19 novembro 2011

Beber cerveja evita desenvolvimento de doenças cardíacas, diz estudo

Muitos estudos comprovam os benefícios do consumo de uma taça de vinho por dia para evitar doenças cardíacas, mas um novo estudo, publicado na revista European Journal of Epidemiology, indica que os mesmo benefícios podem ser obtidos com um copo de cerveja.

Pesquisadores analisaram 16 estudos com mais de 200 mil participantes e descobriram que os que bebiam cerveja com moderação tinham menos de 31% de chances de desenvolver algum tipo de doença no coração.

De acordo com o estudo, álcool em quantidades moderadas aumentam o HDL (bom colesterol) e quanto maior a quantidade deste colesterol no corpo, mais protegida a pessoa está de doenças do coração.

Beba com moderação

Segundo os pesquisadores, a cerveja traz mais benefícios que o vinho por conter mais água, ajudando a evitar que se beba em grandes quantidades.

Os pesquisadores explicam que beber moderadamente significa um copo por dia para as mulheres, e dois, para os homens.

O estudo alerta que quem consome bebidas alcoólicas em excesso, no entanto, não aproveita os benefícios, somente os efeitos negativos da cerveja à saúde.

Nova droga eleva colesterol bom e reduz o ruim

Fonte: UOL

Estudo apresentado nesta semana no congresso da American Heart Association, em Orlando, nos EUA, mostra que um novo remédio conseguiu aumentar os níveis do chamado colesterol bom, o HDL, e baixar as taxas do ruim, o LDL.

Quando combinado aos remédios já usados para baixar colesterol (estatinas), o evacetrapib mais que dobrou os níveis de colesterol bom e reduziu em até 35% o colesterol ruim, além de diminuir os triglicérides, outro indicador de risco cardíaco que é medido em exames de rotina.

Editoria de Arte/Folhapress

O novo remédio pertence a um grupo de substâncias que inibem uma proteína responsável por transferir colesterol do HDL para o LDL, aumentando a proteção contra o entupimento dos vasos.

O HDL funciona "limpando" o colesterol das artérias e o levando até o fígado. De lá, ele é eliminado do corpo.

Segundo Raul Santos, diretor da unidade de lípides do InCor (Instituto do Coração), um nível baixo de HDL é um sinal de risco de infarto. Resultados abaixo de 40 mg/dl para homens e 50 mg/dl para mulheres são um sinal de alerta, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Remédios da mesma família do evacetrapib vêm sendo testados há alguns anos. O primeiro deles foi uma grande decepção para os médicos, afirma Santos, porque aumentou a pressão arterial dos pacientes e o risco de problemas cardíacos.

"Depois disso, foram desenvolvidas mais três moléculas que, até agora, não causaram esses efeitos."

Um desses medicamentos, o dalcetrapib, está sendo testado no InCor por 20 pacientes, há dois anos. "Em 2013 devemos ter uma resposta sobre os efeitos da droga."

Os médicos ainda precisam determinar se o mecanismo usado pela droga para aumentar o colesterol bom pode prejudicar a pessoa a longo prazo. A proteína cuja ação é inibida pelo remédio para aumentar o colesterol bom pode ter uma ação protetora para as artérias.

"O efeito do remédio sobre o colesterol é ótimo, mas ainda não sabemos se isso vai prevenir eventos cardíacos", diz Santos.

O novo estudo, feito por médicos da Cleveland Clinic e publicado no "Journal of the American Medical Association", sugere testes maiores para comprovar os benefícios do remédio.

POLÊMICA

Um outro estudo apresentado no congresso americano de cardiologia e publicado no "New England Journal of Medicine" levanta o debate sobre outra substância usada há mais de 50 anos para aumentar o HDL, a niacina.

A pesquisa analisou o impacto da substância em pessoas com LDL controlado (abaixo de 70 mg/dl). Segundo os autores e um editorial publicado na revista médica, o remédio deve ser aposentado, porque não aumenta o colesterol bom dos pacientes e causa vermelhidão da pele.

Segundo o cardiologista do InCor, no entanto, ainda é preciso esperar o resultado de um estudo maior, com 25 mil pessoas, antes de desistir do remédio. "Ele é seguro, está no mercado há décadas."

06 novembro 2011

Insônia crônica aumenta risco de ataque cardíaco, diz estudo

Fonte: Folha.com

Pesquisadores noruegueses acompanharam, durante mais de 11 anos, um grupo formado por homens e mulheres para um estudo sobre a insônia crônica.

A apneia do sono não entrou na análise, uma vez que foi associada a doenças cardiovasculares. Mas houve controle do índice de massa corporal e pressão arterial, dois fatores altamente correlacionados ao transtorno.

Os 52.610 indivíduos responderam a questionários em que relatavam, entre outras abordagens, a dificuldade de cair no sono, a frequência que acordavam e não conseguiam voltar a dormir e a assiduidade com que acordavam com a sensação de terem dormido mal.

Após ajustar diversos fatores de saúde e estilo de vida, os cientistas descobriram que aqueles que descreveram problemas para adormecer mostraram um risco relativo 45% maior de sofrer um ataque cardíaco, em comparação com quem nunca apresentou problemas do gênero.

As pessoas com dificuldade para voltar a dormir tiveram um aumento de 30% no risco, enquanto que entre aquelas que acordavam se sentindo cansadas, a porcentagem foi de 27%.

"É apenas um único estudo", disse o autor principal, o médico Lars Laugsand, da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. Ele acrescentou: "São necessários outros estudos para tentar explicar os mecanismos que estão por trás dessas associações, que ainda não estão claros."

A pesquisa está disponível na internet, no jornal "Circulation".

Nozes ajudam no tratamento de obesidade, diz estudo

Fonte: UOL Ciência e Saúde

Cientistas encontraram relação entre o consumo de nozes e o aumento dos níveis de serotonina no corpo de pacientes obesos com risco elevado de desenvolver doenças cardíacas. O estudo foi publicado na revista ACS' Journal of Proteome Research.

A serotonina é uma substância que ajuda a transmitir os sinais nervosos e diminui a sensação de fome, além disso, ela faz com que as pessoas se sintam mais felizes e melhora a saúde do coração.

De acordo com Cristina Andrés-Lacueva, autora do estudo, e sua equipe da Universidade de Barcelona, a presença da serotonina é importante para os pacientes obesos, pois eles têm excesso de gordura abdominal, açúcar elevado no sangue e pressão arterial elevada, o que aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

Mudanças na dieta podem ajudar os pacientes a perder o excesso de peso e tornar-se mais saudável. Entre as alterações, recomenda-se o consumo regular de nozes. O nutriente é considerado saudável, pois tem gorduras saudáveis, como os ácidos graxos insaturados, e antioxidantes.

Para verificar os efeitos bioquímicos do consumo de nozes, os pesquisadores colocaram 22 pacientes com síndrome metabólica em uma dieta enriquecida com nozes por 12 semanas. Eles foram comparados a outros 20 pacientes que foram orientados a evitar nozes.

Os cientistas analisaram os compostos presentes na urina dos pacientes e encontraram evidências de mudanças saudáveis. Uma delas foi que as nozes aumentaram os níveis de serotonina na urina.

Eles ressaltam que o estudo fornece a primeira evidência em seres humanos dos efeitos benéficos do consumo de nozes na redução dos níveis de substâncias no corpo associada com inflamação e outros fatores de risco cardiovascular em pacientes obesos.

Brasil aprova novos remédios antivirais para tratar hepatite

Fonte: Folha.com

A entrada no Brasil de duas novas drogas contra a hepatite C --doença sem vacina e cujos tratamentos atuais são de baixo sucesso-- pode representar uma mudança na vida das 3 milhões de pessoas infectadas no país.

Já usados na Europa e nos EUA, o telaprevir e o boceprevir foram aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O telaprevir, mais recente, recebeu o aval da agência neste mês, e o boceprevir, em julho.

A expectativa é que as drogas estejam disponíveis na rede pública em 2012.

A terapia usada hoje, a combinação das substâncias interferon e ribavirina, alcança uma média de cura de 50%. Entre os contaminados com o genótipo 1 do vírus, o mais presente no Brasil e também mais resistente, a expectativa de cura cai para 40%.

Os novos medicamentos são chamados de inibidores de protease. Eles impedem a replicação do vírus.

FIM DA RECAÍDA

Com as drogas, a taxa de cura sobe para 75% em pacientes não tratados e 88% nos que tiveram recaídas após a terapia tradicional.

O empresário Dante Caddeo, 57, faz parte do grupo de beneficiados. Desde 1998, quando recebeu o diagnóstico de hepatite C, enfrentou vários ciclos de tratamento. A infecção sempre voltava.

As recaídas só pararam depois que ele participou de uma pesquisa sobre o novo tratamento, feito pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas em parceria com a FDA (agência americana que regula medicamentos).

"Levo uma vida normal. Estou curado", diz o empresário. Embora Caddeo afirme que quase não sentiu efeitos colaterais durante o tratamento, que durou um ano, seu caso é uma exceção.
A dona de casa Josefa Pereira da Silva, 61, que também participou do estudo, conta que sofreu muitos inconvenientes. "Sentia muitas dores. Em alguns dias, não dava para levantar da cama."

COQUETEL

O medicamento usado na pesquisa, o telaprevir, é ministrado em conjunto com a terapia convencional (interferon e ribavirina).

A literatura médica mostra que essa dupla causa centenas de efeitos colaterais, como febre, dor de cabeça, depressão, tosse, cansaço, convulsão e irritabilidade.

"A adição de um novo medicamento traz mais efeitos colaterais, mas eles são contornáveis. Não se deve achar que a cura é pior do que a doença", diz Roberto Focaccia, infectologista responsável pelo estudo no Emílio Ribas.

Segundo ele, estamos diante de uma "revolução" no tratamento da hepatite C. "Daqui a dez anos, já teremos 100% de cura."

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Raymundo Paraná, a situação está longe do ideal.

"Não estamos diante de uma revolução, pois ainda não poderemos prescindir do interferon e da ribavirina com seus efeitos adversos."

Um terceiro remédio tem tido resultados promissores. Aprovado nos EUA, o alispolivir tem uma vantagem importante sobre as drogas que vão entrar no mercado brasileiro: funciona contra o três principais genótipos do vírus da hepatite C, não só contra o tipo 1. O remédio aguarda liberação da Anvisa para ser testado no Brasil.

03 novembro 2011

Rede pública tem centros de referência para câncer, mas acesso é limitado

Fonte: BBC Brasil

O tratamento de câncer em hospitais de referência da rede pública do Brasil tem qualidade comparável ao de hospitais privados, mas a oportunidade não chega para todos, segundo médicos ouvidos pela BBC Brasil.

De acordo com os especialistas, centros como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), apesar de serem referências no tratamento, conseguem atender a pouco mais de 5% da demanda nacional.

"O Icesp é um exemplo do melhor que a oncologia poderia ser no Brasil, mas não é a realidade de todas as pessoas. Um doente que chega lá tem o mesmo tratamento que o ex-presidente Lula", disse o oncologista Rafael Kaliks, médico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e diretor científico do Instituto Oncoguia, ONG que se dedica à pesquisa e orientação de pacientes com câncer.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com câncer de laringe no último sábado e, na segunda-feira, deu início ao tratamento de quimioterapia no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil teve 490 mil novos casos de câncer em 2010. O número de pacientes novos atendidos no Inca foi de cerca de 11 mil. O Icesp atendeu 14 mil novos pacientes, além dos que já se tratavam na instituição.

Centros de excelência

O presidente da Associação Brasileira de Radioterapia, Carlos Manoel Mendonça de Araújo, no entanto, diz que, para além dos centros de excelência, a rede privada ainda oferece tratamentos mais sofisticados.

"Os centros de excelência, que são poucos, podem se dar o luxo de fazer tratamentos tecnologicamente melhores, que provocam menos efeitos colaterais, porque também têm recursos de doações e fundações. Os centros comuns não conseguem fazer esses tratamentos, porque o SUS não paga."

De acordo com o Instituto Oncoguia, o Brasil tem 169 hospitais capacitados para o atendimento a pacientes com câncer pelo Ministério da Saúde, em 22 Estados e no Distrito Federal.

Cerca de oito destes hospitais, segundo os especialistas, podem ser considerados centros de excelência e dois, o Inca e o Icesp, são considerados referência de pesquisa, diagnóstico e tratamento da doença.

Para chegar até eles, no entanto, o paciente precisa ser encaminhado por outra unidade de saúde e passar por uma triagem, que leva em conta fatores como sua localização e os exames que comprovam o câncer.

Qualidade

O câncer de laringe, diagnosticado no ex-presidente Lula, corresponde a 25% dos atendimentos do Instituto Nacional do Câncer, que é considerado a instituição com maior experiência no tratamento deste tipo de tumor na América Latina.

"Tecnicamente, o Inca é uma instituição de excelência, onde se pratica medicina de alto nível, com resultados comparáveis aos melhores centros nos EUA e na Europa", disse o cirurgião Fernando Luiz Dias, chefe do Setor de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Inca, à BBC Brasil.

Apesar de estar sendo realizado em um hospital privado, o tratamento a que está sendo submetido o ex-presidente Lula é conduzido por uma equipe que também inclui especialistas que atuam em serviços públicos, como o Icesp.

Espera

Segundo Fernando Luiz Dias, o paciente do Inca é examinado por diversos especialistas, para que tenha um tratamento elaborado especificamente para seu caso.

"A diferença daqui (para a rede privada) é uma questão burocrática. Lá haveria um grau de conforto maior com relação a horários de consulta e disponibilidade, porque atendemos muitos pacientes", disse Dias.

A oncologista Maria del Pilar, do Icesp, diz que a fila de espera pelos tratamentos pode ser um problema em alguns casos, mas que uma parte dos pacientes escolhe permanecer na instituição mesmo com a possibilidade de fazer o tratamento na rede privada, por meio de convênios.

Segundo um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado na última segunda-feira, o tempo de espera médio para o início do tratamento de quimioterapia na rede pública é de 76,3 dias e somente 35% dos pacientes são atendidos após 30 dias, dentro do prazo recomendado pelo Ministério da Saúde.

Para a radioterapia, é preciso esperar em média 113,4 dias, mesmo nos centros de excelência. Cerca de 16% dos pacientes foram atendidos após o primeiro mês de espera em 2010.

Gargalo

Carlos Manoel Mendonça de Araújo diz que a alta demanda e a falta de equipamentos fazem com que a radioterapia concentre as maiores filas de espera do tratamento de câncer na rede pública.

"A radioterapia é o gargalo do atendimento ao câncer do Brasil, por isso ela está em evidência", disse Mendonça de Araújo à BBC Brasil.

O levantamento do TCU diz que, em 2010, cerca de 35% dos pacientes que necessitariam de radioterapia nas unidades públicas ficou sem atendimento. Segundo o médico, isso acontece porque o Brasil tem um deficit de 200 equipamentos de radioterapia.

De acordo com o DataSUS, o gasto do governo brasileiro com radioterapia nos últimos 12 meses foi de R$ 366 milhões e com quimioterapia, R$ 1,3 bilhão.

"Isso é porque cerca de um terço dos pacientes que precisam de tratamento com radioterapia para ficarem curados mais rapidamente ficam sem se tratar e fazem quimioterapia por um tempo mais prolongado, como tratamento paliativo, ou cirurgias desnecessárias", diz Mendonça de Araújo.

Atenção básica pode evitar 50% das internações infantis

Fonte: Agência USP

Infecções respiratórias não-crônicas, como gripe, sinusite e pneumonia, são responsáveis por cerca de metade das internações infantis. Ao analisar o funcionamento da atenção básica, Beatriz observou que seus princípios básicos (primeiro contato, resolução, longitudinalidade e integralidade) não estavam sendo implementados e que os pacientes que procuravam ajuda, não a conseguiam de forma satisfatória, o que resultava em um maior número de internações.

A partir das observações, Beatriz sugeriu a adoção de um sistema integrado de serviços de saúde, onde os princípios da atenção básica sejam aplicados e o foco seja o usuário. A enfermeira defende a humanização no atendimento e a análise por parte dos municípios sobre a organização de seu serviço de saúde para, então, adotar práticas que diminuam os índices de internação.

Melancia reduz risco de aterosclerose

Fonte: UPI

Estudo da University of Kentucky, nos Estados Unidos, mostrou que a melancia pode ser uma arma no combate à aterosclerose, ou seja, ao endurecimento das artérias. Segundo Dr. Sibu Saha, coordenador da pesquisa, os testes envolveram ratos com uma dieta rica em colesterol.

Os animais foram divididos em dois grupos: um que recebeu água e outro suco de melancia, durante oito semanas. Os resultados da pesquisa mostraram que o grupo que recebeu o suco de melancia teve menor peso corporal e diminuição da gordura no corpo.

Os ratos não experimentaram diminuição da massa magra e a concentração de colesterol plasmático foi significativamente menor no grupo que recebeu o suco, com modesta redução da concentração de lipoproteína intermediária e baixa densidade colesterol, em comparação ao grupo controle.

A medição das áreas de lesão aterosclerótica revelou que o grupo que consumiu suco de melancia também apresentou reduções estatisticamente significativas em lesões ateroscleróticas, em comparação ao grupo controle.

Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos. Os ateromas são placas, compostas especialmente por lipídeos e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar à obstrução total do mesmo. A aterosclerose em geral é fatal quando afeta as artérias do coração ou do cérebro, órgãos que resistem apenas poucos minutos sem oxigênio.