Fonte: Agência USP
Até julho, será testada no Brasil uma nova técnica para diagnóstico de diabetes, HIV, malária e doenças relacionadas ao mau funcionamento do sistema renal. O dispositivo, composto de papel, reagentes químicos e tinta especial, consegue identificar níveis de glicose e proteínas na urina, em no máximo 30 minutos.
O resultado é mostrado em cores e pode ser enviado a um profissional habilitado por uma foto de celular, completando o ciclo de avaliação. O mesmo procedimento pode ser aplicado a outras situações e tem princípios semelhantes aos dos testes de gravidez encontrados nas farmácias.
A técnica foi desenvolvida por um grupo de pesquisa da Universidade de Harvard, Estados Unidos, do qual o professor Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, faz parte. Foi ele que trouxe o método para o Brasil. Os primeiros testes serão realizados na cidade de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe. Um agente do Programa Saúde da Família irá de casa em casa e fará os diagnósticos.
Baixo custo
Além do tempo reduzido para se obter os resultados, Carrilho ressalta que o custo é bem mais barato, considerando os materiais utilizados nos testes. “Além disso, a aplicação permitirá futuramente verificar doenças endêmicas. As vantagens da técnica podem facilitar o governo de países mais pobres no planejamento das políticas de saúde pública”, diz o professor.
Carrilho está preparando em torno de mil dispositivos para os exames. No segundo semestre, está previsto que os dispositivos sejam feitos nos centros de pesquisa locais. De acordo com o professor, outra vantagem da técnica é a facilidade de uso. “A ideia é que qualquer pessoa tenha acesso à tecnologia”, ressalta.
O diagnóstico é feito a partir de um papel poroso e inerte. Em suas zonas de detecção, são colocados reagentes em microquantidades, que podem ser uma enzima, um anticorpo e outras espécies químicas que reagem seletivamente com a substância de interesse do sangue ou da urina. Segundo Carrilho, esses reagentes já são conhecidos pelos especialistas, pois são usados nos exames médicos atualmente empregados em laboratório clínicos.
O dispositivo do papel permite fazer em alguns instantes o diagnóstico ao se observar a sua coloração após a reação química. Atualmente, os laboratórios brasileiros precisam coletar grande quantidade de amostras, ter espaço para geladeiras, além de inúmeros tubos de ensaio e equipamentos caros e a espera pelo resultado leva pelo menos um dia. Em alguns casos, até meses.
Tinta especial
Segundo Carrilho, o que colabora para eficácia da tecnologia é a utilização de uma tinta sólida especial, feita a base de cera, que é impressa no papel. A cera funciona como um solvente hidrofóbico, ou seja, que não se mistura com a água, e isso impede que a amostra se espalhe pelo papel sem controle.
“A reação do reagente com outra substância é feita em líquido, que contém água. A cera impressa no papel impede que a água se espalhe, o que conduzirá a mostra até o ponto desejado do papel”, descreve o professor. Isso facilita a observação do papel e permite analisar quantas substâncias reagiram.
De acordo com Carrilho, a tecnologia pode ser aplicada para diversos exames, inclusive diagnóstico de HIV. Além disso, o professor acrescenta que seu grupo de pesquisa de São Carlos está estudando a utilização do papel para outros fins, como para a detecção de metais pesados em análise de poluição e testes para qualidade de água e alimentos.
O trabalho original da tecnologia surgiu em 2007, elaborada por um grupo de pesquisa de Harvard, com a participação de Carrilho. De 2007 para cá, houve outros experimentos, estudando as possíveis aplicações da tecnologia.
Ao trazê-la para o Brasil, o professor do IQSC continua a desenvolver novos dispositivos do papel com seus alunos. “Vi que a tecnologia tinha uma aplicação direta com o Brasil e resolvi adaptá-la à realidade do País. Simplifiquei alguns aspectos do processo para poder ampliar o público atingido”, conta Carrilho.
Até julho, será testada no Brasil uma nova técnica para diagnóstico de diabetes, HIV, malária e doenças relacionadas ao mau funcionamento do sistema renal. O dispositivo, composto de papel, reagentes químicos e tinta especial, consegue identificar níveis de glicose e proteínas na urina, em no máximo 30 minutos.
O resultado é mostrado em cores e pode ser enviado a um profissional habilitado por uma foto de celular, completando o ciclo de avaliação. O mesmo procedimento pode ser aplicado a outras situações e tem princípios semelhantes aos dos testes de gravidez encontrados nas farmácias.
A técnica foi desenvolvida por um grupo de pesquisa da Universidade de Harvard, Estados Unidos, do qual o professor Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP, faz parte. Foi ele que trouxe o método para o Brasil. Os primeiros testes serão realizados na cidade de Santa Luzia do Itanhy, Sergipe. Um agente do Programa Saúde da Família irá de casa em casa e fará os diagnósticos.
Baixo custo
Além do tempo reduzido para se obter os resultados, Carrilho ressalta que o custo é bem mais barato, considerando os materiais utilizados nos testes. “Além disso, a aplicação permitirá futuramente verificar doenças endêmicas. As vantagens da técnica podem facilitar o governo de países mais pobres no planejamento das políticas de saúde pública”, diz o professor.
Carrilho está preparando em torno de mil dispositivos para os exames. No segundo semestre, está previsto que os dispositivos sejam feitos nos centros de pesquisa locais. De acordo com o professor, outra vantagem da técnica é a facilidade de uso. “A ideia é que qualquer pessoa tenha acesso à tecnologia”, ressalta.
O diagnóstico é feito a partir de um papel poroso e inerte. Em suas zonas de detecção, são colocados reagentes em microquantidades, que podem ser uma enzima, um anticorpo e outras espécies químicas que reagem seletivamente com a substância de interesse do sangue ou da urina. Segundo Carrilho, esses reagentes já são conhecidos pelos especialistas, pois são usados nos exames médicos atualmente empregados em laboratório clínicos.
O dispositivo do papel permite fazer em alguns instantes o diagnóstico ao se observar a sua coloração após a reação química. Atualmente, os laboratórios brasileiros precisam coletar grande quantidade de amostras, ter espaço para geladeiras, além de inúmeros tubos de ensaio e equipamentos caros e a espera pelo resultado leva pelo menos um dia. Em alguns casos, até meses.
Tinta especial
Segundo Carrilho, o que colabora para eficácia da tecnologia é a utilização de uma tinta sólida especial, feita a base de cera, que é impressa no papel. A cera funciona como um solvente hidrofóbico, ou seja, que não se mistura com a água, e isso impede que a amostra se espalhe pelo papel sem controle.
“A reação do reagente com outra substância é feita em líquido, que contém água. A cera impressa no papel impede que a água se espalhe, o que conduzirá a mostra até o ponto desejado do papel”, descreve o professor. Isso facilita a observação do papel e permite analisar quantas substâncias reagiram.
De acordo com Carrilho, a tecnologia pode ser aplicada para diversos exames, inclusive diagnóstico de HIV. Além disso, o professor acrescenta que seu grupo de pesquisa de São Carlos está estudando a utilização do papel para outros fins, como para a detecção de metais pesados em análise de poluição e testes para qualidade de água e alimentos.
O trabalho original da tecnologia surgiu em 2007, elaborada por um grupo de pesquisa de Harvard, com a participação de Carrilho. De 2007 para cá, houve outros experimentos, estudando as possíveis aplicações da tecnologia.
Ao trazê-la para o Brasil, o professor do IQSC continua a desenvolver novos dispositivos do papel com seus alunos. “Vi que a tecnologia tinha uma aplicação direta com o Brasil e resolvi adaptá-la à realidade do País. Simplifiquei alguns aspectos do processo para poder ampliar o público atingido”, conta Carrilho.
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