16 outubro 2010

Especialista explica função dos óculos usados pelos chilenos resgatados da mina

Fonte: ATF

Quando assistimos à saída dos 33 homens que ficaram 69 dias a 700 metros de profundidade na mina San Jose, no Chile, um detalhe chamava a atenção a cada resgate: todos deixavam a cápsula Fênix 2 usando óculos escuros. Dotados de lentes com radar polarizado, conforme foi informado, esses óculos tem uma importante função de proteção e readaptação à luz natural. De acordo com os especialistas do Hospital Oftalmológico de Brasília, os mineiros precisarão passar por uma espécie de descompressão, com readaptação em várias áreas do organismo, e os olhos estão entre os alvos dos impactos.

O organismo humano tende a se adaptar às situações mais adversas, e neste caso, o longo tempo de ausência de luz natural provocou alterações no organismo dos mineiros. O oftalmologista Canrobert Oliveira explica que a função dos fotorreceptores neuronais responsáveis pela visão no ambiente claro e visão de cores - chamados cones - trabalharam em situação basal, enquanto os bastonetes, responsáveis pela visão no escuro, foram muito exigidos. Ao voltar à superfície, eles não estavam preparados para enfrentar o impacto da luminosidade. Por isso, segundo o especialista, a adaptação do organismo para utilização desses pigmentos deve ser gradual.

"Nossos olhos são cenário de uma grande combustão bioquímica decorrente da sua função fotossensível”, explicou o oftalmologista. “Suas membranas transparentes são alvo dos raios ultravioleta, especialmente os do tipo B, mais nocivos. A ação desses raios é extremamente oxidante e os produtos dessas reações determinam danos irreparáveis se as vitaminas A, E, C e a riboflavina - antioxidantes primários -, não forem consideradas na alimentação balanceada que receberam. A rodopsina, pigmento derivado da vitamina A, consumida na função de enxergar, foi, nesse período, pouco utilizada pelos cones, mas violentamente consumida nos bastonetes", acrescentou o especialista

Diante desse desequilíbrio, o oftalmologista explica que os óculos com lentes polarizadas são importantes, pois acrescentam um diferencial nessa readaptação do organismo, filtrando até 99% do brilho ou luz refletida na horizontal, muito comum no amanhecer e no crepúsculo, e deixando passar apenas a luz vertical. “Considerando que a musculatura da íris, responsável pelo fechamento da pupila quando os olhos são expostos à luz, permaneceu praticamente em desuso nesses 69 dias, as lentes que filtram os raios UVA e UVB também são extremamente importantes na proteção das lentes naturais do olho, córnea e cristalino, e também dos neurônios da retina”, conclui

Substância em cenouras, azeite e hortelã pode reduzir perda de memória

Fonte: Journal of Nutrition

Um composto encontrado em cenouras, pimentões, aipo, azeite de oliva, hortelã, alecrim e camomila - chamado luteolina - pode ajudar a reduzir os problemas de memória que podem ocorrer com o envelhecimento, segundo recente estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.

De acordo com os pesquisadores, a inflamação cerebral parece ser um fator que contribui para problemas de memória associados ao envelhecimento. E a luteolina teria efeitos anti-inflamatórios e poderia melhorar a saúde cognitiva ao agir diretamente nas células imunológicas microgliais, reduzindo sua produção de substâncias inflamatórias no cérebro.

Avaliando os efeitos da suplementação de luteolina em ratos envelhecidos, os pesquisadores notaram que os animais que consumiram a substância na alimentação por quatro semanas tiveram melhores resultados em testes de aprendizado o memória do que aqueles que tiveram uma dieta normal. Além disso, esses animais apresentaram menores níveis de citocinas inflamatórias no cérebro - quantidade similar à de ratos jovens -, comparados àqueles que não ingeriram luteolina no período.

Os autores destacam que essas citocinas inflamatórias provocam mudanças químicas no cérebro que podem levar a sintomas como sonolência, perda de apetite, déficits de memória e comportamentos depressivos. “Descobrimos anteriormente que, durante o envelhecimento normal, as células microgliais se tornam desreguladas e começam a produzir níveis excessivos de citocinas”, explicou o pesquisador Rodney Johnson. “Acreditamos que isso contribui para o envelhecimento cognitivo e é um fator predisponente ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas”, acrescentou o especialista.

Embora os resultados indiquem que a suplementação da luteolina possa bloquear esse efeito, os pesquisadores alertam que mais estudos são necessários para avaliar se os efeitos podem ser os mesmos com humanos, se o consumo de alimentos ricos na substância pode fazer diferença para a saúde cognitiva dos idosos, e quais os mecanismos envolvidos nessa proteção

15 outubro 2010

Cientistas dizem poder prever quais embriões têm mais chance em fertilização in vitro

Fonte: BBC Brasil

Cientistas dos EUA dizem ter desenvolvido uma técnica para prever com mais precisão quais embriões têm mais chances de sucesso na fertilização in vitro.

A equipe, da Universidade Stanford, estudou a velocidade da divisão celular nos primeiros dias do desenvolvimento embrionário. Os que se desenvolviam em um determinado ritmo tinham mais chance de maturar na forma de “blastocistos”, prontos para serem implantados e fertilizados.

Publicado na revista científica Nature Biotechnology, o estudo pode ajudar a compreender o motivo pelo qual alguns casais não conseguem produzir embriões viáveis.

Vencedores

Um dos problemas da fertilização in vitro não é relacionado à fertilização em si, e sim à escolha dos óvulos que podem ter mais chances de derivar em uma gravidez bem-sucedida.

Em geral, acredita-se que os embriões que se tornam “blastocistos” – um grupo de 70 a 100 células – até o sexto ou sétimo dia após a fertilização são os candidatos com as maiores chances.

Diversas clínicas de fertilização in vitro, principalmente na Grã-Bretanha, têm esperado esse período antes de escolher embriões para implantação, mas a pesquisa da Stanford pode oferecer uma maneira mais rápida para fazer essa escolha.

Semelhanças

Os cientistas usaram câmeras que filmam sequências de fotos para observar o desenvolvimento de embriões descongelados. Descobriram que aqueles que evoluíram para “blastocistos” tinham semelhanças entre si quando estavam no estágio anterior.

Essas semelhanças estavam na maneira como as células se dividiam para formar outras duas novas células: a velocidade de uma parte da primeira divisão, o intervalo entre a primeira e a segunda divisões e, depois, se as as células resultantes se dividiam novamente em momentos parecidos.

Tudo isso normalmente acontece nos dois primeiros dias do desenvolvimento embrionário, oferecendo uma resposta potencialmente mais rápida para a dúvida de se um embrião tem ou não chances de sucesso.

Surpresa

Para Reijo Pera, professor que liderou o estudo, foi uma surpresa poder prever o processo com precisão.

“Sempre pensamos nos processos de vida ou morte do embrião, mas, na realidade, descobrimos que cada célula no embrião está tomando decisões de maneira autônoma. Ninguém havia observado isso antes.”

A ausência de estudos prévios reflete a falta de embriões humanos disponíveis para pesquisas. Testes em embriões de ratos são menos confiáveis porque a maioria deles chega ao estágio de blastocisto – o que não ocorre com humanos.

A embriologista Virginia Bolton, consultora do hospital Guy´s and St. Thomas, em Londres, opina que é improvável que a descoberta aumente as chances de sucesso das fertilizações in vitro na Grã-Bretanha.

Mas a especialista vê benefícios: “Esses dias extras usados na observação dos embriões envolvem muitos gastos – então, (o fato de ser possível identificar em menos dias qual embrião pode ser bem-sucedido) pode resultar em economia de dinheiro para os pacientes”.

12 outubro 2010

Bebê nasce de embrião congelado há quase 20 anos

Fonte: BBC Brasil

Cientistas americanos conseguiram que uma mulher de 42 anos tivesse um filho saudável a partir de um embrião que permaneceu congelado por quase 20 anos.

A técnica foi aplicada no Instituto Jones de Medicina Reprodutiva, da Escola de Medicina de Eastern Virginia, em Norfolk, na Virgínia.

A mulher que recebeu os embriões havia registrado uma baixa reserva ovariana, ou seja, baixo estoque de óvulos disponíveis, e fazia tratamento de fertilização havia dez anos.

Os médicos descongelaram cinco embriões que haviam sido doados anonimamente por um casal que realizara o tratamento de fertilização na clínica 20 anos antes.

Dos embriões descongelados, dois sobreviveram e foram transferidos para o útero da paciente. Ao fim de uma única gravidez, a mulher deu à luz um garoto que nasceu saudável.

O caso foi relatado em um artigo científico na publicação especializada Fertility and Sterility, da Sociedade Americana para a Medicina Reprodutiva.

A equipe, liderada pelo pesquisador Sergio Oehninger, disse que não conhece nenhum caso de gravidez em que um embrião humano tenha permanecido tanto tempo congelado – 19 anos e sete meses.

"Congelar embriões é uma prática que só começou a ficar frequente nos anos 1990, então este certamente estava entre os que foram congelados logo no início deste processo", explicou à BBC Brasil o diretor científico e professor honorário do Centro de Medicina Reprodutiva da Universidade de Glasgow, Richard Fleming.

"Este é sem sombra de dúvida o caso mais antigo de que já ouvi falar, e mostra como um embrião de boa qualidade pode perfeitamente se desenvolver independentemente de ter sido gerado em 1990 ou 2010."

Tempo em suspenso

O congelamento suspende biologicamente o envelhecimento das células, e os cientistas defendem que um embrião pode permanecer neste estado por décadas.

Ate agora, o maior tempo que um embrião permaneceu congelado antes de ser transferido para o útero e gerado um bebê foi 13 anos, em um caso na Espanha.

No Brasil, o recorde é de uma mulher do interior de São Paulo que deu à luz um bebê nascido de um embrião que ficara congelado por oito anos.

Há ainda casos de pacientes que congelam suas células reprodutivas com fins terapêuticos, antes de tratamentos que podem deixá-los estéreis.

Em 2004, um casal teve um filho a partir de esperma que havia permanecido congelado por 21 anos.

Nesse caso, o pai tinha congelado espermatozoides aos 17 anos de idade, antes de começar a tratar um câncer de testículo com radioterapia e quimioterapia, que o deixaram sem capacidade reprodutiva.

Começam nos EUA testes inéditos com células-tronco em humanos

Fonte: BBC Brasil
Começaram nos Estados Unidos os primeiros testes oficiais do mundo feitos com células-tronco embrionárias humanas, com aval de reguladores estatais.

Em Atlanta, médicos estão usando as células-tronco para tratar lesões severas na coluna vertebral, após autorização da FDA, agência governamental americana que regula medicamentos e alimentos. Os médicos informaram que já têm um paciente para os testes iniciais.

A técnica envolve a retirada de células de minúsculos embriões humanos, que têm o potencial de se converter em diferentes tipos de células do corpo, inclusive no sistema nervoso.

Durante os testes, serão injetadas células-tronco na coluna vertebral dos pacientes, para avaliar se o procedimento é seguro.

Nos estudos realizados com animais, camundongos com paralisia recuperaram alguns movimentos. Mas ainda não se sabe se o método trará benefícios a seres humanos, conforme relata a repórter de saúde da BBC News, Michelle Roberts.

Experimental

A cada ano, cerca de 12 mil pessoas sofrem lesões na coluna nos Estados Unidos. As causas mais comuns são acidentes automobilísticos, quedas, tiros e lesões esportivas.

Nos testes de Altanta, pacientes que se lesionaram nos 14 dias anteriores ao estudo receberão o tratamento experimental.

A empresa responsável pelos testes, Geron Corporation, defende que a técnica pode no futuro ajudar a regenerar células nervosas em pacientes com paralisia.

Já críticos do método consideram-no um experimento com seres humanos e pedem que seja banido.

‘Décadas’

O presidente da empresa, Thomas Okarma, comemorou a autorização para iniciar os testes. “Quando começamos a trabalhar com células-tronco embrionárias, em 1999, muitos imaginaram que se passariam décadas até que uma terapia celular fosse aprovada para testes clínicos humanos.”

Mas é possível que a confirmação de que o tratamento é seguro – e eficiente – ou não só venha depois de anos de testes rigorosos.

“As notícias são empolgantes, mas é importante (lembrar que) o objetivo dos testes nesta etapa deve ser primeiro confirmar se (não causa) nenhum mal aos pacientes, e não buscar benefícios”, disse o professor Ian Wilmut, diretor do centro de pesquisas regenerativas da Universidade de Edimburgo. ”Quando isso for confirmado, o foco será o desenvolvimento do novo tratamento.”

Chris Mason, especialista em medicina regenerativa da Universidade College London, disse que pesquisadores britânicos pretendem seguir os passos de seus colegas americanos e começar testes no ano que vem com células-tronco, para combater uma degeneração celular que causa cegueira.

O governo dos Estados Unidos atualmente briga na Justiça para permitir o financiamento público de pesquisas com células-tronco.

No mês passado, um tribunal de recursos do país suspendeu uma decisão judicial prévia que proibia pesquisas com células-tronco embrionárias financiadas com verbas do governo federal.

O debate, no entanto, não envolve as pesquisas realizadas em Atlanta, que são feitas com financiamento privado de US$ 170 milhões, da própria Geron.

10 outubro 2010

Médicos 'congelam' pacientes para cirurgia cardíaca

Fonte: BBC Brasil

Médicos nos Estados Unidos estão usando uma técnica revolucionária que congela os pacientes até um ponto em que eles poderiam ser considerados mortos para depois submete-los a cirurgias cardíacas complicadas.

A técnica, usada no Hospital New Haven da Universidade de Yale, induz a hipotermia reduzindo a temperatura do corpo do paciente dos 37 graus normais para apenas 18 graus centígrados.

“O corpo está essencialmente em real estado de animação suspensa, sem pulso, sem pressão, sem sinais de atividade cerebral”, explica o médico John Elefteriades.

A baixa temperatura do corpo permite que os cirurgiões tenham tempo para realizar a operação reduzindo o risco de danos ao cérebro e outros órgãos e diminuindo a necessidade do uso de anestésicos e máquinas.

Depois da operação, o corpo do paciente é lentamente aquecido e seu coração, estimulado com um desfibrilador.

Recuperação milagrosa

Em medicina, técnicas revolucionárias frequentemente surgem após acidentes. Onze anos atrás, Anna Bagenholme, uma esquiadora de 29 anos caiu por um buraco no gelo na Noruega.

Seu coração parou de bater por mais de três horas e sua temperatura corporal caiu para 13.7 graus centígrados.

Esta foi a mais longa parada cardíaca da história, e com a temperatura mais fria já registrada.

Bagenholme parecia morta, mas os médicos que a atenderam sabiam que o frio que tinha feito seu coração parar também poderia ter preservado seu cérebro. Eles decidiram então seguir com a ressucitação e começaram a aquecê-la lentamente.

Após algum tempo, o coração da esquiadora voltou a bater e três semanas mais tarde, ela abriu os olhos pela primeira vez e começou uma recuperação lenta e gradual.

O fato de ela ter sobrevivido sem seqüelas alterou o conceito de vida e morte e permitiu que os médicos tentassem manipular esse processo para salvar outros pacientes.

‘Técnica fascinante’

Em circunstâncias normais, quando há necessidade de parar o coração para a realização de uma cirurgia, os médicos usam uma máquina coração-pulmão para substituir as funções do órgão durante a operação.

Mas em alguns casos, o uso dessa máquina não é possível e a técnica de hipotermia está se provando uma boa alternativa.

“É a técnica mais fascinante que já vi em medicina e, a cada vez, parece um milagre ela funcionar”, diz Elefteriades.

Esmail Dezhbod, de 59 anos, precisava de reparos complicados em veias em torno de seu coração para impedir o rompimento fatal de um aneurisma na aorta.

Em seu caso, as cirurgias tradicionais não podiam ser realizadas sem que houvesse danos cerebrais e o doutor Elefteriades optou pela indução de hipotermia.

Os riscos eram enormes, mas não havia alternativa melhor e a aposta deu certo, com o paciente sendo reanimado com sucesso após a cirurgia.

“Eu tenho dor, não é fácil. Mas sei que o fim será feliz e sei que meu problema foi resolvido”, disse Dezhbod.

Estudo vincula, pela 1ª vez , hiperatividade a problema genético

Fonte: BBC Brasil

Cientistas britânicos dizem ter encontrado, pela primeira vez, evidências da existência de uma raiz genética para a condição conhecida como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH, ou ADHD na sigla em inglês).

A equipe, da Cardiff University, no País de Gales, Grã-Bretanha, disse em um artigo na revista científica Lancet que a condição, que afeta crianças em todo o mundo, resulta de um problema no cérebro - como o autismo, por exemplo - e não de uma inabilidade dos pais em educar seus filhos.

O estudo envolveu análises de partes do DNA de 366 crianças diagnosticadas com a condição.

Outros especialistas, no entanto, questionaram veementemente as declarações da equipe, argumentando que apenas um pequeno grupo das crianças com TDAH estudadas apresentou as alterações no DNA e que, na maioria dos casos, a condição seria resultante de uma combinação entre causas genéticas e fatores externos.

Na Grã-Bretanha, estima-se que 2% das crianças sofram do problema.

Elas tendem a ser agitadas e impulsivas e podem ter tendências destrutivas, além de apresentar problemas sérios na escola e na vida familiar.

Estudo

Os pesquisadores compararam amostras do DNA de crianças com TDAH com o DNA de 1.047 pessoas que não sofriam da condição.

Eles constataram que 15% das crianças com o distúrbio tinham alterações grandes e raras no seu DNA, em comparação com apenas 7% no outro grupo.

Uma das integrantes da equipe da Cardiff University, Anita Thapar, disse: "Descobrimos que, em comparação com o grupo de controle, as crianças com TDAH têm muito maior incidência de pedaços de DNA duplicados ou faltando".

"Isso é muito empolgante porque nos dá o primeiro vínculo genético direto com TDAH".

"Analisamos vários fatores potenciais de risco no ambiente - como a contribuição dos pais ou o que acontece antes do nascimento - mas não há evidências que confirmem que (esses fatores) estariam associados ao TDAH".

"Há muita incompreensão por parte do público em relação ao TDAH", ela disse. "Algumas pessoas dizem que não é um transtorno, ou que o problema resulta da inadequação dos pais".

"A descoberta de um vínculo direto deveria corrigir esse estigma".

A equipe de Thapar enfatizou que não há um único gene por trás da condição e que a pesquisa está em um estágio muito inicial para que haja algum teste para o problema.

Mas o grupo espera que o estudo auxilie na compreensão das bases biológicas do TDAH, o que poderia, um dia, resultar em novos tratamentos.

Repercussão

Andrea Bilbow, diretora executiva de uma entidade britânica de apoio a famílias que enfrentam o problema, a ADDIS, disse estar animada:

"Sempre soubemos que havia um vínculo genético, com base em estudos e evidências empíricas. Esse trabalho vai nos ajudar a lidar com os céticos de maneira mais confiante. Eles estão sempre prontos a culpar os pais ou os professores".

Outros especialistas, no entanto, foram bastante críticos em relação ao estudo.

O diretor de uma entidade britânica ligada à saúde mental, Tim Kendall, disse que o TDAH é causado por vários fatores, e que associá-lo exclusivamente a causas genéticos poderia resultar em tratamentos incorretos.

"Tenho certeza de que esses estudos não vão produzir evidências inquestionáveis de que o TDAH é causado apenas geneticamente".

"Estou dizendo que (a condição resulta de) uma mistura de fatores genéticos e ambientais e que o importante é que não acabemos pensando que isto é um problema biológico sujeito apenas a tratamentos biológicos como (o remédio) Ritalina".

Um psicólogo infantil, Oliver James, citou estudos anteriores que observaram o efeito da ansiedade entre mulheres grávidas e dificuldades de relacionamento entre mães e seus bebês logo após o nascimento.

Ele disse: "Apenas 57 das 366 crianças com TDAH tinham a variação genética que seria a suposta causa da condição".

"Isso indica que, na vasta maioria dos casos, outros fatores são a causa principal".