12 março 2010

Cerca de 15% dos brasileiros ainda fumam

Fonte: JB Online

Uma pesquisa realizada pelo International Tobacco Control (ITC) em 20 países e divulgada esta semana aponta que os brasileiros são os que mais se arrependem de ter começado a fumar: 91% dos fumantes do Brasil carregam, além do cigarro, um sentimento de culpa, e mais da metade - 51% - disseram que pretendem abandonar o hábito nos próximos seis meses.

No Brasil, a pesquisa ouviu 1.826 pessoas - das quais 1.211 fumantes - em três cidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, entre abril e junho do ano passado.

A pesquisa revela também que a prevalência do tabagismo no Brasil apresentou uma redução de 33% em 1989 para 15% em 2008 - 19% para homens e 12% para mulheres. Entre os fumantes, cerca de 82% admitiram que o cigarro já causou algum problema de saúde, e 63% apoiam tanto as campanhas quanto as leis contra o fumo.

Para a supervisora de controle de câncer do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Cristina Perez, a pesquisa mostrou que as leis e iniciativas brasileiras, como advertências sanitárias com imagens nas embalagens de cigarros, têm sido eficazes em influenciar os fumantes a pensarem sobre os riscos à saúde causados pelo tabagismo, mas que o país pode avançar ainda mais no controle do tabaco.

- Com certeza um ambiente livre da fumaça do cigarro é um campo que precisamos avançar no Brasil. Estamos atrasados nesse ponto. É importante que as pessoas saibam o que é uma lei de proteção. Temos que continuar avançando na proteção das pessoas. Que pessoas deixem de fumar, tenham vidas mais saudáveis. Fumar em ambientes fechados é uma coisa que já é ultrapassada no mundo inteiro - diz Cristina Perez.

Legislação

Ecoando os sentimentos de Cristina, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou um projeto de lei que proíbe fumódromos em todo o país. A proposta tem o apoio do Ministério da Saúde, e proibiria o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público.

O projeto segue agora para a Comissão de Assuntos Sociais, e de lá, para apreciação da Câmara dos Deputados. Se receber modificações na Câmara, a matéria volta para o Senado e assim sucessivamente, até que as duas Casas cheguem a um consenso.

A lei federal em vigor proíbe o fumo em recintos coletivos fechados, como bares e restaurantes, mas permite fumar nos chamados fumódromos - áreas destinadas exclusivamente aos fumantes. O novo projeto proibiria esses recintos.

A Organização Mundial de Saúde recomenda ambientes 100% livres de fumo como a única maneira de evitar o tabagismo passivo. De acordo com um estudo realizado pelo Inca em 2008, os não fumantes que são submetidos ao tabagismo passivo têm 30% de chance a mais de desenvolver câncer de pulmão, e 24% de chance a mais de desenvolverem doenças cardiovasculares. A maioria das mortes - 60,3% - atribuíveis ao fumo passivo ocorre entre mulheres.

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