30 maio 2010

Futebol espanhol testa camisa 'inteligente' que monitora coração de atleta

Fonte: BBC Brasil

Quatro clubes da primeira divisão do futebol espanhol testaram um modelo de camiseta inteligente que avisa em tempo real qualquer alteração cardíaca dos atletas durante a atividade física.

O Ministério de Indústria financiou a investigação de um modelo de roupa inteligente para reduzir os casos de morte súbita de jogadores depois que dois atletas da primeira divisão, Puerta (lateral do do Sevilla, que morreu em 2007, três dias depois de sofrer um ataque cardíaco em campo) e Jarque (zagueiro do Espanyol, morto em 2008 em um infarto em um hotel) morreram e outros dois (De la Reb e Sérgio Sanchez) tiveram ataques cardíacos em pleno campo.

A nova camisa tem um sistema de microchip que detecta sinais do coração durante o esforço físico. O sinal é transmitido em tempo real e pode ser captado por um telefone celular ou ir diretamente para um computador.

Os dados transmitidos proporcionam um eletrocardiograma completo e ainda medem com precisão o esforço realizado pelo atleta, especificando os quilômetros percorridos por ele e a velocidade.

Teste em pacientes

Os primeiros modelos da camiseta foram experimentados por pacientes da Unidade de Cardiologia do Hospital La Paz, em Madri.

Eles foram monitorados em repouso e durante a atividade física usando a vestimenta.

Aprovada pelos médicos, a roupa foi experimentada por atletas de elite de Real Madrid e Barcelona e está em fase experimental para os de Sevilla e Atlético de Bilbao.

O chefe do departamento médico do Sevilla, Juan Ribas, disse à BBC Brasil que "o projeto é muito bom e muito necessário ao futebol, mas precisa ser melhorado".

Camisa vem com microchip para detectar mudanças

Segundo o médico, a camisa "proporciona um eletrocardiograma, mas não o analisa. Num momento de emergência, toda a informação precisa pode e será vital para evitar uma morte súbita".

A Federação Espanhola de Futebol disse à BBC Brasil que "as regras do futebol são estabelecidas por instituições internacionais que não permitem o uso de peças inteligentes sem prévia aprovação, portanto esta camisa ainda não tem permissão expressa para ser usada nas competições oficiais".

"Mas ninguém pode descartá-la em um futuro breve, se for comprovada que pode ajudar a salvar vidas. É uma questão de bom senso", completou a assessoria de imprensa.

O projeto da camisa inteligente deverá ser aplicado ainda em 2010 em outros esportes como automobilismo, atletismo, motociclismo e ciclismo.

23 maio 2010

Estudo associa uso de Viagra a perda de audição

Fonte: BBC Brasil

Um estudo da universidade do Alabama, nos Estados Unidos, descobriu que homens que usam Viagra e possivelmente outros remédios contra disfunção erétil, como Cialis e Levitra, têm duas vezes mais riscos de perda de audição em longo prazo.

Os resultados da análise de mais de 11,5 mil casos de homens com mais de 40 anos foram publicados na última edição da revista especializada Archives of Otolaryngology-Head and Neck Surgery, embora os autores destaquem que são inconclusivos.

"A partir dessas descobertas, parece que a advertência atual do governo (americano) sobre perda de audição e uso de medicamentos PDE-5i (inibidores da fosfodiesterase do tipo 5) é pertinente", afirmou o autor do estudo, Gerald McGwin.

"Embora o estudo tenha limitações, é prudente que pacientes usando esses medicamentos sejam advertidos sobre sinais e sintomas de deficiência auditiva e incentivados a procurar atenção médica imediata para se prevenir contra danos potencialmente permanentes."

Advertência nos EUA

A advertência atual da Food and Drug Administration (FDA) foi feita em 2007, que regulamenta o uso de medicamentos nos Estados Unidos, após a divulgação de vários estudos que reforçavam a relação entre perda de audição e uso de drogas PDE-5i como o Viagra.

O estudo atual, segundo McGwin, é o primeiro epidemiológico a avaliar a relação entre o uso destas drogas e a perda de audição em longo prazo.

Os dados de 11.525 acima de 40 anos que afirmaram usar medicamentos PDE-5i foram recolhidos pelo governo entre 2003 e 2006.

De acordo com McGwin, a relação entre o uso de medicamentos e a perda de audição é mais evidente em homens que usam drogas à base de sildenafil (Viagra), do que tadalafil (Cialis) ou vardenafil (Levitra).

Em parte, isso pode se dever ao fato de que a amostra de homens usando as duas últimas drogas é menor.

Hipertensão pulmonar

McGwin afirma que os resultados mostram que há uma elevação na perda de audição entre os usuários de tadalafil e vardenafil, mas ela não é "estatisticamente relevante".

As drogas PDE-5i foram desenvolvidas inicialmente para tratar de hipertensão pulmonar, mas hoje são amplamente usadas em tratamentos de disfunção erétil.

"As medicações PDE-5i atuam em pacientes com disfunção erétil ao aumentar a circulação de sangue em certos tecidos do corpo. Existem hipóteses de que possam provocar um efeito semelhante em tecidos do ouvido, onde um aumento de circulação poderia potencialmente levar a danos na audição."

Entre as limitações do estudo, citadas pelo próprio autor, estão a amostragem limitada de usuários de tadalafil e vardenafil, a possível falta de precisão nas informações sobre a frequencia no uso do medicamento e pré-condições que poderiam contribuir para a perda de audição.

McGwin recomendou a realização de mais estudos sobre os riscos das PDE-5i.

14 maio 2010

Testes usam ultrassom como contraceptivo masculino

Fonte: BBC Brasil

Aplicação de ultrassom em homens pode ser usada como um anticoncepcional masculino válido por seis meses, segundo testes preliminares da universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

A equipe de pesquisadores obteve um financiamento de US$ 100 mil (quase R$ 180 mil) da Fundação Bill & Melinda Gates e busca a aprovação para realizar mais testes clínicos.

O coordenador do estudo, James Tsuruta, disse acreditar que o novo método possa se transformar em uma opção de contracepção segura e barata.

"O nosso objetivo de longo prazo é usar o ultrassom de instrumentos terapêuticos que normalmente são utilizados na medicina esportiva ou em clínicas de fisioterapia como contraceptivos masculinos baratos, de longo prazo e reversíveis, adequados para uso em países em desenvolvimento e do Primeiro Mundo."

Os testes preliminares indicam que após as aplicações de ultrassom nos testículos, a produção de esperma é interrompida e as reservas já existentes são exauridas, deixando o homem temporariamente infértil.

'Efeito e segurança máximos'

O financiamento da pesquisa prevê o aprimoramento da técnica para atingir efeitos e segurança máximos.

Há poucas semanas, pesquisadores na China divulgaram ter desenvolvido um outro tratamento anticoncepcional para homens que é eficaz, reversível e sem efeitos colaterais sérios a curto prazo.

Os cientistas realizaram testes com mais de mil homens com idades entre 20 e 45 anos e que tiveram pelo menos um filho nos dois anos anteriores ao experimento. Suas parceiras tinham idades entre 18 e 38 anos, sem problemas reprodutivos.

No tratamento, os homens receberam por dois anos e meio uma injeção de um líquido contendo o hormônio testosterona que provocou a suspensão temporária da produção de espermatozoides.

Durante os testes, apenas um em cada cem voluntários engravidou a parceira. Seis meses após a interrupção do tratamento, o número de espermatozoides dos participantes voltou ao nível normal.

Apesar de a injeção não ter provocado efeitos colaterais, quase um terço dos participantes abandonou o experimento. A saída dos voluntários não foi explicada.

10 maio 2010

Estresse no trabalho afeta mais o coração da mulher com menos de 50, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

O estresse no trabalho aumenta o risco de doença cardíaca em mulheres com menos de 50 anos, segundo um estudo feito com mais de 12 mil enfermeiras.

A pesquisa, realizada na Dinamarca e publicada na revista científica Occupational and Environmental Medicine, sugere que a pressão no trabalho tem maior efeito sobre a saúde de mulheres mais jovens do que nas que chegaram aos 50 ou 60 anos.

Segundo os pesquisadores do Glostrup University Hospital, outros fatores de risco podem ter papel mais importante no desenvolvimento de problemas cardíacos nas mulheres mais velhas.

A entidade beneficente britânica British Heart Foundation recomenda que pessoas que estão sofrendo estresse no trabalho tentem lidar com o problema de maneira positiva.

Estudos anteriores já tinham ligado a tensão no trabalho a um aumento de riscos de problemas cardíacos nos homens, mas poucas pesquisas haviam sido feitas investigando o impacto do estresse sobre as mulheres.

Perfil de Risco

Participaram do estudo, iniciado em 1993, 12.116 enfermeiras com idades entre 45 e 64 anos.

Os pesquisadores perguntaram às participantes sobre o nível de pressão que sofriam no trabalho e como essa pressão as afetava pessoalmente.

Nos quinze anos seguintes, até 2008, os registros médicos das enfermeiras foram monitorados pelos pesquisadores.

Em 2008, 580 enfermeiras haviam sido admitidas em hospitais com isquemia cardíaca - incluindo 369 casos de angina e 138 ataques cardíacos.

Depois de levar em consideração fatores de risco como fumo e diabetes, os especialistas verificaram que as enfermeiras que descreveram o nível de pressão que sofriam no trabalho como "muito alto" tinham 35% mais chances de desenvolver doenças cardíacas do que as que não se sentiam afetadas pelo estresse.

E quando a equipe analisou os resultados por idade, concluiu que apenas as mulheres com 50 anos ou menos foram afetadas significativamente.

Os especialistas dizem que isso pode ser devido a mudanças no perfil de risco em grupos com idades diferentes.

"Parece que o efeito da pressão no trabalho tem maior impacto em mulheres mais jovens", eles disseram

"Isso confirma resultados de estudos anteriores sobre efeitos associados à idade, tanto em homens como em mulheres", eles acrescentaram.

"O risco menor entre enfermeiras mais velhas pode ser devido a outros fatores de risco que se tornam relativamente mais importantes com o aumento da idade".

Movimente-se

June Davison, uma enfermeira especializada em doenças cardíacas que trabalha para a British Heart Foundation, disse que pessoas que enfrentam estresse no trabalho deveriam conversar com colegas ou chefes sobre como lidar com a pressão.

"Se você está sentindo a pressão, deveria tentar lidar com ela de forma positiva e ficar ativo durante o horário de trabalho", ela disse.

"Usar as escadas e caminhar uma parte do trajeto até o trabalho podem ajudar a combater o estresse e melhorar a saúde do coração".

07 maio 2010

Suplementos de vitamina A não reduzem mortalidade materna

Fonte: EFE

Os suplementos de vitamina A não reduzem a mortalidade das mulheres durante a gravidez e o parto, segundo um estudo desenvolvido em Gana que contradiz uma pesquisa anterior feita no Nepal, que apontava uma redução de 44%. Publicado na revista médica The Lancet, o estudo foi realizado com vários grupos de mulheres em idade reprodutiva e um grupo de controle com placebos.

A área do teste, na região ganesa de Brong-Ahafo, foi dividida em 1.086 grupos geográficos formados por mulheres com idades entre 15 e 45 anos, que planejavam permanecer na região pelos próximos três meses. No total, 544 grupos (104.484 mulheres) tomaram vitamina A, enquanto os 542 restantes (103.297 mulheres) receberam placebo.

Nas análises finais não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre os dois grupos. Entre as mulheres que receberam vitamina foram registradas 39.601 gestações e 138 mortes relacionadas à maternidade. No outro grupo, que recebeu placebo, ocorreram 39.234 gravidezes e 148 mortes relacionadas com estes. No primeiro grupo, a proporção foi de 348 mortes para 100 mil gravidezes, frente 377 mortes por 100 mil gestações no grupo do placebo.

Segundo os autores, da escola de higiene e medicina tropical de Londres, "estes resultados sugerem que o suplemento de vitamina A uma vez por semana administrado em mulheres em idade reprodutiva não aumenta a sobrevivência nem dos bebês na área rural de Gana".

"No entanto, a ausência de um efeito dos suplementos de vitamina A na mortalidade das mulheres grávidas contrasta com a substancial redução registrada no teste do Nepal, o único anterior sobre o mesmo assunto", expressaram os pesquisadores. Devido à diferença dos resultados, os autores recomendam novos testes para verificar os efeitos da vitamina A, apesar de reconhecem que não é difícil devido ao alto custo.

Nestas circunstâncias, os especialistas assinalam que os resultados dos estudos realizados até o momento, embora limitados, não apóiam a administração de doses baixas de vitamina às gestantes sem riscos ou como estratégia para a sobrevivência infantil.

02 maio 2010

Atividade ao ar livre melhora saúde mental em 5 minutos, diz estudo

Fonte: BBC Brasil

Apenas cinco minutos de exercícios físicos em uma "área verde", como um parque, por exemplo, podem ser suficientes para melhorar a saúde mental, segundo cientistas britânicos.

Pesquisadores da Universidade de Essex examinaram dados de 1.250 pessoas em dez estudos e encontraram rápidas melhoras no humor e na auto-estima entre aquelas que praticavam atividades físicas ao ar livre.

Eles analisaram atividades distintas, como caminhada, ciclismo, pesca, jardinagem, cavalgada e remo, em lugares como parques, jardins, fazendas e reservas naturais.

Ainda segundo a pesquisa, publicada na revista especializada Environmental Science and Technology, o maior impacto ocorre entre as pessoas mais jovens.

Água

De acordo com os cientistas, o maior efeito sobre o bem-estar mental surgia em apenas cinco minutos. Com o passar do tempo, os efeitos positivos continuavam aparentes, mas tinham menor magnitude.

Ainda segundo os pesquisadores, o efeito era ainda maior se o local do exercício também tivesse água, como um lago ou um rio.

Para Jules Pretty, um dos autores do estudo, pessoas geralmente sedentárias, estressadas, deprimidas ou com problemas de saúde mental seriam as mais beneficiadas por atividades ao ar livre.

"Empregadores, por exemplo, deveriam incentivar seus funcionários a fazer uma curta caminhada em um parque próximo na hora do almoço para melhorar o humor e reduzir o estresse", disse.

01 maio 2010

Cientistas prevêem doenças através de genoma

Fonte: BBC Brasil

Cientistas americanos conseguiram, pela primeira vez, prever quais doenças uma pessoa poderá desenvolver, a partir de seu mapeamento genético.

Em estudo publicado na revista científica The Lancet, uma equipe da Universidade de Stanford, na Califórnia, analisou todo os genes do colega Stephen Quake, de 40 anos, e concluiu que ele corre o risco de sofrer de problemas como diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.

No ano passado, o professor de bioengenharia Quake ficou conhecido por ter desenvolvido uma nova tecnologia capaz de realizar seu mapeamento genético com menos de US$ 50 mil - um valor muito menor do que se gastava no início das pesquisas de genoma.

Outros cientistas, no entanto, disseram que a experiência levanta dilemas éticos, mesmo representando o início de uma nova era de medicina personalizada.

Ética

Quake se voluntariou para o estudo e, antes, foi submetido a sessões com um psicólogo para se preparar para a possibilidade da descoberta de uma doença grave.

Os cientistas analisaram genoma de Quake procurando por variações e "erros" genéticos associados com 55 doenças.

"Foi uma experiência interessante e eu estava curioso para saber os resultados", disse ele.

"Mas é importante admitir que nem todo mundo pode querer saber dos detalhes íntimos de seu genoma. Há muitas questões éticas, educacionais e de políticas que precisam ser esclarecidas antes de darmos continuidade com esse tipo de trabalho."

O custo do mapeamento genético vem diminuindo, e alguns cientistas acreditam que um estudo semelhante ao realizado na Califórnia poderá ser oferecido por médicos dentro de dez anos.