Fonte: BBC Brasil
Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o número de mortes por malária caiu em 20% no mundo todo na última década.
O novo relatório afirma que um terço dos 108 países em que a malária era endêmica estão no caminho da erradicação da doença dentro de dez anos.
E, segundo especialistas, se os países continuarem a cumprir as metas de erradicação, mais três milhões de vida poderão ser salvas até 2015.
No entanto, o documento afirma que, na região das Américas, apenas quatro países, Brasil, Colômbia, Haiti e Peru, foram os responsáveis por 90% dos 526 mil casos de malária registrados em 2009.
Robert Newman, diretor do Programa Mundial de Malária da OMS, disse que os dados gerais comprovam a eficácia dos programas de combate à doença.
"Melhor diagnóstico, exames e vigilância forneceram um quadro mais claro de onde estamos e mostraram que há países eliminando a malária em todas as regiões endêmicas do mundo", disse Newman em uma conferência internacional sobre a doença em Seattle, Estados Unidos.
"Sabemos que podemos salvar vidas com as ferramentas que temos hoje", acrescentou.
Em 2009, 781 mil pessoas morreram devido à malária. A doença transmitida por mosquito tem maior incidência na região da África subsaariana, onde ocorreram 85% das mortes por malária, a maioria de crianças abaixo de cinco anos.
Em 2000, 985 mil pessoas morreram da doença.
Desde 2007, doença foi erradicada de três países: Marrocos, Turcomenistão e Armênia.
Avanços na América
O relatório destacou alguns países na região das Américas, afirmando que a transmissão da malária ocorre em 23 países e territórios da região, com quase 20% da população total exposta a algum grau de risco.
Quatro destes países, Argentina, El Salvador, México e Paraguai, já entraram na fase de eliminação ou pré-eliminação da doença. Os casos relatados na região tiveram uma grande queda, de 1,18 milhão de casos em 2000 para 526 mil em 2009.
O relatório da OMS afirma ainda que Brasil, Colômbia, Haiti e Peru são os responsáveis por 90% dos casos em 2009.
O documento da OMS ainda cita Brasil, Colômbia e Guiana como os três países que tiveram as menores reduções dos números casos confirmados de malária, entre 25% e 50%, entre 2000 e 2009.
Mas, a OMS elogia as iniciativas brasileiras, afirmando que o "Brasil estendeu muito a disponibilidade de diagnóstico e tratamento através de uma rede de mais de 40 mil funcionários de saúde que alcançam residências individualmente".
A OMS destacou ainda os 11 países da região onde ocorreram reduções de mais de 50% no número de casos relatados entre 2000 e 2009: Argentina, Belize, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Bolívia e Suriname.
Erradicação global
A OMS lançou uma campanha de erradicação global da malária em 1955, que conseguiu eliminar a doença em 16 países e territórios.
Mas, depois de duas décadas, a organização decidiu se concentrar em um objetivo menos ambicioso, de controlar a malária. Até 1987 outros oito países foram declarados livres da malária.
Nos últimos anos, o interesse na erradicação da malária ressurgiu como um objetivo de longo prazo.
A OMS estima que a malária causa perdas econômicas significativas e pode diminuir o Produto Interno Bruto em até 1,3% em países com altos níveis de transmissão.
Nos países mais afetados pela doença, a malária é responsável por até 40% dos gastos de saúde pública, 30% a 50% das internações e até 60% das visitas de pacientes a clínicas.
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