17 outubro 2010

Estresse da mãe pode piorar sintomas de asma das crianças, diz estudo

Fonte: BioPsychoSocial Medicine

Além de o estresse atrapalhar a saúde e qualidade de vida da mulher, ele pode acabar afetando também a saúde das pessoas mais próximas, principalmente dos filhos pequenos. Segundo recente estudo japonês publicado na edição de outubro da revista BioPsychoSocial Medicine, o estresse materno e seu comportamento podem piorar os sintomas de asma das crianças.

Acompanhando, por um ano, 223 mães, os pesquisadores observaram que aquelas que estavam, frequentemente, nervosas ou irritadas e aquelas que não expressavam as suas emoções em situações estressantes pareciam piorar os sintomas de asma de seus filhos, especialmente quando a criança era mais nova. De acordo com os pesquisadores, interferência demais da mãe para proteção do filho estaria associada com a piora dos sintomas de asma em crianças com sete anos ou mais. E, para os menores, o que mais afetaria a severidade da asma seria irritação e raiva crônica da mãe.

“Diferentes tipos de comportamentos dos pais para enfrentamento do estresse e os estilos de cuidar dos filhos podem, de forma diferente, predizer o status asmático das crianças, e tais associações podem mudar com o crescimento das crianças”, destacaram os autores. “O estresse materno - ou seu bem estar - pode ser verbalmente ou não-verbalmente transmitido para a criança, e afeta o status asmático da criança por mecanismos psicofisiológicos, como pela imunorreatividade a alérgenos ou uma vulnerabilidade a infecções aéreas”, acrescentou o pesquisador Jun Nagano, que coordenou o estudo.

Azeite de oliva pode ajudar no combate à obesidade, aponta pesquisa

Fonte: BBN Brasil

Enquanto dietas ricas em gorduras saturadas são associadas à obesidade, outro tipo de gordura - conhecido por ácidos graxos monoinsaturados -, encontrado no azeite de oliva, é capaz de trazer sensação de saciedade, evitando comer mais do que o necessário, o que ajuda a combater o excesso de peso, segundo recente estudo da Universidade de Campinas (Unicamp).

De acordo com os pesquisadores, a ingestão excessiva de gorduras saturadas promove lesão de uma região do cérebro chamada hipotálamo, responsável pelo controle da fome e do gasto energético. Sendo assim, as pessoas expostas a essa dieta passam a consumir mais calorias do que gastam, tornando-se obesas. Por outro lado, a gordura presente no azeite pode impedir essa inflamação, além de aumentar a produção do hormônio GLP1 no intestino, promovendo a saciedade e ajudando a evitar a obesidade.

Além de ser usado contra a obesidade, o azeite também tem ação antioxidante - que ajuda a retardar o envelhecimento da pele -, reduz o colesterol e previne doenças cardiovasculares. Outros alimentos que também possuem os bons ácidos graxos são o óleo de canola, óleo de amendoim, amendoins, nozes, amêndoas e abacate.

As nutricionistas Thaís Souza e Natália Lautherbach, que não participaram da pesquisa, destacam que o ideal é consumir em torno de 15 ml a 30 ml por dia de azeite de oliva, que pode ser acrescido em saladas ou no prato já servido. Elas lembram que o azeite não deve ser aquecido, pois isso faz com que a boa gordura se transforme em saturada, o que não é bom para o organismo. Outra recomendação importante é que é preciso aliar o uso do azeite de oliva com um estilo de vida saudável e atividades físicas.

Paciente recebe primeiro stent biodegradável na Grã-Bretanha

Fonte: BBC Brasil

Um morador de Leicester foi o primeiro paciente cardíaco da Grã-Bretanha a receber um stent biodegradável para tratar o entupimento em suas veias.

Shabir Makda, de 52 anos de idade, foi o primeiro paciente a se submeter à cirurgia para aplicação do novo dispositivo.

A cada ano, cerca de 85 mil pacientes têm um stent – uma espécie de tela metálica - inserido em suas artérias entupidas.

Esses dispositivos mantêm as artérias abertas e liberam medicamentos para evitar novos entupimentos.

O novo stent – feito à base de amido de milho – tem o mesmo papel, mas eventualmente se dissolve cerca de dois anos depois de a artéria ter sido reparada.

Os stents de metal, em comparação, permanecem nas artérias a menos que sejam removidos cirurgicamente.

O uso de stents para tratar entupimentos arteriais é hoje um procedimento muito mais comum para tratar angina do que a cirurgia de ponte safena.

Os stents normalmente são inseridos na artéria depois de uma angioplastia, uma cirurgia para desobstrução de veias ou artérias.

Primeiro paciente da Grã-Bretanha

Depois de cerca de um ano, quando a artéria já está reparada, o stent começa a se dissolver, se transformando em dióxido de carbono e água.

O procedimento foi realizado pelo cardiologista Tony Gershlick, do Glenfield Hospital, em Leicester. Ele disse que a operação foi um sucesso e que representava "uma evolução animadora”.

“Por enquanto os testes clínicos ainda estão em andamento, mas acredito que, no futuro, poderemos ver este como um momento chave no modo como tratamos pacientes de doenças coronárias.”

O paciente, Shabir Makda, é motorista de ônibus em Leicester. Ele sofria de dores no peito regularmente quando trabalhava e espera que isso agora seja coisa do passado.

“É excitante ser o primeiro paciente a receber este stent.”

“Quero voltar logo ao trabalho em duas semanas. Planejo levar uma vida mais saudável e começar a correr.”

Testes promissores

O stent biodegradável é fabricado pela empresa Abbott e está sendo testado em vários países europeus, além da Austrália e Nova Zelândia.

A fabricante afirma que, até agora, os resultados dos testes do produto chamado ABSORB são bastante promissores.

Em um projeto de pesquisa anterior, alguns pacientes britânicos receberam stents de magnésio, que também se dissolvem com o tempo.

O stent biodegradável de amido também libera medicamentos para evitar que a artéria se estreite – um dos problemas associados à colocação de stents.

A British Heart Foundation (Fundação Cardíaca Britânica, em tradução livre), afirmou que são necessários pelo menos cinco anos de testes clínicos antes que se possa dizer se os stents biodegradáveis oferecem alguma vantagem sobre os stents de metal.

Peter Weissberg, cardiologista e diretor médico da BHF, descreveu a chegada dos stents biodegradáveis como “um movimento apropriado na direção certa”.

Mas ele afirmou que os novos stents certamente serão mais caros do que os convencionais, e isso levantaria questões sobre se os benefícios compensam o custo extra.

Inca recomenda sete ações para reduzir número de mortes por câncer de mama

Fonte: Agência Brasil

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgou na última sexta-feira (15) sete recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no país. Apesar dos avanços científicos e da expansão da rede de saúde, a doença atinge 49,2 mil brasileiras por ano, causando 11 mil mortes anuais.

O diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Santini, alertou que, além de seguir as recomendações do instituto, a principal atitude da mulher para combater a doença ainda é a consulta médica regular e precoce, desde o início da adolescência.

“Desde quando a mulher entra na puberdade, é fundamental que ela tome consciência de seu próprio corpo. Está comprovado, cientificamente, que quanto mais cedo é feito o diagnóstico, melhor a chance de cura, maior o tempo de sobrevida e melhor a qualidade de vida.”

Santini ressaltou a necessidade de os médicos qualificarem o atendimento, realizando sempre ações que promovam a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, independentemente do tipo de consulta prestada.

Para ele, o Brasil é bem servido por mamógrafos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país tem 3,4 mil amógrafos, o que significa um aparelho para cada 55,8 mil habitantes. Ainda assim, o total de aparelhos é inferior ao número de municípios brasileiros, que é de 5.565, o que significa que ainda há muitas cidades que não oferecem o serviço às mulheres.

De acordo com o Inca, os maiores índices de mortalidade por câncer de mama no país são registrados nos estados do Rio de Janeiro, 16,80 por 100 mil habitantes e do Rio Grande do Sul, 15,54 por 100 mil, no Distrito Federal, 15,40 por 100 mil, e no estado de São Paulo, 14,65 por 100 mil. A explicação para os maiores índices justamente nos estados mais desenvolvidos é que a doença aumenta segundo o avanço da idade da população, que viveria mais nesses estados.

O Inca recomenda que toda mulher tenha amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama; fique alerta para os primeiros sinais e sintomas da doença e procure avaliação médica; que as que apresentarem nódulo palpável na mama e outras alterações suspeitas recebam diagnóstico no prazo máximo de 60 dias eque as que tenham idade entre 50 e 69 anos façam mamografia a cada dois anos.

Além disso, o Inca recomenda que todo serviço de mamografia participe de programa de qualidade e que a qualificação, quando obtida, seja exibida em local visível; que toda mulher saiba que o controle do peso corporal e da ingestão de álcool, além [do incentivo] da amamentação e da prática de atividades físicas são formas de prevenir o câncer de mama e que a terapia de reposição hormonal, quando indicada na pós-menopausa, seja feita sob rigoroso acompanhamento médico, pois aumenta o risco da doença.

As recomendações do Inca fazem parte da campanha mundial conhecida como Outubro Rosa, que é realizada em vários países, a fim de alertar as mulheres para a necessidade de prevenção e diagnóstico do câncer de mama.

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16 outubro 2010

Brasil produzirá novo medicamento com base biotecnológica

Fonte: Portal da Saúde - Ministério da Saúde

Acordo de R$ 1,25 bilhão transfere tecnologia entre multinacional americana e laboratório do Ministério da Saúde. Economia para o país será de R$ 70 milhões

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou, um acordo de R$ 1,25 bilhão para a transferência de tecnologia em biotecnologia entre a multinacional americana Pfizer, a israelense Protalix e o Ministério da Saúde, por meio do laboratório público Biomanguinhos. Em cinco anos, o medicamento para o tratamento da doença de Gaucher, taliglucerase alfa, passará a ser produzido pelo laboratório brasileiro. O valor representa o total de compras para o tratamento dos pacientes atendidos pelo SUS (R$ 250 milhões por ano). O acordo, portanto, garante a aquisição do produto, a transferência de tecnologia e deve gerar uma economia de R$ 70 milhões aos cofres públicos no período. A Pfizer detém os direitos comerciais do produto em todo o mundo, exceto em Israel.

Temporão está nos Estados Unidos, onde comanda uma missão empresarial para incentivar investimentos e parcerias do setor produtivo dos EUA com o complexo industrial da saúde do Brasil. “O mais importante dessa parceria é tipo de conhecimento embutido. O medicamento, taliglucerase alfa, é uma enzima, ou seja, produzido por um processo biológico. A partir do domínio dessa plataforma de produção, o Brasil se capacita a produzir outros produtos do gênero”, afirma o ministro.

Um dos principais problemas que o país vivencia hoje, explica o ministro, é a dependência de tecnologia e conhecimento na produção de insumos para a saúde. Ele explica que, nos últimos anos, metade dos registros dos medicamentos inovadores tinha a biotecnologia como base tecnológica. Desta forma, entende-se que a área aponta para a nova trajetória do setor e a principal aposta deste mercado.

A produção do medicamento em território brasileiro é estratégica para o tratamento dos pacientes diagnosticados com a doença de Gaucher. Até agosto, o único medicamento com registro no Brasil e que poderia ser comprado pelo governo federal para atender a esses pacientes era a imiglucerase. Contudo, o remédio está em falta em todo o mundo desde que o único produtor mundial (a Genzyme) comunicou, em julho de 2009, a suspensão temporária da fabricação do remédio depois de contaminação de seus equipamentos por um vírus. Para isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu autorização antecipada de compra e distribuição da taliglucerase alfa antecipadamente. A expectativa é que o registro final deve ocorrer em fevereiro, assim como em países como os Estados Unidos.

“Ao longo dos cinco anos de vigência do acordo, o Ministério da Saúde economizará R$ 70 milhões. Estamos utilizando o poder de compra do governo federal para garantir a assistência aos pacientes, para capacitar o país em tecnologia e para gerar economia aos cofres públicos”, afirmou Reinaldo Guimarães, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. Segundo ele, outras negociações estão em curso com empresas americanas. Com a MSD (Merck & CO.), por exemplo, está sendo negociado a transferência de tecnologia do medicamento Raltegravir, que foi introduzido no coquetel contra aids oferecido pelo SUS, em 2009. O acordo se aproxima dos R$ 250 milhões por ano. O medicamento tem patente válida até 2019, e o processo de transferência de tecnologia deve terminar quatro anos antes, sendo, portanto, uma importante contribuição para garantir a sustentabilidade do programa DST/Aids do Brasil.

Outras três parcerias público-privadas foram anunciadas nesta terça-feira. Trata-se de medicamentos para esclerose múltipla (BetaInterferona 1ª, parceria entre Ache – Biosintética e Biomanguinhos), antiasmático (Formoterol + Budesonida, parceira entre Chemo e Farmanguinhos) e imunosupressor (Sirolimo, parceria entre a Libbs e Farmanguinhos). Todas somam R$ 350 milhões. O Ministério da Saúde articulou desde 2009 um total de 20 acordos de transferência de tecnologia, para 25 produtos, envolvendo nove laboratórios públicos e 17 privados (sete estrangeiros e dez nacionais). Além de incentivar a produção nacional, representam uma economia de R$ 250 milhões.

MISSÃO OFICIAL – O anúncio da parceria é parte da Missão Oficial de Cooperação Bilateral e Empresarial Brasil – Estados Unidos na Área de Saúde, comandada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, como parte dos esforços empreendidos pelo governo brasileiro para fortalecer a indústria de saúde no País.

Desde 2008, essa é a quarta missão empresarial liderada pelo ministro Temporão, que já esteve na Índia, no Reino Unido e na China. Os países que estão entre os maiores produtores de medicamentos e insumos para a saúde.

No dia 24 do ultimo mês, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sua correlata nos Estados Unidos - FDA (Food and Drug Administration) firmaram, na capital americana, um acordo de confidencialidade para a troca de informações. Na prática, a medida contribuirá, por exemplo, para agilizar o registro de medicamentos, diminuir a necessidade de inspeções e acelerar a avaliação sobre retirada de produtos do mercado.

DOENÇA DE GAUCHER? Leia o artigo publicado em nosso blog: http://migre.me/1AI22

Doença de Gaucher

INTRODUÇÃO
A doença de Gaucher é a mais comum das glicoesfingolipidoses e a primeira a ter tratamento específico através da reposição enzimática. É uma doença hereditária autossômica recessiva que compromete o metabolismo lipídico resultando em acúmulo de glucocerebrosídeo nos macrófagos.

As principais manifestações clínicas da doença de Gaucher são:
• hepatoesplenomegalia;
• alterações hematológicas: anemia, trombocitopenia e mais raramente leucopenia;
• lesões ósseas;
• comprometimento do sistema nervoso central.

Três formas clínicas são reconhecidas:
Tipo 1 (não neuronopática): também chamada de forma crônica não-neuropática do adulto, é a mais freqüente e se manifesta por hepatoesplenomegalia, manifestações hematológicas e graus variados de envolvimento ósseo.
Tipo 2 (neuronopática aguda): forma infantil neuronopática é associada com hepatoesplenomegalia, alterações neurológicas graves e morte, usualmente nos primeiros 2 anos de vida.
Tipo 3 (neuronopática subaguda): também chamada forma juvenil, pode ocorrer em qualquer fase da infância e combina aspectos das duas formas anteriores com leve disfunção neurológica lentamente progressiva. Os pacientes que sobrevivem até a adolescência podem viver por muitos anos.

CLASSIFICAÇÃO CID 10
• E75.2 Outras Esfingolipidoses

DIAGNÓSTICO
As típicas células de Gaucher são encontradas na medula óssea, no tecido esplênico ou no tecido hepático. Entretanto células muito similares têm sido descritas em muitas outras doenças. Assim, o diagnóstico deve ser confirmado pela demonstração de redução da atividade enzimática da beta-glicosidase nos leucócitos abaixo de 10% dos valores normais.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Há consenso internacional de que doença de Gaucher assintomática não é por si só indicação da terapia de reposição enzimática.
A presença dos dois critérios maiores de (a e b) e de pelo menos um dos critérios menores (a a g) são necessários para inclusão neste protocolo.

Critérios Maiores
a) Diagnóstico de doença de Gaucher - tipo 1 ou tipo 3 . Na presença da forma clínica tipo 3, deve-se excluir a possibilidade de os sinais neurológicos serem devidos a outra doença;
b) Comprovação da doença pela demonstração de redução da atividade da enzima beta-glucosidase nos leucócitos menor do que 10% da média dos controles normais. Os valores normais padronizados pelo laboratório executor deverão ser validados pelo Comitê Estadual de Especialistas.

Critérios Menores
a) Anemia caracterizada por hemoglobina de até 10 g/dl, excluídas outras causas de anemia;
b) Plaquetopenia caracterizada por contagem de plaquetas de até 50.000/mm3, excluídas outras causas;
c) Aumento do tamanho do fígado ou do baço de pelo menos 5 vezes o tamanho normal;
d) Sinais radiológicos de comprometimento esquelético: nos menores de 18 anos com qualquer lesão como osteopenia, “deformidade em frasco Erlenmeyer”, osteoesclerose ou fraturas patológicas; nos maiores de 18 anos é requerida a presença de deformidade ou fratura;
e) Sintomas gerais incapacitantes: dores ósseas, dor abdominal, fadiga, limitação funcional aeróbica caracterizada por dispnéia aos médios ou grandes esforços ou caquexia;
f) Crescimento inapropriado: menores de 18 anos com velocidade de crescimento abaixo do percentil 25 ou estatura com menos de 2 desvios padrão para a idade por pelo menos 6 meses;
g) Comprometimento de outros órgãos: coração, pulmão ou rim.

Critérios de Doença de Gaucher Grave
Será considerado portador de doença de Gaucher grave aquele paciente que apresentar pelo menos um dos itens abaixo:
a) doença óssea avançada ou fratura patológica;
b) tamanho do fígado avaliado por ecografia representando 9% ou mais do peso corporal;
c) tamanho do baço avaliado por ecografia representando 10% ou mais do peso corporal;
d) hipertensão porta identificada por eco-Doppler ou por varizes esofágicas à endoscopia digestiva;
e) contagem de plaquetas igual ou menor do que 50.000/mm3 associada a qualquer tipo de sangramento;
f) hemoglobina menor do que 8 mg/dl;
g) acometimento renal ou cardio-pulmonar;
h) limitação funcional grave caracterizada por doença incapacitante: dispnéia ou dor aos mínimos esforços.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Deverão ser excluídos deste protocolo:
a) Pacientes portadores da doença de Gaucher tipo 2: forma neuronopática, pois não há evidência de eficácia da imiglucerase nesta condição clínica;
b) Pacientes portadores de doença de Gaucher assintomática.

TRATAMENTO
A imiglucerase é a forma modificada por técnica de DNA-recombinante da glicocerebrosidase.
Sua reposição produz melhora clínica na doença de Gaucher tipos 1 e 3. Trata-se de medicamento considerado essencial à melhoria da qualidade de vida dos portadores sintomáticos e, por isso, foi incluído pelo Ministério da Saúde do Brasil no rol dos Medicamentos Excepcionais do SUS.

Fármaco
Imiglucerase 200 U ou 400 U por frasco: o produto é liofilizado e deve ser diluído inicialmente em 5 ou 10 ml de água estéril. Após, diluir os 5 ou 10 ml da solução, que deverá ser absolutamente cristalina, em 100 ou 200 ml de solução fisiológica a 0.9%.

Esquemas de Administração
Em função da possibilidade de ocorrência de fenômenos alérgicos, a administração do fármaco deve ser realizada em ambiente hospitalar, sob supervisão médica, em Centro de Referência designado pelo Gestor Estadual para tal fim. Após o primeiro ano de tratamento, a critério do médico responsável, o tratamento domiciliar, supervisionado e após treinamento, poderá ser permitido por solicitação dos familiares.

Pacientes adultos (maiores de 18 anos) sem critérios de doença grave
Recomenda-se iniciar com infusão intravenosa de 15 U/kg a cada 15 dias.
Critério para aumento da dose: a ausência de resposta clínica, hematológica, hepática, esplênica ou de sintomas, após 6 meses de tratamento, justifica o aumento da dose para 30 U/kg cada 15 dias.

Pacientes com até 12 anos sem critérios de doença grave e pacientes com 12 a 18 anos com crescimento inapropriado
Recomenda-se iniciar com infusão intravenosa de 30 U/kg a cada 15 dias.
Critério para aumento da dose: a ausência de resposta clínica, hematológica, hepática, esplênica ou de sintomas, após 6 meses de tratamento, pode justificar o aumento da dose para 60 U/kg a cada 15 dias.
Para tanto, o paciente deverá ser avaliado pelo comitê de especialistas dos Centros de Referência e requerer relatório médico demonstrando cumulativamente:
a) nenhum aumento da hemoglobina após 6 meses de tratamento;
b) nenhum aumento na contagem de plaquetas após 6 meses de tratamento;
c) nenhuma redução do tamanho do fígado ou do baço no exame ultra-sonográfico após 6 meses de tratamento;
d) nenhuma alteração na freqüência e intensidade dos sintomas ósseos e/ou sinais de piora das alterações radiológicas após 12 meses de tratamento.

Pacientes com doença grave ou com doença tipo 3
Recomenda-se iniciar com infusão intravenosa de 60 U/kg a cada 15 dias. A critério do médico assistente, outra alternativa é administrar 10 U/kg intravenosamente, 3 vezes por semana.
Esta é a dose máxima permitida por este Protocolo de tratamento, pois não há evidência de que doses maiores aumentem a eficácia do tratamento.

Tempo de Tratamento
O tratamento preconizado deverá ser mantido por toda a vida, podendo haver redução da
dosagem a critério clínico e considerando a evolução clínica favorável do paciente. A dose mínima recomendada é de 10 U/kg a cada 15 dias.

BENEFÍCIOS ESPERADOS
• melhora da capacidade funcional aeróbica;
• redução da hepatoesplenomegalia;
• redução do hiperesplenismo e da dor óssea;
• melhora da qualidade de vida.

Retirado de: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapeuticas - Doença de Gaucher
Artigo na íntegra?: http://migre.me/1AHQl