a insônia, diz especialista

Fonte: JB Online

"O ideal é praticar uma atividade física quatro vezes por semana, por pelo menos 40 minutos. E a intensidade do exercício vai depender do condicionamento físico da pessoa. Para quem é sedentário, começar pela caminhada já vai trazer uma boa melhora", diz a neurologista Andrea Bacelar, vice-presidente da Associação Brasileira do Sono.

Segundo a especialista, o ideal é fazer estas atividades físicas pela parte da manhã. Se a pessoa só tiver disponibilidade no fim da tarde ou à noite, o indicado é evitar fazer o exercício quatro horas antes de dormir.

A atividade física libera hormônios como a endorfina, que relaxa. Mas também libera a adrenalina, daí o alerta para evitar se exercitar antes de dormir.

Além disso, praticar a atividade de manhã faz com que o organismo funcione melhor, proporcionando um bem-estar físico e mental. Isto acaba se refletindo na qualidade do sono.

"Quem pratica esportes ou atividades físicas regulares tem um tempo total de sono maior e também uma maior quantidade de sono profundo, que é fundamental para o cérebro processar novas informações", diz.

O exercício ajuda a dormir, e vice-versa, num círculo virtuoso. Dormir bem, dá mais vigor ao organismo para praticar atividades físicas, pois libera o hormônio do crescimento, até mesmo na idade adulta. "No adulto, este hormônio recupera a musculatura e ajuda a reduzir riscos de osteoporose", diz a neurologista.

Por outro lado, dormir mal tem consequência a curto e a longo prazo. A curto prazo, causa irritabilidade, cansaço, déficit de atenção. A longo prazo, baixa a imunidade, antecipando doenças degenerativas, como hipertensão e diabetes.

Metade dos adultos brasileiros tem queixas em relação à qualidade do sono: ou não tem tempo para dormir, por causa dos afazeres do cotidiano; ou demoram a pegar no sono; ou dormem tão mal que acabam passando dia cansados, segundo uma pesquisa da Academia Brasileira de Neurologia, de 2009. Isto sem falar na insônia propriamente dita, um mal que atinge 20% da população mundial, de acordo com estudo da Sleep Foudation, dos EUA.

"O quadro de insônia crônica se configura partir de um mês sem conseguir dormir direito. Então, é a hora de procurar um médico" diz a neurologista.

25 abril 2010

Papel desenvolvido por brasileiro permite diagnóstico rápido e barato de doenças

Fonte: Agência USP

Até julho, será testada no Brasil uma nova técnica para diagnóstico de diabetes, HIV, malária e doenças relacionadas ao mau funcionamento do sistema renal. O dispositivo, composto de papel, reagentes químicos e tinta especial, consegue identificar níveis de glicose e proteínas na urina, em no máximo 30 minutos.

O resultado é mostrado em cores e pode ser enviado a um profissional habilitado por uma foto de celular, completando o ciclo de avaliação. O mesmo procedimento pode ser aplicado a outras situações e tem princípios semelhantes aos dos testes de gravidez encontrados nas farmácias.

A técnica foi desenvolvida por um grupo de pesquisa da Universidade de Harvard, Estados Unidos, do qual o professor Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, faz parte. Foi ele que trouxe o método para o Brasil. Os primeiros testes serão realizados na cidade de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe. Um agente do Programa Saúde da Família irá de casa em casa e fará os diagnósticos.

Baixo custo
Além do tempo reduzido para se obter os resultados, Carrilho ressalta que o custo é bem mais barato, considerando os materiais utilizados nos testes. “Além disso, a aplicação permitirá futuramente verificar doenças endêmicas. As vantagens da técnica podem facilitar o governo de países mais pobres no planejamento das políticas de saúde pública”, diz o professor.

Carrilho está preparando em torno de mil dispositivos para os exames. No segundo semestre, está previsto que os dispositivos sejam feitos nos centros de pesquisa locais. De acordo com o professor, outra vantagem da técnica é a facilidade de uso. “A ideia é que qualquer pessoa tenha acesso à tecnologia”, ressalta.

O diagnóstico é feito a partir de um papel poroso e inerte. Em suas zonas de detecção, são colocados reagentes em microquantidades, que podem ser uma enzima, um anticorpo e outras espécies químicas que reagem seletivamente com a substância de interesse do sangue ou da urina. Segundo Carrilho, esses reagentes já são conhecidos pelos especialistas, pois são usados nos exames médicos atualmente empregados em laboratório clínicos.

O dispositivo do papel permite fazer em alguns instantes o diagnóstico ao se observar a sua coloração após a reação química. Atualmente, os laboratórios brasileiros precisam coletar grande quantidade de amostras, ter espaço para geladeiras, além de inúmeros tubos de ensaio e equipamentos caros e a espera pelo resultado leva pelo menos um dia. Em alguns casos, até meses.

Tinta especial
Segundo Carrilho, o que colabora para eficácia da tecnologia é a utilização de uma tinta sólida especial, feita a base de cera, que é impressa no papel. A cera funciona como um solvente hidrofóbico, ou seja, que não se mistura com a água, e isso impede que a amostra se espalhe pelo papel sem controle.

“A reação do reagente com outra substância é feita em líquido, que contém água. A cera impressa no papel impede que a água se espalhe, o que conduzirá a mostra até o ponto desejado do papel”, descreve o professor. Isso facilita a observação do papel e permite analisar quantas substâncias reagiram.

De acordo com Carrilho, a tecnologia pode ser aplicada para diversos exames, inclusive diagnóstico de HIV. Além disso, o professor acrescenta que seu grupo de pesquisa de São Carlos está estudando a utilização do papel para outros fins, como para a detecção de metais pesados em análise de poluição e testes para qualidade de água e alimentos.

O trabalho original da tecnologia surgiu em 2007, elaborada por um grupo de pesquisa de Harvard, com a participação de Carrilho. De 2007 para cá, houve outros experimentos, estudando as possíveis aplicações da tecnologia.

Ao trazê-la para o Brasil, o professor do IQSC continua a desenvolver novos dispositivos do papel com seus alunos. “Vi que a tecnologia tinha uma aplicação direta com o Brasil e resolvi adaptá-la à realidade do País. Simplifiquei alguns aspectos do processo para poder ampliar o público atingido”, conta Carrilho.

23 abril 2010

Congressos Médicos 2010 II

XXXI Congresso da SOCESP
Data: 29 de Abril a 01 de Maio/2010
Local: Expo Center Norte, em São Paulo.
http://www.congressosocesp.com.br/2010/
_________________________________________________________________

45ª JOSULBRA Jornada Sul Brasileira de Anestesiologia
Data: 30 de Abril a 02 de Maio/2010
Estação Embratel Convention Center - Curitiba/PR
http://www.mleal.com.br/proximoseventos.asp
_____________________________________________________________

30º Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão
Data: 13 a 15 de Maio 2010.
Local: Minascentro. Belo Horizonte - MG - Brasil
Site: http://www.mao2010.com.br/
_____________________________________________________________

9º Congresso Paulista de Diabetes e Metabolismo
Data: 13 a 16 de Maio 2010
Local: Grande Hotel São Pedro, Águas de São Pedro, SP
Site: http://www.eventus.com.br/diabetes/index.htm
_____________________________________________________________

VIII Congresso Brasileiro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo
Data: 13 a 15 de Maio de 2010
Local: Campos do Jordão Convention Center
http://www.cbcoc2010.com.br
_____________________________________________________________

14º Congresso da ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho
Data: 15 a 21 de Maio de 2010
Local: Expogramado. Gramado - RS
Site: http://www.anamt.org.br/congresso2010/
_____________________________________________________________

16º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico
Data: 20 a 22 de Maio de 2010
Local: Hotel Deville - Cuiabá - MT
Site: http://www.sbot.org.br/portal/Evento/Calendario.asp?Busca=&TipoBusca=&EventoNome=&EventoCidade=&EventoUF=&EVEN_INICIO=&EVEN_FIM=&Page=2
_____________________________________________________________

V Congresso Sul Brasileiro de Cirurgia Torácica
Data: 20 a 21 de Maio de 2010
Local: Londrina - PR
Site: http://www.sbct.org.br/?op=300&id_srv=2&id_tpc=5&nid_tpc=&id_grp=1&add=&lk=1&nti=52&l_nti=S&itg=S&st=&dst=3
_____________________________________________________________

XXI Congresso Brasileiro de Nutrição - CONBRAN
Data: 26 a 29 de maio de 2010
Local: Joinville, Santa Catarina
Site: http://www.asbran.org.br/sitenovo/agenda.php
_____________________________________________________________

III Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Acesso Vascular para Hemodiálise
Data: 28 a 29 de Maio de 2010
Local: São Paulo - SP
Site: http://www.sbacv.com.br/eventos/congressos?tipo_evento=1
_____________________________________________________________

IX Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca
Data: 10 a 12 de junho de 2010
Local: Estação Embratel Convention Center, Curitiba, PR
Site: http://departamentos.cardiol.br/geic/congresso2010/default.asp
_____________________________________________________________

XVI Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia
Data: 01 a 03 de Julho de 2010
Local: Hotel InterContinental, Rio de Janeiro - RJ
Site: http://www.sboportal.org.br/site2/index.asp
_____________________________________________________________

XVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão
Data: 04 a 07 de Agosto de 2010
Local: Centro de Convenções, Goiânia - GO
Site: http://www.sbh.org.br/sbh_profissionais.php?op=paginas&tipo=secao&secao=11&pagina=65
_____________________________________________________________

8ª Jornada de Estomatologia
Data: 06 a 07 de Agosto de 2010
Local: Fundação Otorrinolaringologia - São Paulo - SP
Site: http://www.aborlccf.org.br/conteudo/eventos.asp

21 abril 2010

Gene da obesidade também está ligado ao mal de Alzheimer

Fonte: Reuters

Uma variante de um gene da obesidade presente em mais de um terço da população norte-americana também reduz o volume do cérebro, aumentando o risco relacionado ao mal de Alzheimer, disseram pesquisadores dos EUA na última quarta-feira.

Pessoas com uma variante específica do gene chamado FTO (o gene da massa corporal e da obesidade) possuem déficits cerebrais que as tornam mais vulneráveis ao mal de Alzheimer, que provoca uma espécie de demência senil.

"O resultado básico é que esse gene tão prevalente não só aumenta uma polegada na sua cintura como também faz o seu cérebro parecer 16 anos mais velho", disse Paul Thompson, professor de neurologia da Universidade da Califórnia, Los Angeles, que participou do estudo, publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.

Todo cérebro encolhe com a idade. O estudo comparou tomografias cerebrais de mais de 2000 pessoas e encontrou consistentemente menos tecido nos cérebros das pessoas que tinham a versão "errada" do FTO.

Em comparação a um grupo de controle, pessoas com essa variante genética tinham em média 8 por cento menos tecido no lóbulo frontal - o "centro de comando" do cérebro - e 12 por cento menos nos lóbulos occipitais, a parte do cérebro que processa a visão e outros sentidos.

Thompson diz que um cérebro menos volumoso representa uma menor "reserva" para compensar a perda cognitiva caso se formem placas cerebrais associadas ao mal de Alzheimer. Um derrame também pode reduzir o tecido cerebral, esgotando as reservas do cérebro.

O risco cerebral torna ainda mais importante para os portadores do gene FTO que tenham dietas equilibradas e façam exercícios regularmente.

Um estudo de 2008 com seguidores da seita amish que tinham a variante de risco do gene FTO, mas eram fisicamente ativas, mostrou que essas pessoas tinham um peso semelhante ao dos não-portadores do gene, sugerindo que a atividade física pode compensar uma eventual pré-disposição genética à obesidade.

Pessoas com duas cópias da variante do FTO pesavam em média 3 quilos a mais e tinham cerca de 70 por cento mais propensão a serem obesas do que pessoas sem esse gene.

"Em todo o turbilhão de atividades que você faz, o exercício e a dieta com poucas gorduras estão genuinamente salvando seu cérebro de um derrame e do Alzheimer", disse Thompson.

Não há cura para o mal de Alzheimer, a forma mais comum de demência, que afeta 26 milhões de pacientes no mundo. Existem tratamentos para alguns sintomas, mas sem conter o avanço da doença - razão pela qual muitos cientistas estudam formas de prevenção.

O estudo, em inglês, está disponível no site http://www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.0910878107

20 abril 2010

Bebida alcoólica pode agravar alergias

Fonte: New York Times

A afirmação

O álcool pode piorar alergias.

Os fatos

Nariz entupido e espirros durante toda a estação da alergia? Talvez seja melhor deixar o álcool de lado. Estudos descobriram que o álcool pode causar ou piorar os sintomas comuns da asma e da febre do feno, como espirros, coceiras, dor de cabeça e tosse.

Mas o problema nem sempre é o próprio álcool. Cerveja, vinho e licor contêm histamina, produzida pela levedura e bactérias durante o processo de fermentação. A histamina, é claro, é o químico que deflagra sintomas de alergia.

Cerveja e vinho também contêm sulfitos, outro grupo de compostos conhecido por provocar asma e outros sintomas parecidos com alergia.

Num estudo realizado na Suécia, em 2005, cientistas observaram milhares de pessoas e descobriram que, em comparação com a população em geral, os participantes com diagnóstico de asma, bronquite e febre do feno tiveram muito mais tendência a apresentar espirros, nariz escorrendo e “sintomas nas vias respiratórias” depois de tomar um drinque.

Vinho branco e vinho tinto foram os elementos que mais deflagraram esses sintomas e as mulheres, por razões desconhecidas, tiveram duas vezes mais probabilidade de serem afetadas, em comparação aos homens.

Outro estudo com milhares de mulheres, publicado no jornal Clinical and Experimental Allergy em 2008, descobriu que tomar mais de duas taças de vinho por dia praticamente dobra o risco de sintomas de alergia, mesmo entre mulheres livres de alergias sazonais e perenes no início do estudo.

Também é bom buscar outros alimentos que contenham ou liberem histamina, como queijos envelhecidos, produtos em conserva ou fermentados e alimentos que contenham levedura, como pão, cidra e uvas.

Conclusão

Beber álcool pode causar ou piorar alergias, especialmente em mulheres.

18 abril 2010

Pesquisadores americanos descobrem vírus ′invisível′

Fonte: AFP

Pesquisadores americanos descobriram um vírus "invisível", chamado "citomegalovirus", capaz de neutralizar os sistemas de alerta imunitário, revela um estudo publicado.

O "citomegalovirus" está amplamente difundido entre a população e geralmente é inofensivo, mas ameaça as pessoas com sistema imunológico debilitado, o que pode ser fatal.

"O citomegalovirus pertence a um pequeno grupo de vírus capazes de reinfectar indivíduos já infectados" pelo mesmo vírus, explica o doutor Louis Picker, do Centro Nacional de Pesquisa dos Primatas, no Oregon (OHSU), e principal autor do trabalho que será publicado na revista americana "Science" em 2 de abril.

"Quando a maior parte dos vírus infecta um indivíduo, seu sistema imunológico memoriza a infecção e desenvolve imunidade, como no caso da varíola, da gripe e de várias outras doenças virais".

É também a razão pela qual as cepas debilitadas ou mortas destes vírus permitem elaborar vacinas contra estes patógenos, explica Picker. Mas no caso do citomegalovirus, o sistema imunitário não desenvolve anticorpos, o que lhe permite voltar a infectar a mesma pessoa.

Estudos realizados na OHSU com primatas infectados pelo citomegalovirus mostraram que este vírus é capaz de enganar um mecanismo chave de alerta do sistema imunitário que aciona os linfócitos T, glóbulos brancos que destroem as células infectadas.

As células infectadas têm pequenas moléculas em sua superfície que assinalam a infecção ao linfócito T, mas os citomegalovirus enganam este sistema de alerta produzindo genes que perturbam estas moléculas e neutralizam o alarme sobre o ataque à célula, destaca a pesquisa.

Os citomegalovirus infectam entre 50 e 80% da população americana até os 40 anos.

17 abril 2010

Farmácia Popular começa a oferecer remédio contra gripe H1N1

Fonte: Portal da Saúde

A partir do dia 15/04, as 530 unidades próprias do programa passaram a disponibilizar o fosfato de oseltamivir. Medicamento será gratuito para pacientes com receita médica

O fosfato de oseltamivir, remédio usado no tratamento da gripe H1N1, começa a ser oferecido gratuitamente a partir de quinta-feira (15) pelo Programa Farmácia Popular, do Ministério da Saúde. Todas as 530 unidades próprias espalhadas pelo Brasil estão abastecidas com o oseltamivir e prontas para atender à procura de pacientes com sintomas de gripe. No total, serão dois milhões de tratamentos disponíveis à população. O medicamento engrossa a lista de 107 itens oferecidos no Farmácia Popular, que conta com analgésicos, anti-hipertensivos e preservativos.

Para retirar o oseltamivir, o cidadão deve apresentar a identidade e a prescrição do medicamento emitida por médico da rede pública ou privada. A receita tem validade de cinco dias e ficará retida na unidade do Farmácia Popular. “A receita é fundamental para evitar a automedicação, a corrida às farmácias e a venda de forma indiscriminada”, justifica o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior.

O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi responsável pela produção do medicamento, a partir do princípio ativo que o Ministério da Saúde tinha em estoque. A entrega do oseltamivir para a rede do Farmácia Popular também ficará sob responsabilidade de Farmanguinhos. O laboratório enviará ao Ministério relatórios quinzenais sobre a demanda em cada uma das unidades próprias. A intenção é monitorar a procura pelo remédio e controlar a distribuição dos tratamentos, de acordo com as necessidades locais.

“Não vai faltar remédio para a população. O Farmácia Popular é só mais uma das portas de acesso ao medicamento contra a nova gripe”, ressalta José Miguel Nascimento Júnior. O oseltmivir também pode ser encontrado em postos e hospitais definidos pelas Secretarias de Saúde dos 26 estados e do Distrito Federal. Para 2010, o Ministério da Saúde tem estoque de 21,9 milhões de tratamentos adultos e pediátricos.

INDICAÇÃO ESPECÍFICA – O medicamento não é indicado para todo e qualquer caso de pessoa com sintoma de gripe. De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, o oseltamivir deve ser utilizado em pacientes com quadro de doença respiratória grave, cujo início dos sintomas tenha ocorrido no período de 48 horas. O antiviral, segundo avaliação médica, também está indicado para tratamento de pacientes com sintomas de gripe que sejam portadores de fatores de risco, como doença crônica e gravidez. Porém, segundo a orientação do fabricante, o laboratório Roche, o medicamento deve ser usado durante a gravidez somente se o benefício justificar o risco potencial para o feto.

O Ministério da Saúde alerta que as indicações de uso do medicamento se baseiam na bula do medicamento, conforme seu registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nas recomendações da Organização Mundial da Saúde e em estudos científicos. Prescrição e dispensação do medicamento fora das recomendações do Ministério ficam sob a responsabilidade conjunta do médico responsável pela prescrição e da autoridade de saúde local.

FARMÁCIA POPULAR – Criado em 2004, o Programa Farmácia Popular visa a ampliar o acesso da população a medicamentos essenciais. Os produtos são subsidiados pelo governo federal, que chega a arcar com 90% do valor. Atualmente, a rede alcança 410 municípios das 27 unidades da federação. Por mês, mais de 950 mil pessoas utilizam o serviço.

16 abril 2010

Médicos implantam prótese que ‘cresce’ em menina no Texas

Fonte: BBC Brasil

Uma menina de 9 anos foi a primeira paciente de câncer no Texas, nos Estados Unidos, a se beneficiar de um procedimento médico que permite que a prótese de um osso “cresça” sem que sejam necessárias novas cirurgias.

Morgan LaRue foi diagnosticada com osteossarcoma (um tipo de câncer que afeta os ossos) em dezembro passado e, depois de passar por quimioterapia, foi operada para a retirada de um tumor em março no Texas Children’s Cancer Center, do Texas Children's Hospital, em Houston.

No lugar do osso, os médicos colocaram uma prótese de metal que pode ser estendida magneticamente, sem a necessidade de cirurgia. Isso vai evitar que a menina passe por cerca de 10 novas cirurgias para aumentar a prótese e manter a perna esquerda da mesma altura que a direita.

Apesar de a técnica desenvolvida por médicos britânicos ser amplamente utilizada na Europa, ela ainda não foi aprovada pelas autoridades de saúde americanas, e a família de Morgan teve que pedir uma autorização especial para adotar o procedimento. Até hoje, apenas 15 pacientes passaram pelo procedimento nos Estados Unidos.

Sem a autorização, o seguro médico da menina não pagaria os custos do tratamento, nem o valor da prótese. A prótese é feita especialmente para cada paciente.

Nesta semana, ela foi ao hospital pela primeira vez desde a operação para estender a perna magneticamente.

Ao colocar a perna em uma espécie de cilindro magnético, os médicos conseguiram estender a prótese sem ter que fazer qualquer intervenção cirúrgica.

“A diferença que esta prótese faz para a Morgan é incrível”, disse o cirurgião Rex Marco, que realizou a operação. “A qualidade de vida dela será muito mais alta do que se ela tivesse que realizar cirurgias constantemente.”

“Morgan já passou por muito tratamento para seu câncer”, disse sua oncologista Lisa Wang, “e isso vai impedir que ela passe por novas e desconfortáveis cirurgias”.

O osteossarcoma é o tumor maligno ósseo mais comum na infância. Normalmente ele afeta ossos dos membros e ocorre na segunda década da vida.

Entre 60% e 70% das crianças com osteossarcoma localizado (sem evidências de que tenha se espalhado) sobrevivem à doença, depois do tratamento.

“Morgan sempre manteve a atitude de ‘eu vou vencer isso’, mesmo quando passou por uma série de sessões de quimioterapia e outros procedimentos médicos”, disse a mãe dela, Ashley LaRue.

“Ela tem sido impressionante. Estamos muito felizes porque ela não vai precisar passar por outras cirurgias apenas para estender suas pernas.”

15 abril 2010

Estudo liga grupo de carboidratos a risco de doenças cardíacas em mulheres

Fonte: BBC Brasil

Mulheres que consomem carboidratos com altos níveis glicêmicos, como pães, pizzas e arroz, podem até duplicar seu risco de doenças cardíacas. A conclusão é de um estudo com mais de 47 mil pessoas realizado na Itália.

O estudo, coordenado pela pesquisadora Sabina Sieri, da Fondazione IRCCS Instituto Nazionale dei Tumori, em Milão, analisou mais de 15 mil homens e 32 mil mulheres que tiveram sua dieta monitorada ao longo de quase oito anos.

Após esse período, 463 participantes haviam desenvolvido algum tipo de doença coronária.

Em um artigo na revista científica Archives of Internal Medicine, os pesquisadores disseram ter percebido que as mulheres que consumiram mais alimentos com alto índice glicêmico (25% da amostragem) haviam desenvolvido um risco de doenças equivalente ao dobro do risco de mulheres das 25% que consumiram carboidratos com baixo índice glicêmico, como massas.

No segundo grupo, os pesquisadores não observaram relação com o risco de doenças cardíacas.

Alimentos com alto índice glicêmico liberam energia e elevam rapidamente os níveis de açúcar no sangue e, assim, acionam mais rapidamente o pâncreas para produzir insulina.

Entretanto, os cientistas dizem que são necessárias novas pesquisas para entender por que os carboidratos com alto índice glicêmico – e não os carboidratos em si mesmos – estão ligados ao risco de doenças cardíacas, e por que este risco se aplica às mulheres, mas não aos homens.

"Um alto consumo de carboidratos a partir de alimentos com alto índice glicêmico, e não a quantidade total de carboidratos consumido, parece influenciar o risco de desenvolver doenças na artéria coronária", escreveram os cientistas.

Os pesquisadores especulam que a razão para isso possa estar ligada a um possível efeito de redução dos níveis de "colesterol bom" no sangue das mulheres.

A nutricionista Victoria Taylor, da Fundação Britânica para o Coração (British Hearth Foundation) disse que o estudo pode ajudar as mulheres a escolher os alimentos mais saudáveis para sua dieta.

"É possível diversificar os tipos de pães e cereais para incluir grãos, centeio, aveia; incluir mais feijão, lentilha, grão de bico; e acompanhar as refeições com uma boa porção de frutas e verduras."

14 abril 2010

Oleaginosos diminuem risco de Mal de Alzheimer, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Uma dieta rica em frutos oleaginosos (como castanhas, nozes e amêndoas), peixe e legumes diminui significativamente as chances de que uma pessoa desenvolva o Mal de Alzheimer, segundo um estudo publicado na revista científica Archives of Neurology.

O pesquisador Yian Gu e seus colegas do Medical Centre da Columbia University, em Nova York, Estados Unidos, analisaram as dietas de 2.148 adultos em idade de se aposentar vivendo em Nova York.

Durante os quatro anos de duração do estudo, 253 dos adultos do grupo desenvolveram o Mal de Alzheimer.

Quando os pesquisadores estudaram em detalhe as dietas de todos os participantes no estudo, perceberam um padrão.

Adultos cujas dietas incluíam mais frutos oleaginosos, peixe, aves, frutas e verduras e menos laticínios gordurosos, carne vermelha e manteiga apresentaram muito menos chances de sofrer de demência.

Influência

Os pesquisadores acreditam que o segredo esteja nos diferentes níveis de nutrientes específicos que essa combinação de alimentos oferece.

Por exemplo, dietas ricas em ácidos graxos (como Ômega 3), vitamina E e folatos (como o ácido fólico), mas pobres em gorduras saturadas, parecem ser as melhores.

Há muito se suspeita de que nutrientes podem influenciar os riscos de demência.

Os folatos reduzem os níveis do aminoácido homocisteína (que foi associado, em estudos anteriores, ao Mal de Alzheimer) na circulação sanguínea.

Da mesma maneira, a vitamina E pode oferecer proteção devido ao seu forte efeito antioxidante.

Por outro lado, ácidos graxos saturados e monoinsaturados podem aumentar os riscos de demência ao encorajar a formação de coágulos no sangue, dizem os pesquisadores.

Comentando o estudo, Rebecca Wood, diretora-executiva do Alzheimer's Research Trust, disse: "Entender a conexão entre dieta e os riscos de demência pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças como o Mal de Alzheimer em algumas pessoas".

"Adaptar nosso estilo de vida à medida em que ficamos mais velhos - fazendo exercícios regularmente, prestando atenção à nossa dieta e mantendo uma vida social ativa - pode reduzir os riscos de demência".

"Mas infelizmente", acrescentou Wood, "não há dieta ou estilo de vida que elimine esses riscos por completo".

Na opinião da especialista, com 35 milhões de pessoas sofrendo de demência no mundo hoje, é importante que as pesquisas sejam direcionadas para a criação de novos tratamentos.

13 abril 2010

Otimismo incentiva resposta imunológica a infecções, sugere estudo

Fonte: BBC Brasil

Expectativas positivas em relação ao futuro podem fortalecer o sistema imunológico, segundo uma pesquisa científica realizada nos Estados Unidos.

O estudo, conduzido pelas especialistas em psicologia clínica Suzanne Segerstrom, da Universidade de Kentucky e Sandra Sephton, da Universidade de Louisville, analisou as expectativas de estudantes de direito em relação ao futuro afetaram sua resposta imunológica.

Estudos anteriores já haviam concluído que as pessoas que são otimistas em relação à saúde em geral respondem melhor a tratamentos médicos. Foi constatado, por exemplo, que pacientes de transplante cardíaco com perspectivas positivas em relação ao resultado da operação, normalmente se recuperam melhor da cirurgia.

Mas não se sabia ao certo até que ponto uma postura otimista geral afeta a saúde, ou se o pessimismo torna alguém menos saudável.

Neste estudo, as pesquisadoras recrutaram 124 estudantes do primeiro ano do curso de direito, antes do início das aulas.

Os alunos foram avaliados cinco vezes durante seis meses e, a cada vez, respondiam perguntas sobre o quão otimistas se sentiam em relação ao curso.

Os alunos então recebiam uma injeção para provocar, no local da incisão, uma reação imunológica.

Dois dias depois eles retornavam para que a reação fosse avaliada. Quanto maior o calombo provocado na pele, mais forte tinha sido a resposta imunológica.

Nesta experiência foi medida apenas a resposta da parte do sistema imunológico que reage a infecções virais e a algumas infecções bacterianas.

As cientistas constataram que a resposta variava em um mesmo aluno à medida que sua percepção sobre o sucesso do curso mudava. Nos momentos de mais otimismo, os estudantes apresentavam respostas mais fortes, em épocas mais pessimistas, a resposta imunológica era mais fraca.

A conclusão das autoras do estudo, publicado na revista especializada Psychological Science, é que o otimismo em relação a um objetivo específico importante na vida de uma pessoa pode ajudá-la a incrementar sua imunidade contra algumas infecções.

Suzanne Segerstrom, no entanto, não aconselha as pessoas a adotarem expectativas irrealistas em relação ao futuro para melhorar sua imunidade.

"Mas uma visão um pouco mais positiva do futuro ajuda", diz ela.

12 abril 2010

Novos testes podem confirmar eficácia de vacina contra câncer de pele

Fonte: BBC Brasil

Cientistas dos Estados Unidos estão iniciando novos testes com uma vacina normalmente utilizada para combater o herpes e que mostrou ter efeitos positivos no tratamento do melanoma, o tipo mais perigoso de câncer de pele.

Os especialistas do centro médico da Rush University, em Chicago, já realizaram duas fases de testes com a vacina, chamada OncoVEX.

Na segunda fase, dos 50 pacientes submetidos ao tratamento, oito se recuperaram completamente do câncer, enquanto outros quatro tiveram uma reação positiva parcial e puderam se curar com uma cirurgia.

Pacientes com estágios avançados do câncer de pele costumam ter um prognóstico ruim de sobrevivência. Por isso, tal resultado foi considerado bom pelos cientistas.

"Atualmente existem poucas alternativas de tratamento para pacientes com melanoma avançado, nenhuma delas satisfatórias. Por isso oncologistas ficaram muito animados com os resultados obtidos", disse Howard Kaufman, diretor do programa de câncer da Rush University e chefe da equipe que realiza os testes.

Descoberta acidental

Cientistas descobriram que a OncoVEX tinha efeito sobre tecido canceroso quando a vacina foi acidentalmente aplicada em uma amostra de células de tumor.

A vacina inclui um vírus que foi modificado e convertido em um agente que atinge essas células sem afetar células saudáveis.

A droga também possui agentes biológicos que ajudariam a resposta do sistema imunológico ao melanoma.

Segundo, a Rush University, a vacina é injetada diretamente nas lesões.

"O que nos surpreendeu e incentivou foi o fato de a vacina ter funcionado não somente nas células injetadas, mas também em lesões em outras partes do corpo que não poderíamos alcançar", afirmou Kaufman.

"A vacina gerou uma resposta imunológica que circulou pela corrente sanguínea até locais remotos."

A terceira fase dos testes deve envolver 430 pacientes em todos os Estados Unidos. Cada um vai receber uma injeção nos tumores a cada duas semanas por até 24 sessões, e será acompanhado por dois anos.

O melanoma é o tipo mais raro, mas mais letal de câncer de pele, por causa da alta possibilidade de metástase.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer brasileiro, em 2008 houve uma média de aproximadamente 6 mil novos casos, entre homens e mulheres.

11 abril 2010

Dieta rica em sushi pode modificar genes da flora intestinal humana, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Uma dieta rica em comida japonesa, como os tradicionais sushis, pode transferir genes de bactérias marinhas para a flora intestinal humana, permitindo a absorção de nutrientes que de outra forma o corpo humano não conseguiria digerir, indica um estudo publicado na revista científica Nature.

Segundo os pesquisadores da Universidade Pierre et Marie Curie (UPMC), em Paris, ao comer as algas, as pessoas também ingerem bactérias marinhas que contêm o código genético para secretar uma enzima digestiva capaz de "quebrar" as algas em moléculas menores.

Os cientistas apontam que esses gentes são benéficos para o ser humano, porque permitem a absorção de nutrientes das algas que provavelmente não poderiam ser digeridos de outra forma.

Para os especialistas, a descoberta mostra que os alimentos e a maneira como os preparamos têm o potencial de influenciar a flora intestinal do homem.

Em outro artigo publicado na mesma edição da Nature, o microbiologista americano Justin Sonnenburg, da Universidade de Stanford, destaca que o estudo francês mostra ainda a importância de as bactérias da flora humana se adaptarem às constantes mudanças da nossa dieta e nosso ambiente.

Flora

A equipe de cientistas da UPMC, liderada por Jan-Hendrik Hehermann, conseguiu isolar uma nova enzima digestiva encontrada em bactérias que vivem nas algas vermelhas Porphyra, entre as quais está o nori, usado nos sushis.

Examinando centenas de bases de dados genéticas para tentar descobrir onde mais poderiam encontrar essa enzima, os cientistas a acharam em bactérias intestinais de um grupo de 13 japoneses.

"Cinco dessas 13 pessoas tinham este mesmo gene em sua flora intestinal. E o resto apresentou genes similares que codificam enzimas semelhantes", explicou Mirjam Czjzek, também da UPMC.

"Quando examinamos o estudo genômico da flora intestinal de um grupo de americanos, vimos que nenhum deles apresentou o mesmo gene."

Segundo Czjzek, a rota "mais provável" para as bactérias marinhas chegarem ao intestino é a ingestão das algas.

Estudo liga 'visões antes da morte' a altos níveis de CO2 no sangue

Fonte: BBC Brasil

Cientistas acreditam ter encontrado a explicação para os relatos feitos por pessoas que estiveram perto da morte, de visões como uma "luz no fim do túnel" ou de imagens dos momentos vividos desfilando como um filme diante dos olhos.


A equipe da Universidade de Maribor, na Eslovênia, examinou as informações de 52 pacientes durante o momento de uma parada cardíaca, e concluiu que esses fenômenos se devem aos altos níveis de dióxodo de carbono (CO2) presentes no sangue naquele exato momento, por conta da suspensão da respiração.

Os níveis elevados deste composto químico foram registrados em 11 pacientes que relataram ter vivido experiências do tipo, segundo um artigo na revista científica Critical Care.

Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.

Entre as experiências relatadas por pacientes que estiveram próximos da morte estão a visão de um túnel ou uma luz forte, uma entidade mística e até a sensação de "sair do próprio corpo". Outros relatam apenas uma sensação de paz e tranquilidade

Na cultura popular, esses fenômenos são atribuídos à religião ou às drogas. Mas, para a equipe eslovena, o estudo oferece uma explicação mais consolidada de por que tantos pacientes que sobrevivem a uma parada cardíaca relatam estas sensações.

Estima-se que entre 10% e 25% dos pacientes que sofrem de paradas cardíacas vivenciam algo semelhante.


A anoxia – a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio – é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente. Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno.

Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.

Outros experimentos já mostraram que inalar dióxodo de carbono pode levar alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.

O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.

"Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas”, disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis.

"Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor."

O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenómenos semelhantes, descreveu as conclusões como "interessantes".

"Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade", disse.

"As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los."

Menos de 15% da população pratica atividade física com regularidade

Fonte: Agência Brasil

Apenas 14,7% dos brasileiros praticam atividades físicas com a regularidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), durante 30 minutos diários, cinco vezes por semana, indica pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde.

O estudo também mostra que chega a 16,4% o índice de sedentarismo no país - percentual de pessoas que não fazem nenhuma física, nem mesmo durante o deslocamento para o trabalho ou na limpeza da casa.

Nos períodos de descanso, os dados indicam que é a televisão o que mais distrai o brasileiro - 25,8% dos adultos passam pelo menos três horas em frente à TV durante cinco dias da semana ou mais. "É um lazer sedentário", avaliou a coordenadora-geral de Doenças a Agravos Não Transmissíveis do ministério, Deborah Malta.

Para ela, os níveis representam um alerta, sobretudo se for considerado o baixo consumo de frutas e hortaliças e a elevada ingestão de carnes gordurosas e refrigerantes.